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JULHO
2013O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S. Paulo
Signo do Sol
“Mamãe finge que um dia afogou os igarapés na
poça d’água do quintal, onde o cheiro dos cajus
embriaga o sol. E lá criou os particípios passados
para que ninguém a visse soletrar S-a-u-d-a-d-e.
Havia um barulho de flores no cio e o mês
de abril partindo a galope.”
Leia o conto de LUIZ JORGE FERREIRA na p. 5
Limeriques
CIÚMECIÚMECIÚMECIÚMECIÚME
O ciúme não é um bom sentimento
Pois a possessividade é o seu elemento
Afeta a razão
Destrói a emoção
Abala qualquer relacionamento
Este e outros versos de ROBERTO CAETANO MIRAGLIA na p. 3
Viagem de ônibus
“Lá pelas tantas, paramos num posto de
abastecimento e uma funcionária do restaurante
anunciou que haveria um sorteio e
seria oferecido um café da manhã de cortesia
para o passageiro da poltrona indicada.”
O relato de EVANDRO GUIMARÃES DE SOUSA está na p. 6
Saiba tudo sobre a XII Jornada Médico-Literária Paulista - p.7
SÉRGIO P. MARUN
está na p.3
EVANIL P.CAMPOS
está na p. 6
MANLIO M.M.NAPOLI
está na p.4
NELSON JACINTHO
está na p.4
2 O Bandeirante - Julho 2013
Jornal O Bandeirante
ANO XXII - nº. 248 -
JuLho2013
Publicação mensal da Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores -
Regional do Estado de São Paulo
SOBRAMES-SP. Sede: RuaAlves
Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP
Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604
Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes
Salun (MTb 20.405-SP)
Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto
(MTb 17.671-SP).
Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira
Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 –
Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com
Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 99937-6342.
Colaboradores desta edição (textos literários): Antonio
CarlosLimaPompeo,EvandroGuimarãesdeSousa,EvanilPires
de Campos, Luiz Jorge Ferreira, Manlio Mario Marco Napoli,
Nelson Jacintho, Roberto Caetano Miraglia e Sérgio Pelegrini
Marun.
Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de
1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.
Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita
de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira
Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-
Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-
Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro:Aida
Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal
Efetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos
Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky,
Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã.
.
Matérias assinadas são de responsabilidade de seus
autores e não representam, necessariamente, a opinião
da Sobrames-SP
Editores de O Bandeirante
Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994
Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000
Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009
Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009
Roberto A.Aniche e Carlos Augusto F. Galvão - 2010
Josyanne R.A.Franco e CarlosAugusto F.Galvão - 2011-2012
Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - janeiro 2013
Presidentes da Sobrames SP
1º. Flerts Nebó (1988-1990)
2º. Flerts Nebó (1990-1992)
3º. Helio Begliomini (1992-1994)
4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996)
5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)
6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)
7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)
8º. Luiz Giovani (2003-2004)
9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005)
10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)
11º. Helio Begliomini (2007-2008)
12º. Helio Begliomini (2009-2010)
13º.Josyanne Rita deArruda Franco (2011-2012)
14º.Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014)
Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun
Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto
Diagramação Marcos Gimenes Salun
Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica
Expediente Editorial
Josyanne Rita deArruda Franco
Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP
As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem na
terceira quinta-feira de cada mês, a partir das 19h00
na PIZZARIA BONDE PAULISTA
Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo
NESTADATAQUERIDA,
NOSSOSPARABÉNS!
O clamor das ruas ardendo São Paulo e dentro da Pizzaria Bonde Paulista
a intimidade e o aconchego abrasavam corações no consagrado encontro
literário mensal da Sobrames-SP. Sem alienação, é claro, pois o tema
dos manifestos foi conversado em clima de pacífica exposição de ideias,
respeito e seriedade, como tem sido a marca registrada da sociedade.
Participaram visitas ilustres e afetivas, poetas e prosadores queridos e
admirados; algumas ausências, circunstanciais, foram reclamadas. E o
assunto Jornada irmanando aqueles brasileiros sensíveis e solidários
no pensamento de que se faz necessário estreitar laços para construir
grandezas. Portanto, seja bem-vindo: aguardamos sua presença em
Botucatu!
Primeira reunião na nova sede
A diretoria da Sobrames-SP reuniu-se pela primeira vez, no dia 06 de
junho de 2013, em sua nova sede naAssociação Paulista de Medicina,
para onde será transferido, em breve, todo seu acervo que até então vem
sendo guardado esparsamente na residência de diretores e ex-diretores.
O endereço é:Av. Brigadeiro Luis Antonio, 278 - 7º. andar - sala 1. Em
breve,muitasnovidades.
01/07 – Jacyra da Costa Funfas
Nelson Jacintho
11/07 – Luiz Jorge Ferreira
12/07–LigiaTerezinhaPezzuto
17/07 – Mario Name
19/07 – Roberto Caetano
Miraglia
O Bandeirante - Julho 2013 3
Roberto Caetano Miraglia
Limeriques
TEx
VIDA
Entender a vida parece ser complicado
Mas no fundo tudo pode ser explicado
Viva sempre com amor
Tenha Deus como Senhor
Trabalhe, tenha fé e tudo o mais lhe será dado
AMOR
O amor é um sentimento inexplicável
Nos torna forte e ao mesmo tempo vulnerável
Desperta a emoção
Acelera o coração
Proporciona à vida uma felicidade incomparável
FÉ
Ter fé não é só uma questão de inteligência
É algo mais que temos que ter consciência
Nos faz acreditar
Incentiva a perseverar
A conquistar objetivos por nossa própria competência
CIÚME
O ciúme não é um bom sentimento
Pois a possessividade é o seu elemento
Afeta a razão
Destrói a emoção
Abala qualquer relacionamento
TRABALHO
O trabalho é uma dádiva divina
Enobrece o homem e o seu caminho ilumina
Progresso pessoal
Inclusão social
O futuro é você quem determina
PACIÊNCIA
A paciência tem que ser exercitada
Diante das contrariedades, aplicada
Aja com calma
Serene a alma
Pense bem para não decidir de forma precipitada
INVEJA
A inveja é um pecado capital
Sentimento negativo que faz muito mal
Melhor se esforçar
Para tentar superar
Com trabalho e perseverança atingir o ideal
MORTE
A morte não é o fim da vida
Essa tese precisa ser esclarecida
O espírito permanece
A renovação acontece
Prepara-se para uma nova jornada a ser cumprida
E então, olhando aquele momento mágico, em que o Sol se
escondia no horizonte voltei, voltei o tempo, sonhei com a vida que
vivi, e através daquela luz colorida que se apagava, revi amores, e
lembrei-me de momentos e tempos felizes. Oh, quanto sonho e
encantamento trouxeram aquele pôr de sol. Vi através da luz que partia
a vida também partindo, e com ela, levando mágoas e tristezas, mas
deixando vivos, bem vivos, os melhores momentos, os mais felizes
amores, as lembranças mais doces de grandes amigos que ainda hoje
sinto perto da vida.
Este pôr de sol me fez feliz, como fui feliz com você! Este
pôr de sol, me põe a pensar em carícias e beijos. Oh, pôr de sol, prenúncio
do fim de mais um dia, que me leva a tentar também não ir atrás de
novos dias, pois que estes certamente virão e com eles, você, presente,
viva, trazendo a grande felicidade e a alegria do sorriso que me encanta,
em um tempo, sempre. Não, não vá embora, fique aí, mantenha sua luz
viva, ilumina o horizonte e tudo aquilo que ainda resta da vida, dos
sonhos e dos encantamentos. Permita mais, que eu sonhe e mantenha
você aqui bem pertinho, pertinho destes raios que me mantêm iluminado.
