2. Morfologia do cão
Origem
Os cães podem ser classificados quanto a sua morfologia e
quanto ao seu peso;
Ao longo dos séculos, através da domesticação, o homem
vem selecionando artificialmente os cães pelas suas
aptidões, características físicas ou tipos de
comportamento, gerando uma grande variedade de raças,
que podem variar em tamanho e pelagem, dentro das
próprias raças.
3. Morfologia
Origem
Além das imprecisões quanto à domesticação, há também
discordâncias sobre a origem.
Enquanto especula-se que os cães sejam descendentes de uma
outra variação canídea, as mais aceitáveis são a
descendência direta do lobo cinzento ou dos cruzamentos
entre lobos e chacais.
Os homens viram a necessidade de converter o lobo num
aliado de caça, tentando portanto domesticar um animal. Os
primeiros cães, portanto, eram destinados à caça.
4. Morfologia
Morfologia do cão
A espécie canina é considerada POLIMÓRFICA.
O conceito POLIMORFISMO, por definição, é uma variação FENOTÍPICA que pode ser separada em classes
distintas e bem definidas, pouco influenciadas por fatores ambientais externos.
5. Morfologia
Morfologia do cão
Animais correspondem sempre a um esquema arquitetônico, mesmo
que sejam de diferentes origens, levando às mesmas aptidões
funcionais. Esse esquema arquitetônico é baseado em:
• Diâmetros
• Perfil
• Harmonia
6. Morfologia
Diâmetros
Os DIÂMETROS são os parâmetros que
definem matematicamente e
geometricamente o tipo morfológico
geral.
Desta forma, relações entre o
comprimento (eixo longitudinal) e largura
(eixo transversal) são levados em
consideração.
7. Morfologia
Perfil
O PERFIL é representado pelas linhas de contorno do corpo e melhor enfatizado na cabeça do animal, por sofrer
menos alterações como gestação e obesidade.
8. Morfologia
Harmonia
O HARMONIA de construção se diz respeito ao
equilíbrio entre as proporções dos diferentes
tipos corpóreos.
Variam de raça pra raça e está diretamente
relacionada ao conceito de beleza zootécnica
(funcional), que nada tem a ver com o conceito
de beleza subjetiva (pessoal).
9. Morfologia
Tipos constitucionais
Os cães são classificados em quatro tipos
constitucionais básicos. São eles:
• LONGILÍNEOS
• MEDIOLÍNEOS
• BREVILÍNEOS
• ANACOLINORFOS
10. Morfologia
Nos LONGILÍNEOS há predomínio acentuado dos eixos longitudinais
sobre os transversais: o crânio é longo e estreito, o pescoço e
corpo são longos, o corpo é longo e o tórax relativamente estreito,
os membros longos e finos.
O aspecto geral é de beleza e aerodinamismo.
Este tipo engloba os cães de grande velocidade, como os borzóis,
whippets, etc.
11. Morfologia
Nos MEDIOLÍNEOS as proporções são mais equilibradas,
anatomicamente falando e escrevendo – “nem tão largo, nem
tão longo”.
Em nenhum dos segmentos corpóreos há extremos de
relação entre os eixos de medida.
Também no aspecto funcional equilibram força e velocidade
moderadamente, entretanto, não dotado de grande
resistência física.
12. Morfologia
Nos BREVILÍNEOS os eixos longitudinais
ultrapassam pouco os transversais: o corpo é
curto e o tórax largo, membros curtos e grossos,
como também o pescoço, sendo a cabeça também
curta e larga.
A idéia geral é de compacticidade, robustez e
estabilidade.
São animais de grande força física, como por
exemplo, os bulldogues, o mastim napolitano, etc.
13. Morfologia
Os ANACOLINORFOS apresentam a cabeça, o
pescoço e o tronco em proporções normais.
Uns tem os membros extremamente encurtados
facilitando o trabalho junto ao solo(basset-hound)
ou sob o solo (dachshund, terrier escocês).
14. Morfologia
Tipos de Cabeça
A classificação dos crânios é feita basicamente pelas medidas
do comprimento (da extremidade do maxilar) e da largura
(entre os ângulos internos das cavidades orbitárias).
• DOLICOCÉFALOS
• BRAQUICÉFALOS
• MESATICÉFALOS (MESOCÉFALOS).
15. Morfologia
Nos DOLICOCÉFALOS o comprimento (eixo longitudinal) ultrapassa
muito a largura (eixo transversal).
O crânio é estreito e longo, os arcos zigomáticos e as arcadas
superciliares são pouco marcadas e a crista sagital é bem
desenvolvida.
As cavidades orbitárias são estreitas e laterais.
