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          Tese De AntropologiaDocument Transcript


        1. TESE DE ANTROPOLOGIA 1 InstItuto BíBlIco Maranata MÁRCIO
        BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de
        Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. Marilândia do Sul 2005
        2. TESE DE ANTROPOLOGIA 2 MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS
        TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do
        homem. Dissertação apresentada ao Curso de Bacharel em Teologia, do Instituto
        Bíblico Maranata de Marilândia do Sul, como requisito parcial à obtenção do
        título de Pastor. Orientador: Prof. Pr. Daniel Camargo Pauluci. Marilândia do
        Sul 2005
        3. TESE DE ANTROPOLOGIA 3 MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS
        TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do
        homem. COMISSÃO EXAMINADORA.
        ________________________________________ Pr. Artêmio Langue Pauluci
Instituto Bíblico Maranata ________________________________________ Pr.
Daniel Camargo Pauluci Instituto Bíblico Maranata
_______________________________________ Pr. Ricardo C. Pereira. Igreja
Batista Regular em Cubatão. . Marilândia do Sul, de 2005.
4. TESE DE ANTROPOLOGIA 4 DEDICÁTORIA Dedico esta tese à: Minha
querida e amada esposa que se dedicou ao máximo nos afazeres do lar e no
cuidado das nossas filhas, proporcionando-me um maior tempo no preparo desta
obra. Primeira Igreja Batista Regular em Cubatão, onde conheci os caminhos do
Senhor, e que me apoiou nos momentos mais difíceis da minha vida. A minha
querida família pelo incentivo e apoio; em especial: ao Doutor e professor José
Barroso dos Santos e a professora Marinete Martins dos Santos; meus amados
avós.
5. TESE DE ANTROPOLOGIA 5 AGRADECIMENTO Ao meu Deus que me
deu forças físicas e me capacitou espiritualmente para que esta obra fosse
realizada. A Ele seja a honra e a glória; amém e amém! Ao Professor e Pastor
Daniel C. Pauluci, que se dedicou ao máximo no desenvolvimento da matéria de
Antropologia em sala de aula, assim como, sem medir nenhum esforço
colaborou na correção teológica desta obra. Ao Pastor Jaiderson e a Professora
Alexandra pelo apoio durante todo o meu curso e pela disposição em corrigir a
ortografia desta obra. A todos os meus Professores, em especial ao Pastor
Artémio L. Pauluci pela dedicação e fidelidade no ensino da Palavra de Deus. A
minha amada esposa que muito me incentivou. Aos meus familiares, que me
apoiaram e me incentivaram. A minha amada igreja que me sustentou e me
ajudou durante todo o meu curso. A todos que me ajudaram direta ou
indiretamente.
6. TESE DE ANTROPOLOGIA 6 BARROSO, Márcio B.S. Trindade. Pesquisa
sobre: Antropologia Bíblica a doutrina do homem 2005. 115 p. Dissertação
(Bacharel em Teologia) – Tese de Antropologia Bíblica Instituto Bíblico
Maranata. RESUMO A Antropologia Bíblica mostra a criação do homem do
ponto de vista Bíblico. Como parte da teologia sistemática a Antropologia
Bíblica é o tema central desta tese. Devemos saber que o homem é um projeto de
Deus e não uma evolução, e sendo assim Deus tem um propósito todo especial
para a humanidade. Portanto, esta obra tem como objetivo esclarecer este plano
e trazer conhecimento sobre tudo que envolve a Antropologia Bíblica. Dentro
deste trabalho esta incluído assuntos como: Evolução e criação, criacionismo
Bíblico, o propósito da criação do homem, os seus ministérios, a imagem e
semelhança, espírito, alma e corpo, a tentação do homem, etc. Estes e outros
assuntos tratados neste trabalho estão incluídos dentro da doutrina da
Antropologia Bíblica. Todo o conteúdo deste trabalho está embasado na Bíblia
que é a Palavra de Deus; portanto, tem autoridade divina e infalível. Palavras
chaves: Antropologia Bíblica; o homem é um projeto de Deus e não da
evolução.
7. TESE DE ANTROPOLOGIA 7 SUMÁRIO Introdução 15 1. Evolução e
Criação 16 1.1 A evolução 16 1.1.1 A evolução como filosofia. 16 1.1.2 A
evolução como mecanismo descritivo 17 1.1.3 A evolução Teista 19 1.2 A
criação 22 1.2.1 Como foi criado 24 1.2.2 Documentos favoráveis a criação 26
1.2.2.1 O dilúvio 27 1.2.2.2 A arqueologia 32 1.2.2.3 A geografia e história
(Geologia) 34 2 A criação do homem 37 2.1 Sua origem segundo a Bíblia 38 2.2
O tempo da sua criação 40 2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus 41
2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação 46 2.5 O homem criado a
imagem e semelhança 48 2.5.1 Varias teorias 48 2.5.2 A imagem e semelhança
49 2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito 50 2.6.1 A dicotomia
50 2.6.2 A tricotomia 52 2.6.3 O corpo 55 2.6.3.1 Antes da queda 60 2.6.3.2
Depois da queda 62 2.6.4 A alma 63 2.6.4.1 A sua origem 64 2.6.4.2 Antes da
queda 66 2.6.4.3 Depois da queda 67
8. TESE DE ANTROPOLOGIA 8 2.6.4.4 A natureza adâmica 68 2.6.5.5 O
intelecto 69 2.6.5.5.1 Inteligência 71 2.6.5.5.2 Sabedoria 72 2.6.5.6 Emoções 74
2.6.5.7 Vontade e livre-arbítrio 76 2.7 O espírito 84 2.7.1 Antes da queda 85
2.7.2 Depois da queda 86 2.7.3 A nova natureza 87 2.7.4 A intuição 88 2.7.5 A
consciência 89 2.7.6 A adoração 91 3 A provação e a tentação do homem 93 3.1
A necessidade da prova 94 3.2 O tentador 95 3.3 A tentação 96 4 A queda do
homem e as suas conseqüências 98 4.1 A sua realidade 98 4.2 Porque Deus
permitiu 99 4.3 As suas conseqüências 100 4.3.1 O relacionamento com Deus
foi afetado 100 4.3.2 O próprio homem foi afetado 101 5 O estado eterno do
homem 103 5.1 Do homem condenado: o lago de fogo 103 5.1.1 A natureza do
sofrimento 105 5.1.2 O corpo de sofrimento 106 5.2 Do homem salvo: o céu 106
5.2.1 Sua vida após a morte 107 5.2.2 O corpo glorificado 108 Conclusão 110
9. TESE DE ANTROPOLOGIA 9 LISTA DE FIGURAS. Figura 1 – Imagem e
semelhança 112 Figura 2 – A tipologia do tabernáculo e a tricotomia humana
113
10. TESE DE ANTROPOLOGIA 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Gn. Gênesis. Ex. Êxodo. Lv. Levítico. Nm. Números. Dt. Deuteronômio. Js.
Josué. Jz. Juizes. Rt. Rute. 1 Sm. 1 Samuel. 2 Sm. 2 Samuel. 1 Rs. 1 Reis. 2 Rs.
2 Reis. 1 Cr. 1 Crônicas. 2 Cr. 2 Crônicas. Ed. Esdras. Ne. Neemias. Et. Ester. Jó
Jó. Sl. Salmos. Pv. Provérbios. Ec. Eclesiastes. Ct. Cânticos dos Cânticos. Is.
Isaias. Jr. Jeremias. Lm. Lamentações de Jeremias. Ez. Ezequiel. Dn. Daniel. Os.
Oséias. Jl. Joel. Am. Amós.
11. TESE DE ANTROPOLOGIA 11 Ob. Obadias. Jn. Jonas. Mq. Miquéias. Na.
Naum. Hc. Habacuque. Sf. Sofonias. Ag. Ageu. Zc. Zacarias. Ml. Malaquias.
Mt. Mateus. Mc. Marcos. Lc. Lucas. Jo. João. At. Atos. Rm. Romanos. 1 Co. 1
Coríntios. 2 Co. 2 Coríntios. Gl. Gálatas. Ef. Efésios. Fp. Filipenses. Cl.
Colossences. 1 Ts. 1 Tessalonicenses. 2 Ts. 2 Tessalonicenses. 1 Tm. 1 Timóteo.
2 Tm. 2 Timóteo. Tt. Tito. Fm. Filemom. Hb. Hebreus. Tg. Tiago. 1 Pe. 1 Pedro.
2 Pe. 2 Pedro. 1 Jo. 1 João.
12. TESE DE ANTROPOLOGIA 12 2 Jo. 2 João. 3 Jo. 3 João. Jd. Judas. Ap.
Apocalipse. a.C. Antes de Cristo. I.B.M Instituto Bíblico Maranata. N.V.I Nova
versão internacional. [...] Indica as supressões dos textos. p. Página ou páginas.