Fiquem ai, raios iluminados, não partam, não me deixem só,
que a escuridão da noite me assusta, põe medo, já que com ela não
consigo ver você com a clareza que gosto, podendo perdê-la e não
mais viver os sonhos. O clarão vermelho que aos poucos se apaga é o
sinal de um fim, mas ainda, como que por encanto, com a força dos
seus últimos raios forma linda coroa, e emoldura você.
Triste com aquele entardecer percebo, que a noite não será
tão assustadora, pois que o céu aos poucos vai sendo iluminado por
radiosa e brilhante Lua que surge inteira, enorme, mas enciumada, por
nossas loas ao Sol, veste-se de suas mais lindas cores e coloca-se logo
ali, bem a nossa frente, trazendo ainda consigo lindos e incríveis acordes
de uma sonata, só sua, feita para aquele momento, por mestre da arte
do amor, do encantamento, Beethoven.
O clarão do luar, e aquela sonata que ouço vinda do infinito
me transformam, olho e ao longe a vejo resplandecente toda de branco,
na ponta dos pés, como não querendo fazer ruídos e incomodar, mas
levando a um sonho que envolve, comove e conduz às longas distâncias
percorridas pela vida. Que encantamento, quanta vida e amor este seu
brilho desperta, não, não vá embora fique aqui comigo agora e sempre,
mantenha este sorriso ou me leve com você, pois que a cada instante é
mais clara sua presença e mais sinto apesar das distâncias.
E quando você, lua cheia, também insensível aos nossos apelos
começa fugir, fugir para o horizonte, quase em pânico sentimos perdê-
la, vendo seu brilho se apagar, aos poucos, na imensidão do céu. Esse
brilho, esse encantamento, será eternamente seu.
O nostálgico e lento pôr do sol, o radioso surgimento da
enorme e encantadora lua que depois de envolver e transtornar corações,
também furtiva, lentamente vai embora, deixando espaço para os
primeiros clarões do amanhecer de um dia, que terá e trará outros
encantos, mas não conseguirá, por mais encantos que tenha ou traga,
apagar o que foi marcado nas lembranças dos momentos de amor
sonhados e vividos, em um tempo, de algum lugar.
O pôr do sol,
o clarão
do luar, você
Sérgio Pelegrini Marun
4 O Bandeirante - Julho 2013
Manlio M. M. Napoli
Saudade, idiotismo da língua portuguesa
O vocábulo saudade sempre nos chamou a
atenção, notadamente pela dificuldade em defini-lo.
Durante o curso ginasial, o Professor Rangel, nosso
mestre em português, nos ensinou que, diante de qualquer
dúvida quanto à escrita ou significado de uma palavra,
devíamos recorrer ao velho “pai dos burros”.
Assim pensando, partimos para a pesquisa do
termo saudade. Começamos pelo Pequeno dicionário da
língua portuguesa deAurélio Buarque de Hollanda Ferreira
– 11ª. edição, de 1968; o dicionarista assim definiu o termo:
saudade – substantivo feminino; lembrança triste e suave
de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada
do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; pesar, pela
ausência de alguém que nos é querido; nostalgia.
Vejamos o mesmo vocábulo no Dicionário escolar
da língua portuguesa, de autoria de Francisco da Silveira
Bueno e editado pelo Ministério da Educação e Cultura –
11ª. edição, de 1978: saudade – substantivo feminino;
recordação ao mesmo tempo triste e suave de pessoas
ou coisas distantes ou extintas do desejo de tornar a vê-
las ou possuí-las; pesar pela ausência de alguém que nos
é querido. As definições são semelhantes; teria havido
plágio de um pelo outro, ou ambos teriam copiado de um
dicionarista mais antigo?
Não contente com os achados bibliográficos
anteriores, buscamos o vocábulo no Novo dicionário da
língua portuguesa do próprioAurélio – 2ª. edição, de 1968:
saudade – do latim solitate, através do arcaico soydade,
suydade; substantivo feminino; lembrança nostálgica e,
ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes
ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou
possuí-las; nostalgia.
Ainda não satisfeito, voltamos ao Silveira Bueno,
abeberamo-nos de seus ensinamentos sobre o vocábulo,
no Grande dicionário etimológico-prosódico da língua
portuguesa – 1ª. edição, de 1964: saudade – substantivo,
misto de tristeza e esperança causada pela ausência de
uma pessoa, de um país, dos quais se está distante, privado,
mas com a esperança de ainda revê-los. Latim – solitatem,
com a forma arcaica e clássica soidade, soydade, passando
depois a saudade sob a influência de saudar. A seguir,
Silveira Bueno acrescenta a nota: de comum sentir de
quantos falam a língua portuguesa, esta palavra é a mais
bela do nosso vocabulário porque mais de acordo com
nosso temperamento afetivo. Costuma-se dizer que
nenhuma língua possui vocábulo que corresponda a
saudade. É necessário pensar que somente os indivíduos
de tal ou tal língua materna podem avaliar o significado
intensamente afetivo das palavras de seu idioma natal.
Não é possível que somente o povo português e o brasileiro
sintam, experimentem esse sentimento misto de tristeza e
de esperança que traduzem por saudade.
Todos os demais povos o sentem, experimentam-
-no e o traduzem por outras palavras que, para eles, terão
o mesmo valor afetivo que para nós possui o nosso belo
vocábulo. E por falar em idiotismo. No mesmo dicionário
etimológico-prosódico, Silveira Bueno escreve: idiotismo
– substantivo masculino, fato linguístico ou gramatical
próprio de uma determinada língua. Na origem era apenas
uma forma de linguagem do vulgo que depois entrou na
expressão geral. Era, portanto, uma forma errada, atribuída
à ignorância do povo. Latim – idiotismos; grego –
idiotosmòs.
Em conclusão, o vocábulo saudade, embora seja
um idiotismo de nossa língua, podemos e devemos usá-lo
e dele abusar quando nos referimos a lembranças ou
pensamentos relativos a nossa alma.
A magia do poeta
Ele vive vestido de magia,
Seu andar, recheado de bonança,
Da terra faz brotar a esperança
E o azul da manhã de cada dia...
Seu olhar de ternura inebria,
O afago de seu braço a tudo alcança,
O seu gesto de amor nunca nos cansa,
A oração, frente a Deus, nos extasia...
Ele vive de magia e de encanto,
Tudo vê, tudo sabe, tudo inventa,
Tudo encobre com seu divino manto...
Su’alma não tem nada de avarenta,
Nos dá joias a cada novo canto,
É o elixir da vida que apascenta...
Nelson Jacintho
O Bandeirante - Julho 2013 5
Signo do Sol
Luiz Jorge Ferreira
Após arrumar o fado, as photos, e a música de
Chico Buarque na estante ao lado, mamãe deita para
morrer. Eu fui buscar o mar, puxando-o pela janela
apodrecida da sala e o coloquei ao seu lado. O cheiro de
peixe pregou-se em nós depois de cirandar entre Ursa
Maior e Plutão, quero dizer, avenida Ernestino Borges e
Odilardo Silva.
Mamãe finge que um dia afogou os igarapés na
poça d’água do quintal, onde o cheiro dos cajus embriaga
o sol. E lá criou os particípios passados para que ninguém
a visse soletrar S-a-u-d-a-d-e. Havia um barulho de flores
no cio e o mês de abril partindo a galope.
Hoje durmo nu sob o Equador. Corro anão sob o
céu de Macapá, onde a ruminar com os potros, minh’alma
sorri. Quero juntar-me aos tuíras e tuins. Um mar tolo
foge pelo ontem. Ao longe a chuva chicoteia nos telhados.
