SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
Autora: Sofia Silva Lemos
Colaboração: Marcos José de Abreu
GUIA DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DA LEIRA PARA
COMPOSTAGEM DAS FEZES DO BANHEIRO SECO ECOLÓGICO, JUNTO
COM RESÍDUOS ORGÂNICOS
Neste relatório estão as instruções para construção e manutenção de leira
controlada para compostagem dos resíduos orgânicos do banheiro ecológico (fezes,
papel higiênico e serragem) e doméstico (restos de alimentos e jardinagem). Este guia é
parte do manual do banheiro ecológico. O objetivo será explicar os cuidados na
contrução e manutenção da leira para possibilitar higienização e estabilização do
composto, sem oferecer riscos aos operadores e ao ambiente deste sistema.
Para formulação de um modelo de implantação de leira foram observados
alguns casos já existentes e analisados artigos científicos que descrevem cuidados com a
leira de compostagem e com o lixiviado gerado. Após este estudo foi construída a leira
que servirá de exemplo para este guia.
O local escolhido foi o município de Florianópolis, para compostagem dos
resíduos orgânicos do banheiro ecológico (fezes, papel higiênico e serragem) e
doméstico (restos de alimentos e jardinagem) de quatro (4) residentes de um domicílio
com um (1) banheiro ecológico de bombona de 50 litros. A troca de bombona tem uma
frequência, aproximadamente, quinzenal. São 4 moradores nesta residência e foi
construído uma leira de 1,5 m2
no jardim.
Para melhor compreensão este guia de compostagem controlada trará
instruções junto com fotografias, ele será dividido em três partes:
1. Equipamentos utilizados;
2. Instruções para construção da leira;
3. Os cuidados de operação e monitoramento para garantir higienicidade e
estabilização do composto.
Antes de iniciar a construção desenhou-se a planta e o corte do sistema a ser
implantado como ilustrado na figura 1 e 2.
Figura 1: Planta da leira de compostagem
Figura 2: Corte da leira de compostagem
1. Equipamentos utilizados
Primeiramente vamos descrever os equipamentos necessários na construção e
operação da leira. É importante observar que alguns dos equipamentos aqui descritos
foram reutilizados. Abaixo será disposto uma tabela com as descrições, os valores e as
quantidades de cada ítem.
Descrição do Material Função Quantidade Valor
Trena* Medição da leira e dos materiais 1 -
Tesoura* Corte da lona e bidim 1 -
Serra copo* Corte do PVC 1 -
Pá* Construção e escavação 1 -
Garfo para agricultura Remexer a leira 1 99,00
Solo arenoso ou argiloso Aterrar e construir a inclinação
requerida para drenagem
75 kg 9,00
Lona plástica preta grossa
(4 metros de largura)
Impermeabilizar o solo e drenar o
lixiviado da leira
1,5 x 2,0 m2
7,76
Bidim - geotêxtil não tecido
100% poliéster
Permite livre passagem do
lixiviado, com retenção eficiente
dos sólidos
1,5 x 2,0 m2
8,00
Tubo PVC 150 mm Calha para escoar o lixiviado da
área drenada até o ponto de coleta
0,8 m 4,50
Joelho PVC 150 mm Passagem da calha para coleta 1 2,50
Balde/bombona 20L Coleta e armazena o lixiviado
escoado para posterior recirculação
1 3,50
Palha/Resto de Jardinagem Aeração de fundo da leira 1 carrinho
de mão
0,00
Serragem Cobertura do resíduo para aeração e
evitar mau cheiro e insetos
1 carrinho
de mão
0,00
Lona plástica estufa média
transparente UV
Cobertura para proteção das chuvas
sobre a leira
3 x 4 m2
34,00
Armação de bambu Cobertura para proteção das chuvas
sobre a leira
3 x 4 m2
30,00
EPI (botas e luvas) Proteção da saúde dos operadores 1 -
Tabela 01: Descrição dos materiais utilizados para construção e operação da leira de compostagem.
*Estes materiais são necessários somente no momento de construção da leira.
2. Instruções para contrução da leira
A construção da leira de 1,5 x 1,0 m2
se deu durante um dia de trabalho
realizado com a mão de obra de duas pessoas. Os passos junto com as imagens estão
