O documento discute as sequelas e a reabilitação cardiopulmonar após a Covid-19. Pacientes com casos graves desenvolvem fibrose pulmonar, lesões cardíacas e neurológicas. A reabilitação visa melhorar a função pulmonar e muscular, aliviar sintomas e restaurar a qualidade de vida através de exercícios aeróbicos, força e alongamento individualizados.
3. RESUMO
A doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) é uma doença, cujas manifestações moderadas e
graves exigem internação com oxigenoterapia e ventilação mecânica prolongada com grave perda
muscular periférica e consequentemente da capacidade funcional.
Objetivo: Avaliar e identificar o impacto da reabilitação cardiopulmonar na fase ambulatorial em pacientes
após contaminação pelo SARS-CoV-2 (Severe acute respiratory syndrome coronavirus
As manifestações graves acometem de 31% a 67% dos pacientes internados e estes podem evoluir com a
síndrome do desconforto respiratório agudo,
caracterizada por hipoxemia grave, necessidade de oxigenoterapia, suporte ventilatório e equipe
habilitada para os cuidados dos pacientes graves.
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9. RESUMO
A perda funcional decorrente das complicações com fraqueza muscular global e neuropatias,
mostram a necessidade de acompanhamento médico e reabilitação cardiopulmonar (RCP).
Estudos iniciais demonstram esta intervenção como capaz de melhorar a capacidade
funcional, qualidade de vida e prognóstico
As sequelas pulmonares causadas pela infecção por SARS-CoV-2 ainda estão em estudos,
mas tem-se demonstrado que os sobreviventes, que necessitaram de internação ou não,
apresentam sintomas de dispneia, queda de saturação periférica de oxigênio e taquipnéia
durante o esforço,
10.
11.
12. ⦿ O SARS-COV2 faz parte de um grupo de vírus responsável por causar síndromes
respiratórias agudas que pode variar de sintomas leves a condições graves com internação
hospitalar e significativa taxa de mortalidade bem como sintomas extra pulmonares
Lesões Renais
SINTOMAS
SISTEMICOS
Lesão Cardíacas
aguda
Lesão Cardíacas
aguda
SEQUELAS PÓS COVID
18. A dificuldade de dar alta ao paciente assim que ele sai da UTI se deve ao
processo de enfraquecimento muscular que ocorre durante esse período
decorrente da falta de mobilidade e da alimentação estritamente controlada.
É sabido que um paciente crítico pode perder entre 17% e 30% da massa
muscular nos 10 primeiros dias de uma internação sob cuidados intensivos.
Nos casos mais graves de Covid-19, a permanência na UTI pode durar de
duas a três semanas (ou mais).
19. Os sintomas mais comuns da síndrome são:
⦿ Função pulmonar prejudicada;
⦿ Fadiga
⦿ Fraqueza muscular
⦿ Limitação da mobilidade e da capacidade de
realizar
atividades diárias;
⦿ Delírio e alterações cognitivas, com alterações de
memória e fadiga mental.
⦿ Desordens mentais e psicológica.
Síndrome Pós COVID-19
A Síndrome pós COVID-19 é uma complicação
decorrente da infecção pelo novo coronavírus
Considerada como uma condição inflamatória
difusa e multisistêmica, ela está associada a
problemas no sistema nervoso central e
musculoesquelético
Os sintomas da síndrome Pós COVID-19 são
persistentes, chegando a durar vários meses,
mesmo após recuperação da COVID-19
20.
21. SEQUELAS PÓS COVID-19 Pelo menos 25% dos pacientes experimentam uma
perda de independência necessitando de assistência
nas atividades de vida diária
Pacientes com sequencias funcionais sofrem diminuição
da capacidade ao exercício e na qualidade de vida.