Em mim o que chicoteia eu engulo com saliva e afim.
À noite a noite molha minha pele negra com coisas
da noite, sob a luz vesga da lua. Ela uma tola que se
acocora com Cora Coralina. E se intimida com o português
de Pessoa. Sabe que o mar é um punhado de água com
sal. E conta para as gaivotas que contam para minha mãe
que grita: “A bombordo, com o sol!”
Amargo até o último mel, eu dou nó nos nós. Corro
para o pôr do sol cego como um pássaro cego em um voo
cego. Minha mãe salga o olhar no mar, simplesmente só.
Os olhos dos gatos que sobem sobre os escuros a espiam.
Enquanto cansada, cheira o mar que eu trouxe,
ainda sujo de areia. Ela conversa com sereias e outros,
outros. Eu sou para ela a canoa talhada em ossos que ela
fala que deixou na orla das horas, lá atrás. Fadigado por
outros tantos anos. Tantos.
Ouço pisadas espaçadas do tempo na areia de
outrora. São 18h45 e chove, como se fosse a única coisa
tão próxima. Réquiem. 2012, Osasco, tanto de tanto de
2008.
Sétimo Dia. O rastro que o mar deixou espalhado
atraiu as estrelas translúcidas. E os cães abandonados.
Eu fechei as mãos com força e o sangue voltou ao coração
como se de lá nunca houvesse saído.
Esta história aconteceu no início dos anos 1960, época em que frequentávamos o curso científico (atual
colegial) em Mogi-Mirim. Nossa classe tinha aproximadamente trinta alunos, sendo apenas quatro de Mogi-
Guaçu. Um desses conterrâneos, meu vizinho Ty (Tai), pertencia a uma família tradicional de nossa cidade e era
extremamente criativo. É lamentável que usasse tanto talento quase sempre para brincadeiras – nunca foi dos
primeiros alunos, por absoluto desperdício ou mesmo desinteresse. Recordo-me que quando ainda éramos
pequenos, chegaram os primeiros ônibus e caminhões com freios a ar, que faziam um barulho característico
cada vez que os motoristas freavam. O Ty apressou-se a adaptar um freio a ar em seu carrinho de rolimã, que era empurrado ou se
movimentava com velocidade quando descia a íngreme rua da capela. O freio constava de uma bomba de encher pneus de
bicicleta que, quando acionado, fazia um ruído semelhante ao dos ônibus, sem, porém, exercer nenhum efeito. Apesar de não
diminuir a velocidade do pequeno veículo, fez grande sucesso pela inovação.
Voltando àquela fase colegial, esse amigo tinha o hábito de dormir tarde e ficava até altas horas conversando com outros
“boêmios tradicionais” na praça da matriz, onde todos se divertiam e se atualizavam com as mais recentes notícias e fofocas. Numa
dessas noites quentes de final de ano, época em que chovia muito, Ty teve a ideia de fazer chover “excrementos” na cidade. Para
isso, colheu latas de “material” no cano de esgoto principal da cidade (o “bosteiro”, como era conhecido), que desembocava no
rio Graçu, no prolongamento da rua do grupo escolar. Teve um exaustivo trabalho, durante horas daquela noite, para colocar fezes
atrás das maçanetas dos carros (poucos guardavam os veículos em garagens), nas residências e no balcão do açougue (portas
com vãos), nos estofados dos carros e de bares e nos bancos de jardins que, logo pela manhã, estavam cheios de pessoas
aguardando o que fazer. Recolheu-se esperando os acontecimentos...
A cidade amanheceu com um mau cheiro inesquecível. As pessoas ficaram possessas, revoltadas, com suas mãos ou
roupas cheias de excrementos. A investigação para a descoberta do autor ou autores foi exaustiva, e chegou-se à conclusão que
somente alguém como o Ty seria capaz de imaginar e pôr em prática tal brincadeira. Foi intimado a comparecer à delegacia, onde,
sob proteção da família e dos políticos da época, negou sob juramento a autoria do fato. Sua argumentação era simples: “Não
tenho culpa se choveu m... em Guaçu”. Decorridas poucas semanas, inclusive compôs “estrofes” que fizeram sucesso na época:
“Mogi-Guaçu / terra que todo mundo gosta / de dia chove água / de noite chove bosta”. Jamais deixou esta terra. De vez em
quando o encontro, sempre com as mesmas vestes e costumes da época que o transformaram em um “tipo inesquecível”.
O dia que choveu m... em Guaçu
Antonio Carlos Lima Pompeo
6 O Bandeirante - Julho 2013
Viagem de ônibus
Evandro Guimarães de Sousa
Sorriso
Evanil Pires de Campos
Viajar de ônibus pelo interior de Minas Gerais é muito
bom, pois há um clima amistoso entre os passageiros e os
diálogos são muito interessantes.
Na viagem da semana passada, rumo a uma cidade
localizada no Sul de Minas, embarquei em um ônibus do tipo
executivo que apresenta filmes a bordo e oferece fones de
ouvido. Uma das passageiras, antes da partida, dirigiu-se ao
motorista e disse: “Não tô ouvindo nada. Tem esse negócio
pra coisá?” Cuja tradução do mineirês significa: “Dá para
trocar este fone de ouvido”?
Na saída o agradável motorista anunciou: “Bom dia a
todos. Tem água, café e sanitário lá trás.” O que ele não
explicou era que a água estava quente e o café frio.Além disto,
a entrada no WC dependia da força do passageiro, muita
perseverança e controle mental para não sujar as roupas
íntimas, porque a porta estava emperrada.Além disto, não havia
garantia que o angustiado usuário conseguisse sair de lá sem
ajuda externa para abrir a porta. Outro fato curioso é que este
motorista, ciente de suas responsabilidades, após desejar boa
viagem a todos, recomendou: “O uso de cinto de segurança é
obrigatório” e completou: “Quem quiser, pode usar!” E lá
fomos nós, envolvidos por aquela camaradagem entre os
passageiros, pois se escuta as conversas entre eles e nos
celulares que tocam o tempo todo. Lá pelas tantas, paramos
num posto de abastecimento e uma funcionária do restaurante
anunciou que haveria um sorteio e seria oferecido um café da
manhã de cortesia para o passageiro da poltrona indicada. Logo
foi anunciado: “Poltrona 20”. Aquela senhora do fone de
ouvido afirmou: “Tô sentada aqui, mais o meu lugar é no 21”.
“Não tem importância”, respondeu a funcionária. “A senhora
foi escolhida”. Aí ela disse: “Viajo nesta viação há mais de
vinte anos e nunca ganhei nada e agora só um café da manhã!”
Parece que a senhora ficou decepcionada com o convite, pois
deve ter pensado que seria uma simples xícara de café. Porém,
devo registrar que deve ter mudado de ideia, pois quando voltou
para o veículo carregava diversas sacolas com salgadinhos,
refrigerantes, balas e chocolates.
O retorno para São Paulo foi mais tranquilo, poucas
pessoas embarcadas, poucas paradas, silêncio a bordo
permitindo um longo cochilo. Despertei assustado quando uma
passageira berrou no celular: “Mãeee, tô chegando em São
Paulo. Tô passando por baixo do túnel!”
Será que embarquei num ônibus tipo tatuzão? Aquele
equipamento usado para abrir buraco de metrô? Nada disso,
apenas uma questão de interpretação, pois ela queria dizer é
que estava atravessando um túnel. Felizmente, nada mais
aconteceu.