Vol. Volume. Ed. Editora.
13. TESE DE ANTROPOLOGIA 13 PREFÁCIO Muito me alegra prefaciar
uma obra de real valor e necessidade em meio a um ambiente hostil de teologias
amorfas, onde se encontra de tudo com pouco, ou melhor, com nenhum valor.
Onde temas centrais à vida de um cristão, seminarista, pastores e teólogos têm
sido deixados de lado, por falta de um paradigma que norteie os ensinos
bíblicos, apresentados em nível superior da mente de um mundo secularizado e
intelectualizado, onde muitas definições existem, mas pouco se pode crer nelas.
A Antropologia Bíblica serve de bússola, para aqueles que querem enfrentar este
mundo hostilizado por filosofias errôneas, falsa ciência e mística teologia, a fim
de ensinar um verdadeiro caminho bíblico, trazendo luz a tantos que vivem
enganados, por não saberem que estão sendo enganados e outros por não
conhecerem o certo, como também fortalecer àqueles que já conhecem o certo e
querem aumentar seu cabedal de conhecimento desta área Antropológica, se
tornando ainda mais preparados para educar, debater e enfrentar o mundo do
conhecimento. Contemplo em tal obra mais um esforço do autor para suprir a
pouca literatura que aborda esse tema, escrita de forma concisa e clara ao mundo
evangélico, se tornando assim um rico material para: pastores, seminaristas,
estudantes, professores e outros mais. Iniciando esta obra o autor nos conduz a
uma rápida contestação entre o Evolucionismo e o Criacionismo, e a partir de
então ao tratado da magna criação de Deus – O homem, e assim desdobra-lo
desde sua criação, momentos de inocência e queda no pecado, até sua formação
e as implicações da mesma; de sua condição espiritual ao seu estado eterno; de
sua condenação à sua salvação. A Antropologia Bíblica encanta aos Teólogos
pelo seu ambiente central nas Escrituras, e por não bastar esse local, o próprio
Deus, a Segunda pessoa da Trindade, resolveu encarnar-se, enriquecendo assim
toda a Antropologia Bíblica fazendo um elo entre o divino e o humano; entre o
homem e Deus; entre a condenação e a justificação. Sem a Antropologia não
entenderíamos a encarnação,
14. TESE DE ANTROPOLOGIA 14 sem a encarnação não teríamos a
justificação e a salvação, sem a salvação todo homem seria irremediavelmente
condenado e para sempre separado de Deus. Reconheço a árdua dedicação do
autor Márcio Barroso dos Santos Trindade na defesa deste Trabalho de
Conclusão de Curso - Bacharel em Teologia, não temendo os obstáculos,
enfrentando as lutas e conquistando o alvo, colocando em nossas mãos
orgulhosamente o fruto do seu penoso trabalho. Muito nos honrou
principalmente por acompanhá-lo no vislumbrar e adentrar em conhecer tal
doutrina, por poder participar como seu mestre neste grande tesouro de sua vida
– O VERDADEIRO CONHECIMENTO. Que esta obra sirva para enriquecer o
conhecimento do leitor fazendo-o ainda mais ousado na defesa da fé do
verdadeiro Cristianismo. Deleite-se. Pr. Daniel Camargo Pauluci
15. TESE DE ANTROPOLOGIA 15 Introdução à Antropologia Bíblica. A
palavra antropologia vem do grego antropos, homem; do grego logia, estudo ou
discurso racional. É um estudo sistemático do aparecimento, estrutura e
realizações culturais do ser humano. A antropologia no estudo secular tem como
base o estudo do homem totalmente separado das revelações Bíblicas. Qualquer
argumento com respeito ao homem tem um cunho evolucionista, deixando
totalmente de lado a verdadeira essência do homem, os valores espirituais, assim
como o seu futuro destino. O assunto que será desenvolvido neste trabalho não
terá como base a antropologia secular e sim a Antropologia Bíblica, que em
teologia sistemática trata do estudo sistemático do homem dentro do ponto de
vista Bíblico. A base da Antropologia Bíblica é chamar a atenção para o
relacionamento do homem com o seu Criador. O salmista no Salmo 8:4 faz a
seguinte pergunta: Quem é o homem? Ou melhor, Quem sou eu? Esta tem sido
uma pergunta feita por milhares de pessoas regeneradas. E por não considerarem
o elemento mais importante da criação do homem: que é um ser criado a
imagem e semelhança de Deus para ter um relacionamento perfeito com Ele; não
tem conseguido uma resposta satisfatória para a sua pergunta. A Antropologia
Bíblica busca responder esta e outras perguntas como: Como o homem foi
criado? O que é imagem e semelhança?Qual o destino final do homem? etc. A
Antropologia Bíblica é a base para estas respostas. O meu desejo é que ao final
desta obra, estas e outras perguntas sejam respondidas, e que todos tenham um
entendimento correto da Antropologia Bíblica.
16. TESE DE ANTROPOLOGIA 16 1. Evolução e Criação. Quando tratamos
deste assunto, temos em mente duas linhas de pensamentos que tem como
objetivo esclarecerem o principio de todas as coisas; sendo uma verdadeira (o
criacionismo que envolve a fé Cristã) e a outra falsa (a evolução). 1.1 A
evolução. Devemos ter em mente que o termo evolução, é uma palavra usada
com diversos sentidos dentro desta área, visto que a teoria da evolução se
ramifica em diversas linhas; para tratarmos das diferenças entre a evolução e o
criacionismo bíblico, é preciso fazer a distinção entre estas linhas da evolução.
São três as mais difundidas. 1.1.1 Evolução como filosofia. Este conceito da
evolução tenta mostrar que o universo físico - e dando mais ênfase ao biológico
- tem um desenvolvimento próprio a partir da matéria bruta, cuja sua origem é
desconhecida, podendo considerar uma existência eterna sem um começo.
Dentro deste conceito, é eliminado qualquer ação ou intervenção de um Deus
todo poderoso e pessoal. Toda a questão é regida por leis imutáveis e tudo
acontece por acaso; não há um propósito para a vida e a existência. Quando se
trata do homem, diz que deve agir como um fim em si próprio; ele é quem
determina as suas leis e a ninguém deve prestar conta, a não ser a sociedade
humana. Nem todas estas posições foram aceitas por Charles Darwin em sua
obra clássica a origem das espécies. No entanto ele não defenderia hoje uma
posição do ateísmo persistente, própria da evolução filosófica, pois acreditava
num Deus Criador como logicamente necessário para explicar a existência
anterior da matéria bruta original, a partir da qual surgiram as formas primitivas
de vida. 1 1 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Editora Vida. p.
50.
17. TESE DE ANTROPOLOGIA 17 Concordo com alguns estudiosos do
assunto, que seria mais certo chamar Darwin de Teísta em vez de Ateísta,
mesmo que alguns que não crêem na existência de Deus, tenham adotado o seu
sistema. O ateísmo persistente é um sistema fracassado, e incapaz de defender-se
de uma maneira lógica. Dizemos com isto que, se toda esta matéria que vemos e
conhecemos, tivesse sido formada ou associada por mero acaso sem a
intervenção e direção de um Deus Superior, acabaremos concordando que o
cérebro humano assim como as suas moléculas são produtos do mero acaso, e
até mesmo os pensamentos dos homens, idealismos, etc, também procedem por
acaso. O ateu por não acreditar em um Deus Criador, crendo que todas as coisas
surgiram do acaso, ele anula o seu próprio entendimento e poder de
argumentação, visto que as próprias moléculas do seu cérebro foram associadas
por mero acaso. Dizem que não existem absolutos, mas ao mesmo tempo
afirmam um absolutismo, pois apelam para um ponto de vista que para ser
confirmado depende de um ser Superior. 1.1.2 Evolução como mecanismo
descritivo. Quando se trata da evolução como mecanismo descritivo, temos em
mente o processo da evolução pelo qual as espécies inferiores desenvolvem-se
atingindo uma espécie superior. Os adeptos deste conceito da evolução afirmam
que elas se desenvolvem por uma força interna, sem a ação de uma externa. Nas
escolas seculares são apresentadas algumas espécies que evoluíram de um estado
inferior para um superior, assim como em museus e revistas evolucionistas,
tentando mostrar que isto deu certo nos seres humanos desde os tempos mais
antigos. Dentro deste ponto de vista da evolução as espécies surgiram
incompletas, inacabadas, imperfeitas, inferiores, menores e menos desenvolvidas
que as similares atuais, sem órgãos, funções, sistemas e instintos que
caracterizam seus correspondentes atuais, ou então, esses órgãos estariam
desconectados e funcionando parcialmente. Mas esta teoria apresentada não é
verdadeira, pois, podemos fazer uma comparação com os processos que
acontecem em nossos dias, por exemplo: Se olharmos o processo de
industrialização, veremos que um automóvel construído
18. TESE DE ANTROPOLOGIA 18 a tempos atrás e que chegou aos nossos
dias vindo de etapa em etapa, foi desenvolvido desde o mais remoto até o mais
luxuoso. Tendo em mente este exemplo e sabendo que houve um
desenvolvimento, ficaríamos conscientes de que houve alguém trabalhando para
que isto acontecesse. Quero usar ainda como exemplo, as diversas raças de cães,
que são trabalhadas em laboratórios com objetivo de alcançar uma raça de
melhor capacidade para segurança doméstica, adestramento policial, etc.