Síndrome pós COVID-19
• Perda funcional
22. SEQUELAS PÓS COVID-19
Reabilitação funcional Pós COVID-19
OBJETIVOS
Proporcionar a
melhora das condições
funcionais
Promoveralívio de
sintomas
Restabelecimento da qualidade
de vida
Tratar complicações
respiratórias,musculoesqueleticas
neurológicas e cardiovasculares
Retorno as
atividades laborais,
sociais
23. SEQUELAS RESPIRATORIAS
A principal sequela nos pacientes que desenvolveram quadro clínico grave de
COVID-19 é o desenvolvimento de fibrose pulmonar.
Durante a fase aguda da infecção por SARS-CoV-2, o dano pulmonar causa edema,
liberação alveolar de células epiteliais e deposição de material hialino nas
membranas alveolares.
Na fase seguinte da infecção, que geralmente ocorre entre a segunda e a quinta
semana, os pulmões apresentam sinais de fibrose,
Ocorre deposição de fibrina e infiltração de células inflamatórias e fibroblastos
próximos às células epiteliais nos espaços alveolares.
Durante o estágio final, entre a sexta e a oitava semana, o tecido pulmonar torna-se
fibrótico.
Além disso, há vários relatos de lesões bilaterais com predomínio do lobo inferior
24. SEQUELAS NO SISTEMA CARDIO VASCULAR
Os pacientes com formas graves de COVID-19 apresentaram lesões miocárdicas
significativas, incluindo miocardite relacionada à infecção,
redução da função sistólica e arritmias. Essas lesões podem ser secundárias a danos
pulmonares graves.
Preliminarmente, presume-se que a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) estaria
envolvida, o que permite que o vírus entre nas células e facilita a replicação viral.
Foram relatadas lesão miocárdica que pode ser decorrente de dano direto aos
cardiomiócitos, inflamação sistêmica, fibrose intersticial miocárdica e hipóxia
Devido às lesões miocárdicas significativas em pacientes com manifestações clínicas
graves de COVID-19, a morbidade e letalidade da doença podem ser altas,
Maior letalidade em pacientes com doenças cardiovasculares preexistentes
25. SEQUELAS NEUROPSIQUIATRICAS
Em casos graves de COVID-19, a resposta hiperinflamatória sistêmica pode causar:
Declínio cognitivo de longo prazo, como deficiências de memória, atenção,
velocidade de processamento e funcionamento,
Perda neuronal difusa cognitivas de curto e longo prazo características e sinais da
esclerose múltipla em pacientes com COVID-19 recuperados.
SARS-CoV-2 pode atingir os sistemas nervosos central e periférico, com
disseminação hematogênica ou disseminação neural direta através do trato
respiratório por possíveis mecanismos de neurotropismo viral.
26. SEQUELAS PÓS COVID-19
Programa de Reabilitação
O SARS-COV2 pode afetar múltiplos órgãos e sistemas do corpo e as sequelas são
variadas. Portanto, uma avaliação individualizada que comtemple aspectos físicos,
funcionais e de participação é fundamental para definição do plano terapêutico.
A AVALIAÇÃO DEVE SER CENTRADA NA DEMANDA DO PACIENTE E A COLETA DE DADOS
SITEMATIZADAS. AS INFORMAÇÕES DEVEM SER OBJETIVAS E QUANTITATIVAS, TORNANDO POSSIVEL
HÁ IDENTIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO E FUNCIONAL DO PACIENTE NO MOMENTO INICIAL E
ACOMPANHAMENTO DASUAPROGRESSÃO
Diretrizes de Reabilitação, crefíto 04-2020
28. SEQUELAS PÓS COVID-19
Intervenção fisioterapêutica
Programa de intervenção fisioterapêutica deve
iniciar ao termino dos sintomas iniciais do
COVID-19 e estabilidade clínica do paciente.
A prescrição dos exercícios devem
ser baseadas nos achados das
avaliações iniciais individualizadas e
respeitando as comorbidades e
sequelas do paciente pôs covid-19
• Prescrição de exercício • Individualizada
29. SEQUELAS PÓS COVID-19
Programa de Reabilitação pós COVID-19
Treinamento Aeróbio
intensidade mais baixa até que esteja
apto a executar o treinamento em
intensidade moderada de forma
contínua durante, ao menos, 30
minutos.
