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METAMODERNISMO
               Prof. Robertson Kircher
Termo, que em poesia, se refere ao processo de contextualização
crítica do ato criativo e composicional do texto, de modo a gera uma
atmosfera informativa que é metalinguagem dos símbolos culturais
envolvidos.
Para Philadelpho Menezes, o Metamodernismo é “uma ação crítica
diante do fazer poético e sua dimensão é a do presente”. Para Jayro
Luna, o Metamodernismo é “a estratégia de referenciação da obra
criada no processo evolutivo da poética”.
O Metamodernismo é, pois, uma estratégia dialógica de ação
contínua de questionamento sobre o fazer poético, neste sentido,
todas as características das escolas literárias do passado e todas as
tendências do presente se tornam elementos estratégicos de
composição mediante um plano de contextualização do poema a ser
composto.
biblioteca nacional

A Criança Abandonada
O Doutor Coppelius
Vamos Com Ele
Senhorita Primavera
Código Civil Brasileiro
A arte de ganhar no bicho
O Orador Popular
O Pólo em Chamas
No poema “Biblioteca Nacional” de Oswald de Andrade, composto no
Modernismo, ele apresenta características interessantes para a
compreensão da atitude metamoderna.
Os nomes de livros formam os versos e ao mesmo dão uma dimensão
imagética da acumulação de títulos, numa crítica à cultura mosaico ou
de massa, popularesca, fragmentada e alienante.
O poeta na estratégia utilizada de composição, quebra a previsibilidade
do leitor, ao mesmo tempo que institui a forma da composição como
elemento significativo de compreensão intrínseco ao poema.
Claramente: o mais prático dos sóis,     Num Monumento à Aspirina
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,     João Cabral de Melo Neto
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
a toda hora em que se necessita dele
levanta e vem (sempre num claro dia):
acende, para secar a aniagem da alma,
quará-la, em linhos de um meio-dia.
*
Convergem: a aparência e os efeitos
da lente do comprimido de aspirina:
o acabamento esmerado desse cristal,
polido a esmeril e repolido a lima,
prefigura o clima onde ele faz viver
e o cartesiano de tudo nesse clima.
De outro lado, porque lente interna,
de uso interno, por detrás da retina,
não serve exclusivamente para o olho
a lente, ou o comprimido de aspirina:
ela reenfoca, para o corpo inteiro,
o borroso de ao redor, e o reafina.
Num processo com bases fono-estilísticas, JCMN compõe
um poema em que a letra “o” se distribui no poema como
alegoria fonética da própria aspirina se dissolvendo no
líquido do copo:
Claramente: o mais prático dos sóis
A palavra “sol” que já abre o verso seguinte, tem a
sibilização da dissolução da aspirina no líquido, e tem o ‘l’
final da liquefação.
A atitude metamoderna é aqui metalinguística e se
contextualiza na utilização de um ícone da cultura de
massa – a aspirina, remédio para as dores somatizadas
do cotidiano estressante – num processo fono-estilístico.
VIVA   A    FRANÇA!
ELE DORME NO SEU
PEQUENO LEITO DE SOL
DADO MEU POETA     R
E        S         S
U                  S
C                   I
T                  A
D                  O
A questão da espacialização formal do poema na página,
conquista decisiva das vanguardas poéticas do início do
século XX, do Modernismo e com mais amplitude da poesia
concreta e visual.
No poema de Guillaume Apollinaire, se apresenta
Metamoderno na estratégia de unir não apenas a forma do
poema ao significado simbólico do arco do triunfo em Paris,
mas na ação fono-estilística de simbolizar o nascimento do
Sol, visto pelo ângulo do arco do triunfo com a suspensão
isolada de uma consoante, “s”, de Soleil no centro do arco.
As letras da escrita poética....
Para o poeta Metamoderno, todas as escritas, todas
as formas de verbalização fazem parte de
possibilidades de escritura poética, sua utilização
depende essencialmente da estratégia construída em
função de uma contextualização de propostas
dialogizantes entre o projeto poético e a cultura da
sociedade em que se insere.
