O documento descreve a origem e evolução das principais religiões mundiais. Ele explica como a escrita permitiu que os povos registrassem seus mitos e crenças sagradas. Também discute o surgimento do monoteísmo no zoroastrismo e judaísmo e como isso influenciou o cristianismo e o islamismo. Finalmente, resume a disseminação dessas religiões e seu domínio por milênios.
1. A escritura do Sagrado e o
nascimento das religiões
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2. A escritura do Sagrado
O advento da escrita permitiu
ao Homem escrever seu
sagrado, seus mitos, suas
normas , suas leis.
Hieróglifo egípcio em papiro
Manuscrito hebraico
Epístola de Paulo
escrita em grego
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3. A escritura do Sagrado
Etimologia
Escritura:
Termo grego graphai que significa livro.
Bíblia, vem do gregos byblos, que quer dizer papiro, o
material preponderantemente usado para a escritura.
O termo passou a designar o material em que se escrevia,
mais diretamente a escritura em seu conjunto, o livro.
Na tradição judaica, e depois, na cristã, em que vigoram
as referências a seus “livros” por excelência, revelados
ou divinamente inspirados e por isso sagrados e
venerados, o termo adquiriu significado técnico.
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4. Etimologia
Religião:
Tem-se como religare, do latim.
Mas, um conceito ou origem renovadores muda esse
entendimento básico.
Se somos seres renováveis e evolucionistas biológica
e espiritualmente, como, de fato, acreditamos ser, é
admissível que tanto quanto o corpo necessita de
alimento, também necessitam de alimento o
intelecto e, mais ainda, a alma.
A religião seria a prática realimentadora da alma, a
sua ponte de conexão ao sagrado.
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5. Urbanização e
institucionalização da religião
O processo civilizatório não é fruto de
um evento, mas da re-elaboração
contínua das criações e trocas
humanas.
Desde que urbanizou-se, o homem
abriu o processo de civilização, que
nunca parou, e com ele vieram as
religiões enquanto instituições,
porém num tempo um pouco
anterior à Era Cristã (750 a.C).
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6. O sagrado vai para o altar
Mas, como sentimento de conexão com o
sagrado, ela surgiu junto com o
deslumbramento e a obediência do
homem em relação às forças superiores a
ele.
Já sob a supervisão das estruturas oficiais
religiosas, o homem foi tolhido em sua
conexão antes associada ao totem, à
árvore, à montanha, etc.
A partir daí, para conectar-se ao Sagrado,
ele precisava adentrar ao templo, onde
exclusivamente o Sagrado estava
presente.
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7. Religião e Estado
Cabe, pois, entender:
as ordens ou instituições que
acabaram sendo chamadas de
religiões ou igrejas, na verdade,
deveriam ser entendidas como
organizações estruturais
conjugadas ao estado e a outras
atividades culturais, destinadas a
nivelar crenças e ritos prestados
às divindades.
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8. A aurora do monoteísmo
O persa Zoroastro (700 a.C) delineou o
primeiro vislumbre de um deus único
– Ahura Mazda, Senhor da Sabedoria –
porém circundado por seis outras
figuras radiantes secundárias: o céu
estava sob o Domínio; a água sob a
Totalidade; a terra sob a Devoção; as
plantas sob a Imortalidade; os animais
sob o Bom Pensamento; o homem foi
colocado sob os cuidados do próprio
Ahura Mazda.
Trouxe um poderoso antagonista na
figura de Angra Mainyu, o espírito da
destruição, de onde os cristãos
herdarem seu diabo.
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9. Enfim, Jeová
A terra conhecida por Canaã (hoje podendo
incluir-se Israel, Jordânia, Líbano,
(Palestina) litoral e centro da Síria) –
passou a ser habitada também pelos
hebreus, posteriormente chamados de
judeus ou israelitas que, com Abrahão, seu
patriarca, trouxeram a figura de um deus
tutelar, rudimento de monoteísmo,
centrado no tetragrama
YHWH, JHVH, JHWH e YHVH
na verdade abreviatura de uma frase:
Yod Hey Vod Hey.