Algumas obtiveram êxito e alcançaram uma superioridade, mas isto não
significa evolução – O Criador fez e deu capacidade para os homens agirem de
tal forma. Para que uma espécie evolua para uma superior, deve existir um elo-
chamado ―elo faltante‖ - que faça esta transição, da espécie inferior para a
superior. Em uma pesquisa mais apurada levou os estudiosos a concordarem que
não existem estes ―Elos‖, vejamos as seguintes citações: Austin H. Clark diz:
―Se tivermos que aceitar os fatos, devemos acreditar que jamais existiram os
chamados [seres] intermediários ou em outras palavras, que estes grupos
maiores mantiveram entre si o mesmo relacionamento que possuem hoje‖. 2 De
modo semelhante, G.C. Simpson conclui que cada uma das 32 ordens de
mamíferos apareceu derrepente nos registros paleontológicos. ―Os membros
mais primitivos e mais antigos de cada espécie tinham já as suas características
básicas, e nenhum caso se conhece de uma seqüência contínua aproximada que
partiu de uma espécie para outra‖. 3 Devido a estas pesquisas e por uma
variedade de razões, esta forma de evolução veio perdendo a sua força. Outras
observações têm sido realizadas para provar também a fraqueza desta teoria,
Vejamos: A mais antiga forma de vida, segundo a evolução, são as algas
cianofícias, (vegetais aquáticos de cor azulada). Elas surgiram "perfeitas". Aqui
o evolucionismo se perde totalmente, pois é incapaz de explicar como a abelha
aprendeu a fazer favos matematicamente perfeitos. Estudos declaram que a mais
antiga abelha encontrada em âmbar de New Jersey (que teria 80 milhões de
anos), era "avançada e pouco difere das abelhas que vivem hoje". 2 Gleason
Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50 3 Gleason Archer.
Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50
19. TESE DE ANTROPOLOGIA 19 É também um mistério para a evolução o
tamanho dos vegetais e animais fósseis, as espécies fósseis comparadas com as
equivalentes atuais, ao contrário do que imaginava Darwin, são maiores, mais
desenvolvidos e superiores aos atuais. 4 O grau de variações dentro de uma
mesma espécie é impossível, possibilitando o surgimento de espécies diferentes
ou superiores. Pode haver variedade de espécies, não novas espécies. 1.1.3
Evolução Teísta. Esta linha da evolução concebe a existência de Deus como
Criador de todas as substâncias materiais do universo; diz que a matéria não era
eterna, mas foi criada por Deus do nada, e é controlada no seu desenvolvimento
segundo o plano que o Senhor determinou. Este conceito da evolução é o que
mais se assemelha ao criacionismo bíblico, por isto é exigido muito
conhecimento bíblico por parte daqueles que o estudam. Alguns podem dizer
que esta linha da evolução pode harmonizar-se com Gênesis um, mas para mim
quando se trata da obra criadora de Deus, obra esta que é única, devemos
analisar os fatos com o máximo de cuidado, porque poderemos cair no erro de
entrarmos em um conceito teísta ou semiteísta de um Deus que criou todas as
coisas, tendo-o programado antecipadamente como se faz com um computador,
e depois se retirou para ficar observando o seu funcionamento automático. Este
Deus não é o ―Ser Soberano‖ o ―Eu Sou‖ (Ex.3:14) que se preocupa com suas
criaturas, o Deus de quem se espera a salvação. Uma outra alternativa de uma
evolução teística é que há lugar para a oração e para o relacionamento dos seres
humanos e o Criador; tal evolução teística concebe Deus como o que determina
a ascensão das espécies biológicas, mediante certo tipo de mecanismo evolutivo,
cujo dinamismo e direção encontra-se em si mesma. Muitos teístas, não aceitam
Adão e Eva como indivíduos literais, históricos, criados, mas concebem que o
homo sapiens se desenvolveu gradualmente de um hominídeo sub humano para
depois, finamente, desenvolver 4 Comentários de: Prof. Roberto Cezar de
Azevedo.
20. TESE DE ANTROPOLOGIA 20 uma consciência de Deus, momento este
sabe lá quando o homem macaco se tornou Adão. Um fato não se pode negar
atualmente: os evolucionistas não se deram por vencidos, ainda procuram o "Elo
perdido‖. Parece brincadeira de criança, que homens respeitáveis no mundo das
ciências tenham concebido tamanho disparate. Recentemente foi lançado um
livro intitulado "A morte de Adão" o qual salienta a opinião amplamente
prevalente nos círculos intelectuais de que o modo como o livro de Gênesis
narra a origem do homem foi totalmente repudiado pela ciência moderna. Em
lugar de Adão, dizem que nossos ancestrais têm nomes como
PITHECANTHROPUS, AUSTRALOPITHECUS. É de se observar que os
manuais universitários e de estudantes do 2º grau proclamam por toda parte que
a evolução é um fato da história e que todas as pessoas instruídas devem aceitar
como verdadeira. Essa propaganda é tão opressiva que não respeita nossos lares.
Os "inocentes" desenhos animados da televisão são agentes evolucionistas
desagregadores; precisamos ensinar o criacionismo aos nossos filhos e opor
resistência torna-se extremamente difícil. Mas é bom salientar que os grandes
cientistas da atualidade são criacionistas. Qualquer pessoa, despida de quaisquer
preconceitos ao examinar as evidências factuais, vê um quadro totalmente
diferente do apregoado pelos evolucionistas. O relato bíblico da criação do
homem não foi desacreditado de forma nenhuma. FOI SIMPLESMENTE
REJEITADO! A teoria da evolução nunca foi comprovada. FOI
SIMPLESMENTE ACEITA! A ciência legítima só pode lidar com os processos
atuais e assim, NADA pode dizer acerca das origens. No que se refere à origem
do homem, não existe nenhum tipo de evidência real que desaprove a revelação
bíblica de que Adão foi o primeiro ser humano, sendo formado por Deus com
matéria química do solo, mas também foi criado imagem e semelhança de Deus.
Todas as raças, do "homem pré-histórico" ao "homem da pedra-lascada" são
indistintamente descendentes de Adão. Os achados fósseis, os prováveis
macacos-homens são frutos de mentes preconceituosas. A famosa macaca-
mulher Lucy, achada no Quênia e o homem de Neanderthal eram simplesmente
seres humanos, foi uma falácia!5 Toda esta teoria não passa de falsificações
enganosas de cientistas que querem provar e tirar a glória do único Deus
soberano, incutindo esta impossível teoria da evolução na mente das pessoas.
Isto se confirma quando o Dr. Alfred McCann publicou o seu importante livro,
―God-Or Gorilla‖ (Deus-Ou Gorila), de 344 páginas de pesquisas sobre as
falsificações, que serviram de base para tentar provar os supostos elos entre o
macaco e o homem, e com isto desprezando os relatos da criação narrados no
livro de Gênesis capítulos 1e 2. 5 Comentários de: Dorival veraz de Carvalho.
21. TESE DE ANTROPOLOGIA 21 Tratei até aqui sobre três aspectos
concernentes a teoria da evolução, e é possível combatê-los através da Bíblia.
Quero apresentar alguns aspectos bíblicos que vão contra a teoria da evolução e
seus conceitos: A) O método em que o homem foi criado. * A Bíblia declara que
o homem foi criado do pó da terra – Gn. 2:7; 3:19; 18:27; Jó.10:9; Sl.104:14,etc.
Não de vidas já existentes como seria o caso da evolução que diz que o homem
veio do macaco. * A Bíblia também declara na primeira epístola de Paulo aos
Coríntios que ―Nem toda a carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens,
outra, a dos animais, outra, a das aves, e a outra, a dos peixes‖. – I Coríntios
15:39. Isto nos mostra que não existem os famosos ―elos perdidos‖ e que o
homem não veio do macaco quanto menos de um peixe. B) O estado original do
homem. De acordo com a Bíblia o homem foi criado santo e justo, caiu desse
estado, trazendo o pecado ao mundo – Gn. 1:27; Rm.5:12-21. Mas na evolução
não existe lugar para um estado original santo do homem, nem para a entrada do
pecado através de uma queda. C) O começo da raça humana. Pela Bíblia a raça
humana começou por Adão; pela evolução o homem teria surgido em diversas
partes da terra e simultaneamente. D) A permanência das espécies. Todas as
espécies foram criadas como elas são, e sua procriação seria segundo ―a sua
espécie‖. Isto nega a fábula evolucionária da transmissão superior das espécies.