No sentido de evitar problemas, algumas
recomendações são muito importantes durante estas viagens.
Ir ao sanitário antes da partida e um pipibreak na parada
obrigatória, pois não é fácil usar o WC a bordo. Você costuma
acertar tudo, menos o vaso sanitário. Não coma nada durante o
trajeto. Alguns alimentos associados aos solavancos, durante
o percurso, podem gerar reações intestinais incontroláveis. Leve
livro, revista ou jornal e mergulhe na leitura, assim você evitará
o interrogatório interminável do simpático passageiro ao seu
lado. Boa viagem e que São Cristovão nos proteja. Saudações
rodoviárias.
Ato alegre, afetivo e espontâneo
Que emerge e flui de uma alma
Ao sentir e ao encerrar gesto puro
Abre um rico e florido coração
Desperta nas tenras cordas, o amor
Pousa nosso ardor e no sublime
Incita nosso ser à pura nostalgia
Arrebata a ânsia do imo fervoroso
Invoca o desejo de acalentar
Acorda nosso ser no sonhar
Deita nossa esperança no porvir
Desabrocha nosso ser no sorrir
Exalta na face uma suave alegria
Afoga na vida a ferida tristeza
Ao contrair poucas fibras faciais
Liberta na expressão um ar sereno
Aquece o fervor do peito silente
Revela no sorriso o seu rico olhar
Canta e palpita feliz nosso pensar
Derrama em nossa vida dócil emoção
E o sorrir tonifica e clareia a mente
Ao deixar a alma aberta para a visão
Emana no rosto um jeito só natural.
O Bandeirante - Julho 2013 7
Sua participação contempla:
* Três diárias no Primar Plaza Hotel.
* Refeições durante a Jornada (bebidas à parte).
* Coffee Break
* Transporte dentro da cidade
* Passeio Eclusa Barra Bonita com almoço a bordo.
* Sessões Literárias dinâmicas com apresentação
dos trabalhos inscritos.
* Intercâmbio cultural com a Academia Botucatuense de
Letras e Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP).
* Um exemplar dos Anais da Jornada.
*Um exemplar da IX Antologia Paulista
* Certificado de participação
Passeios Opcionais:
* Três Pedras: conjunto de elevações rochosas
que, vistas de longe, assemelham-se a um
“Gigante Adormecido”.
* Museu do Café: preserva a memória da
cultura cafeeira.
* Fazenda Lajeado: remonta ao período dos
coronéis e dos escravos.
Custo do Pacote:
R$1.200,00 por pessoa (cada acompanhante deverá
se inscrever com taxa de idêntico valor)
Forma de Pagamento:
DUAS parcelas de R$ 600,00 (cheques pré-datados
para 30/07 e 30/08 de 2013).
SOLICITEHOJEMESMOSUAFICHADE
INSCRIÇÃODEPARTICIPEDESTE
GRANDEEVENTODASOBRAMES
Solicite por e-mail: marciaetelli@ig.com.br
Dia 26/09/2013 - QUINTA -FEIRA
14h00 - início do Check- in no Primar Plaza Hotel
19h00 - Recepção aos participantes e convidados
19h30 - Abertura Oficial:
Presidente da Sobrames - Dr. Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki
PresidentedaSobramesSãoPaulo–Dra.JosyanneRitadeArrudaFranco
Apresentação das autoridades presentes/ Discurso
20h15- Apresentação do Coral da Prefeitura
21h00- Coquetel no Teatro Municipal de Botucatu
Dia 27/09/2013 - SEXTA -FEIRA
08h15 - Início da 1ª. Sessão Literária:
Apresentação dos textos em Prosa e Poesia
10h15 -10h45 - Coffee Break
Lançamento da IX Antologia Paulista
11h00- Início da 2ª. Sessão Literária:
Apresentação dos textos em Prosa e Poesia
12h30- Almoço no Primar Plaza Hotel
13h45- Início da 3ª. Sessão Literária:
Apresentação de textos em Prosa e Poesia
15h15: Coffee Break
16h00: Início da 4ª. Sessão Literária:
Apresentação de trabalhos em Prosa e Poesia
17h30: Encerramento das sessões
ATIVIDADE NOTURNA:
19h15- Saída para o Teatro Municipal
20h00- Apresentação da Orquestra Sinfônica de Botucatu
21h15- Saída para o restaurante Celeiro
21h30- Jantar no restaurante Celeiro
Dia 28/09/2013 - SÁBADO
08h15 – Fórum da Academia Brasileira de Médicos Escritores
(ABRAMES).
10h00 - Coffee Break
10h30 - Saída para Barra Bonita:
Passeio Eclusa com almoço a bordo.
Confira a programação prévia das Jornadas de Botucatu
ATIVIDADE NOTURNA:
19h45- Saída para o restaurante Sinhô Sinhá
20h15- Apresentação de Conjunto Folclórico Regional
Premiação: entrega do Troféu O Bandeirante aos vencedores
em Prosa e Poesia.
21h00 – Jantar de Confraternização e Encerramento
23h30 – Retorno ao Hotel
Dia 29/09/2013 – DOMINGO
Check-out e translado de Botucatu para o aeroporto de Viracopos
(Campinas) após o café da manhã, de acordo com o interesse e número
de participantes.
CONCURSO LITERÁRIO EM PROSA E POESIA
Julgadores:
Acadêmico Antonio Evaldo Klar (Presidente da Academia
Botucatuense de Letras);
Acadêmico Evanil Pires de Campos;
Acadêmica Maria Amélia Blasi Toledo Pizza e
Acadêmico SebastiãoAvelar Pires.
TROFÉUS:
Serão confeccionados pela artista plástica Eleonora Yoshino.
Embora ainda possam existir ajustes e alterações neste programa básico, o evento está repleto de
atrações imperdíveis. Confira a seguir o que acontecerá nas Jornadas de Botucatu entre 26 e 29
de setembro de 2013.
FATOS & OLHARES
Márcia Etelli Coelho
*Homenagem a autores consagrados:
Pizza Literária de julho
*Jubileu de Prata
“SOBRAMES-SP 25 ANOS”:
Pizza Literária de setembro
*XII Jornada Médico-Literária Paulista
e Jornada Nacional
da Sobrames: dias 26, 27, 28 e
29 de setembro, em Botucatu-SP.
*Lançamento da 9a.
Antologia
Paulista: Jornada de Botucatu.
*Pizza Literária de Natal:
dia 19 de dezembro.
TATIANA BELINKY, IN MEMORIAM
Durante a Pizza Literária, prestamos uma homenagem à grande escritora
de livros infanto-juvenis e crítica literária Tatiana Belinky, falecida no dia
15 de junho. Ela era Sócia Honorária e engrandecia o quadro de
associados da Sobrames-SP com o
prestígio de seu nome e talento.
“ Sou antiga, mas não sou velha, porque dentro de mim continua
vivinha a criança que fui e isto me permite estar em sintonia com
crianças e jovens, com quem procuro repartir minhas curtições de
ontem e de hoje. Meu prêmio maior é saber que meus livros irão para
as mãos das crianças e, se elas sorrirem ou se emocionarem ou ficarem
pensativas, eu ficarei feliz”. (Tatiana Belinky)
“QUEM é QUEM”
Resposta na próxima edição.
Participe desta seção enviando uma
foto sua bem antiga para a redação.
PITAKI EM SAMPA
Alguns sobramistas não conseguiram driblar a manifestação
pública reivindicatória que atravancou a cidade de São Paulo na
noite de 20 de junho, dia da última Pizza Literária.
