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JOSÉ NIVALDO
Waldenio Porto
05/09/2013
Mas, não estou aqui para agravar ninguém e sim pra contar as suas
histórias, segundo me pediu, Dr. Marcolino. Conheci, faz muito tempo,
viçoso, inda moço, um tal de Dr. Zé Nivaldo, vindo não sei nem de onde, seu
pareceiro de trelas e estrepolias. Não vê o menino Gamaleão, com as manhas
do capiroto? Pois é do mesmo jeito, escritinho. Depois virou doutor
médico.
Irronhento que só a peste, adorava entrar numa discussão e fazer um
furdunço. Como diz o outro, dava um boi pra entrar na briga e uma boiada
para não sair. Mas, apesar disso, nunca vi alguém mais querido. Estudante
ainda, na Faculdade de Medicina do Derby, conseguiu arrumar na cachola,
feita de inteligência aguçada misturada com bom humor, conseguiu, como
dizia, amancebar seriedade com gozação, franqueza de matuto com o
coração de alfenin que possui. Sempre o dito xistoso, a resposta pronta na
ponta da língua e aquela alegria de viver. Ainda, de quebra, deu pra cientista e
pesquisador. Arranchou-se com Josué de Castro, Jamesson Ferreira Lima e
Gilberto da Costa Carvalho. Pra completar emparelhou-se com Bezerra
Coutinho e foi caçar aruá no rio Pirangi.
Por que essa cara de impaciência, oh, Dr. Marcolino? Oxente, deixe-me
falar do homem. Ainda vou chegar em você. Mas antes tenho de fazer uns
prolegômenos. Gostou da palavra arrevesada? Não é só você que vai procurar
nos dicionários termos estrambólicos. Taí o que você queria com sua mania de
falar difícil. Tome meus prolegômenos. Aliás os do Dr. José Nivaldo. Não é o
que você está pensando não, seu indecente. Sonso. Santinho do pau oco. Não
tenha os pensamentos pecaminosos de quando viu o corpo de Geruza, nuinha,
no vestido de organza branca, revelado pelo raio do sol. A´ safadoso!
- Você veio apunir por mim ou denegrir minha reputação de
farmacêutico “provisionado” e de Doutor, que o povo por gratidão me
concedeu, “glória e reglória da minha vida.
- Quieto. Ainda não disse da missa nem um terço! Mas, assossegue,
que se você é de Toritama eu sou de Caruaru. E tou me lembrando agora de
um seu parente, na minha terra, se não da família, pelo menos da profissão.
Antes de ouvir falar de você, conheci o Major Synval, da Pharmacia
Francesa.. Era filho de criação do Dr. Jean Pegot, farmacêutico francês
1
contratado pelo Governo Imperial, no cólera de 1856. Pois ele, menino
arteiro, menino levado mas muito atilado, aprendeu durante toda a vida a arte
de formular e receitar. Quando o Dr. Pegot morreu ficou com a farmácia e a
clientela. Ganhou fama de milagreiro, como você, e, além de formular e
vender cachets ia mais além. Ajudava o Dr. Silva Filho nas operações
possíveis daquele tempo, com máscara de clorofórmio e tudo. Dia de feira
então não dava vencimento à freguesia. Era consulta com Major Synval pra
cá, Major Synval pra lá. Diferentemente de você, Dr. Marcolino, não tinha
reima de mulher e atendia as matutas nas doenças das partes melindrosas.
Tinha mais uma: era poeta e repentista. Sempre os amigos, médicos e
advogados, inclusive meu pai, seu compadre, chegavam com motes, que ele
glosava. De modo que Zé Nivaldo, quando chegou falando da sua fama,
liguei um ao outro.
Mas isso é outra história, se bem que venha a dar na mesma. Prometi
falar de você e do doutor Zé Nivaldo que lhe amparou no dia-a-dia e chegou
mesmo a ser seu confidente. Portanto nada mais apropriado que ir atrás dele.
Vou pegá-lo neste instante onde estiver e trazê-lo praqui. A bem da verdade,
nem preciso me dar a este trabalho. Danou-se! Olhe pra aí, ele, que acabou de
chegar. Na certeza chegou às ouças dele a novidade desta reunião.
Comparando mal, com rela-bucho de pé-de-serra, pois, se faltam as morenas
fogosas enfeitadas com flor encarnada no cabelo, sobram as lembranças
matutas de quando a gente era bom nisso. Não é verdade, Dr. Zé Nivaldo?