16. Morfologia
Nos BRAQUICÉFALOS o comprimento ultrapassa pouco
a largura.
O crânio é curto e largo, os arcos zigomáticos são
muito desenvolvidos e robustos e as arcadas
superciliares bem marcadas.
As cavidades orbitárias são redondas e frontais.
17. Morfologia
Nos MESATICÉFALOS as proporções são
intermediárias, anatomicamente normais.
O crânio é acentuadamente longo ou largo, os
arcos zigomáticos e as arcadas superciliares são
de desenvolvimento médio, sem exageros.
As cavidades orbitárias são ovais e fronto-laterais.
18. Morfologia
Classificação pelo tamanho
Com base no tamanho do animal, os cães podem ser
divididos em:
• Pequenos (menos de 46cm)
• Médios (de 46 a 61cm)
• Grandes (acima de 61cm)
19. Morfologia
Classificação pelo peso
Com base no peso do animal, os cães podem ser
divididos em:
• Pequenos (menos de 10kg)
• Médios (de 11 a 25kg)
• Grandes (de 26 a 45kg)
• Gigantes (acima de 46kg)
20. Morfologia
Score de Condição Corporal (ECC)
Varia de acordo com a raça, com a nutrição do animal (obesidade,
desnutrição, condições especiais), atividade física e doenças
metabólicas.
A condição corporal adequada está relacionada ao equilíbrio energético
do organismo do animal.
Sem excesso e nem falta de nutrientes na alimentação e com uma vida
saudável o animal consome praticamente toda energia de sua dieta, assim
não estoca energia em forma de gordura, a qual em excesso é
prejudicial para o animal.
21. Morfologia
Score de Condição Corporal (ECC)
É baseado na inspeção e palpação do paciente, empregando escalas
numéricas (LAFLAMME, 1997).
O ECC mostrou ser um método bastante útil na avaliação da condição
corporal, devido a sua simplicidade.
Entretanto, o método foi desenvolvido para avaliar os depósitos de
massa adiposa e não para detectar perdas de massa muscular, o que
o torna bastante subjetivo, devendo ser empregado com cuidado.
22. Morfologia
Condição corporal dos cães
Um animal encontra-se em equilíbrio energético quando praticamente toda
energia ingerida é utilizada pelo organismo.
No balanço energético positivo a ingestão de energia excede o consumo, de
modo que a energia excedente acumula-se como tecido adiposo provocando
sobrepeso ou até mesmo obesidade.
O balanço energético negativo ocorre quando a ingestão não está suprindo as
necessidades, o organismo começa degradar seus tecidos para cobrir as
necessidades energéticas e, à medida que os depósitos vão se esgotando, o
animal passa a perder peso (GUIMARÃES & TUDURY, 2006).
23. Morfologia
Obesidade
A obesidade é uma das formas mais importantes e frequentes
da má nutrição observada na prática clínica de animais de
companhia (LAZZAROT TO, 1999).
Pode ser definida como acúmulo excessivo de tecido adiposo
no organismo.
Numerosos fatores podem predispor um animal a obesidade,
dentre eles a genética, a intensidade de atividade física e a
quantidade de energia da dieta.
24. Morfologia
Obesidade
Já está bem demonstrado que fatores genéticos determinam a
obesidade em animais e em humanos.
Algumas raças de cães apresentam elevada incidência para a
obesidade:
• Cocker Spaniel;
• Labrador e Golden Retrivier;
• Dachshund;
• Basset Hound;
• Schnauzer, Chihuahua, Pug...
25. Morfologia
Obesidade
Fatores que contribuem para a obesidade nos animais:
• Idade;
• Predisposição genética;
• Composição da dieta e palatabilidade;
• Sexo;
• Nível de atividade voluntária;
• Problemas endócrinos;
• Medicamentos;
• Castração;
• Fatores ambientais;
• Lesões hipotalâmicas.
26. Morfologia
Obesidade
A obesidade em fêmeas é mais comum do que em machos, isso quando
são jovens, mas em cães com mais de 12 anos de idade, a incidência é de
aproximadamente 40% para ambos os sexos.
As taxas aumentam em cães castrados devido à redução da taxa metabólica.
27. Morfologia
Score de Condição Corporal (ECC)
O ECC também possibilita estimar a porcentagem de gordura (%GC) segundo a
escala abaixo:
• ECC 5= 17 % em machos e 20 % com fêmeas;
• ECC 6= 22 % em machos e 26 % com fêmeas;
• ECC 7= 26 % em machos e 31 % com fêmeas;
• ECC 8= 31 % em machos e 37 % com fêmeas;
• ECC 9= 35 % em machos e 43 % com fêmeas.