22. TESE DE ANTROPOLOGIA 22 1.2 A criação. Creio que já fizemos a
seguinte pergunta: ―Que importância tem para nós esta questão do
criacionismo‖? A resposta a esta pergunta implica em muitos assuntos
importantes da nossa vida, como por exemplo, a criação dos animais, vegetais,
assim como a criação do homem e a sua eternidade. Para melhor conhecermos o
assunto, temos de recorrer à história. Em 1925 os evolucionistas reivindicaram o
direito de ensinar a teoria da evolução nas escolas públicas dos Estados Unidos
da América. De princípio parecia que queriam apenas apresentar as suas teorias,
mas logo depois começou ser proibido o ensino do criacionismo; infelizmente o
mundo hoje adota e sempre adotou o secularismo como padrão, por isto é que
vários ―ismos‖ tem se tornado padrão para o mundo. E o propósito de Satanás é
que a Palavra de Deus seja anulada, ―se a Bíblia não é verdadeira, ela não é
inspirada, se não é inspirada não é a Palavra de Deus, então não é preciso crer
nela. Assim, conceitos fundamentais como A CRIAÇÃO, arrependimento,
salvação e o próprio Deus ficam desacreditados‖. Ao longo da história o
evolucionismo cresceu muito e criacionistas tem se tornado evolucionistas. E
Infelizmente a crença de Deus como o Criador de todas as coisas se afastou dos
homens. Portanto, é necessário considerarmos a criação dentro do ponto de vista
bíblico. A Bíblia nos faz a seguinte declaração no livro de Gênesis: ―No
princípio, criou Deus os céus e a terra.‖ Gn. 1:1. Neste verso temos a declaração
de que Deus criou os céus e a terra, portanto há um apoio para o criacionismo
bíblico. Antes de prosseguir, quero aqui definir o que é criacionismo bíblico.
Criacionismo é um termo adotado por aqueles que são opostos à teoria da
evolução. Este grupo considera a evolução uma fábula que vai contra os relatos
bíblicos da criação. Willian Bell Ryley (1861-1947) foi o fundamentalista
responsável pela oposição ao evolucionismo. Quando analisamos os relatos da
criação, devemos ter em mente que estão escritos da forma que Deus criou. Por
exemplo, a luz e as trevas são descritas antes do sol e das estrelas, mas isto não
significa uma desordem
23. TESE DE ANTROPOLOGIA 23 cronológica. O texto não nos fala quando
Deus criou, nem se quer o tempo que Ele gastou, mas nos deixa claro que Deus
criou todas as coisas. O versículo acima diz: ―No principio, criou Deus...‖
Principio este que as nossas mentes limitadas não podem alcançar, concordo
com a seguinte citação: ―O fato é ‗ NO PRINCIPIO CRIOU DEUS‘. Um
principio que não sabemos onde e muito menos quando, mas podemos crer.
Crendo com a mesma segurança que Deus existe. Não podendo assim crer e nem
aceitar que este princípio seja fruto do acaso, pois ―Deus não joga dados com o
universo‖, mas sim o toca com amor e atenção especial; Deus criou. 6 Toda
aceitação da criação de Deus procede de uma confiança no Deus que criou todas
as coisas. A Bíblia nos diz: ―Pela fé entendemos que os mundos foram criados
pela Palavra de Deus; e de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê‖ –
Hb. 11:3. Romanos 1:20 diz: ―Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o
seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas
que foram criadas 7. Tais homens são, por isso, indesculpáveis‖; A palavra –
poiemasin no original – que aparece neste versículo como coisas que foram
criadas ou mais literalmente ―coisas feitas‖, significa algo que é fabricado, um
produto, um projeto realizado por um artesão, e enfatiza Deus como o projetista
mestre e o universo como sua criação. Quero ainda embasar os meus
pensamentos com Provérbios 8:30 que diz: Então, eu estava com ele e era seu
arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o
tempo; Temos neste versículo a sabedoria personificada, sabedoria esta que foi o
princípio da revelação criadora de Deus. Aqui o termo arquiteto ressalta a
perícia de Deus demonstrada na criação. Portanto, creio que a criação de Deus
não é uma teoria como a teoria do acaso que não pode ser provada, mas é algo
real que surgiu diretamente do 6 Pr. Daniel C. Pauluci. Apostila de
Antropologia. I.B.M. p.2 7 Grifo nosso.
24. TESE DE ANTROPOLOGIA 24 Único Deus todo poderoso. A Bíblia nos
declara ―No princípio, criou Deus...‖ e isto deve ser aceito pela fé. 1.2.1 Como
foi criado. Deus nos deixou relatos da sua criação – na Bíblia e na arqueologia,
mas tem havido grandes confusões acerca de como tudo foi criado. É bom deixar
claro que a Bíblia é exata naquilo que relata; o motivo de grandes confusões é
uma má interpretação dos textos bíblicos. Entre Gn. 1:1 e 1:2, há um intervalo
de tempo indeterminado, momento este que a criação original foi afetada por
uma catástrofe universal que esta relacionada com a queda de Lúcifer. Como
resultado a terra ―tornou-se‖ (melhor tradução para palavra ―estava‖) sem forma
e vazia, um caos. A partir do versículo três, Deus começou a sua obra de
recriação da terra; neste processo de recriação, o Espírito Santo de Deus pairava
sobre a face das águas. Ele operava sobre a expansão dos mares como ―ruach‖
(hebraico) que significa ―vento hálito‖ seu sopro produzia energia e vida
criadora – Jó. 33:4; Sl. 104:30. O ato de pairar não significa uma coisa inerte,
mas que se movia e preservava como algo vivo e enérgico. Os primeiros quatro
dias da criação (da segunda ordem mundial) não foram necessariamente dias de
vinte quatro horas e sim períodos de tempo, enquanto a partir do quarto dia, pelo
relato bíblico foram períodos específicos de vinte quatro horas. A Bíblia não
declara a duração de cada dia e nem quando Deus criou, e a grande verdade é
que o termo ―dia‖ no hebraico é ―yôm‖ e pode ter vários significados: A)
Período de iluminação natural (em contraste com o período de escuridão). B)
Período de vinte e quaro horas; C) Idéia geral e indefinida de tempo; D) Um
instante no tempo; E) O período de um ano (caso que a palavra aparece no
plural; 1 Sm. 27:7; Ex. 13:10, etc.).8 8 R.Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr.
Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.
Ed.Vida Nova. p. 852.
25. TESE DE ANTROPOLOGIA 25 Para reforçar a defesa desta teoria, recentes
descobertas confirmam a ordem do relato de Gênesis. Segue abaixo a ordem da
criação (da segunda ordem mundial) de acordo com a Bíblia. Algumas
considerações: A palavra Deus está no plural, e o verbo está no singular (no
hebraico há três números: singular, dual e plural); assim a natureza de Deus é
revelada nas primeiras palavras de Gênesis: uma Trindade (um só Deus
subsistindo em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo). Portanto, houve
participação das três pessoas nesta obra, obra esta que foi realizada pela
Soberania de Deus. A) Sabedoria – Foi a primeira a ser criada (revelada) de
acordo com Pv. 8:22-31; B) Céus – A terra estava coberta com águas e Deus as
separou transformando em vapor, este espaço entre águas e águas Deus chamou
céus, que pode significar extensão e firmamento – Gn. 1:6. C) Anjos – Os anjos
já existiam e louvavam a Deus quando o Senhor estava fazendo a terra – Jó.
38:4-7. D) Água – A terra foi tirada da água. Logicamente a água foi criada
antes da terra – 2 Pe. 3:5. E) Terra - pó – Primeiro se fez o pó da terra – ― Ele
ainda não havia feito a terra [...] nem o pó com o qual formou o mundo‖ – Pv.
8:269, a terra já criada ( v.1), chegou a ser ―sem forma e vazia‖ (v.2) mas não
fora criada assim – Is. 45:18. A terra foi uma das coisas criadas no princípio. F)
Trevas/ luz – Criou as trevas e a luz – Gn. 1:2-3; Is. 45:7. G) Plantas – Criou
ervas e árvores frutíferas com sementes – Gn. 1:11-12. H) Sistema solar – Foi no
quarto dia – Gn. 1:14-16. I) Seres viventes – Seres viventes com alma existente
– Gn. 1:20,21,24,25. 9 Bíblia de estudo NVI. Ed. Vida. p. 1066.
26. TESE DE ANTROPOLOGIA 26 J) O homem – feito no sexto dia – Gn.
1:26-2. O homem foi criado, não evoluído de um ser inferior durante muitos
milênios. Isto é declarado aqui e embasado por Cristo em – Mt. 19:4; Mr. 19: 6.