descritos abaixo.
1) Escolhe-se no terreno um local de fácil acesso, com
boa ventilação e iluminação natural. Devido as chuvas
deve-se evitar locais íngrimes e muito baixos, para não
ocorrer escoamento do líquido percolado e acúmulo de
água.
2)Medir o comprimento (1,5 m), a largura (1,0 m) e a
altura máxima de inclinação (20 cm) da leira com a
trena. Posicionar os marcadores e se houver tijolos
disponíveis usa-los para indicar as medidas.
3) Após a marcação
colocar a terra na altura dos tijolos (20 cm) e ir descendo
até o centro da leira.
4) Cortar o tubo de PVC 150 mm ao
meio e deixar o joelho 90 já
embutido e cortar 10 cm acima da
conexão.
5) Posicionar o tubo de PVC de
tal forma que não há espaços
para empoçamento
6) Colocar a lona
sob o tubo de PVC
assentado para
impermeabilização e cavar um buraco para colocar o
baldinho ou bombona utilizada.
7) Cortar a tampa do
baldinho de modo a
encaixar o joelho
PVC.
8)Colocar o bidim
para filtrar o
líquido percolado, inclusive na entrada da tubulação.
Solo para aterramento 1
2
3
4
5
6
7
8
9) Colocar folhas de bananeira para permitir
aeração abaixo do
composto.
10) Fazer em volta da
leira um
limite/barreira com
restos de jardim
(palhada).
11) Colocar serragem e
então a leira está pronta para
receber os resíduos.
12) Então coloca-se as luvas e as
botas para pegar os resíduos do
sanitário seco e os restos de
alimentos e lançar no centro da leira.
O lixo orgânico é mexido com o garfo. Estes passos serão
melhores descritos no ítem 3 deste guia.
13) Uma dica importante para que a compostagem inicie seu
processo é no primeiro lançamento de matéria orgânica
deve-se misturar 1 balde de terra preta (rica em matéria
orgânica e microorganismos) e até mesmo, se houver,
composto junto com o resíduo e misturá-lo para .
14) Cobre-se todo o
resíduo com serragem
para evitar mau cheiro e insetos e depois fecha-se
com restos de jardinagem (palhada).
9
10
11
12
13
14
3. Os cuidados de operação e monitoramento para garantir higienicidade
e estabilização do composto.
Fotografias do banheiro seco e do processo de compostagem:
Sanitário compostável e mictório.
Serragem e o
recipiente
para colocá-la
no sanitário
compostável
após o uso.
Sanitário
compostáve
Mictório
Retirada da bombona cheia
Leira de compostagem e recipientes dos resíduos
que serão lançados
É retirado a palha que estava cobrindo a
leira e colocada para os lados com o
auxílio do garfo. E então o composto em
processamento é remexido para aeração
e recebimento do novo resíduo.
Abertura de um espaço no centro da leira.
Neste espaço são lançados o resíduo
orgânico de alimentos e sobre este o
resíduo do sanitário compostável.
Sobre os resíduos é lançado a água de
higienização da bombona e dos
Cobertura do resíduo novo com o que já
está sendo processado para evitar mau
cheiro e insetos
Leira totalmente coberta,
finalização do processo.
Composto pronto para ser utilizado
nas hortas, retirado da parte de baixo
da leira.
Após higienização do sanitário e da
bombona, é colocado na bombona já
encaixada serragem para iniciar o uso
4. Monitoramento da compostagem
Para monitoramento da compostagem o ideal é ter termômetro e medir a
temperatura da leira durante uma semana após a colocação de resíduos. Para garantir
que todo o material alcançará temperatura de higienização é interessante remexer todo o
material da leira após uma semana. Na leira estudada obteve-se média de temperatura de
45 ºC, atingindo 55 ºC no terceiro dia de compostagem. Abaixo está disposto uma
tabela com os tempos e temperaturas adequadas para higienização do composto, ou seja,
inativação dos organismos patogênicos. É interessante para garantir que o composto
está mesmo adequado para o uso, quando sua temperatura não for mais diferente da do
meio em que se encontra e que se assemelha com o húmus (terra preta rica em matéria
orgânica).
FONTE: Golueke