Eita que ele chega todo lampeiro, braços dados com as recordações
dos acontecidos, pois, ao contrário do doutor Marcolino, não esconde nada do
que fez, e ainda está disposto a repetir. Repare o riso dele, riso vertido de
dentro, que nasce no escondido da alma arteira e estoura na gargalhada. Que
divide com os outros e alegra qualquer vivente. Como nos almoços com
José Lourenço de Lima, Milton Lins e Waldemar Lopes, em que nos
abstraíamos do momento presente, navegávamos na fantasia e trazíamos para
nossa mesa os Bandeira, Virgílio e Horácio, os Hemingway, Proust e
Machado. E tomando vinho ou os blenders das Highlands, a água das terras
altas, como gostava de dizer José Lourenço, celebrávamos o culto a Dionisius
e às nove musas do Parnaso.
Dr. Marcolino, ainda hoje estou em dúvida se seu domicílio é Toritama
ou Surubim. Você cresceu aos poucos, pois nunca se nasce completo. Foi
surgindo da pena do Dr. Zé Nivaldo, bem sei, devagar, cada dia, no
consultório. Das consultas, da boca do povo, da índole matuta, das meisinhas,
crendices e superstições do povo, da “língua errada do povo, língua certa do
povo, pois ele é que fala gostoso o português do Brasil”. Tomou emprestado
muito da personalidade do Dr. José Nivaldo, homem sério, competente nas
2
artes médicas e temente a Deus. Depois assumiu uma parecença de feição que
chega a confundir. Por isso quando telefono pra ele sempre indago: é o Dr.
Marcolino? Só para ter o prazer de ouvir do outro lado a risada alegre.
Meu caro Dr. José Nivaldo Barbosa. Muito te devemos pela
preservação da linguagem matuta e rica deste nosso Nordeste, que
resguardaste para todo o sempre e inseriste definitivamente na literatura
brasileira. Preservaste também os valores sócio-ético-filosófico-culturais do
homem da nossa região.
Chegaste ao ponto de excelência, por muito poucos alcançado, na arte
literária, com a criação de um personagem da grandeza do Dr. Marcolino. Isto
só acontece com os grandes escritores que se incorporam ao nosso comum
patrimônio cultural. Ao falarmos de Balzac sempre nos acodem “Pai Goriot”
e “Eugène Grandet”, em Flaubert, “Madame Bovary”, em Machado,
“Capitú”. Assim também é contigo, Dr. Marcolino Barbosa. A força de tua
literatura, meu caríssimo Zé Nivaldo, te elevou pelo mérito a este pedestal.
Para a “glória e reglória” do teu nome e o contentamento exaltado dos teus
amigos e admiradores.
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Waldênio Porto - Encantamento de José Nivaldo

  • 1. JOSÉ NIVALDO Waldenio Porto 05/09/2013 Mas, não estou aqui para agravar ninguém e sim pra contar as suas histórias, segundo me pediu, Dr. Marcolino. Conheci, faz muito tempo, viçoso, inda moço, um tal de Dr. Zé Nivaldo, vindo não sei nem de onde, seu pareceiro de trelas e estrepolias. Não vê o menino Gamaleão, com as manhas do capiroto? Pois é do mesmo jeito, escritinho. Depois virou doutor médico. Irronhento que só a peste, adorava entrar numa discussão e fazer um furdunço. Como diz o outro, dava um boi pra entrar na briga e uma boiada para não sair. Mas, apesar disso, nunca vi alguém mais querido. Estudante ainda, na Faculdade de Medicina do Derby, conseguiu arrumar na cachola, feita de inteligência aguçada misturada com bom humor, conseguiu, como dizia, amancebar seriedade com gozação, franqueza de matuto com o coração de alfenin que possui. Sempre o dito xistoso, a resposta pronta na ponta da língua e aquela alegria de viver. Ainda, de quebra, deu pra cientista e pesquisador. Arranchou-se com Josué de Castro, Jamesson Ferreira Lima e Gilberto da Costa Carvalho. Pra completar emparelhou-se com Bezerra Coutinho e foi caçar aruá no rio Pirangi. Por que essa cara de impaciência, oh, Dr. Marcolino? Oxente, deixe-me falar do homem. Ainda vou chegar em você. Mas antes tenho de fazer uns prolegômenos. Gostou da palavra arrevesada? Não é só você que vai procurar nos dicionários termos estrambólicos. Taí o que você queria com sua mania de falar difícil. Tome meus prolegômenos. Aliás os do Dr. José Nivaldo. Não é o que você está pensando não, seu indecente. Sonso. Santinho do pau oco. Não tenha os pensamentos pecaminosos de quando viu o corpo de Geruza, nuinha, no vestido de organza branca, revelado pelo raio do sol. A´ safadoso! - Você veio apunir por mim ou denegrir minha reputação de farmacêutico “provisionado” e de Doutor, que o povo por gratidão me concedeu, “glória e reglória da minha vida. - Quieto. Ainda não disse da missa nem um terço! Mas, assossegue, que se você é de Toritama eu sou de Caruaru. E tou me lembrando agora de um seu parente, na minha terra, se não da família, pelo menos da profissão. Antes de ouvir falar de você, conheci o Major Synval, da Pharmacia Francesa.. Era filho de criação do Dr. Jean Pegot, farmacêutico francês 1