Tudo que Deus criou e da forma que foi criado, foi perfeitamente como deveria
ser, pois tudo que Deus fez e ainda faz é perfeito, bom e com propósito. Nesta
criação definiram-se vários propósitos de Deus, eis alguns deles: A) Foi para
Sua glória conforme alguns textos declaram – Sl. 19:1; Is. 43:7, 61:3; Lc. 2:14.
B) Para a satisfação de Sua vontade – Ap.4:11. C) Para a honra de Jesus Cristo,
Seu Filho – Cl. 1:16. Todas as coisas criadas por Deus, foram realizadas por Sua
vontade e não por alguma dívida que possuísse com a humanidade, pois até
mesmo a humanidade foi criada por Deus, para Si mesmo, e pela Sua Livre
vontade de fazê-lo e no final da ordem criadora. 1.2.2 Documentos favoráveis à
criação. A Bíblia em uma de suas aplicações cientificas nos serve como base
para as nossas considerações e diretrizes a documentos científicos
comprobatórios da Criação como uma Obra de Deus. Entre tantos documentos
científicos existentes serão abordados os três principais favoráveis à criação de
Deus.
27. TESE DE ANTROPOLOGIA 27 1.2.2.1 O Dilúvio. Infelizmente, em toda a
história e ainda hoje, existe muita incredulidade a respeito do dilúvio em água e
da narração encontrada em Gênesis, mas podemos observar a sua importância e
realidade nas páginas das Escrituras Sagradas – Gn. 6:8-8:14; Mt. 24:38-39; 2
Pe.3:5-7; 2:5-10. Jean Flori e Henri Rasolofomasoandro fazem a seguinte
declaração: ―A realidade do dilúvio e seu alcance mundial eram considerados
como verdades fundamentais, tanto por Jesus, como pela igreja primitiva‖. 10 *
A Etimologia da palavra dilúvio. "Dilúvio" em Português deriva do Latim
diluvium, diluvii, e também dilúvio, diluvionis, derivam diretamente do verbo
dilúvio, diluviare, "inundar", "alagar". Os dois substantivos, conforme os
dicionaristas se referem ao "dilúvio universal", ou "dilúvio de Noé", e são
cognatos de diluvies, diluviei, "inundação", "enchente", "dilúvio", "cataclismo".
Os três substantivos considerados, e o verbo, têm a mesma raiz do verbo diluo,
diluere, "desfazer", "delir", "gastar", "lavar", "tirar lavando", "diluir", "afogar",
"apagar", "riscar", "enfraquecer", "diminuir". Este verbo diluo, diluere é forma
composta do verbo luo, luere, "lavar", "banhar", "regar", "purificar, apagar,
desviar, com expiações", "pagar", "satisfazer", "remir", "resgatar", "expiar",
"sofrer". Na realidade existem três verbos luo, luere, de origem e significado
distintos. O primeiro tem o sentido de "sujar", "enlamear", e permaneceu no
substantivo lues, luis, "corrupção do ar", "enfermidade contagiosa", "peste",
"flagelo", "calamidade", e, na forma composta, no verbo polluo, polluere,
"molhar", "umedecer (sujando)", "poluir", "corromper", "macular", "profanar".
O segundo tem o sentido de "lavar", já considerado inicialmente, estreitamente
ligado aos verbos lavo, lavare, e lavo, lavere, ambos com o sentido de "lavar",
"banhar", "purificar", curiosamente tendo como forma derivada pollubrum,
"bacia destinada às cerimônias de purificação", proveniente de um outro verbo
polluo, polluere com o sentido de "purificar", caído em desuso provavelmente
pela confusão com o homônimo anteriormente citado. Derivado deste segundo
verbo é também o substantivo lustrum, que designa uma cerimônia pública de
purificação realizada de cinco em cinco anos em Roma (em Português, "lustrar"
é "purificar com água lustral") de onde também a sua acepção de "intervalo de
cinco anos", ou "lustro". O terceiro tem o sentido de "desligar", "desobrigar",
"pagar", "cumprir", "isentar", "absolver", e liga-se ao verbo solvo solvere,
"dissolver", "desunir", "desunir as partes de um composto", "apagar (um
crime)", "eximir (de uma dívida)", "pôr termo a", "destruir", também derivado
de luo, luere com a adição do prefixo se (transformado em so pela influência do
v da sílaba seguinte). São compostos de solvo, solvere os verbos absolvo,
absolvere, "desatar", "desprender", "resgatar", "remir" (e o advérbio absolute, 10
Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed. Editorial
Safeliz. p. 232.
28. TESE DE ANTROPOLOGIA 28 "absolutamente", "perfeitamente");
dissolvo, dissolvere, "dissolver", "desfazer", "desfazer uma acusação",
"destruir", (e o substantivo dissolutio, dissolutionis, "dissolução", "ruína",
"aniquilamento"), resolvo, resolvere, "resolver", "deslindar", "dissolver",
"reduzir a liquido", "dissipar" (e o substantivo resolutio, resolutionis,
"decomposição", "dissolução geral", "fim do mundo)". Este apanhado da
etimologia da palavra "dilúvio", envolvendo suas raízes, compostos e derivados,
apresenta um quadro bastante ilustrativo dos vários aspectos envolvidos no
episódio do dilúvio universal relatado no livro de Gênesis – no plano físico,
inundação cataclísmica, flagelo, calamidade, destruindo, afogando, desfazendo,
desunindo os próprios continentes, trazendo o fim de um mundo que ainda
guardava bastante de sua perfeição original; e no plano moral, algo como uma
cerimônia pública de purificação, pondo termo a uma situação de dissolução
geral, apagando o passado, expiando, purificando, resgatando a humanidade e
levando-a novamente ao padrão moral anterior à degradação generalizada dos
dias que antecederam essa intervenção miraculosa de Deus em nosso planeta. 11
Somente pela a etimologia da palavra dilúvio e dos acontecimentos ocorridos
nós temos uma prova de um mundo criado por Deus, que devido ao pecado foi
destruído por meio das águas do dilúvio – Gn. 6,7. * O dilúvio em águas foi
universal. Pelo relato de Gênesis 7 e 8 nós percebemos uma inundação universal
e não local, o nível da água cobriu os picos mais altos. Gênesis 7:19 diz:
Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos
montes que havia debaixo do céu. No versículo vinte do mesmo capítulo tem a
declaração de que o nível da água subiu quinze côvados acima dos montes (que
é igual a sete metros). Se a água cobriu até mesmo o monte Ararat, onde a arca
pousou, a água subiu mais de seis mil metros, sendo assim cobriria toda a
superfície da terra. Então temos que concluir que o dilúvio em águas foi
universal e não local; caso contrário o relato bíblico está errado. 11 Comentários
de: Prof. Roberto Azevedo.
29. TESE DE ANTROPOLOGIA 29 Champlin nos dá alguns argumentos em
prol do dilúvio universal. A) A linguagem dos capítulos sexto a nono de Gênesis
refere-se a um dilúvio de dimensões universais. Todos os picos dos montes
foram cobertos pelas águas, tendo havido a destruição absoluta de todos os seres
vivos terrestres, excetuando-se os que estavam na arca (e, naturalmente,
excetuando-se a vida marinha em geral). B) A universalidade das narrativas
sobre o dilúvio mostra que o dilúvio chegou a todos os lugares. C) Há uma
distribuição mundial dos depósitos aluviais do dilúvio. D) Houve a súbita
extinção de mamutes peludos do Alasca e da Sibéria, na hipótese de que eles
foram mortos afogados, e não por congelamento. E) A diminuição das espécies
animais. Poucas espécies restam agora, em comparação com o que se via na
antiguidade. Isto supõe que Noé não abrigou na arca todas as espécies possíveis,
mas apenas as representativas de cada espécie; ou então que muitas destas
espécies se extinguiram após terem sido soltas da arca. 12 Existem ainda outras
razões que nos provam que o dilúvio foi universal. Com o pecado da raça
humana naquela época, pecado este que afetou todos os homens na face da terra
(Gn. 6:5-7), Deus então castigaria a todos através das águas do dilúvio, mas para
que isto fosse possível era necessário que o dilúvio fosse universal e não local.
Estudando cuidadosamente a estrutura em que a arca foi feita, veremos que esta
estrutura foi feita para suportar um dilúvio universal e não local, caso contrário
não precisaria de uma estrutura como foi a da arca. Uma outra coisa que
devemos observar, é que a ordem de Deus para Noé foi para que ele fizesse
entrar na arca um casal de cada espécie, se o dilúvio fosse local isto não era
necessário, pois em outros locais ainda haveria animais da mesma espécie. Antes
do dilúvio existiam as várias formas de vida que são reveladas no texto de Gn.
1:20-23. Creio que existiam até mesmo os dinossauros que foram extintos por
ocasião do dilúvio. Também temos referências na Bíblia de animais ou monstros
que não sabemos realmente como eram – Jó. 3:8. Portanto, estas formas de vida
que foram extintas pelo dilúvio universal provam o criacionismo. 12 R.N.
Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). vol. 1.
Ed. Hagnos. P.66.
30. TESE DE ANTROPOLOGIA 30 * O dilúvio universal e os fósseis: uma
prova da criação. Os arqueólogos têm achado fósseis de animais da era
quaternária estraçalhados, evidenciando um acontecimento de alta violência
como foi o dilúvio; estes foram achados nas regiões da Europa e da América do
Norte. E nas fendas de algumas montanhas foram achados esqueletos
incompletos de animais, que foram colocados ali com muita violência pelas
águas do dilúvio. Um dos lugares que foram achados estes esqueletos entre as
fendas das montanhas foi em Odessa, perto do mar Negro; na ilha de Quitera, ao
largo do Peloponeso; na ilha de Malta, na rocha de Gibraltar e até nas fontes de
Ágata, no Nebraska. E ainda Temos registros de fósseis de peixes, corais e
conchas que foram achados petrificados no topo das montanhas de grande
altitude. Estima-se que haja aproximadamente cinco milhões de mamutes
congelados na Sibéria (foram encontradas manadas de mamutes mortos em
países não-polares, mas estavam fossilizados, pois não havia gelo para preservá-
los). Nas proximidades dos mamutes encontraram-se também diversos outros
animais congelados, tais como rinocerontes e esquilos, ovelhas e camelos, tigres
e leões, além de um bezerro, um bisão, um cavalo e um lince, muitos com carne
preservada. Em cavernas na França foram descobertas gravuras que representam
a caça a esta raça extinta de elefantes. Alguns são descobertos em condições
excepcionais de conservação. Foram mortos tão subitamente que são
encontrados feijões, flores, grama verde e outros alimentos ainda não digeridos
em seus estômagos e bocas. Muitos são encontrados em pé, na posição vertical
(o mamute Berezovka, que foi encontrado em pé, estava com a pélvis, uma
clavícula, e uma perna esmagada, mas não apresentava sinais de agonia, o que
indica que seu corpo foi submetido a elevadas pressões após a morte). Houve
casos em que cães famintos atacaram e comeram pedaços de alguns deles antes
que os cientistas chegassem. O que teria causado a morte súbita e o
congelamento de tantos mamutes? Por causa das gravuras com cenas de caça,
alguns cientistas levantaram a hipótese de que eles haviam sido dizimados pelo
homem. No entanto os mesmos cientistas dizem que eles viveram há diversos
milênios, e estimam que nessa época talvez não houvesse mais do que 30.000
pessoas no mundo. Ou seja, não havia homens suficientes para matar sequer os
mamutes da Sibéria. Levantou-se outra hipótese para sua morte súbita: teriam
morrido em resultado de acidentes. Considere o caso de Dima um bebê-mamute
que foi encontrado em uma montanha da Sibéria em 1977, e hoje encontra-se
preservado no Museu do Instituto de Zoologia da Academia de Ciências da
Rússia. Apesar de ter o lado esquerdo do seu tronco achatado (sofreu forte
compressão na região após sua morte), Dima é um exemplar bem conservado,
com pele, órgãos, músculos e ossos preservados, e seu DNA já foi estudado.
Submetido à datação radiométrica, apresentou resultados curiosos: "Uma parte
de Dima foi datada como possuindo 40.000 [anos], outra parte 26.000, e havia
madeira 'imediatamente em torno do corpo' [congelada junto a ele] datando de 9-
10.000 [anos]" (Troy L. Pewe, Quaternary Stratigraphic Nomenclature in
Unglaciated Central Alaska, Geological Survey Professional Paper 862;
31. TESE DE ANTROPOLOGIA 31 U.S. Gov. printing office, 1975, p. 30).
Note que especialistas russos que dataram mamutes (utilizando técnicas
modernas: filtraram o colágeno dos ossos e mediram o radiocarbono com um
contador de cintilação de líquidos) registraram que o C14 indica uma data de até
4.000 A.P. (Anterior ao Presente), segundo informações da revista científica
americana Radiocarbon (Volume 37, Número 1, 1995, pp. 1-6. Department of
Geosciences, The University of Arizona). Vale a pena conhecer o que o
especialista Mitzi Perdue escreveu a respeito de Dima: "Há quase 40.000 anos
aconteceu uma pequena tragédia. Um bebê mamute de um ano abaixou seu
tronco para beber a água de um riacho gelado, desequilibrou-se e caiu na água.
Incapaz de sair da água, o jovem afundou. Isso aconteceu na Sibéria, e a água e a
lama mole logo congelaram sobre o mamute azarado. Seu corpo foi encapsulado
em gelo fóssil e não foi visto novamente até 1977" (citado em
www.nandotimes.com, 30/11/1999). Pode imaginar milhões de mamutes se
desequilibrando e caindo na água por acidente? Sabia-se que, como no caso de
outros mamutes, Dima havia morrido por afogamento. Encontrou-se barro, lama
e partículas de cascalho no seu trato digestivo e sistema respiratório (traquéia,
brônquios e pulmões). Os mamutes não são animais preparados para a vida em
ambientes glaciais (nem tampouco os animais e plantas encontrados nas
proximidades dos mamutes). O exame revelou que, exatamente como as outras
raças de elefantes, não possuem glândulas excretoras de óleo, presentes em
todos os mamíferos que vivem no Ártico. Um mamute tem aproximadamente o
mesmo tamanho e peso das outras raças de elefantes; por isso, precisa de muito
alimento: um elefante consome cerca de 150 kg de alimento por dia, e gasta
dezesseis horas por dia fazendo isso. O mamute de Adams, um macho
descoberto na Sibéria em 1799, era tão gordo que sua barriga chegava até abaixo
dos joelhos. Como os cinco milhões de mamutes poderiam se alimentar na
Sibéria? Alimento abundante requer no mínimo um clima temperado (muito
mais quente do que o atual na região). Entre os alimentos encontrados no
sistema digestivo dos mamutes, há pedaços de flores, o que indica que não
morreram em uma estação fria (as evidências sugerem o final do verão ou o
início do outono). Evidentemente o clima mudou muito rapidamente. Os
mamutes e rinocerontes precisaram ser congelados imediatamente após sua
morte, ou sua carne não teria sido preservada (quando o animal não é aberto, o
processo de decomposição ocorre mesmo em ambientes glaciais, pois a inércia
térmica do interior do organismo é suficiente para permitir a ação das enzimas e
da atividade microbiana). Foram enterrados no gelo, a salvo dos predadores
(incluindo pássaros e insetos). Há diversos outros "cemitérios de animais" em
todo o mundo que dão evidência de um cataclismo que destruiu subitamente
quantidades imensas de seres vivos. Fósseis de animais isolados, evidentemente
são comuns, mas foram encontrados também diversos leitos com grandes
quantidades de animais que vivem em comunidades, colônias e rebanhos,
especialmente os que se ajuntam em manadas em situação de perigo. O Dr.
Henry M. Morris expõe: "Há grandes leitos de restos de mamíferos fósseis (e.g.:
os leitos de elefantes na Sibéria, os leitos de hipopótamos na Sicília, etc.),
grandes leitos de anfíbios (e.g.: as grandes quantidades de anfíbios extintos nos
leitos Permianos do Texas, [nos] Estados Unidos, etc.), leitos tremendamente
grandes de plantas fósseis (e.g.: os estratos de carvão), e assim por diante.
Praticamente todas as espécies de organismos que vivem hoje no mundo
também foram encontradas no mundo fóssil, freqüentemente na forma de
cemitérios fósseis contendo grande número de exemplares‖.
32. TESE DE ANTROPOLOGIA 32 Todos os cientistas admitem que o petróleo
seja matéria orgânica. A maioria dos geólogos acredita que os leitos de petróleo
resultam do sepultamento de milhões de animais mortos. E eles teriam de ter
morrido ao mesmo tempo, pois caso contrário, a decomposição de seus corpos
se integraria ao ciclo ecológico comum, e não formaria petróleo (por esta razão,
não existe petróleo sendo formado atualmente). Mesmo que falássemos de
animais marinhos ou de quaisquer outros seres vivos, o fato é que a morte rápida
de milhões deles já caracteriza um cataclismo. E incontáveis milhões de barris
de petróleo têm sido extraídos da terra durante os últimos cem anos. 13 Os
diversos fósseis que foram achados, sendo estes fósseis de peixes, corais e
conchas e todos eles petrificados, assim como de mamutes, rinocerontes,
esquilos, ovelhas, camelos, tigres, leões, além de um bezerro, um bisão, um
cavalo e um lince, foram achados congelados, e muitos com vegetais ainda na
barriga e na boca, com sua carne preservada, e que viveram antes do dilúvio, nos
dão provas de um dilúvio universal e também da criação de Deus. Criação esta
que não evoluiu de espécie para espécie, mas que permaneceu como era desde a
sua origem. 1.2.2.2 A arqueologia. A arqueologia tem sido um instrumento
valioso que tem ajudado a provar que os relatos da criação são verdadeiros.
