O documento discute obsessões e suas causas. A maioria dos casos de alienação mental são causados por espíritos maus que obsidiam as pessoas. A humanidade aumenta as oportunidades para a atividade obsessora através do descaso espiritual. Há falta de espíritos capacitados para lidar com obsessões devido à complexidade do problema e à necessidade de preparo especializado, como cursos sobre anatomia e fisiologia, para tratar das vítimas. A remoção forçada do obsessor não resolve o problema se a reforma íntima da vítima ou do
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ESCLARECIMENTOS DE
RAMATIS
CAPÍTULO 24
A obsessão, suas causas e efeitos
PERGUNTA: — Não há exagero na afirmativa de que as
criaturas vítimas de alienação mental não passam, em sua
maioria, de obsidiadas por espíritos maus?
RAMATIS: — Uma das questões mais dolorosas e de
difícil solução para os espíritos benfeitores é justamente a
referente à obsessão, pois não há número suficiente de
espíritos adestrados para solucionar completamente esse
problema tão complexo. A humanidade terrícola, por vez,
aumenta assustadoramente as oportunidades delituosas, o
que ainda auxilia a execranda atividade obsessora das enti-
dades trevosas, sobre a Crosta.
Não há exagero em se afirmar que a maior porcenta-
gem de alienações, no mundo terreno, ainda é fruto das
forças destrutivas e obsessoras, muitíssimo favorecidas pelo
descaso evangélico do próprio homem. Afora os casos
naturais, de lesões cerebrais, todas as alienações de ordem
mental se originam diretamente do desequilíbrio da própria
alma. Toda alma desequilibrada se torna um repasto fácil
para os desencarnados viciosos e vingativos, que agem
ardilosamente do astral inferior.
Os obsessores tanto agem por sua conta própria, exer-
cendo suas vinganças e explorando os incautos terrenos,
como também desempenham encargos e “missões” vingati-
vas, em serviço alheio, aceitando a função execrável de ins-
trumentos de desforras de outros. Esses espíritos malfeito-
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res revezam-se em suas próprias crueldades e vinganças,
num trabalho recíproco, organizado e incessante, que exer-
cem do Além sobre os encarnados, contra os quais tramam
as mais hábeis artimanhas diabólicas, através da orientação
técnica e experimentação dos veteranos.
PERGUNTA: — Por que há falta de espíritos capacitados
para atenderem aos casos de obsessões? Porventura, seria
preciso no Astral algum curso especializado ou de preparo
técnico para o êxito desse mister?
RAMATIS: — Se as próprias organizações diabólicas, do
astral inferior, disciplinam a sua ação nefasta e possuem
cursos que ministram ensinamentos astuciosos, preparando
espíritos sagazes para o domínio e a exploração das criatu-
ras débeis de vontade e escravas das paixões animais, por
que o serviço do bem, que ainda é mais complexo e deli-
cado, também não deveria possuir as suas instituições ade-
quadas, para melhor êxito de sua ação?
PERGUNTA: — Esses cursos supervisionados pelos espí-
ritos benfeitores são algo parecidos com os sistemas ou méto-
dos usados nas escolas terrenas? Podeis nos dar algum
esclarecimento a respeito?
RAMATIS: — São cursos de estudos inteligentíssimos e
incessantemente progressivos, baseados no conhecimento
avançado da anatomia e fisiologia do corpo humano e
sobre as mais sutis manifestações do sistema nervoso e
endócrino, a fim de se conhecerem todas as vulnerabilida-
des e os efeitos orgânicos que resultam nas vítimas das
obsessões. Os espíritos que se devotam à cura de obsidia-
dos tanto precisam conhecer a natureza das emissões mag-
néticas que podem beneficiar as vítimas das obsessões,
como também as energias venenosas produzidas por esse
processo vil durante o mórbido entrelaçamento entre o
cérebro perispiritual e o cérebro físico.