(Eu Sou o Que Sou)
De onde nos vêm os nomes Javé e Jeová.
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10. É dessa época (1000-200a.C) a produção dos escritos
que hoje se conhece por Torá ou Bíblia Judaica ou
Antigo Testamento, onde o monoteísmo é instituído.
“Antes de mim, Deus nenhum se formou, e depois de
mim nenhum haverá... Eu sou Deus; também de
hoje em diante, eu o sou”.
(Isaías (600 a.C.), 43, 10-13)
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11. O judaísmo
O advento desse reino de Deus sobre a terra culminará
com a época messiânica, com observância da Lei,
condensada nos Dez Mandamentos.
Em geral o judaísmo permanece fiel a esses
fundamentos ético-religiosos.
Desta forte tradição nascem duas religiões que se
tornam as maiores do planeta.
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O ensinamento fundamental do judaísmo como
religião é o monoteísmo ético, transmitido às
religiões herdeiras.
Deus é concebido como onipresente, criador do
universo, com poder de intervir tanto na natureza
como na história.
12. O Cristianismo
Por “cristianismo” se entende o conjunto de igrejas,
comunidades, seitas e grupos, assim como de idéias
e concepções, que se referem à doutrina de Jesus de
Nazaré.
(há cerca de 2000 anos).
Assim, o “cristianismo” é, junto com outras religiões,
como o islamismo e o budismo, uma religião
historicamente fundada no tempo e é remetida à
ação de um fundador.
Em comum com o judaísmo tem a fé em um Deus
único, distanciando-se deste na medida em que
reconhece Jesus como o Cristo (ungido), o Filho de
Deus, de natureza divina, e não um messias terreno
que viria para restaurar uma monarquia na terra.
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13. O Cristo
Jesus tinha preferência em pregar ao
ar livre, na montanha, na praia,
nos jardins.
Praticava em suas pregações curas e
exorcismos (desobsessões).
Tinha preferência pelos pobres, de
todas as etnias.
Mantinha uma liberdade em
relação às instituições, ao poder
judaico (classe sacerdotal) e poder
romano, representado pelo prefeito
Pôncio Pilatos, o que o levou a
condenação por blasfêmia (judeus)
e insurreição política (romanos).
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14. O Cristianismo primitivo
O evangelho (Boa Nova), de Jesus, transformado em
escrituras pelos Apóstolos e conhecido como Novo
Testamento, anunciam as mensagens do Cristo.
Ensinava por parábolas:
que o Reino de Deus não é deste mundo;
que devemos amar a Deus e aos outros como a nós
mesmos;
que o homem deveria transformar-se nascendo de
novo;
que devemos desenvolver virtudes como o perdão,
a simplicidade, a caridade, a humildade, a
mansidão.
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15. O cristianismo romano
O que chega aos nossos dias é, na verdade, o
Catolicismo instituído no século IV, em Nicéia:
a crença na Trindade;
Jesus é simultaneamente divino e humano;
a salvação é possível através da intervenção de
Jesus;
Jesus Cristo foi concebido de forma virginal, foi
crucificado, ressuscitou, ascendeu ao céu e virá de
novo à Terra;
a remissão dos pecados é possível através do
batismo, da penitência e do arrependimento;
os mortos ressuscitarão.
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16. Uma igreja para Roma
O Império Romano chamou a si a organização de uma
Igreja Católica Apostólica Romana.
Criou um papado universal com sede em Roma.
Instituiu um colégio de cardeais.
Nomeou bispos e padres com financiamento
governamental durante 16 séculos e mais.
Quando cessou o financiamento oficial, exigiu de seus
membros o celibato.
Transformou-se na maior organização religiosa do
Ocidente e de boa parte do Oriente.
Não sem crises, perseguições, execuções e cisões.
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17. O Islamismo
O islamismo data dos 10 últimos anos de vida do
profeta Maomé (632 d.C).