  • 2. contratado pelo Governo Imperial, no cólera de 1856. Pois ele, menino arteiro, menino levado mas muito atilado, aprendeu durante toda a vida a arte de formular e receitar. Quando o Dr. Pegot morreu ficou com a farmácia e a clientela. Ganhou fama de milagreiro, como você, e, além de formular e vender cachets ia mais além. Ajudava o Dr. Silva Filho nas operações possíveis daquele tempo, com máscara de clorofórmio e tudo. Dia de feira então não dava vencimento à freguesia. Era consulta com Major Synval pra cá, Major Synval pra lá. Diferentemente de você, Dr. Marcolino, não tinha reima de mulher e atendia as matutas nas doenças das partes melindrosas. Tinha mais uma: era poeta e repentista. Sempre os amigos, médicos e advogados, inclusive meu pai, seu compadre, chegavam com motes, que ele glosava. De modo que Zé Nivaldo, quando chegou falando da sua fama, liguei um ao outro. Mas isso é outra história, se bem que venha a dar na mesma. Prometi falar de você e do doutor Zé Nivaldo que lhe amparou no dia-a-dia e chegou mesmo a ser seu confidente. Portanto nada mais apropriado que ir atrás dele. Vou pegá-lo neste instante onde estiver e trazê-lo praqui. A bem da verdade, nem preciso me dar a este trabalho. Danou-se! Olhe pra aí, ele, que acabou de chegar. Na certeza chegou às ouças dele a novidade desta reunião. Comparando mal, com rela-bucho de pé-de-serra, pois, se faltam as morenas fogosas enfeitadas com flor encarnada no cabelo, sobram as lembranças matutas de quando a gente era bom nisso. Não é verdade, Dr. Zé Nivaldo? Eita que ele chega todo lampeiro, braços dados com as recordações dos acontecidos, pois, ao contrário do doutor Marcolino, não esconde nada do que fez, e ainda está disposto a repetir. Repare o riso dele, riso vertido de dentro, que nasce no escondido da alma arteira e estoura na gargalhada. Que divide com os outros e alegra qualquer vivente. Como nos almoços com José Lourenço de Lima, Milton Lins e Waldemar Lopes, em que nos abstraíamos do momento presente, navegávamos na fantasia e trazíamos para nossa mesa os Bandeira, Virgílio e Horácio, os Hemingway, Proust e Machado. E tomando vinho ou os blenders das Highlands, a água das terras altas, como gostava de dizer José Lourenço, celebrávamos o culto a Dionisius e às nove musas do Parnaso. Dr. Marcolino, ainda hoje estou em dúvida se seu domicílio é Toritama ou Surubim. Você cresceu aos poucos, pois nunca se nasce completo. Foi surgindo da pena do Dr. Zé Nivaldo, bem sei, devagar, cada dia, no consultório. Das consultas, da boca do povo, da índole matuta, das meisinhas, crendices e superstições do povo, da “língua errada do povo, língua certa do povo, pois ele é que fala gostoso o português do Brasil”. Tomou emprestado muito da personalidade do Dr. José Nivaldo, homem sério, competente nas 2
  • 3. artes médicas e temente a Deus. Depois assumiu uma parecença de feição que chega a confundir. Por isso quando telefono pra ele sempre indago: é o Dr. Marcolino? Só para ter o prazer de ouvir do outro lado a risada alegre. Meu caro Dr. José Nivaldo Barbosa. Muito te devemos pela preservação da linguagem matuta e rica deste nosso Nordeste, que resguardaste para todo o sempre e inseriste definitivamente na literatura brasileira. Preservaste também os valores sócio-ético-filosófico-culturais do homem da nossa região. Chegaste ao ponto de excelência, por muito poucos alcançado, na arte literária, com a criação de um personagem da grandeza do Dr. Marcolino. Isto só acontece com os grandes escritores que se incorporam ao nosso comum patrimônio cultural. Ao falarmos de Balzac sempre nos acodem “Pai Goriot” e “Eugène Grandet”, em Flaubert, “Madame Bovary”, em Machado, “Capitú”. Assim também é contigo, Dr. Marcolino Barbosa. A força de tua literatura, meu caríssimo Zé Nivaldo, te elevou pelo mérito a este pedestal. Para a “glória e reglória” do teu nome e o contentamento exaltado dos teus amigos e admiradores. 3