Mesmo assim, a agradável reunião acolheu Sérgio Pitaki,
presidente da Sobrames Nacional, que relatou com
entusiasmo sua viagem às diversas regionais.
FEIRA DO LIVRO EM RIBEIRÃO PRETO
Nelson Jacintho foi oAutor da Terra homenageado na Feira Nacional do
Livro de Ribeirão Preto 2013 realizado no período de 6 a 16 de junho. Além
de excelente escritor, palestrante e membro de diversas Academias e
Entidades Literárias, Nelson é também diretor de Patrimônio da Orquestra
Sinfônica de Ribeirão Preto, autor da letra do Hino da Orquestra que foi
brilhantemente tocado no encerramento do evento. Detalhes no site:
www.feiradolivroribeirao.com.br
ROBERTO ANTONIO
ANICHE
era o jovem tímido
da edição de JUNHO.
DESAFIO DO MÊS
Diga-nos quem é esta criança,
que hoje tornou-se uma dedicada
e premiada escritora.

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O encanto do pôr do sol e da lua

  • 1. 248248248248248 JULHO 2013O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S. Paulo Signo do Sol “Mamãe finge que um dia afogou os igarapés na poça d’água do quintal, onde o cheiro dos cajus embriaga o sol. E lá criou os particípios passados para que ninguém a visse soletrar S-a-u-d-a-d-e. Havia um barulho de flores no cio e o mês de abril partindo a galope.” Leia o conto de LUIZ JORGE FERREIRA na p. 5 Limeriques CIÚMECIÚMECIÚMECIÚMECIÚME O ciúme não é um bom sentimento Pois a possessividade é o seu elemento Afeta a razão Destrói a emoção Abala qualquer relacionamento Este e outros versos de ROBERTO CAETANO MIRAGLIA na p. 3 Viagem de ônibus “Lá pelas tantas, paramos num posto de abastecimento e uma funcionária do restaurante anunciou que haveria um sorteio e seria oferecido um café da manhã de cortesia para o passageiro da poltrona indicada.” O relato de EVANDRO GUIMARÃES DE SOUSA está na p. 6 Saiba tudo sobre a XII Jornada Médico-Literária Paulista - p.7 SÉRGIO P. MARUN está na p.3 EVANIL P.CAMPOS está na p. 6 MANLIO M.M.NAPOLI está na p.4 NELSON JACINTHO está na p.4
  • 2. 2 O Bandeirante - Julho 2013 Jornal O Bandeirante ANO XXII - nº. 248 - JuLho2013 Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP. Sede: RuaAlves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604 Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 – Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 99937-6342. Colaboradores desta edição (textos literários): Antonio CarlosLimaPompeo,EvandroGuimarãesdeSousa,EvanilPires de Campos, Luiz Jorge Ferreira, Manlio Mario Marco Napoli, Nelson Jacintho, Roberto Caetano Miraglia e Sérgio Pelegrini Marun. Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo- Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro- Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro:Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky, Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã. . Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da Sobrames-SP Editores de O Bandeirante Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994 Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000 Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009 Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009 Roberto A.Aniche e Carlos Augusto F. Galvão - 2010 Josyanne R.A.Franco e CarlosAugusto F.Galvão - 2011-2012 Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - janeiro 2013 Presidentes da Sobrames SP 1º. Flerts Nebó (1988-1990) 2º. Flerts Nebó (1990-1992) 3º. Helio Begliomini (1992-1994) 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996) 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998) 6º. Walter Whitton Harris (1999-2000) 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002) 8º. Luiz Giovani (2003-2004) 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005) 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006) 11º. Helio Begliomini (2007-2008) 12º. Helio Begliomini (2009-2010) 13º.Josyanne Rita deArruda Franco (2011-2012) 14º.Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014) Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto Diagramação Marcos Gimenes Salun Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica Expediente Editorial Josyanne Rita deArruda Franco Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem na terceira quinta-feira de cada mês, a partir das 19h00 na PIZZARIA BONDE PAULISTA Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo NESTADATAQUERIDA, NOSSOSPARABÉNS! O clamor das ruas ardendo São Paulo e dentro da Pizzaria Bonde Paulista a intimidade e o aconchego abrasavam corações no consagrado encontro literário mensal da Sobrames-SP. Sem alienação, é claro, pois o tema dos manifestos foi conversado em clima de pacífica exposição de ideias, respeito e seriedade, como tem sido a marca registrada da sociedade. Participaram visitas ilustres e afetivas, poetas e prosadores queridos e admirados; algumas ausências, circunstanciais, foram reclamadas. E o assunto Jornada irmanando aqueles brasileiros sensíveis e solidários no pensamento de que se faz necessário estreitar laços para construir grandezas. Portanto, seja bem-vindo: aguardamos sua presença em Botucatu! Primeira reunião na nova sede A diretoria da Sobrames-SP reuniu-se pela primeira vez, no dia 06 de junho de 2013, em sua nova sede naAssociação Paulista de Medicina, para onde será transferido, em breve, todo seu acervo que até então vem sendo guardado esparsamente na residência de diretores e ex-diretores. O endereço é:Av. Brigadeiro Luis Antonio, 278 - 7º. andar - sala 1. Em breve,muitasnovidades. 01/07 – Jacyra da Costa Funfas Nelson Jacintho 11/07 – Luiz Jorge Ferreira 12/07–LigiaTerezinhaPezzuto 17/07 – Mario Name 19/07 – Roberto Caetano Miraglia
  • 3. O Bandeirante - Julho 2013 3 Roberto Caetano Miraglia Limeriques TEx VIDA Entender a vida parece ser complicado Mas no fundo tudo pode ser explicado Viva sempre com amor Tenha Deus como Senhor Trabalhe, tenha fé e tudo o mais lhe será dado AMOR O amor é um sentimento inexplicável Nos torna forte e ao mesmo tempo vulnerável Desperta a emoção Acelera o coração Proporciona à vida uma felicidade incomparável FÉ Ter fé não é só uma questão de inteligência É algo mais que temos que ter consciência Nos faz acreditar Incentiva a perseverar A conquistar objetivos por nossa própria competência CIÚME O ciúme não é um bom sentimento Pois a possessividade é o seu elemento Afeta a razão Destrói a emoção Abala qualquer relacionamento TRABALHO O trabalho é uma dádiva divina Enobrece o homem e o seu caminho ilumina Progresso pessoal Inclusão social O futuro é você quem determina PACIÊNCIA A paciência tem que ser exercitada Diante das contrariedades, aplicada Aja com calma Serene a alma Pense bem para não decidir de forma precipitada INVEJA A inveja é um pecado capital Sentimento negativo que faz muito mal Melhor se esforçar Para tentar superar Com trabalho e perseverança atingir o ideal MORTE A morte não é o fim da vida Essa tese precisa ser esclarecida O espírito permanece A renovação acontece Prepara-se para uma nova jornada a ser cumprida E então, olhando aquele momento mágico, em que o Sol se escondia no horizonte voltei, voltei o tempo, sonhei com a vida que vivi, e através daquela luz colorida que se apagava, revi amores, e lembrei-me de momentos e tempos felizes. Oh, quanto sonho e encantamento trouxeram aquele pôr de sol. Vi através da luz que partia a vida também partindo, e com ela, levando mágoas e tristezas, mas deixando vivos, bem vivos, os melhores momentos, os mais felizes amores, as lembranças mais doces de grandes amigos que ainda hoje sinto perto da vida. Este pôr de sol me fez feliz, como fui feliz com você! Este pôr de sol, me põe a pensar em carícias e beijos. Oh, pôr de sol, prenúncio do fim de mais um dia, que me leva a tentar também