31. Morfologia
Score de Condição Corporal (ECC)
Características ideais:
4:
• Costelas facilmente palpáveis com mínima cobertura de gordura.
• Vista de cima, a cintura é facilmente observada.
• Reentrância abdominal evidente.
5:
• Costelas palpáveis sem excessiva cobertura de gordura.
• Abdômen retraído quando visto de lado.
• 6:
• Costelas palpáveis com leve excesso de cobertura de gordura.
• A cintura é visível quando vista de cima, mas não é acentuada.
• Reentrância abdominal aparente.
33. Anatomia Animal
APARELHO LOCOMOTOR
Conjunto orgânico complexo, cuja principal função prioritária é
o trabalho mecânico;
Seus elementos constitutivos originais - O esqueleto e os
Músculos- servem para representar desde a forma e a
conservação da individualidade corpórea, até a movimentação de
segmentos do corpo ou de todo o organismo.
34. Anatomia Animal
SISTEMA ESQUELÉTICO
O esqueleto é composto por elementos fundamentais: ossos,
cartilagens, ligamentos e articulações;
Representa o segmento PASSIVO DO APARELHO LOCOMOTOR.
SISTEMA MUSCULAR
Representa o segmento ATIVO DO APARELHO LOCOMOTOR, ou seja, a
parte ATIVADORA DA LOCOMOÇÃO;
Os dois sistemas estão indissociavelmente vinculados aos sistemas
CIRCULATÓRIO E NERVOSO, estando sujeitos, ainda, a taxas de
mecanismos hormonais no seu metabolismo específico durante sua
construção, reconstrução e reabsorção.
35. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL: que compreende os ossos da cabeça, da coluna e da caixa
torácica.
ESQUELETO APENDICULAR
Figura 1: Divisão do esqueleto do cão.
36. Anatomia Animal
ESQUELETO
“Esqueleto é a armação de consistência dura que suporta e
protege os tecidos moles dos animais" (SISSON; GROSSMAN;
GETTY, 1986).
Nos animais vertebrados o esqueleto é interno e, embora existam
peculiaridades em cada espécie, em linhas gerais, nos mamíferos
superiores há uma semelhança muito acentuada.
O esqueleto é composto por ossos e cartilagens e divide-se em:
• Esqueleto axial: que compreende os ossos da cabeça, da coluna e
da caixa torácica;
• Esqueleto apendicular: que compreende os ossos que compõem os
membros torácicos e pélvicos;
• Osso peniano: que compreende o osso peniano.
Figura 1: Divisão do esqueleto do cão.
37.
38.
39.
40.
41.
42. Anatomia Animal
ESQUELETO
OSSOS
São peças de tecido bastante duro e, para fins didáticos, dividem-se em quatro
tipos: ossos longos, chatos, curtos e irregulares.
a) OSSOS LONGOS
Caracterizam-se pela predominância do comprimento em relação à
largura e espessura, bem como por serem cilíndricos e com as
extremidades alargadas.
Servem de coluna de sustentação para o esqueleto do cão.
Ex.: úmero, rádio-ulna, metacarpianos, fêmur, tíbia-fíbula e metatarsianos.
43. Anatomia Animal
ESQUELETO
b) OSSOS CHATOS
São aqueles nos quais predominam duas dimensões em detrimento da
terceira. Têm como função a proteção dos órgãos subjacentes.
Ex.: ossos da calota craniana, gleno (escápula) e o coxal.
c) OSSOS CURTOS
Nos quais não há predominância de nenhum dos diâmetros.
Sua função principal é amortecer choques.
Ex.: ossos do carpo, do tarso e os sesamóides, que se desenvolvem entre os
carpianos, tarsianos e as primeiras falanges, diminuindo o impacto; patela.
44. Anatomia Animal
ESQUELETO
b) OSSOS IRREGULARES
Não têm forma geométrica, são ímpares e se situam geralmente na
linha mediana. Possuem funções variadas e não específicas como os
precedentes. Ex.: vértebras e ossos ímpares do crânio e o temporal;
Alguns ossos não se enquadram bem nessa classificação, como é o caso das
costelas que, em se considerando a sua conformação, podem ser inseridas
em vários desses tipos, mas que, de maneira geral, são classificadas como
ossos alongados.
45.
46. Anatomia Animal
ESQUELETO
CARTILAGENS
São tecidos menos rígidos que os ossos e desempenham várias funções,
tais como: servem de suporte aos tecidos moles; revestem as
superfícies articulares, absorvendo choques e facilitando o
deslizamento; são essenciais para a formação e crescimento dos ossos
longos.