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Implantação de sistema de cloração em propriedades rurais
Implantação de sistema de cloração em propriedades  ruraisImplantação de sistema de cloração em propriedades  rurais
Implantação de sistema de cloração em propriedades ruraisCBH Rio das Velhas
 
Jardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilson
Jardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilsonJardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilson
Jardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilsonJoão Siqueira da Mata
 
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2João Boos Boos
 
Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...
Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...
Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...João Siqueira da Mata
 
Saneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes Compactas
Saneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes CompactasSaneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes Compactas
Saneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes CompactasRenato Silva
 
Fossa séptica biodigestor
Fossa séptica biodigestorFossa séptica biodigestor
Fossa séptica biodigestorRenatoMussoline
 
Fossas sépticas
Fossas sépticasFossas sépticas
Fossas sépticasNubia Lopes
 
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...Rural Pecuária
 
Dejetos Na Propriedade Rural
Dejetos Na Propriedade RuralDejetos Na Propriedade Rural
Dejetos Na Propriedade Ruralmarcelo otenio
 
Aula caracterizacao efluentes
Aula caracterizacao efluentesAula caracterizacao efluentes
Aula caracterizacao efluentesNilton Goulart
 
Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...
Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...
Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...João Siqueira da Mata
 
Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)
Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)
Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)Paola Brutti
 
Digestão anaeróbia de efluentes industriais
Digestão anaeróbia de efluentes industriaisDigestão anaeróbia de efluentes industriais
Digestão anaeróbia de efluentes industriaisedu_m_k
 
Apresentação Ecobac
Apresentação EcobacApresentação Ecobac
Apresentação EcobacLucio Soares
 
4 protecção e conservação da natureza
4   protecção e conservação da natureza4   protecção e conservação da natureza
4 protecção e conservação da naturezaPelo Siro
 

Mais procurados (20)

Implantação de sistema de cloração em propriedades rurais
Implantação de sistema de cloração em propriedades  ruraisImplantação de sistema de cloração em propriedades  rurais
Implantação de sistema de cloração em propriedades rurais
 
Jardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilson
Jardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilsonJardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilson
Jardim filtrante –_o_que_é_e_como_funciona_–_wilson
 
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
 
Sistemas anaeróbios
Sistemas anaeróbiosSistemas anaeróbios
Sistemas anaeróbios
 
Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...
Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...
Utilização de uma fossa séptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rura...
 
Saneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes Compactas
Saneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes CompactasSaneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes Compactas
Saneamento Básico por Estações de Tratamento de Efluentes Compactas
 
Fossa séptica biodigestor
Fossa séptica biodigestorFossa séptica biodigestor
Fossa séptica biodigestor
 
Fossas sépticas
Fossas sépticasFossas sépticas
Fossas sépticas
 
Apresentação da KMA - Korin Meio Ambiente
Apresentação da KMA  - Korin Meio AmbienteApresentação da KMA  - Korin Meio Ambiente
Apresentação da KMA - Korin Meio Ambiente
 
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
 
Dejetos Na Propriedade Rural
Dejetos Na Propriedade RuralDejetos Na Propriedade Rural
Dejetos Na Propriedade Rural
 
Aula caracterizacao efluentes
Aula caracterizacao efluentesAula caracterizacao efluentes
Aula caracterizacao efluentes
 
Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...
Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...
Utilização de uma fossa sétpica biodigestora para melhoria do saneamento rura...
 
Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)
Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)
Poluição do solo por dejetos de animais (suinos e aves)
 
Digestão anaeróbia de efluentes industriais
Digestão anaeróbia de efluentes industriaisDigestão anaeróbia de efluentes industriais
Digestão anaeróbia de efluentes industriais
 
Apresentação Ecobac
Apresentação EcobacApresentação Ecobac
Apresentação Ecobac
 
4 protecção e conservação da natureza
4   protecção e conservação da natureza4   protecção e conservação da natureza
4 protecção e conservação da natureza
 
Dimensionamento fossas
Dimensionamento fossasDimensionamento fossas
Dimensionamento fossas
 
Residuos
ResiduosResiduos
Residuos
 
Descarte de resíduos
Descarte de resíduosDescarte de resíduos
Descarte de resíduos
 

Semelhante a GUIA DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DA LEIRA PARA COMPOSTAGEM

Compostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixoCompostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixomiriammorata
 
Compostagem doméstica do lixo
Compostagem doméstica do lixoCompostagem doméstica do lixo
Compostagem doméstica do lixoMagno José Silva
 
Mini apostila prática- compostagem em pequenos locais
Mini apostila prática- compostagem em pequenos locaisMini apostila prática- compostagem em pequenos locais
Mini apostila prática- compostagem em pequenos locaisAlexandre Panerai
 
Compostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixoCompostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixoAlexandre Panerai
 
Aula_O que é Compostagem.pdf
Aula_O que é Compostagem.pdfAula_O que é Compostagem.pdf
Aula_O que é Compostagem.pdfErica Dos Anjos
 
Compostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostos
Compostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostosCompostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostos
Compostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostosLuna Oliveira
 