Assim, Haroldo de Campos, Fenollosa, Pound, entre
outros souberam no âmbito dos movimentos e
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Concretismo), construir estratégias e processos de
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Metamodernismo: estratégias poéticas

  • 1. METAMODERNISMO Prof. Robertson Kircher Termo, que em poesia, se refere ao processo de contextualização crítica do ato criativo e composicional do texto, de modo a gera uma atmosfera informativa que é metalinguagem dos símbolos culturais envolvidos. Para Philadelpho Menezes, o Metamodernismo é “uma ação crítica diante do fazer poético e sua dimensão é a do presente”. Para Jayro Luna, o Metamodernismo é “a estratégia de referenciação da obra criada no processo evolutivo da poética”. O Metamodernismo é, pois, uma estratégia dialógica de ação contínua de questionamento sobre o fazer poético, neste sentido, todas as características das escolas literárias do passado e todas as tendências do presente se tornam elementos estratégicos de composição mediante um plano de contextualização do poema a ser composto.
  • 2. biblioteca nacional A Criança Abandonada O Doutor Coppelius Vamos Com Ele Senhorita Primavera Código Civil Brasileiro A arte de ganhar no bicho O Orador Popular O Pólo em Chamas
  • 3. No poema “Biblioteca Nacional” de Oswald de Andrade, composto no Modernismo, ele apresenta características interessantes para a compreensão da atitude metamoderna. Os nomes de livros formam os versos e ao mesmo dão uma dimensão imagética da acumulação de títulos, numa crítica à cultura mosaico ou de massa, popularesca, fragmentada e alienante. O poeta na estratégia utilizada de composição, quebra a previsibilidade do leitor, ao mesmo tempo que institui a forma da composição como elemento significativo de compreensão intrínseco ao poema.
  • 4. Claramente: o mais prático dos sóis, Num Monumento à Aspirina o sol de um comprimido de aspirina: de emprego fácil, portátil e barato, João Cabral de Melo Neto compacto de sol na lápide sucinta. Principalmente porque, sol artificial, que nada limita a funcionar de dia, que a noite não expulsa, cada noite, sol imune às leis de meteorologia, a toda hora em que se necessita dele levanta e vem (sempre num claro dia): acende, para secar a aniagem da alma, quará-la, em linhos de um meio-dia. * Convergem: a aparência e os efeitos da lente do comprimido de aspirina: o acabamento esmerado desse cristal, polido a esmeril e repolido a lima, prefigura o clima onde ele faz viver e o cartesiano de tudo nesse clima. De outro lado, porque lente interna, de uso interno, por detrás da retina, não serve exclusivamente para o olho a lente, ou o comprimido de aspirina: ela reenfoca, para o corpo inteiro, o borroso de ao redor, e o reafina.
  • 5. Num processo com bases fono-estilísticas, JCMN compõe um poema em que a letra “o” se distribui no poema como alegoria fonética da própria aspirina se dissolvendo no líquido do copo: Claramente: o mais prático dos sóis A palavra “sol” que já abre o verso seguinte, tem a sibilização da dissolução da aspirina no líquido, e tem o ‘l’ final da liquefação. A atitude metamoderna é aqui metalinguística e se contextualiza na utilização de um ícone da cultura de massa – a aspirina, remédio para as dores somatizadas do cotidiano estressante – num processo fono-estilístico.
  • 6. VIVA A FRANÇA! ELE DORME NO SEU PEQUENO LEITO DE SOL DADO MEU POETA R E S S U S C I T A D O
  • 7. A questão da espacialização formal do poema na página, conquista decisiva das vanguardas poéticas do início do século XX, do Modernismo e com mais amplitude da poesia concreta e visual. No poema de Guillaume Apollinaire, se apresenta Metamoderno na estratégia de unir não apenas a forma do poema ao significado simbólico do arco do triunfo em Paris, mas na ação fono-estilística de simbolizar o nascimento do Sol, visto pelo ângulo do arco do triunfo com a suspensão isolada de uma consoante, “s”, de Soleil no centro do arco.
  • 8. As letras da escrita poética....
  • 9. Para o poeta Metamoderno, todas as escritas, todas as formas de verbalização fazem parte de possibilidades de escritura poética, sua utilização depende essencialmente da estratégia construída em função de uma contextualização de propostas dialogizantes entre o projeto poético e a cultura da sociedade em que se insere. Assim, Haroldo de Campos, Fenollosa, Pound, entre outros souberam no âmbito dos movimentos e tendências que trabalharam (Modernismo, Concretismo), construir estratégias e processos de característica metamoderna.