Podem fazer parte do próprio osso (costelas e vômer), contribuir no
seu crescimento (cartilagens de crescimento) ou fazer parte da
formação de determinadas articulações, quer como coxins ou tiras de
ligamento.
47. Anatomia Animal
ESQUELETO
ARTICULAÇÕES
"Articulação constitui a união de dois ou mais ossos ou cartilagens, por
meio de outros tecidos" (SISSON; GROSSMAN; GETTY, 1986).
As peças ósseas conectam-se entre si por pontos chamados articulações, a
fim de permitir a estruturação do esqueleto e a realização dos movimentos
ósseos necessários ao desempenho das funções do organismo.
48. Anatomia Animal
ESQUELETO
ARTICULAÇÕES
São classificadas de acordo com a mobilidade em:
a) ARTICULAÇÕES MÓVEIS
Também chamadas de articulações verdadeiras, permitem amplos
movimentos. São as articulações dos membros como um todo. Ex.:
escápulo-umeral (gleno-umeral para os carnívoros), articulação do cotovelo,
coxo-femoral e articulação do joelho.
49. Anatomia Animal
ESQUELETO
ARTICULAÇÕES
São classificadas de acordo com a mobilidade em:
a) ARTICULAÇÕES SEMIMÓVEIS
Possuem características comuns às anteriores, são constituídas por lâminas
fibro-cartilaginosas e também por ligamentos. Ex.: articulações
intervertebrais.
50. Anatomia Animal
ESQUELETO
ARTICULAÇÕES
São classificadas de acordo com a mobilidade em:
a) ARTICULAÇÕES IMÓVEIS
São articulações unidas por tecido fibroso e/ou cartilaginoso, de forma
que praticamente impedem o movimento. Ex.: suturas cranianas, sínfise
mentoniana e do púbis.
51. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL: que compreende os ossos da cabeça, da coluna e da caixa
torácica;
OSSOS DA CABEÇA
A cabeça constitui a extremidade superior do esqueleto axial e divide-se em
duas partes:
Crânio: formado pelos ossos craniais;
Face (ou focinho): constituída pelos ossos faciais.
As suas funções principais são conter e proteger o encéfalo, os órgãos do
sentido e as terminações superiores do aparelho digestivo e respiratório.
52. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA: Os ossos de importância na interpretação dos padrões
raciais são:
1. OSSOS DO CRÂNIO
Compõem a metade posterior da cabeça, sendo os principais:
1.1. Frontais São dois ossos que se situam na porção anterior do crânio;
articulam-se entre si na linha mediana, formando uma depressão que
continua na junção dos ossos nasais e se denomina sulco naso-frontal.
1.2. Parietais São dois ossos que formam a calota craniana
propriamente dita e que se articulam entre si formando a crista
parietal. Articulam-se na porção anterior com os frontais, na posterior,
com o occipital e, na inferior, com o temporal do lado correspondente.
53. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA
1. OSSOS DO CRÂNIO
1.3. Temporais São dois ossos que constituem a maior parte das laterais
do crânio. Possuem uma projeção óssea, que juntamente com a do osso
zigomático, formam o arco zigomático, que limita externamente a cavidade
orbitária e a da orelha (conduto auditivo).
1.4. Occipital É um osso que constitui a parte posterior do crânio. Possui
uma saliência que se denomina crista nucal, cuja porção mais proeminente
recebe o nome de protuberância occipital, muitas vezes meramente
designada como occipital nos padrões. .
54. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA:
2. OSSOS DA FACE
Compõem a metade anterior da cabeça (cara ou focinho), sendo que os de
interesse são:
2.1. Zigomáticos São dois ossos que concorrem para a formação das cavidades
orbitárias e do arco zigomático. A distância entre os dois pontos mais afastados
dos arcos zigomáticos determina a largura da cabeça.
55. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA:
2. OSSOS DA FACE
2.2. Nasais e Vômer Os nasais são dois ossos de formato estreito e comprido, que
formam a linha superior do focinho. Já o vômer é um osso único que forma o septo
nasal e cuja porção cartilaginosa forma a parte anterior da linha superior do
focinho.
2.3. Maxilar Superior São dois ossos que constituem praticamente todo o focinho.
Formam as fossas nasais e a arcada dentária superior.
2.4. Mandíbula ou Maxilar Inferior Formada por dois ossos que se unem, na parte
anterior, formando o queixo, e, na parte inferior, constituindo a arcada dentária
inferior. A mandíbula articula-se com os ossos temporais, formando a única
articulação móvel da cabeça.
56. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA:
3. DENTES
São órgãos extremamente duros e brancos que, nos canídeos, exercem funções
predatórias e mastigatórias.