Controle da intensidade FCreserva –
a partir do calculo da zona alvo de
treinamento pela formula de
Karvonen,
exercícios aeróbios em intensidade moderada, ou
seja, 60% a 80% da FCmáx ou de 50% a 70% da
FCreserva.
30.
31. SEQUELAS PÓS COVID-19
Treinamento de força muscular
Treinada por meio de exercícios
ativo-assistidos, ativos livres e
resistidos.
Contrações isotônicas com ênfase
na fase concêntrica
inicialmente, exercícios com
intensidade mais baixa (50% a 60%
da contração voluntária máxima) ou
(20 a 50% de 1RM).
com número moderado de
repetições (8 a 12 repetições),
2 a 3 séries de cada exercício, com o intervalo
de 1 a 3 minutos entre elas.
32.
33. SEQUELAS PÓS COVID-19
Treinamento muscular inspiratório
Carga linear (ex.: Threshold
IMT®; PowerBreathe®)
Intensidade de 30% a 40% da PImáx de
forma contínua durante 20 a 30
minutos
34.
35.
36. SEQUELAS PÓS COVID-19
Treinamento Neurofuncional
Alongamentos , treino funcional e
de transferência,
Treino de equilíbrio, marcha
exercícios vestibulares, FNP
Treino de atividades de vida diária e promover adaptações para
realização das mesmas, se necessário;
Aconselhar acompanhamento e suporte de equipe de multidisciplinar
sempre que necessário
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38. SEQUELAS PÓS COVID-19
Contraindicações
⦿ Doenças sistêmica aguda ou febre.
⦿ Frequência cardíaca de repouso menor
que
50 e maior que 100 batimentos por minuto;
⦿ Saturação de oxigênio menor que 88%;
⦿ Sinais de desconforto respiratório em
repouso;
⦿ Hipertensão não controlada – pressão arterial sistólica
(PAS) durante o repouso > 180 mmHg e/ou pressão
arterial diastólica (PAD) durante o repouso > 110 mmHg;
⦿ Arritmia não controlada;
⦿ Miocardite ativa;
⦿ Diabetes mellitus descompensada.
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40. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A reabilitação pulmonar é recomendada principalmente para favorecer a recuperação
físico-funcional de pacientes pós-COVID-19 durante a hospitalização e após a alta
hospitalar.
Para esse propósito, é preciso considerar cuidadosamente as necessidades de cada
paciente, detectadas por meio de uma avaliação abrangente.
Considerando as manifestações sistêmicas da doença, pacientes pós-COVID-19 devem
ser acompanhados por uma equipe multiprofissional.
Até o momento, ainda não há um corpo sólido de evidências sobre as características e os
efeitos de intervenções específicas para pacientes pós-COVID-19.
41. SEQUELAS PÓS COVID-19
Referências
J. bras. pneumol. ;Reabilitação pulmonar pós-COVID-19
vol.47 no.1São Paulo 2021 Epub Feb 24, 2021.
Australia. NSW Government. Health [homepage on the Internet]. Sydney: NSW Government; c2021 [cited
2021 Jan 4]. Delivering pulmonary rehabilitation via telehealth during COVID-19. Available from:
https://www.health.nsw.gov.au/Infectious/covid-19/communities-of-practice/Pages/guide-
pulmonary-rehabilitation.aspx
Wang TJ, Chau B, Lui M, Lam GT, Lin N, Humbert S. Physical Medicine and Rehabilitation and
Pulmonary Rehabilitation for COVID-19.Am J Phys Med Rehabil. 2020;99(9):769-774
Conselho regional de fisioterapia e terapia ocupacional da 4 Regiao , Diretrizes de Reabilitacao
Fisioterapeutica na Sindrome Pos Covid 19., Minas Gerais, 2021