Rio tem 7.500 milicianos segundo sindicato de vigilantes
1. 01/03/2016 Jornal do Brasil Rio Rio já tem cerca de 7.500 milicianos, diz Sindicato dos Vigilantes
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06/06/2008 às 00h08 Atualizada em 24/10/2011 às 23h47
Rio já tem cerca de 7.500 milicianos, diz Sindicato dos
Vigilantes
Terçafeira, 1 de março de 2016
Jornal do Brasil
Renata Victal, Jornal do Brasil
RIO ‐ O número é espantoso: 150 mil pessoas trabalham, no Estado do Rio, como seguranças particulares
sem qualquer tipo de registro, protegidos pelo anonimato. Mas o susto não pára por aqui. Além de terem
liberdade para agir nas barbas da polícia e, em caso de problemas, fugirem sem serem identificados,
parte dos clandestinos que tomam as ruas da cidade cerca de 7.500 pessoas , passou a trabalhar para as
milícias. Trocando em miúdos, o Rio teria hoje, aproximadamente, o equivalente a um miliciano para
cinco PMs o efetivo da Polícia Militar é de 39 mil homens. A denúncia é do presidente do Sindicato dos
Vigilantes do Estado, Fernando Bandeira.
Temos quase 50 mil vigilantes legalizados, registrados na Polícia Federal, e que a cada dois anos passam
por qualificação, treinamento e têm suas fichas corridas checadas explica Bandeira. Mas há um batalhão
de homens que trabalha de forma irregular, e esse é o grande perigo. Para cada vigilante profissional,
existem outros três atuando na clandestinidade. Cerca de 5% deles são informantes de milícias e
representam um perigo para toda a sociedade. Já sabemos de alguns casos em Copacabana, Ipanema e
Centro da cidade. Eles estão se espalhando por toda parte.
Acordos velados
Segundo ele, muitas empresas estão abrindo mão dos gastos com seguranças legalizados para pagar taxas
a milícias locais. Ele lembra ainda o caso de seguranças que trabalhavam de forma ilegal no
supermercado Carrefour de Jacarepaguá e que torturam duas mulheres moradoras da Cidade de Deus,
que foram acusadas de roubo.
Temos perseguido os supermercados e grandes lojas que abriram mão do trabalho de vigilância legal diz
Bandeira. Eles alegam que possuem fiscais de lojas, mas sabemos que os homens agem mesmo como
seguranças. O caso do Carrefour foi emblemático e as mulheres foram torturadas na favela. O que há na
verdade são acordos velados.
Na avaliação de Bandeira, não é mais possível fechar os olhos para a realidade. É preciso intervir, fazer
uma força‐tarefa entre Ministério da Justiça e as polícias federal, militar e civil:
É preciso exigir a legalização desse trabalho, fiscalizar, fichar as pessoas, saber quem são. Não dá para
fingir que o problema não existe, fechar os olhos. Não adianta ir para a favela combater a milícia. Isso
deve começar nas ruas. Para bandeira, por trás dos coletes escritos Apoio podem estar marginais.
São os casos onde há um assalto e um pedestre simplesmente reage e mata o bandido. Em todos esses
episódios, o pedestre justiceiro sempre acaba fugindo diz
Rio