não ir atrás de novos dias, pois que estes certamente virão e com eles, você, presente, viva, trazendo a grande felicidade e a alegria do sorriso que me encanta, em um tempo, sempre. Não, não vá embora, fique aí, mantenha sua luz viva, ilumina o horizonte e tudo aquilo que ainda resta da vida, dos sonhos e dos encantamentos. Permita mais, que eu sonhe e mantenha você aqui bem pertinho, pertinho destes raios que me mantêm iluminado. Fiquem ai, raios iluminados, não partam, não me deixem só, que a escuridão da noite me assusta, põe medo, já que com ela não consigo ver você com a clareza que gosto, podendo perdê-la e não mais viver os sonhos. O clarão vermelho que aos poucos se apaga é o sinal de um fim, mas ainda, como que por encanto, com a força dos seus últimos raios forma linda coroa, e emoldura você. Triste com aquele entardecer percebo, que a noite não será tão assustadora, pois que o céu aos poucos vai sendo iluminado por radiosa e brilhante Lua que surge inteira, enorme, mas enciumada, por nossas loas ao Sol, veste-se de suas mais lindas cores e coloca-se logo ali, bem a nossa frente, trazendo ainda consigo lindos e incríveis acordes de uma sonata, só sua, feita para aquele momento, por mestre da arte do amor, do encantamento, Beethoven. O clarão do luar, e aquela sonata que ouço vinda do infinito me transformam, olho e ao longe a vejo resplandecente toda de branco, na ponta dos pés, como não querendo fazer ruídos e incomodar, mas levando a um sonho que envolve, comove e conduz às longas distâncias percorridas pela vida. Que encantamento, quanta vida e amor este seu brilho desperta, não, não vá embora fique aqui comigo agora e sempre, mantenha este sorriso ou me leve com você, pois que a cada instante é mais clara sua presença e mais sinto apesar das distâncias. E quando você, lua cheia, também insensível aos nossos apelos começa fugir, fugir para o horizonte, quase em pânico sentimos perdê- la, vendo seu brilho se apagar, aos poucos, na imensidão do céu. Esse brilho, esse encantamento, será eternamente seu. O nostálgico e lento pôr do sol, o radioso surgimento da enorme e encantadora lua que depois de envolver e transtornar corações, também furtiva, lentamente vai embora, deixando espaço para os primeiros clarões do amanhecer de um dia, que terá e trará outros encantos, mas não conseguirá, por mais encantos que tenha ou traga, apagar o que foi marcado nas lembranças dos momentos de amor sonhados e vividos, em um tempo, de algum lugar. O pôr do sol, o clarão do luar, você Sérgio Pelegrini Marun
  • 4. 4 O Bandeirante - Julho 2013 Manlio M. M. Napoli Saudade, idiotismo da língua portuguesa O vocábulo saudade sempre nos chamou a atenção, notadamente pela dificuldade em defini-lo. Durante o curso ginasial, o Professor Rangel, nosso mestre em português, nos ensinou que, diante de qualquer dúvida quanto à escrita ou significado de uma palavra, devíamos recorrer ao velho “pai dos burros”. Assim pensando, partimos para a pesquisa do termo saudade. Começamos pelo Pequeno dicionário da língua portuguesa deAurélio Buarque de Hollanda Ferreira – 11ª. edição, de 1968; o dicionarista assim definiu o termo: saudade – substantivo feminino; lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; pesar, pela ausência de alguém que nos é querido; nostalgia. Vejamos o mesmo vocábulo no Dicionário escolar da língua portuguesa, de autoria de Francisco da Silveira Bueno e editado pelo Ministério da Educação e Cultura – 11ª. edição, de 1978: saudade – substantivo feminino; recordação ao mesmo tempo triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas do desejo de tornar a vê- las ou possuí-las; pesar pela ausência de alguém que nos é querido. As definições são semelhantes; teria havido plágio de um pelo outro, ou ambos teriam copiado de um dicionarista mais antigo? Não contente com os achados bibliográficos anteriores, buscamos o vocábulo no Novo dicionário da língua portuguesa do próprioAurélio – 2ª. edição, de 1968: saudade – do latim solitate, através do arcaico soydade, suydade; substantivo feminino; lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia. Ainda não satisfeito, voltamos ao Silveira Bueno, abeberamo-nos de seus ensinamentos sobre o vocábulo, no Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa – 1ª. edição, de 1964: saudade – substantivo, misto de tristeza e esperança causada pela ausência de uma pessoa, de um país, dos quais se está distante, privado, mas com a esperança de ainda revê-los. Latim – solitatem, com a forma arcaica e clássica soidade, soydade, passando depois a saudade sob a influência de saudar. A seguir, Silveira Bueno acrescenta a nota: de comum sentir de quantos falam a língua portuguesa, esta palavra é a mais bela do nosso vocabulário porque mais de acordo com nosso temperamento afetivo. Costuma-se dizer que nenhuma língua possui vocábulo que corresponda a saudade. É necessário pensar que somente os indivíduos de tal ou tal língua materna podem avaliar o significado intensamente afetivo das palavras de seu idioma natal. Não é possível que somente o povo português e o brasileiro sintam, experimentem esse sentimento misto de tristeza e de esperança que traduzem por saudade. Todos os demais povos o sentem, experimentam- -no e o traduzem por outras palavras que, para eles, terão o mesmo valor afetivo que para nós possui o nosso belo vocábulo. E por falar em idiotismo. No mesmo dicionário etimológico-prosódico, Silveira Bueno escreve: idiotismo – substantivo masculino, fato linguístico ou gramatical próprio de uma determinada língua. Na origem era apenas uma forma de linguagem do vulgo que depois entrou na expressão geral. Era, portanto, uma forma errada, atribuída à ignorância do povo. Latim – idiotismos; grego – idiotosmòs. Em conclusão, o vocábulo saudade, embora seja um idiotismo de nossa língua, podemos e devemos usá-lo e dele abusar quando nos referimos a lembranças ou pensamentos relativos a nossa alma. A magia do poeta Ele vive vestido de magia, Seu andar, recheado de bonança, Da terra faz brotar a esperança E o azul da manhã de cada dia... Seu olhar de ternura inebria, O afago de seu braço a tudo alcança, O seu gesto de amor nunca nos cansa, A oração, frente a Deus, nos extasia... Ele vive de magia e de encanto, Tudo vê, tudo sabe, tudo inventa, Tudo encobre com seu divino manto... Su’alma não tem nada de avarenta, Nos dá joias a cada novo canto, É o elixir da vida que apascenta... Nelson Jacintho
  • 5. O Bandeirante - Julho 2013 5 Signo do Sol Luiz Jorge Ferreira Após arrumar o fado, as photos, e a música de Chico Buarque na estante ao lado, mamãe deita para morrer. Eu fui buscar o mar, puxando-o pela janela apodrecida da sala e o coloquei ao seu lado. O cheiro de peixe pregou-se em nós depois de cirandar entre Ursa Maior e Plutão, quero dizer, avenida Ernestino Borges e Odilardo Silva. Mamãe finge que um dia afogou os igarapés na poça d’água do quintal, onde o cheiro dos cajus embriaga o sol. E lá criou os particípios passados para que ninguém a visse soletrar S-a-u-d-a-d-e. Havia um barulho de flores no cio e o mês de abril partindo a galope. Hoje durmo nu sob o Equador. Corro anão sob o céu de Macapá, onde a ruminar com os potros, minh’alma sorri. Quero juntar-me aos tuíras e tuins. Um mar tolo foge pelo ontem. Ao longe a chuva chicoteia nos telhados. Em mim o que chicoteia eu engulo com saliva e afim. À noite a noite molha minha pele negra com coisas da noite, sob a luz vesga da lua. Ela uma tola que se acocora com Cora Coralina. E se intimida com o português de Pessoa. Sabe que o mar é um punhado de água com sal. E conta para as gaivotas que contam para minha mãe que grita: “A bombordo, com o sol!” Amargo até o último mel, eu dou nó nos nós. Corro para o pôr do sol cego como um pássaro cego em um voo cego. Minha mãe salga o olhar no mar, simplesmente só. Os olhos dos gatos que sobem sobre os escuros a espiam. Enquanto cansada, cheira o mar que eu trouxe, ainda sujo de areia. Ela conversa com sereias e outros, outros. Eu sou para ela a canoa talhada em ossos que ela fala que deixou na orla das horas, lá atrás. Fadigado por outros tantos anos. Tantos. Ouço pisadas espaçadas do tempo na areia de outrora. São 18h45 e chove, como se fosse a única coisa tão próxima. Réquiem. 