2. A Idade Moderna, dentro da
periodização clássica, é o período
que sucede a Idade Média e
antecede a Idade Contemporânea,
estendendo-se de 1453, quando
Constantinopla foi conquistada
pelos otomanos, a 1789, quando a
Bastilha foi invadida pela população
parisiense. É um período marcado
por transformações, mas também
por permanências em relação à
Europa medieval.
Idade Moderna
3. Conceito de Idade Moderna
A concepção da Idade Moderna já existia
por volta do século XVI (resultado do
pensamento renascentista, que procurava
diferenciar-se do pensamento medieval) e
foi parte de uma ideia de alguns
intelectuais da época que desejavam
diferenciar sua época do período que
existiu entre ela e a Antiguidade, isto é, a
Idade Média. Tratava-se de uma noção
ainda não muito comum, mas que, como
podemos perceber, permaneceu no longo
prazo.
Por isso os historiadores
defendem a ideia de que a
História não é marcada somente
por rupturas, mas também por
permanências. Assim, quando
falamos de periodização,
devemos sempre ter atenção
para não a tratar de modo
absoluto e engessado. Assim, o
ano de 1453 marcou o início da
Idade Moderna, mas a Europa
não mudou de imediato, uma vez
que as mudanças em curso eram
lentas.
Essa separação cronológica
pensada entre Idade Média e
Idade Moderna não significa que
os dois períodos são
absolutamente distintos um do
outro, uma vez que existem
historiadores que apontam
semelhanças entre eles. Jacques
Le Goff, por exemplo, fala de uma
“longa Idade Média” e defende a
ideia de que traços significativos
do período medieval
permaneceram até o século XIX.
4. A Idade Moderna foi um período em que,
política e economicamente, mudanças
significativas começaram a acontecer. No
campo da política, o estabelecimento dos
Estados Nacionais, que se iniciou na Baixa
Idade Média, contribuiu para mudanças
significativas na forma como o poder era
exercido.
Características da Idade Moderna
5. Aquele poder descentralizado da Idade Média,
que fazia o rei depender da fidelidade de seus
nobres por meio de um acordo de vassalagem e
suserania, perdeu espaço, e o poder
centralizado do rei estabeleceu-se no lugar. As
monarquias absolutistas foram a forma de
governo encontrada para que os Estados
pudessem lidar com a complexidade da
burocracia moderna.
Características da Idade Moderna
6. A burocracia governamental, a manutenção de um
exército etc., tudo passou para as mãos de um rei
poderoso que detinha o poder absoluto em seu Estado.
Nesse período também se estabeleceu uma ideologia
que procurava justificar, inclusive religiosamente, o
poder do rei. Foi nesse contexto que autores como
Maquiavel ficaram muito conhecidos.
Características
da
Idade Moderna
7. Características da Idade Moderna
Jánaeconomia,apráticaeconômica
desseperíodoficouconhecidacomo
mercantilismo,momentodetransição
domododeproduçãofeudalparao
mododeproduçãocapitalista.Entreas
práticaseconômicasdo
mercantilismo,estãoadefesadeuma
balançacomercialfavorável,a
acumulaçãodemetaispreciosos,o
incentivoàmanufaturaetc.
8. As práticas do mercantilismo
permitiram a acumulação de um
capital que foi utilizado no
investimento da industrialização na
Inglaterra, pioneira da Revolução
Industrial. O desenvolvimento da
indústria na segunda metade do
século XVIII possibilitou o
estabelecimento do capitalismo no
mundo.
Características
da
Idade Moderna
9. Chegada dos
europeus
à América
A Idade Moderna estendeu-se por mais de 300 anos, e, obviamente, um período
extenso como esse viu eventos marcantes e o surgimento de ideologias
importantes para a humanidade. Vejamos alguns desses eventos:
Contrarreforma
Eventos importantes da Idade Moderna
Reforma
Protestante
Guerra dos Trinta
Anos
Revolução
Inglesa
Iluminismo
Reinado de Luís XIV
Revolução
Industrial
Renascimento
Revolução
Americana
10. Absolutismo
A frase "O Estado sou eu" (em
francês“L’État c’est moi") é
atribuída ao Rei Luís XIV (1638-1715).
A frase proferida traduz o espírito de
um período histórico onde havia uma
centralização total do poder na
figura do Rei.
Também conhecido como Rei-Sol (em
francês le Roi Soleil), Luís XIV
governou a França e Navarra entre
1643 e 1715.
11. Absolutismo
O Absolutismo foi um
sistema político que, em
geral, defendia o poder
absoluto do monarca
sobre o Estado e foi
muito comum a partir
do século XVI até
meados do século XIX
em diversas partes da
Europa.