3.1. Incisivos (I) Têm forma de cunha e por função a de cortar. São doze, sendo seis
na arcada superior e seis na inferior.
Situam-se entre os caninos e denominam-se:
• Pinças: os centrais;
• Cantos: os próximos aos caninos;
• Médios: os entre os dois acima.
57. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA:
3. DENTES
3.2. Caninos (C) Têm forma cônica alongada (pontiaguda), são ligeiramente
recurvados e têm função predatória. São os dentes mais importantes; em número
de quatro, dois situados na arcada superior e dois na inferior. Situam-se entre os
incisivos e os pré-molares.
3.3. Pré-molares (P) Têm forma de pirâmide achatada; os primeiros ajudam na
apreensão e os últimos na mastigação. São dezesseis no total, sendo oito inseridos
na arcada superior e oito na inferior. Situam-se entre o canino e o 1° molar e
recebem o nome de 1°, 2°, 3° e 4° pré-molares.
58. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA:
3. DENTES
3.4. Molares (M) Alguns têm forma similar aos pré-molares (1° molar inferior),
outros possuem uma face trituradora. Têm função mastigatória. São dez, sendo
quatro na arcada superior e seis na inferior. Situam-se após o 4° pré-molar e
denominam-se 1°, 2° e 3° molares.
Os maiores dentes das arcadas são o 4° P superior e o 1° M inferior, cuja função é
dilaceradora e, por isso, são denominados de carniceiros.
59. Anatomia Animal
OSSOS DA CABEÇA:
3. DENTES
Os cães possuem 42 dentes permanentes, dos quais 20 estão inseridos na arcada
superior, sendo, portanto, 10 em cada semiarcada superior; já na arcada inferior,
são 11 em cada semiarcada, resultando, assim, a seguinte fórmula dentária:
60. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
COLUNA VERTEBRAL
É a parte fundamental do esqueleto, bem como o eixo de estruturação do corpo.
Consiste em uma cadeia de ossos irregulares, ímpares (vértebras) que se estendem
desde o crânio até a extremidade da cauda e possuem mobilidade restrita.
A coluna divide-se em cinco regiões: cervical, torácica, lombar, sacral e
coccígea. As quatro primeiras regiões mantêm entre si uma proporção inalterada,
de forma que, se houver um alongamento da região cervical, por exemplo, ocorrerá
um aumento proporcional nas demais regiões.
61. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
COLUNA VERTEBRAL
Região Cervical Composta por sete vértebras, sendo que a primeira articula-se
com a base do crânio, formando uma articulação móvel; já a sétima possui uma
superfície articular para parte do 1° par de costelas. Geralmente apresenta uma
curvatura na área correspondente às três primeiras vértebras.
Região Torácica ou Dorsal É formada por treze vértebras que se articulam com
as costelas e que constituem a parte superior do tórax. Apresenta uma curvatura
na sua junção com a região cervical.
62. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
COLUNA VERTEBRAL
Região Lombar Constituída por sete vértebras que servem de inserção para a
musculatura dos membros posteriores. Normalmente apresenta uma leve curvatura
dorsal na sua linha superior.
Região Sacral ou Sacro Composta por três vértebras fundidas que se articulam
com os ílios e que apresentam uma conformação curva.
Região Coccígea É formada por um número variável de vértebras de raça para
raça, sendo de vinte a vinte e três vértebras nos cães de cauda longa.
63. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
TÓRAX
É uma “caixa” óssea no interior da qual estão dispostos o coração e os pulmões; sua
parte superior é constituída pela região dorsal da coluna vertebral; a inferior, pelo
esterno; e, lateralmente, pelas costelas
64. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
TÓRAX
COSTELAS
São ossos curvos, alongados, com a extremidade cartilaginosa e dispostos em pares, que
correspondem ao número de vértebras da região torácica, portanto treze.
Os dez primeiros pares articulam-se com duas vértebras de cada vez:
o 1° par articula-se com a 7a vértebra cervical e com a 1a torácica;
o 2° com a 1a e 2a vértebras torácicas, e assim por diante, até o 10° par que se
articula com a 9ª e 10ª vértebras;
já o 11°, 12° e 13° pares articulam-se, respectivamente, com a 11ª, 12ª e 13ª vértebras
torácicas.
65. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
TÓRAX
COSTELAS
A porção inferior das costelas é cartilaginosa e articula-se com o esterno, com
exceção dos quatro últimos pares, que ficam com as extremidades “livres” (ou seja,
não estão coaptadas ao esterno): o 10°, 11° e 12° pares, que constituem as chamadas
costelas falsas; e o 13° par, as denominadas costelas flutuantes.