2012, Osasco, tanto de tanto de 2008. Sétimo Dia. O rastro que o mar deixou espalhado atraiu as estrelas translúcidas. E os cães abandonados. Eu fechei as mãos com força e o sangue voltou ao coração como se de lá nunca houvesse saído. Esta história aconteceu no início dos anos 1960, época em que frequentávamos o curso científico (atual colegial) em Mogi-Mirim. Nossa classe tinha aproximadamente trinta alunos, sendo apenas quatro de Mogi- Guaçu. Um desses conterrâneos, meu vizinho Ty (Tai), pertencia a uma família tradicional de nossa cidade e era extremamente criativo. É lamentável que usasse tanto talento quase sempre para brincadeiras – nunca foi dos primeiros alunos, por absoluto desperdício ou mesmo desinteresse. Recordo-me que quando ainda éramos pequenos, chegaram os primeiros ônibus e caminhões com freios a ar, que faziam um barulho característico cada vez que os motoristas freavam. O Ty apressou-se a adaptar um freio a ar em seu carrinho de rolimã, que era empurrado ou se movimentava com velocidade quando descia a íngreme rua da capela. O freio constava de uma bomba de encher pneus de bicicleta que, quando acionado, fazia um ruído semelhante ao dos ônibus, sem, porém, exercer nenhum efeito. Apesar de não diminuir a velocidade do pequeno veículo, fez grande sucesso pela inovação. Voltando àquela fase colegial, esse amigo tinha o hábito de dormir tarde e ficava até altas horas conversando com outros “boêmios tradicionais” na praça da matriz, onde todos se divertiam e se atualizavam com as mais recentes notícias e fofocas. Numa dessas noites quentes de final de ano, época em que chovia muito, Ty teve a ideia de fazer chover “excrementos” na cidade. Para isso, colheu latas de “material” no cano de esgoto principal da cidade (o “bosteiro”, como era conhecido), que desembocava no rio Graçu, no prolongamento da rua do grupo escolar. Teve um exaustivo trabalho, durante horas daquela noite, para colocar fezes atrás das maçanetas dos carros (poucos guardavam os veículos em garagens), nas residências e no balcão do açougue (portas com vãos), nos estofados dos carros e de bares e nos bancos de jardins que, logo pela manhã, estavam cheios de pessoas aguardando o que fazer. Recolheu-se esperando os acontecimentos... A cidade amanheceu com um mau cheiro inesquecível. As pessoas ficaram possessas, revoltadas, com suas mãos ou roupas cheias de excrementos. A investigação para a descoberta do autor ou autores foi exaustiva, e chegou-se à conclusão que somente alguém como o Ty seria capaz de imaginar e pôr em prática tal brincadeira. Foi intimado a comparecer à delegacia, onde, sob proteção da família e dos políticos da época, negou sob juramento a autoria do fato. Sua argumentação era simples: “Não tenho culpa se choveu m... em Guaçu”. Decorridas poucas semanas, inclusive compôs “estrofes” que fizeram sucesso na época: “Mogi-Guaçu / terra que todo mundo gosta / de dia chove água / de noite chove bosta”. Jamais deixou esta terra. De vez em quando o encontro, sempre com as mesmas vestes e costumes da época que o transformaram em um “tipo inesquecível”. O dia que choveu m... em Guaçu Antonio Carlos Lima Pompeo
  • 6. 6 O Bandeirante - Julho 2013 Viagem de ônibus Evandro Guimarães de Sousa Sorriso Evanil Pires de Campos Viajar de ônibus pelo interior de Minas Gerais é muito bom, pois há um clima amistoso entre os passageiros e os diálogos são muito interessantes. Na viagem da semana passada, rumo a uma cidade localizada no Sul de Minas, embarquei em um ônibus do tipo executivo que apresenta filmes a bordo e oferece fones de ouvido. Uma das passageiras, antes da partida, dirigiu-se ao motorista e disse: “Não tô ouvindo nada. Tem esse negócio pra coisá?” Cuja tradução do mineirês significa: “Dá para trocar este fone de ouvido”? Na saída o agradável motorista anunciou: “Bom dia a todos. Tem água, café e sanitário lá trás.” O que ele não explicou era que a água estava quente e o café frio.Além disto, a entrada no WC dependia da força do passageiro, muita perseverança e controle mental para não sujar as roupas íntimas, porque a porta estava emperrada.Além disto, não havia garantia que o angustiado usuário conseguisse sair de lá sem ajuda externa para abrir a porta. Outro fato curioso é que este motorista, ciente de suas responsabilidades, após desejar boa viagem a todos, recomendou: “O uso de cinto de segurança é obrigatório” e completou: “Quem quiser, pode usar!” E lá fomos nós, envolvidos por aquela camaradagem entre os passageiros, pois se escuta as conversas entre eles e nos celulares que tocam o tempo todo. Lá pelas tantas, paramos num posto de abastecimento e uma funcionária do restaurante anunciou que haveria um sorteio e seria oferecido um café da manhã de cortesia para o passageiro da poltrona indicada. Logo foi anunciado: “Poltrona 20”. Aquela senhora do fone de ouvido afirmou: “Tô sentada aqui, mais o meu lugar é no 21”. “Não tem importância”, respondeu a funcionária. “A senhora foi escolhida”. Aí ela disse: “Viajo nesta viação há mais de vinte anos e nunca ganhei nada e agora só um café da manhã!” Parece que a senhora ficou decepcionada com o convite, pois deve ter pensado que seria uma simples xícara de café. Porém, devo registrar que deve ter mudado de ideia, pois quando voltou para o veículo carregava diversas sacolas com salgadinhos, refrigerantes, balas e chocolates. O retorno para São Paulo foi mais tranquilo, poucas pessoas embarcadas, poucas paradas, silêncio a bordo permitindo um longo cochilo. Despertei assustado quando uma passageira berrou no celular: “Mãeee, tô chegando em São Paulo. Tô passando por baixo do túnel!” Será que embarquei num ônibus tipo tatuzão? Aquele equipamento usado para abrir buraco de metrô? Nada disso, apenas uma questão de interpretação, pois ela queria dizer é que estava atravessando um túnel. Felizmente, nada mais aconteceu. No sentido de evitar problemas, algumas recomendações são muito importantes durante estas viagens. Ir ao sanitário antes da partida e um pipibreak na parada obrigatória, pois não é fácil usar o WC a bordo. Você costuma acertar tudo, menos o vaso sanitário. Não coma nada durante o trajeto. Alguns alimentos associados aos solavancos, durante o percurso, podem gerar reações intestinais incontroláveis. Leve livro, revista ou jornal e mergulhe na leitura, assim você evitará o interrogatório interminável do simpático passageiro ao seu lado. Boa viagem e que São Cristovão nos proteja. Saudações rodoviárias. Ato alegre, afetivo e espontâneo Que emerge e flui de uma alma Ao sentir e ao encerrar gesto puro Abre um rico e florido coração Desperta nas tenras cordas, o amor Pousa nosso ardor e no sublime Incita nosso ser à pura nostalgia Arrebata a ânsia do imo fervoroso Invoca o desejo de acalentar Acorda nosso ser no sonhar Deita nossa esperança no porvir Desabrocha nosso ser no sorrir Exalta na face uma suave alegria Afoga na vida a ferida tristeza Ao contrair poucas fibras faciais Liberta na expressão um ar sereno Aquece o fervor do peito silente Revela no sorriso o seu rico olhar Canta e palpita feliz nosso pensar Derrama em nossa vida dócil emoção E o sorrir tonifica e clareia a mente Ao deixar a alma aberta para a visão Emana no rosto um jeito só natural.