Todos nós sabemos que a história relatada nos capítulos um a onze de Gênesis,
registra os primórdios da humanidade e que o seu trâmite foi no vale dos rios
Tigre e Eufrates, história esta que tem sido comprovada pelas descobertas
arqueológicas. Os arqueólogos descobriram as tábuas da criação, que
proporcionou a recuperação de uma grande parte de documentos da antiga
Mesopotâmia, preservados em caracteres em forma de cunha que são bem
próprios da linguagem babilônica-assírica; estavam escritos em tábuas de barro e
foi uma descoberta valiosa para a arqueologia. A região do vale babilônico-
assírico tem sido um cemitério de antigas civilizações; com o desejo de escavar
estas regiões de culturas esquecidas, o conhecimento da história Bíblica tem sido
possível. A região que foi o berço da humanidade tem sido um dos lugares mais
dramáticos da superfície 13 Lucian Benigno. Biblical @ archacologist.com. O
dilúvio.
33. TESE DE ANTROPOLOGIA 33 terrestre devido às escavações. Com a
possível decifração dos caracteres em forma de cunha, tem se descoberto um
grande paralelo com os registros encontrados na Bíblia e cada vez mais, a
veracidade da Bíblia tem sido comprovada. * Foram descobertas em Nínive, na
biblioteca de Assurbanipal, as primeiras tábuas da criação, assim como
pequenos fragmentos de tábuas que eram conhecidas pelos babilônicos e assírios
como a grande epopéia da criação, contendo relação com os primeiros capítulos
de Gênesis. Estas tábuas eram de barro e continham mais ou menos mil linhas. *
Foram achadas outras partes das tábuas da criação. E com isto a epopéia quase
foi totalmente restaurada, faltando apenas uma parte que está na tábua v. * Estas
tábuas são posteriores ao século sete antes de Cristo, mas foram compostas nos
dias de Hamurábi (1728-1676 a.C.). Um dos propósitos destas tábuas, era
mostrar a superioridade da Babilônia sobre as outras cidades do país. Estas
tábuas são literaturas dos Semitas Babilônicos, mas tudo indica que foram
compostas em épocas muito mais remotas, talvez quatro mil antes de Cristo, por
serem baseadas nas tradições dos Sumérios que entraram no sul da Babilônia em
épocas remotas e aperfeiçoaram-se na escrita em forma de cunha. Os babilônios
foram herdeiros da cultura dos Sumérios. Outras descobertas têm sido feitas pela
arqueologia que provam o criacionismo, como por exemplo, a localização do
jardim do Éden onde Deus colocou o homem e trouxe a ele os animais criados
para que desse nome a cada um deles, lugar onde aconteceu a tentação e a
queda. A Bíblia nos fala em Gn. 2:10-14 que o jardim do Éden estava localizado
em um lugar nas regiões dos rios Tigre e Eufrates. Mais provável na terça parte
mais para o oriente do Crescente Fértil. 14 E saía um rio do Éden para regar o
jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. 14 Grifo nosso.
34. TESE DE ANTROPOLOGIA 34 O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia
a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram
lá o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a
terra de Cuxe. O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da
Assíria. E o quarto é o Eufrates. O livro de Gênesis nos fala do principio da raça
humana no mesmo lugar que arqueologia tem demonstrado ser o berço da
civilização; W.F.Albright diz: Desta forma a pesquisa arqueológica tem
estabelecido, sem sombra de dúvida, que não há centro de civilização, na terra,
que possa nem de longe competir, em antiguidade e atividade, com a bacia do
Mediterrâneo Oriental e a região imediatamente ao leste dela – O Crescente
Fértil. 15 Portanto, a arqueologia tem feito descobertas que provam que os
relatos do livro de Gênesis são verdadeiros. Como conseqüência os relatos da
criação também são verdadeiros. 1.2.2.3 A Geografia e história (Geologia). Na
verdade é perfeitamente possível correlacionar a cronologia Bíblica, referente ao
período do dilúvio, à própria geocronologia. Deve ser lembrado, no entanto, que
após Noé ter saído da arca, a superfície da Terra ainda se encontrava sob os
efeitos secundários do dilúvio, em um processo gradual de estabilização. Nesse
período pós-dilúvio, os fenômenos geológicos se manifestaram. Um dos
fenômenos geológicos que se manifestou por ocasião do dilúvio foi a divisão
dos continentes. Cientificamente e Biblicamente a divisão dos continentes tem
sido provada, por isto quero me deter um pouco dentro desta área da geologia –
a divisão dos continentes. Apresentarei o assunto cientificamente e depois
Biblicamente. Geralmente se atribui essa teoria a Wegener, mas na realidade ela
havia sido postulada em 1658 pelo francês Pacet, embora tivesse depois caído no
15 Merril F. Unger. Arqueologia do Velho Testamento. Ed. Batista Regular.
p.17,18. / Grifo nosso.
35. TESE DE ANTROPOLOGIA 35 esquecimento até princípios do século XX,
quando então foi resgatada pelo norte-americano Taylor (1910). Entretanto, foi o
geofísico alemão Alfred Wegener (1912) quem melhor soube apresentar esta
sedutora teoria. 16 * A divisão dos continentes de acordo com Wegener. A tese
de Wegener pode ser resumida da maneira seguinte: A crosta terrestre
compunha-se inicialmente de uma camada flutuante de SIAL (silício e alumínio)
em equilíbrio isostático sobre o SIMA (silício e magnésio). Essa crosta, ao
resfriar-se, retraiu-se formando na era Paleozóica um agregado único, ou seja,
um continente primitivo único (em alemão: Urkontinent) cercado também por
um oceano único. Esse continente teria estado situado na região polar, e pelo
efeito principalmente da força centrífuga, essa massa continental ter-se-ia
fracionada em partes menores. Em seu percurso em direção ao equador, as
massas resultantes ao fracionamento teriam formado os atuais continentes. Além
disso, o movimento dessas massas continentais flutuantes explicaria a formação
de montanhas como os Andes e as Montanhas Rochosas. A resistência oposta
pelo SIMA ao movimento migratório do SIAL foi a causa da compressão,
levantamento e dobramento das ―proas‖ dos continentes em sua marcha
inexorável. Em seu conjunto, a tese parece ser coerente. A idéia seduzia pela sua
simplicidade genial. Ainda mais, tinha o mérito de explicar um grande número
de fenômenos mediante uma causa única. A forma atual dos continentes, a
incrível correspondência de formas entre a América do Sul e a África, a presença
de montanhas nas bordas dos continentes, a correspondência de fauna e flora em
um mesmo nível na África, América do Sul e Austrália, tudo isto passava a ser
justificado de imediato pela genial teoria de Wegener. 17 Esta teoria teve os seus
altos e baixos, foi sendo defendida e reprovada por alguns. Por ser reprovada ela
perdeu a sua força, mas novos fatos científicos surgiram a favor desta teoria.
Quero apresentar estes fatos de acordo com a obra ―Em Busca das Origens‖. Os
estudos oceanográficos haviam demonstrado a existência de verdadeiras cadeias
montanhosas no fundo dos oceanos, especialmente no Atlântico. Em 1963 a
idéia da deriva novamente veio à tona e reconquistou adeptos. A grande
mudança de atitudes teve lugar em 1968, com a publicação, nas melhores
revistas cientificas britânicas e norte-americanas, de toda uma série de trabalhos
que iriam devolver o prestígio à teoria, com ligeiras modificações. 16 Jean Flori,
Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.63. 17
Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial
Safeliz. p.64.
36. TESE DE ANTROPOLOGIA 36 Assim, Hurley (abril de 1968) expunha
claramente a existência, no fundo dos oceanos, de falhas e ―cristas‖ que
pareciam ser formadas de materiais ―recentes‖, provenientes das profundezas.