O arqueamento da caixa torácica é devido ao arqueamento das costelas; já o destas,
à porção cartilaginosa dos ossos.
66. Anatomia Animal
ESQUELETO AXIAL:
TÓRAX
ESTERNO
É um osso composto por oito segmentos e relativamente paralelos ao solo.
Possui uma extremidade anterior conhecida como ponta do peito ou ponta do
esterno, e uma posterior com apêndice xifóide.
67. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO ESQUELETO APENDICULAR
O esqueleto apendicular inclui os ossos que formam as cinturas torácica e
pélvica, bem como os que formam os membros torácico ou anterior e pélvico ou
posterior.
Sobre a incidência de fraturas em cães e gatos, os cães são os
mais acometidos por traumas ortopédicos, observando-se o
membro apendicular como os mais afetados, com a fratura de
fêmur sendo a mais relatada.
ESQUELETO APENDICULAR
74. MEMBRO TORÁCICO: RÁDIO E ULNA
Ossos do antebraço;
O Rádio é maior em mamíferos;
Ulna é maior em aves;
Ulna forma porção principal da articulação do cotovelo com a
parte distal do úmero;
PROCESSO (TUBEROSIDADE) DO OLÉCRANO:
Encontrado em todos os mamíferos;
Proximal e caudal à articulação do cotovelo;
Alavanca para inserção de músculos.
FÓVEA (INCISURA) TROCLEAR:
Superfície articular côncava em forma de meia lua;
Envolve certa parte do côndilo umeral;
Articulação firme;
Possui o PROCESSO ANCÔNEO na extremidade proximal;
Possui os PROCESSOS CORONÓIDES medial e lateral na parte distal.
75. MEMBRO TORÁCICO: RÁDIO E ULNA
Diferença entre as espécies:
Equino:
Parte proximal da Ulna bem
desenvolvida e bem fundida.
Parte distal AUSENTE.
92. ESQUELETO APENDICULAR
CÍNGULO PÉLLVICO
a) Ílio (maior osso); (CI)
b) Ísquio; (CI”)
c) Púbis ( menor osso). (CP)
Acetábulo: formado pelos corpos dos três ossos. (AC):
Forma articulação esferóide com a cabeça do fêmur (articulação
coxofemoral!).
Sínfise pélvica: formada pelas sínfises púbica e isquiática.
Espinha isquiática: formada pelos ossos ílio e ísquio.
Linha arqueada: formada pelos ossos ílio e púbis.
93. ESQUELETO APENDICULAR
O forame obturador (FO): É o espaço circunscrito pelo púbis e ísquio,
apresenta forma elipsoide
CÍNGULO PÉLLVICO
94. ESQUELETO APENDICULAR
Osso da coxa, constituído de corpo e duas extremidades.
A extremidade proximal, ou epífise proximal, consistiu de cabeça (CF), colo
(Cf), trocânter maior (TM) e trocânter menor.
A extremidade distal com côndilos medial (EM) e lateral (EL), com uma fossa
intercondilar (FI) separando os dois côndilos.
FÊMUR
PATELA
A patela tem forma aproximadamente
triangular.
Na face caudal articula-se com a tróclea
do Fêmur (TF).
95.
96. ESQUELETO APENDICULAR
Osso volumoso, que na sua epífise proximal se articula com a epífise distal do
fémur e com a patela.
Apresenta na porção proximal do bordo cranial um relevo ósseo longitudinal,
não articular, chamado crista tibial ou crista da tíbia.
Por fim, na sua epífise distal, a tíbia articula-se com a região társica, através
do astrágalo.
TÍBIA E FÍBULA
FÍBULA
Osso comprido e par.
Localiza-se lateralmente em relação à tíbia e articula-se a esta na sua epífise
proximal.
Esta peça óssea é bem desenvolvida em alguns animais (p.ex. suínos) e
não noutros (p.ex. equinos e ruminantes) podendo não acompanhar a tíbia
até à sua epífise distal
97. ESQUELETO APENDICULAR
Constituída por duas fileiras (proximal e distal) de ossos curtos e
pares.
Os dois ossos da fileira proximal mais volumosos designam-se por
astrágalo (talus) e calcâneo.
O astrágalo articula-se com a tíbia e com o calcâneo.
Na fileira distal encontram-se o osso central (ou navicular ou
escafoide) e os ossos tarsais I a IV.
Em algumas espécies alguns deles estão soldados entre si.
Os ossos do tarso articulam-se entre si e a extremidade distal dos
ossos da fileira distal articula-se com os ossos do metatarso.
