20 encontrados em regime de escravidão em fazenda no RJ
1. 01/03/2016 Folha de S.Paulo Brasil profundo: Inspeção encontra 20 em regime de escravidão em fazenda perto do Rio 09/02/2004
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São Paulo, segundafeira, 09 de fevereiro de 2004
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BRASIL PROFUNDO
Fazendeiro está desaparecido há 15 dias
Inspeção encontra 20 em regime de
escravidão em fazenda perto do Rio
RENATA VICTAL
FREELANCE PARA A FOLHA
O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação civil
pública contra o fazendeiro Pedro Pitta Neto, acusado de
manter pelo menos 20 trabalhadores em regime de
escravidão na fazenda Gavião, em Cantagalo (a 180 km do
Rio, na região serrana).
Na última sexta, durante uma blitz na fazenda, o Ministério
Público e policiais militares constataram que os
trabalhadores vivem em condições precárias e recebem
menos de um salário mínimo.
Segundo o procurador Wilson Prudente, alguns dos
alojamentos não possuem janelas e têm telhas quebradas.
Sem água potável e energia, os trabalhadores comem sobras
de alimentos.
Segundo Prudente, os trabalhadores continuaram na fazenda
mesmo depois da blitz, porque não tinham para onde ir.
O fazendeiro está desaparecido há 15 dias. Ele já responde a
uma ação criminal sob acusação de maustratos aos
trabalhadores. Nessa ação foi concedido o mandado de busca
na fazenda. Agora Prudente entrou com a ação civil pública,
solicitando o seqüestro dos bens de Pitta Neto e pedindo a
relação de quem trabalhou na fazenda nos últimos dois anos,
com quitação dos créditos trabalhistas.
Na nova ação, o procurador pede uma indenização por danos
morais genéricos no valor de R$ 3 milhões, a serem
revertidos para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
O pedido já foi encaminhado à Justiça Federal.
O procurador espera receber denúncias anônimas para
chegar ao fazendeiro. O telefone do Ministério Público é
0/xx/21/32122000.
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