Tratamento e disposição de resíduos e efluentes
Tratamento e disposição de resíduos e efluentesTratamento e disposição de resíduos e efluentes
Tratamento e disposição de resíduos e efluentesRafaelNeves651350
 
Compostagem domestica
Compostagem domesticaCompostagem domestica
Compostagem domesticamvezzone
 
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas  aterro sanitárioRecuperação de áreas degradadas  aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitárioMarlos Nogueira
 
Doc1
Doc1Doc1
Doc18ºC
 
Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...
Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...
Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...4Tags Digital Marketing
 
Reciclagem e tratamento do lixo.ppt
Reciclagem e tratamento do lixo.pptReciclagem e tratamento do lixo.ppt
Reciclagem e tratamento do lixo.pptCarolineTeodoro4
 
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOSGERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOSjessicacprates
 
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOSGERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOSjessicacprates
 

Semelhante a GUIA DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DA LEIRA PARA COMPOSTAGEM (20)

Produção de adubos orgânicos
Produção de adubos orgânicos Produção de adubos orgânicos
Produção de adubos orgânicos
 
L atrinas
L atrinasL atrinas
L atrinas
 
Compostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixoCompostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixo
 
Compostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixoCompostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixo
 
Compostagem doméstica do lixo
Compostagem doméstica do lixoCompostagem doméstica do lixo
Compostagem doméstica do lixo
 
Mini apostila prática- compostagem em pequenos locais
Mini apostila prática- compostagem em pequenos locaisMini apostila prática- compostagem em pequenos locais
Mini apostila prática- compostagem em pequenos locais
 
Compostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixoCompostagem domestica de_lixo
Compostagem domestica de_lixo
 
Aula_O que é Compostagem.pdf
Aula_O que é Compostagem.pdfAula_O que é Compostagem.pdf
Aula_O que é Compostagem.pdf
 
Aula 02 compostagem
Aula 02 compostagemAula 02 compostagem
Aula 02 compostagem
 
Compostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostos
Compostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostosCompostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostos
Compostagem domestica –_uma_solucao_para_todos_os_gostos
 
Tratamento e disposição de resíduos e efluentes
Tratamento e disposição de resíduos e efluentesTratamento e disposição de resíduos e efluentes
Tratamento e disposição de resíduos e efluentes
 
3 hugo.prn
3 hugo.prn3 hugo.prn
3 hugo.prn
 
Compostagem domestica
Compostagem domesticaCompostagem domestica
Compostagem domestica
 
Referenciais tecnológicos cebola orgânica
Referenciais tecnológicos cebola orgânica Referenciais tecnológicos cebola orgânica
Referenciais tecnológicos cebola orgânica
 
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas  aterro sanitárioRecuperação de áreas degradadas  aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
 
Doc1
Doc1Doc1
Doc1
 
Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...
Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...
Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Aguas e Resíduos Or...
 
Reciclagem e tratamento do lixo.ppt
Reciclagem e tratamento do lixo.pptReciclagem e tratamento do lixo.ppt
Reciclagem e tratamento do lixo.ppt
 
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOSGERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
 
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOSGERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DO BIOGÁS PRODUZIDO POR DEJETOS URBANOS
 

Mais de Sofia Lemos

Xmas island compost_toilet
Xmas island compost_toiletXmas island compost_toilet
Xmas island compost_toiletSofia Lemos
 
Waterless composting toilet systems
Waterless composting toilet systemsWaterless composting toilet systems
Waterless composting toilet systemsSofia Lemos
 
Composting toilet manual_vanuatu
Composting toilet manual_vanuatuComposting toilet manual_vanuatu
Composting toilet manual_vanuatuSofia Lemos
 
Composting toilet full plans[1] 1
Composting toilet full plans[1] 1Composting toilet full plans[1] 1
Composting toilet full plans[1] 1Sofia Lemos
 
Cartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuáriosCartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuáriosSofia Lemos
 
Artigo jornal PE
Artigo jornal PEArtigo jornal PE
Artigo jornal PESofia Lemos
 
Manual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagem
Manual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagemManual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagem
Manual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagemSofia Lemos
 
Orientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agricultura
Orientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agriculturaOrientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agricultura
Orientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agriculturaSofia Lemos
 

Mais de Sofia Lemos (10)

Xmas island compost_toilet
Xmas island compost_toiletXmas island compost_toilet
Xmas island compost_toilet
 
Waterless composting toilet systems
Waterless composting toilet systemsWaterless composting toilet systems
Waterless composting toilet systems
 