  • 7. O Bandeirante - Julho 2013 7 Sua participação contempla: * Três diárias no Primar Plaza Hotel. * Refeições durante a Jornada (bebidas à parte). * Coffee Break * Transporte dentro da cidade * Passeio Eclusa Barra Bonita com almoço a bordo. * Sessões Literárias dinâmicas com apresentação dos trabalhos inscritos. * Intercâmbio cultural com a Academia Botucatuense de Letras e Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP). * Um exemplar dos Anais da Jornada. *Um exemplar da IX Antologia Paulista * Certificado de participação Passeios Opcionais: * Três Pedras: conjunto de elevações rochosas que, vistas de longe, assemelham-se a um “Gigante Adormecido”. * Museu do Café: preserva a memória da cultura cafeeira. * Fazenda Lajeado: remonta ao período dos coronéis e dos escravos. Custo do Pacote: R$1.200,00 por pessoa (cada acompanhante deverá se inscrever com taxa de idêntico valor) Forma de Pagamento: DUAS parcelas de R$ 600,00 (cheques pré-datados para 30/07 e 30/08 de 2013). SOLICITEHOJEMESMOSUAFICHADE INSCRIÇÃODEPARTICIPEDESTE GRANDEEVENTODASOBRAMES Solicite por e-mail: marciaetelli@ig.com.br Dia 26/09/2013 - QUINTA -FEIRA 14h00 - início do Check- in no Primar Plaza Hotel 19h00 - Recepção aos participantes e convidados 19h30 - Abertura Oficial: Presidente da Sobrames - Dr. Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki PresidentedaSobramesSãoPaulo–Dra.JosyanneRitadeArrudaFranco Apresentação das autoridades presentes/ Discurso 20h15- Apresentação do Coral da Prefeitura 21h00- Coquetel no Teatro Municipal de Botucatu Dia 27/09/2013 - SEXTA -FEIRA 08h15 - Início da 1ª. Sessão Literária: Apresentação dos textos em Prosa e Poesia 10h15 -10h45 - Coffee Break Lançamento da IX Antologia Paulista 11h00- Início da 2ª. Sessão Literária: Apresentação dos textos em Prosa e Poesia 12h30- Almoço no Primar Plaza Hotel 13h45- Início da 3ª. Sessão Literária: Apresentação de textos em Prosa e Poesia 15h15: Coffee Break 16h00: Início da 4ª. Sessão Literária: Apresentação de trabalhos em Prosa e Poesia 17h30: Encerramento das sessões ATIVIDADE NOTURNA: 19h15- Saída para o Teatro Municipal 20h00- Apresentação da Orquestra Sinfônica de Botucatu 21h15- Saída para o restaurante Celeiro 21h30- Jantar no restaurante Celeiro Dia 28/09/2013 - SÁBADO 08h15 – Fórum da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES). 10h00 - Coffee Break 10h30 - Saída para Barra Bonita: Passeio Eclusa com almoço a bordo. Confira a programação prévia das Jornadas de Botucatu ATIVIDADE NOTURNA: 19h45- Saída para o restaurante Sinhô Sinhá 20h15- Apresentação de Conjunto Folclórico Regional Premiação: entrega do Troféu O Bandeirante aos vencedores em Prosa e Poesia. 21h00 – Jantar de Confraternização e Encerramento 23h30 – Retorno ao Hotel Dia 29/09/2013 – DOMINGO Check-out e translado de Botucatu para o aeroporto de Viracopos (Campinas) após o café da manhã, de acordo com o interesse e número de participantes. CONCURSO LITERÁRIO EM PROSA E POESIA Julgadores: Acadêmico Antonio Evaldo Klar (Presidente da Academia Botucatuense de Letras); Acadêmico Evanil Pires de Campos; Acadêmica Maria Amélia Blasi Toledo Pizza e Acadêmico SebastiãoAvelar Pires. TROFÉUS: Serão confeccionados pela artista plástica Eleonora Yoshino. Embora ainda possam existir ajustes e alterações neste programa básico, o evento está repleto de atrações imperdíveis. Confira a seguir o que acontecerá nas Jornadas de Botucatu entre 26 e 29 de setembro de 2013.
  • 8. FATOS & OLHARES Márcia Etelli Coelho *Homenagem a autores consagrados: Pizza Literária de julho *Jubileu de Prata “SOBRAMES-SP 25 ANOS”: Pizza Literária de setembro *XII Jornada Médico-Literária Paulista e Jornada Nacional da Sobrames: dias 26, 27, 28 e 29 de setembro, em Botucatu-SP. *Lançamento da 9a. Antologia Paulista: Jornada de Botucatu. *Pizza Literária de Natal: dia 19 de dezembro. TATIANA BELINKY, IN MEMORIAM Durante a Pizza Literária, prestamos uma homenagem à grande escritora de livros infanto-juvenis e crítica literária Tatiana Belinky, falecida no dia 15 de junho. Ela era Sócia Honorária e engrandecia o quadro de associados da Sobrames-SP com o prestígio de seu nome e talento. “ Sou antiga, mas não sou velha, porque dentro de mim continua vivinha a criança que fui e isto me permite estar em sintonia com crianças e jovens, com quem procuro repartir minhas curtições de ontem e de hoje. Meu prêmio maior é saber que meus livros irão para as mãos das crianças e, se elas sorrirem ou se emocionarem ou ficarem pensativas, eu ficarei feliz”. (Tatiana Belinky) “QUEM é QUEM” Resposta na próxima edição. Participe desta seção enviando uma foto sua bem antiga para a redação. PITAKI EM SAMPA Alguns sobramistas não conseguiram driblar a manifestação pública reivindicatória que atravancou a cidade de São Paulo na noite de 20 de junho, dia da última Pizza Literária. Mesmo assim, a agradável reunião acolheu Sérgio Pitaki, presidente da Sobrames Nacional, que relatou com entusiasmo sua viagem às diversas regionais. FEIRA DO LIVRO EM RIBEIRÃO PRETO Nelson Jacintho foi oAutor da Terra homenageado na Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto 2013 realizado no período de 6 a 16 de junho. Além de excelente escritor, palestrante e membro de diversas Academias e Entidades Literárias, Nelson é também diretor de Patrimônio da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, autor da letra do Hino da Orquestra que foi brilhantemente tocado no encerramento do evento. Detalhes no site: www.feiradolivroribeirao.com.br ROBERTO ANTONIO ANICHE era o jovem tímido da edição de JUNHO. DESAFIO DO MÊS Diga-nos quem é esta criança, que hoje tornou-se uma dedicada e premiada escritora.