TARSO
Número variável de ossos, de acordo com a espécie animal:
Bovinos e ovinos têm 2 ossos metatarsianos fundidos, os equinos
têm 3 metatarsianos (dos quais o central é o mais desenvolvido) e os
suínos 4 (os 2 centrais são os mais desenvolvidos).São ossos
compridos e pares.
METATARSO
98.
99. ESQUELETO APENDICULAR
Através da sua epífise distal, o(s) osso(s) do metatarso articula(m)-se com as falanges proximais.
As proximais articulam-se com as falanges médias, as quais se articulam com as distais.
Tal como acontece na mão, consoante a espécie em estudo assim varia o número de dedos: um
(solípedes) dois (ruminantes) e quatro (suínos).
FALANGES
102. MIOLOGIA
MIOLOGIA
Estudo descritivo do músculo e suas estruturas acessórias que funcionam para movimentar os ossos e as articulações
(contrações);
Mio (músculo) + logia (estudo);
Músculos: são órgãos constituídos por tecido muscular especializados em contrair e relaxar, em resposta a estímulos
nervosos.
Excitabilidade: capacidade de receber e responder a estímulos;
Contratilidade: capacidade de encurtar e espessar (contração);
Extensibilidade: capacidade de distender (extensão);
Elasticidade: Capacidade de retorno a forma original, após a contração ou extensão.
103. MIOLOGIA
MÚSCULOS
Músculos são células que possuem a capacidade de movimentação, que ocorre pela
contração das miofibrilas localizadas no citoplasma da célula muscular;
Células contráteis que executam movimentos, parciais ou gerais, voluntários ou
involuntários.
Nas vísceras os movimentos são denominados PERISTÁLTICOS. Nas glândulas as
contrações dos músculos mioepiteliais promovem a SECREÇÃO GLANDULAR.
104. MIOLOGIA
MÚSCULOS
Origem Mesodérmica
Estruturas caracterizadas pela capacidade de contrair-se, geralmente em resposta a
um impulso nervoso, movimentando os segmentos corpóreos.
FUNÇÕES
LOCOMOÇÃO;
POSICIONAMENTO DO CORPO;
POSTURA;
EQUILÍBRIO;
PROTEÇÃO E SUSTENTAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS INTERNOS;
CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL
CONTROLE DE ATIVIDADES VITAIS: RESPIRAÇÃO, DEGLUTIÇÃO, DEFECAÇÃO, MICÇÃO E PARTO.
105. SISTEMA MUSCULAR
Representa o segmento ATIVADOR DA LOCOMOÇÃO;
1) TECIDO MUSCULAR LISO:
2) TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:
Musculatura esquelética e cardíaca
MIOLOGIA
106. SISTEMA MUSCULAR
Representa o segmento ATIVADOR DA LOCOMOÇÃO;
1) TECIDO MUSCULAR LISO:
Células homogêneas, sem estrias transversais
Único núcleo, que localiza-se no centro da célula
Contrações involuntárias, coordenadas pelo SNA (sistema nervoso
autônomo) Parassimpático.
LOCALIZAÇÃO:
• Paredes das vísceras
• Glândulas exócrinas Mioepiteliais
• Paredes dos vasos
• Olho (Íris - M. ciliar)
• Pelos - músculos eretores dos pêlos.
MIOLOGIA
107. 1) TECIDO MUSCULAR LISO:
MUSCULATURA LISA DO INTESTINO
Esta dispostas em duas camadas:
• Músculo longitudinal externo
• Músculo circular interno
Obs. A musculatura longitudinal externa em algumas espécies se agrupam
formando as taênias. Estão presentes no ceco e no cólon dos equinos e
suínos.
MIOLOGIA
108. 2) TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:
MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO:
Apresentam células com aspecto heterogêneo; com estriações;
Com um ou dois núcleos no centro da célula, controle involuntário, coordenado
pelo SNAP.
Os movimentos cardíacos são: SÍSTOLE (contração), promovendo fechamento
da câmara cardíaca e DIÁSTOLE (relaxamento), promovendo a abertura da
câmara cardíaca.
MIOLOGIA
109. 2) TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:
MUSCULATURA ESQUELÉTICA
Constituem 40% do peso corpóreo;
Apresentam fortes estriações transversais;
São músculos de contração voluntária, sob controle da nossa vontade: SNS
(Sistema Nervoso Simpático);
As células musculares são multinucleadas com estriações e núcleos
periféricos.
MIOLOGIA
111. 2) TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:
MUSCULATURA ESQUELÉTICA
Representa a parte ativa do sistema locomotor;
É altamente vascularizada e inervada por terminações nervosas sensitivas e motoras, as
quais, na sua atividade fisiológica conjunta, formam uma unidade funcional indivisível.