Composting toilet manual_vanuatu
Composting toilet manual_vanuatuComposting toilet manual_vanuatu
Composting toilet manual_vanuatu
 
Composting toilet full plans[1] 1
Composting toilet full plans[1] 1Composting toilet full plans[1] 1
Composting toilet full plans[1] 1
 
Biolan
BiolanBiolan
Biolan
 
Design notes
Design notesDesign notes
Design notes
 
Cartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuáriosCartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuários
 
Artigo jornal PE
Artigo jornal PEArtigo jornal PE
Artigo jornal PE
 
Manual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagem
Manual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagemManual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagem
Manual de capacitação para implantação de banheiro seco com compostagem
 
Orientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agricultura
Orientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agriculturaOrientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agricultura
Orientaçãoes para utilização de dejetos humanos na agricultura
 

GUIA DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DA LEIRA PARA COMPOSTAGEM

  • 1. Autora: Sofia Silva Lemos Colaboração: Marcos José de Abreu GUIA DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DA LEIRA PARA COMPOSTAGEM DAS FEZES DO BANHEIRO SECO ECOLÓGICO, JUNTO COM RESÍDUOS ORGÂNICOS Neste relatório estão as instruções para construção e manutenção de leira controlada para compostagem dos resíduos orgânicos do banheiro ecológico (fezes, papel higiênico e serragem) e doméstico (restos de alimentos e jardinagem). Este guia é parte do manual do banheiro ecológico. O objetivo será explicar os cuidados na contrução e manutenção da leira para possibilitar higienização e estabilização do composto, sem oferecer riscos aos operadores e ao ambiente deste sistema. Para formulação de um modelo de implantação de leira foram observados alguns casos já existentes e analisados artigos científicos que descrevem cuidados com a leira de compostagem e com o lixiviado gerado. Após este estudo foi construída a leira que servirá de exemplo para este guia. O local escolhido foi o município de Florianópolis, para compostagem dos resíduos orgânicos do banheiro ecológico (fezes, papel higiênico e serragem) e doméstico (restos de alimentos e jardinagem) de quatro (4) residentes de um domicílio com um (1) banheiro ecológico de bombona de 50 litros. A troca de bombona tem uma frequência, aproximadamente, quinzenal. São 4 moradores nesta residência e foi construído uma leira de 1,5 m2 no jardim. Para melhor compreensão este guia de compostagem controlada trará instruções junto com fotografias, ele será dividido em três partes: 1. Equipamentos utilizados; 2. Instruções para construção da leira; 3. Os cuidados de operação e monitoramento para garantir higienicidade e estabilização do composto. Antes de iniciar a construção desenhou-se a planta e o corte do sistema a ser implantado como ilustrado na figura 1 e 2. Figura 1: Planta da leira de compostagem
  • 2. Figura 2: Corte da leira de compostagem
  • 3. 1. Equipamentos utilizados Primeiramente vamos descrever os equipamentos necessários na construção e operação da leira. É importante observar que alguns dos equipamentos aqui descritos foram reutilizados. Abaixo será disposto uma tabela com as descrições, os valores e as quantidades de cada ítem. Descrição do Material Função Quantidade Valor Trena* Medição da leira e dos materiais 1 - Tesoura* Corte da lona e bidim 1 - Serra copo* Corte do PVC 1 - Pá* Construção e escavação 1 - Garfo para agricultura Remexer a leira 1 99,00 Solo arenoso ou argiloso Aterrar e construir a inclinação requerida para drenagem 75 kg 9,00 Lona plástica preta grossa (4 metros de largura) Impermeabilizar o solo e drenar o lixiviado da leira 1,5 x 2,0 m2 7,76 Bidim - geotêxtil não tecido 100% poliéster Permite livre passagem do lixiviado, com retenção eficiente dos sólidos 1,5 x 2,0 m2 8,00 Tubo PVC 150 mm Calha para escoar o lixiviado da área drenada até o ponto de coleta 0,8 m 4,50 Joelho PVC 150 mm Passagem da calha para coleta 1 2,50 Balde/bombona 20L Coleta e armazena o lixiviado escoado para posterior recirculação 1 3,50 Palha/Resto de Jardinagem Aeração de fundo da leira 1 carrinho de mão 0,00 Serragem Cobertura do resíduo para aeração e evitar mau cheiro e insetos 1 carrinho de mão 0,00 Lona plástica estufa média transparente UV Cobertura para proteção das chuvas sobre a leira 3 x 4 m2 34,00 Armação de bambu Cobertura para proteção das chuvas sobre a leira 3 x 4 m2 30,00 EPI (botas e luvas) Proteção da saúde dos operadores 1 - Tabela 01: Descrição dos materiais utilizados para construção e operação da leira de compostagem. *Estes materiais são necessários somente no momento de construção da leira.
