A polícia prendeu Ratinho, um dos acusados de torturar e matar o jornalista Tim Lopes. Ratinho foi preso dormindo em uma casa no Complexo do Alemão. Ele havia fugido da prisão em novembro do ano passado após 21 dias detido. Apenas Elias Maluco, líder do tráfico, permanece foragido.
Época - Polícia prende Ratinho, um dos acusados de torturar e matar o jornalista Tim Lopes
1. 01/03/2016 Época EDG ARTIGO IMPRIMIR Polícia prende Ratinho, um dos acusados de torturar e matar o jornalista Tim Lopes
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Polícia prende Ratinho, um dos acusados de torturar
e matar o jornalista Tim Lopes
PAULO CARVALHO,FÁBIO GUSMÃO E RENATA VICTAL, DO EXTRA
Policiais do 16º BPM (Olaria) prenderam, no Complexo do Alemão, o traficante Ratinho, um
dos homens mais importantes da quadrilha do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias
Maluco, acusado do assassinato do jornalista Tim Lopes. Ratinho teria sido preso
dormindo numa casa.
O comandante da PM, coronel Francisco Braz vai apresentar o traficante no o batalhão de
Olaria.
Preso depois de ter sido filmado por Tim Lopes limpando um fuzil na Favela da Grota, no
Complexo do Alemão, no conhecido "Feirão das drogas", Renato Souza de Paula, o
Ratinho, conseguiu a liberdade saindo pela porta da frente da Casa de Custódia Jorge
Santana, em Bangu, no dia 1º de novembro do ano passado, após uma rebelião.
Sua fuga só foi descoberta por policiais militares que administram a cadeia dois dias
depois. Ele passou apenas 21 dias atrás das grades.
Também esta manhã, policiais do 7º BPM (São Gonçalo) voltaram a fazer uma incursão no
bairro Almerinda, onde estaria escondido Elias Maluco, o único dos acusados da morte do
jornalista ainda foragido.
Segundo o tenentecoronel Ricardo Furtado, os policiais foram checar denúncia sobre um
novo esconderijo do traficante no mesmo bairro, que não foi confirmada.
Na sextafeira, Elias Maluco teria fugido de um cerco montado por policiais da 78ª DP
(Fonseca) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
O jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, desapareceu no dia 2 de junho passado, na Vila
Cruzeiro, na Penha. Ele estava na favela para fazer uma reportagem sobre um baile funk
onde, segundo denúncias de moradores, havia tráfico de drogas e exploração sexual de
menores. Em 9 de junho, as suspeitas se confirmaram: o chefe de Polícia Civil, Zaqueu
Teixeira, informou que Tim fora mesmo assassinado por traficantes uma semana antes.
Dois bandidos da quadrilha de Elias Maluco que haviam sido presos naquele dia contaram
como foi o crime.
De acordo com eles, o jornalista estava num bar próximo ao lugar onde era realizado o
baile funk quando foi abordado por André da Cruz Barbosa, o André Capeta, e Maurício de
Lima Bastos, o Boizinho. Ao revistarem o repórter, eles encontraram a microcâmera e, por
meio de rádio, avisaram a Elias Maluco.
Tim Lopes foi então espancado e, para não escapar, baleado nos pés. Depois, foi levado,
com as mãos amarradas, para a vizinha Favela da Grota, no Complexo do Alemão. No alto
do morro, Elias Maluco, Boizinho, André Capeta e Renato Souza Lopes, o Ratinho,
julgaramno e decidiram executálo. Tim foi assassinado, a golpes de espada, pelo próprio
Elias Maluco. Em seguida, seu corpo foi queimado.
Boizinho foi morto numa troca de tiros com policiais civis no dia 8 de agosto em Vigário
Geral. André Capeta morreu no dia 13 com um tiro na cabeça na Vila Cruzeiro, na Penha.
Há quatro hipóteses para a morte do bandido, mas a polícia diz que há fortes indícios de
suicídio.
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