Essa forma de governo
estava diretamente ligada
com o processo de formação
dos Estados Nacionais
(Estados modernos) e com a
ascensão da classe mercantil
conhecida como burguesia,
assim como se relacionava a
uma série de outras
transformações ocorridas na
Europa desde a Baixa Idade
Média.
12. Origem do Absolutismo
À medida que o Estado Nacional foi
consolidando suas fronteiras e demandas e
com o surgimento de uma forte classe
mercantil, houve a necessidade de um
representante que defendesse seus interesses
e, assim, o poder passou a ser concentrado na
figura do monarca.
13. Origem do Absolutismo
Assim, eram determinadas pelo rei a
organização das leis, a criação dos impostos,
a delimitação e implantação da justiça etc.
Surgiu ainda, nesse período, a burocracia, toda
uma estrutura de governo que era responsável
pela execução do trabalho administrativo da
nação, de forma a auxiliar o rei na
administração do Estado recém-criado.
14. Com a delimitação das fronteiras nacionais, o Absolutismo contribuiu
para a diminuição das diferenças culturais locais, ou seja, houve uma
padronização. Assim, uma só moeda foi implantada e um só idioma foi
escolhido para toda a nação. Com o fortalecimento do comércio, foi
criada uma série de impostos para a sua regulação, além de impostos
alfandegários para a defesa da economia interna.
Origem do Absolutismo
15. Origem do Absolutismo
A partir desses impostos, o rei pôde montar um exército permanente que ficava a
seu serviço na defesa interna, em casos de rebeliões, e na defesa externa, em
casos de conflitos. Além disso, do ponto de vista religioso, o poder real foi visto
como uma escolha direta de Deus, portanto, indiscutível.
16. O Absolutismo não possuía, entretanto,
características homogêneas e apresentava também
suas particularidades em diferentes locais. Dessa
forma, destacaram-se três modelos desse sistema
político: o francês, o inglês e o espanhol. O rei
francês Luís XIV foi o melhor exemplo de aplicação
do poder Absolutismo.
Diferenças no Absolutismo
17. Teóricos do Absolutismo
À medida que o poder real era fortalecido,
uma série de teóricos escreveram sobre a
justificativa do poder absoluto. Entre eles,
podemos destacar:
18. Nicolau Maquiavel
Em O Príncipe, justificou o uso da
violência para manter o controle
sobre a população, pois defendia a
ideia de que “os fins justificariam os
meios” e afirmava que mais valia para
o rei ser temido que amado.
19. Thomas Hobbes
Em O Leviatã, Thomas Hobbes argumentou que
o poder real era necessário para colocar a
ordem no mundo. Esse teórico defendeu a
teoria de que, antes do poder absoluto do rei, a
Europa vivia em um estado de caos no qual a
violência predominava, pois, segundo Hobbes,
o homem era mau por natureza, logo, somente
o poder absoluto do rei seria capaz de colocar
tudo em ordem.
20. Jacques Bossuet
Em A política Retirada da Escritura
Sagrada, justificou que o poder do rei
procedia de Deus, sendo assim,
contestar o poder real seria o mesmo
que contestar ao próprio Deus.
21. Mercantilismo é o conjunto de práticas e ideias
econômicas desenvolvidas na Europa entre o
séc. XV e XVIII.
Mercantilismo, a “política econômica do Absolutismo”
23. O mercantilismo tinha por
objetivo fortalecer o Estado e
enriquecer a burguesia, para isso,
era preciso ampliar a economia
para dar mais lucro a fim de que a
população pudesse pagar mais
impostos.
Mercantilismo, a “política econômica do Absolutismo”
24. Consideravam que a
exportação é que traria
riquezas e vantagens e assim
começou uma competição
comercial.
Principais características do
Mercantilismo
25. Principais características do Mercantilismo
Os princípios mercantilistas, criados pelos economistas...
Antonio Serra
Thomas Mun
Jean-Batiste Colbert
apresentavam as seguintes características:
26. Principais características do Mercantilismo
Monopólio Comercial
ou
Exclusivo Colonial
Balança Comercial Favorável
Metalismo ou bulionismo
Acúmulo de metais preciosos
(ouro e prata) como fonte de
riqueza para o país
Exportar mais do que importar As colônias só podiam
comercializar com suas metrópoles
27. Fim do Absolutismo
O Absolutismo deixou de existir como forma
de governo por volta do século XIX, uma vez
que já era contestado pelos ideais iluministas.
28. Fim do Absolutismo
A Revolução Francesa e as
mudanças que surgiram a
partir dela contribuíram para o
fim dessa forma de governo em
toda a Europa.
Taismudançasbuscavamadescentralizaçãodo
poder,ouseja,oopostodoqueeradefendidoaté
então,comotambémquestionavamateoriada
vontadedivinadopoderreal,poisoIluminismo
defendiaaracionalizaçãodopensamento
humano.