Esses cursos, esquematizados por geniais cientistas
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3. siderais, requerem almas corajosas e de vontade bastante
desenvolvida, que aliem ainda a estas qualidades excepcio-
nais os mais elevados sentimentos de bondade, tolerância,
e pureza de intenções. Em face dessas exigências funda-
mentais, torna-se dificílimo conseguir-se o número suficien-
te de equipes especializadas para neutralizarem definitiva-
mente a nefasta ação dos Espíritos vingativos sobre os
encarnados. É serviço de vulto, que já teria desanimado
completamente outras criaturas que não possuíssem o
heroísmo e a perseverança das almas benfeitoras das comu-
nidades superiores. Quase nada se pode fazer quando
tanto os desencarnados como os próprios encarnados se
enleiam perigosamente nas malhas de suas paixões dene-
gridas, permanecendo durante séculos a se vingarem reci-
procamente, manietados à mútua expiação obsessiva e
atravessando existência por existência nessa dolorosa e
execrável flagelação. E assim o detestável círculo vicioso
prossegue; ora, os que assumem a figura de algozes e vin-
gadores exploram suas vítimas, certos de sua desforra: ora,
estas se compensam sugando até a última gota as forças
vitais e psíquicas dos desafetos do passado!
PERGUNTA: — Mas se houvesse número suficiente de
técnicos ou de servidores para atender aos casos de obses-
sões, solucionar-se-ia imediatamente esse problema tão
doloroso, no Além?
RAMATIS: — Ele não seria solucionado de modo tão
rápido, porque muitas das vítimas e dos algozes que se
acham mútua e obsessivamente enredados pelos laços do
ódio e da vingança, ainda requerem alguns lustros para que
então se efetue a sua libertação espiritual. Embora a Lei
Cármica — que disciplina todas as ações de causa e efeito
para a Ventura Espiritual — tenha uma técnica e seja um
processo inflexível na sua execução, são as próprias almas
culposas que marcam realmente o seu tempo de funciona-
mento, para a devida retificação psíquica. É de lei sideral
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que, aquilo que for atado na Terra, também nesta deverá
ser desatado!
Os mentores e os técnicos espirituais não podem inter-
vir e violentar drasticamente esse círculo vicioso de mútua
obsessão entre os terrícolas, ainda incapazes da humildade
e do perdão, e que o reforçam com a vaidade, o orgulho,
o ódio, a crueldade e a vingança, distanciados, como estão,
da terapêutica evangélica criada por Jesus. Considerando-
se que o obsessor e o obsidiado são dois enfermos que se
digladiam mutuamente em terrível crise de amargura gera-
da pelo ódio ou pela vingança, é óbvio que o tratamento
mais eficaz exige que sejam drenados os tóxicos que lhes
corroem a intimidade psíquica, para que depois se possa
substituí-los pelo bálsamo abençoado que provém do amor
e do perdão.
PERGUNTA: — Mas já temos comprovado algumas
curas de obsessões, graças a trabalhos realizados por falan-
ges de silvícolas e africanos, que empregam para esse fim
um sistema vigoroso e decididamente corretivo. Em alguns
casos, devido apenas à realização de dois ou três desses tra-
balhos, foram afastados obsessores renitentes que, havia
alguns anos, desafiavam os recursos comuns das doutrina-
ções! O aproveitamento dessas “tropas de choque”, no Além,
não poderia resolver a maior parte dos casos de obsessões,
reduzindo a vultosidade de tão angustioso e complexo pro-
blema?
RAMATIS: — É prematura qualquer intervenção com-
pulsória no mecanismo da obsessão, sem que haja sido ini-
ciada a reforma íntima e espiritual, ou do obsessor ou do
obsidiado, pois isso seria o mesmo que tentar afastar as
moscas de um prato com mel que está ao seu alcance. A
retirada obrigatória do espírito obsessor, de junto de sua
vítima, não resolve problemas obscuros, cujas raízes
podem estar fixadas há muitos séculos, num passado reple-
to de tropelias e crueldades recíprocas! Esse processo mais
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