Os escritos sagrados contém a revelação feita por Alá
a Maomé por um espírito ou anjo identificado como
Gabriel.
Portanto, Maomé é o mediador e anunciador da
revelação de Deus aos homens.
O Islã, termo que, em árabe, significa “submissão (a
Alá, seu Deus)”, do qual deriva também o nome
muçulmano, é, ao mesmo tempo, uma tradição
religiosa, uma civilização e, como dizem os
muçulmanos, “um modo de vida completo”.
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18. O Islamismo
A doutrina do Islã, através do Alcorão,
caracteriza-se pela simplicidade:
para atingir a salvação basta acreditar num
único Deus (Alá) – teocentrismo radical;
orar cinco vezes por dia;
submeter-se ao jejum anual no mês do
Ramadã;
pagar dádivas rituais; e
efetuar, se possível, uma peregrinação à
cidade de Meca.
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19. A expansão do islamismo
Depois da morte do profeta, a liderança
espiritual e política dos muçulmanos foi
assumida por uma sucessão de califas, ou
“representantes” de Maomé.
Na Idade Média, tal como o “cristianismo”, o
islamismo expandiu-se juntamente com a
progressão do Império Árabe, dando
origem a invasões, guerras e ocupações.
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20. Hegemonia
Durante mais de um milênio, estas religiões
cristalizaram-se em poder espiritual e
secular e dominaram a maior parte do
planeta.
À margem de suas influências, porém, pelo
lado de fora das sinagogas, mosteiros,
mesquitas e seminários haviam místicos,
oráculos, alquimistas, bruxos, adivinhos,
pitonisas, curandeiros e benzedores ao
redor do mundo...
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21. O absolutismo do poder religioso
Estas tradições ocidentais culminaram
por colocar sob o comando eclesial o
poder sobre a economia, a arte, a
política, a ciência e as demais
atividades culturais.
Aquilo que estivesse à margem do
controle eclesial ou em oposição a ele,
era declarado proscrito, excomungado
ou condenado por heresia.
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22. O sagrado e o conhecimento
A nova realidade religiosa ocidental mudava o
que para os homens foi verdade durante
milênios.
O sentir profundo foi substituído pela obediência
tácita aos dogmas.
O sentir sagrado estava sob o poder do sacerdote,
que não era médium, bebia nas escrituras.
O conhecimento também estava nas escrituras,
onde estava a “verdade” de Deus.
Aquele que mediunizasse ou discordasse do
conhecimento “oficial”, era candidato à
excomunhão e, não raro à fogueira.
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23. (Mais ao Oriente)
Ainda antes da era atual, no Oriente prosperavam
várias correntes de fé.
Budismo (Sidartha Gautama – 560-480 a.C),
doutrina monoteísta pela qual as almas são
fragmentos do todo (Brahman) e reencarnam até
se livrarem do carma.
Taoísmo (Lao Tsé – sec. VI a.C), doutrina que
identifica uma força universal como harmonia do
mundo da qual todas as coisas são criadas,
embora não seja um Deus pessoal.
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24. O sagrado no mundo
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Distribuição das religiões no mundo
25. Para aprofundar o saber:
ALVES, Rubem. O que é religião. São Paulo: Brasiliense: 1981.
Durant Will. “História da Filosofia” (em português). Tradução:
Luiz Carlos do Nascimento Silva. Editora Nova Cultural.
CAMPBELL, Joseph. As máscaras de Deus: Mitologia
Primitiva. São Paulo: Palas Athena, 2008.
CAMPBELL, Joseph. As máscaras de Deus: Mitologia
Oriental. São Paulo:Palas Athena, 2008.
CAMPBELL, Joseph. As máscaras de Deus: Mitologia
Ocidental. São Paulo:Palas Athena, 2008.
Gaarder, Jostein. “O Livro das Religiões”, Cia. das Letras, SP
SCARPI, Paolo. História das religiões. Hedra, SP. 2004.
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