Fornece energia para o movimento dos segmentos esqueléticos, fixando-se sempre em
cartilagens ou em ossos;
Esses músculos também suportam porções corpóreas, conformam a parede torácica e
abdominal, protegem e auxiliam as atividades dos órgãos internos (como musculatura
respiratória e diafragma).
MIOLOGIA
112. 2) TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:
MUSCULATURA ESQUELÉTICA
ESTRUTURA MUSCULAR ESQUELÉTICA
Os músculos são constituídos de três tipos de tecido:
• TECIDO MUSCULAR;
• TECIDO CONJUNTIVO (Fáscias);
• TECIDO TENDÍNEO (tecido conjuntivo denso) – Tendão.
MIOLOGIA
113. 2) TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:
MUSCULATURA ESQUELÉTICA
A célula muscular ou fibra muscular é a menor unidade do músculo esquelético;
A reunião das células formam o tecido muscular;
Cada célula muscular apresenta o citoplasma repleto de miofilamentos ou miofibrilas;
As miofibrilas são constituídas pela união de duas proteínas de alto peso molecular; a actina e a miosina.
O deslizamento dessas proteínas promovem as contrações musculares..
MIOLOGIA
114.
115.
116. UNIDADES MOTORAS:
Conjunto de fibras musculares inervado pela arborização terminal de um único neurônio motor.
CONTRAÇÃO MUSCULAR
120. MUSCULATURA ESQUELÉTICA
TECIDOS TENDÍNEOS
Formam-se pelo aumento de fibras colágenas nas extremidades dos músculos;
Servem para a inserção do músculo ao esqueleto ou a outro músculo;
Nos músculos fusiformes formam os TENDÕES (Quando as extremidades de um músculo possuem um aspecto cilindróide ou de fita);
Nos músculos planos formam as APONEUROSE ou aponevrose.
Ambos são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e praticamente inextensíveis, sendo constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em
fibras colágenas.
MIOLOGIA
122. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS:
AÇÃO:
FLEXOR: diminui o ângulo da articulação;
EXTENSOR: aumenta o ângulo da articulação
ADUTOR: aproxima da linha mediana;
ABDUTOR: afasta da linha mediana;
PRONADOR: gira posteriormente;
SUPINADOR: gira anteriormente
TENSOR: torna rígido;
ESFINCTER. Diminui a luz de uma abertura.
MIOLOGIA
123. ESTIRAMENTO MUSCULAR OU CONTRATURA MUSCULAR:
Ocorre quando um pequeno grupo de fibras se contrai de forma não controlada (espasmo),
causando uma dor bem localizada.
DISTENSÃO
Mais grave, ocorre quando rompe as fibras musculares.
Existem 3 tipos de distensão:
A mais grave e a de terceiro grau, em que todas as fibras do músculo se rompem (o
músculo se parte ao meio).
A distensão de segundo grau, e mais comum, em que apenas algumas fibras se rompem.
Já as distensões de primeiro grau são chamadas de estiramento, que acontecem quando a
quantidade de fibras que se rompem é muito pequena.
MIOLOGIA
124. IMPORTÂNCIA ZOOTÉCNICA:
Avaliação da carcaça;
Estudos de produção animal;
Avaliação de produtividade animal em propriedades rurais;
Melhoramento genético orientado:
Cruzamentos;
Cavalos de tração, atletas, passeio, lida.
MIOLOGIA
127. ANEXOS MUSCULARES:
São órgãos que auxiliam os músculos para um bom
desempenho da sua função.
São:
FÁSCIAS
BOLSA SINOVIAL
BAINHA SINOVIAL
CHECKS LIGAMENTOS
CARTILAGENS E OSSOS SESAMOIDES
POLIAS DE REFLEXÃO
MIOLOGIA
128.
129. MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS
Os músculos INSPIRATÓRIOS, por sua origem, disposição e inserção, movimentam as costelas para a frente e lateralmente,
aumentando assim o tamanho da cavidade torácica.
Os músculos EXPIRATÓRIOS, no entanto, movem as costelas caudal e medialmente, reduzindo assim o tamanho da cavidade
torácica.
O músculo diafragma, que separa as cavidades torácica e abdominal é o músculo inspiratório mais eficaz.
Entre os músculos INSPIRATÓRIOS, além do diafragma, estão inclusos os músculos serrátil dorsal cranial, intercostais
externos, levantadores das costelas e reto do tórax.
No grupo de EXPIRATÓRIOS estão os intercostais internos, serrátil dorsal caudal e transverso do tórax.