  • 4. 2. Instruções para contrução da leira A construção da leira de 1,5 x 1,0 m2 se deu durante um dia de trabalho realizado com a mão de obra de duas pessoas. Os passos junto com as imagens estão descritos abaixo. 1) Escolhe-se no terreno um local de fácil acesso, com boa ventilação e iluminação natural. Devido as chuvas deve-se evitar locais íngrimes e muito baixos, para não ocorrer escoamento do líquido percolado e acúmulo de água. 2)Medir o comprimento (1,5 m), a largura (1,0 m) e a altura máxima de inclinação (20 cm) da leira com a trena. Posicionar os marcadores e se houver tijolos disponíveis usa-los para indicar as medidas. 3) Após a marcação colocar a terra na altura dos tijolos (20 cm) e ir descendo até o centro da leira. 4) Cortar o tubo de PVC 150 mm ao meio e deixar o joelho 90 já embutido e cortar 10 cm acima da conexão. 5) Posicionar o tubo de PVC de tal forma que não há espaços para empoçamento 6) Colocar a lona sob o tubo de PVC assentado para impermeabilização e cavar um buraco para colocar o baldinho ou bombona utilizada. 7) Cortar a tampa do baldinho de modo a encaixar o joelho PVC. 8)Colocar o bidim para filtrar o líquido percolado, inclusive na entrada da tubulação. Solo para aterramento 1 2 3 4 5 6 7 8
  • 5. 9) Colocar folhas de bananeira para permitir aeração abaixo do composto. 10) Fazer em volta da leira um limite/barreira com restos de jardim (palhada). 11) Colocar serragem e então a leira está pronta para receber os resíduos. 12) Então coloca-se as luvas e as botas para pegar os resíduos do sanitário seco e os restos de alimentos e lançar no centro da leira. O lixo orgânico é mexido com o garfo. Estes passos serão melhores descritos no ítem 3 deste guia. 13) Uma dica importante para que a compostagem inicie seu processo é no primeiro lançamento de matéria orgânica deve-se misturar 1 balde de terra preta (rica em matéria orgânica e microorganismos) e até mesmo, se houver, composto junto com o resíduo e misturá-lo para . 14) Cobre-se todo o resíduo com serragem para evitar mau cheiro e insetos e depois fecha-se com restos de jardinagem (palhada). 9 10 11 12 13 14
  • 6. 3. Os cuidados de operação e monitoramento para garantir higienicidade e estabilização do composto. Fotografias do banheiro seco e do processo de compostagem: Sanitário compostável e mictório. Serragem e o recipiente para colocá-la no sanitário compostável após o uso. Sanitário compostáve Mictório
  • 7. Retirada da bombona cheia Leira de compostagem e recipientes dos resíduos que serão lançados É retirado a palha que estava cobrindo a leira e colocada para os lados com o auxílio do garfo. E então o composto em processamento é remexido para aeração e recebimento do novo resíduo. Abertura de um espaço no centro da leira. Neste espaço são lançados o resíduo orgânico de alimentos e sobre este o resíduo do sanitário compostável. Sobre os resíduos é lançado a água de higienização da bombona e dos Cobertura do resíduo novo com o que já está sendo processado para evitar mau cheiro e insetos
  • 8. Leira totalmente coberta, finalização do processo. Composto pronto para ser utilizado nas hortas, retirado da parte de baixo da leira. Após higienização do sanitário e da bombona, é colocado na bombona já encaixada serragem para iniciar o uso
  • 9. 4. Monitoramento da compostagem Para monitoramento da compostagem o ideal é ter termômetro e medir a temperatura da leira durante uma semana após a colocação de resíduos. Para garantir que todo o material alcançará temperatura de higienização é interessante remexer todo o material da leira após uma semana. Na leira estudada obteve-se média de temperatura de 45 ºC, atingindo 55 ºC no terceiro dia de compostagem. Abaixo está disposto uma tabela com os tempos e temperaturas adequadas para higienização do composto, ou seja, inativação dos organismos patogênicos. É interessante para garantir que o composto está mesmo adequado para o uso, quando sua temperatura não for mais diferente da do meio em que se encontra e que se assemelha com o húmus (terra preta rica em matéria orgânica). FONTE: Golueke