Novamente comparando as camadas geológicas ―concordantes‖ do Brasil e do
Golfo da Guiné, ele chegava a conclusão de que eram contemporâneas. Renascia
a idéia de que os continentes como imensas ―balsas‖, teriam podido deslizar da
astenosfera. Não mais como balsas ―à vela‖, impelidas por forças externas, mas
sim transportados pelas correntes magmáticas. A nova teoria da expansão do
fundo oceânico (Sea Floor Spreading) não deixou de encontrar posteriormente
novas confirmações. Os estudos de paleomagnetismo vieram a confirmar esta
tese, revelando que, de ambos os lados das ―cristas‖, os materiais simétricos
eram do mesmo período, pois haviam ―registrado‖ as mesmas características do
campo magnético. Esta era a prova de que o fundo dos oceanos foi criado na
região da crista, e de que a matéria surgida das profundezas da Terra elevou-se
separando progressivamente ambos os lados da crista. Só faltava descobrir o
motor deste movimento da matéria, o que foi feito voltando-se à direita das
correntes de convecção (semelhante às da água que se aquece em uma panela),
que deveriam ter afetado as massas plásticas do manto (a astenosfera). Por razão
ainda parcialmente desconhecida (gradiente de temperatura?), pensa-se que
essas massas plásticas ter-se-iam movimentado com velocidade muito baixa, e
sua elevação teria produzido as cristas oceânicas, de onde se derramaram para
ambos os lados das cristas. Assim o fundo do oceano se encontraria em continua
formação, com rochas relativamente jovens nas proximidades das dorsais
oceânicas, e outras rochas progressivamente mais antigas, afastando-se da dorsal
em ambos os lados. Esta expansão de matéria teria ocasionado a separação das
―balsas‖ continentais. A evidência que sugere a expansão do fundo oceânico
constitui o argumento mais poderoso a favor da chamada tectônica de placas,
como é denominada essa teoria. Cabe, pois, novamente imaginar a litosfera
(crosta e manto superior rígido) formada por placas continentais de 50 a 100 km
de espessura, movendo-se com relação às outras, separadas entre si por fraturas
em cujo interior as matérias provenientes das profundezas se esparge, repelindo
simetricamente as ―balsas‖ continentais. Desta forma, embora com novas
roupagens, foi ressuscitada a teoria de Wegener, agora com a denominação de
Tectônica de placas. Assim, renasceu também a hipótese de um continente
único. Certamente ainda está longe de uma certeza absoluta sobre está questão, o
que é conveniente sublinhar antes de finalizarmos. O geólogo australiano
Snelling escreveu: ―A maioria dos geólogos aceita hoje entusiasticamente a
teoria da deriva dos continentes. Há, entretanto, componentes pesquisadores no
campo das ciências da terra, que não aceitam‖. Em qualquer caso, essa noção
conta com amplo respaldo. As tentativas de explicar essas questões geológicas
têm de ter isso em conta. E, de qualquer maneira, isso nos terá proporcionado
uma lição muito positiva, ao nos recordar que no campo das ciências não se deve
sepultar prematuramente nenhuma idéia, pondo-nos também de sobre aviso
perante a sedução que exerce uma teoria unitária que pretende explicar tudo.
37. TESE DE ANTROPOLOGIA 37 A teoria transformista, tanto quanto a
teoria de Wegener, é uma dessas teses monumentais que seduzem por sua
harmonia, e que nos induzem a deixar de verificar minuciosamente seus
fundamentos perante um edifício aparentemente tão importante. 18 Na Bíblia,
temos uma referência que diz que a terra se dividiu Gn. 10:25. A Héber
nasceram dois filhos: um teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias se
repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã. Temos um breve relato neste
verso se referindo a Pelegue e a divisão da terra. Um dos significados do nome
Pelegue é ―divisão‖, e isto ocorre porque algo deste cunho aconteceu na sua
época. Esta divisão é a que chamo de: ―a divisão dos continentes‖, momento este
em que a terra se dividiu, é importante notarmos que não existe nenhuma citação
de genealogia depois da frase ―... em seus dias se repartiu a terra...‖ e isto ocorre
porque a divisão ou a repartição aqui citada foi uma divisão de terras e não de
povos. Quero encerrar os meus pensamentos a respeito deste assunto (geologia)
dizendo que novas descobertas nos campos da geologia e da meteorologia
começam, assim, a trazer importantes contribuições para a concordância dos
estudos científicos a respeito dos eventos ocorridos nos primórdios da história da
Terra, com a revelação contida na Bíblia. 2. A criação do homem. Algumas
perguntas podem ser feitas a respeito da criação do homem. Como exemplo:
Quem criou o homem? Que é o homem? Qual o propósito da sua criação? Quais
os seus ministérios? O que significa ―imagem e semelhança‖? O homem é um
ser tricotomista ou dicotomista? Por que e como Deus permitiu a queda do
homem? 18 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens.
Ed.Editorial Safeliz. p.66,67,69.
38. TESE DE ANTROPOLOGIA 38 Muitos religiosos, cientistas e até mesmo
teólogos têm dado várias respostas complicadas e sem nexo a estas perguntas
que podem ser respondidas facilmente à luz da Bíblia. Tendo isto em mente,
discorrerei agora sobre os vários aspectos concernentes a criação do homem, e
estas perguntas serão respondidas de acordo com o que eu creio ser Bíblico. 2.1
Sua origem segundo a Bíblia. ―Também disse Deus: Façamos o homem...‖ Gn.
1:26. ―Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou
nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente‖. Gn. 2:7. O
relato da criação do homem se encontra basicamente em dois textos, ainda que
possa ser embasado por outros textos bíblicos. Estes dois textos são: Gn. 1:26,27
; 2:7,21-23. O homem veio a existir por um ato criativo da parte de Deus e como
descrevi anteriormente, as três pessoas da Trindade estavam envolvidas neste
ato, pois o versículo diz: ―Façamos o homem...‖ (o verbo fazer aparece no plural
indicando a ação das três pessoas), e quando olhamos para este versículo, vemos
que as três pessoas da Trindade concordaram plenamente com a criação do
homem. * Uma consideração da palavra ―homem‖ de acordo com Strong – Gn.
1:26. Homem, adan; Homem, raça humana, Adão (o primeiro homem), a
humanidade em geral. Adan é traduzido como Adão (o substantivo próprio)
cerca de vinte vezes no AT, e como homem mais de quinhentas vezes. Quando
se refere a toda raça humana, a Bíblia com freqüência usa a contrução b‘nay
adan, os filhos de Adão. Assim como homem no português, adan no seu sentido
geral nada tem haver com sexo masculino, mas com enquanto ser humano. Por
exemplo, em uma ocasião adan refere-se exclusivamente a mulheres! (Nm.
31:15). Adan provavelmente esteja relacionado com o verbo adon, ser vermelho,
referindo-se a coloração avermelhada da constituição do ser humano. Adamah,
―solo‖ ou ―chão‖, também pode derivar-se deste verbo. Desta forma, Gn. 2:7
afirma: ―E formou o Senhor Deus o adan do pó da adamah. Paulo vê Adão como
homem terreno em 1 Co. 15:47. Adan é um dos quatro principais termos
hebraicos para ―homem‖ usados na Bíblia.19 19 Bíblia de estudo Plenitude. Ed.
Sociedade Bíblica do Brasil. p.5.
39. TESE DE ANTROPOLOGIA 39 A criação do homem foi um ato direto das
mãos de Deus; sendo assim o método que Deus usou para criar o homem, não
foi o mesmo que Ele usou para a criação dos animais e dos vegetais; estes foram
criados indiretamente por uma palavra de ordem, a Bíblia assim nos declara:
―Produza a terra...‖ Gn. 1:11,24,―Produzam as águas...‖ Gn.1:20, . Mas no caso
do homem a declaração foi direta:―Façamos o homem...‖; ―E formou o Senhor
Deus o homem do pó da terra...‖ Gn. 1:26; Gn.2:7. O homem não foi produzido
pela terra e nem pela água; com isto não estou indo contra o relato bíblico que
diz que Deus formou o homem do pó da terra, também não estou dizendo que na
composição do homem não exista água. Mas que o Próprio Criador 20 formou o
homem do ―pó da terra‖ de uma maneira direta através do ―Seu toque‖ 21, e sem
qualquer outra intervenção; por ser um ato direto de Deus, o homem foi criado
perfeito e sem pecado, e o Espírito de Deus habitava no espírito do homem e os
dois (homem e Deus) tinham uma perfeita comunhão; sendo assim o homem
criado, e sem pecado podia olhar para o alto, conhecer e adorar este Deus que
lhe criou. Por ser criado diretamente por Deus, o homem é a coroa da Sua
criação, algo maravilhoso. Erickson faz a seguinte declaração: Apesar de
criaturas, somos as mais elevadas dentre elas, as únicas feitas à imagem de Deus.
Não somos simples produtos acidentais de um mecanismo cego nem um
subproduto ou refugos lançados fora no processo de fazer algo melhor. Somos
um produto expressamente desejado por Deus. Ás vezes, os cristãos sentem
necessidade de minimizar a habilidade e as realizações dos homens a fim de dar
maior glória a Deus. É certo que precisamos colocar as realizações humanas no
devido lugar em relação a Deus. Mas não é necessário proteger Deus contra a
competição da sua criatura mais elevada. A grandeza humana pode glorificar
ainda mais a Deus. Os homens são grandes, mas o que os torna grandes é o fato
de Deus os ter criado. O nome Stradivarius fala da qualidade de um violino; seu
fabricante foi o melhor. Mesmo quando admiramos o instrumento, estamos
admirando muito mais o talento do seu fabricante. A respeito dos homens, pode-
se dizer que foram feitos pelo melhor e mais sábio de todos os seres, Deus. Um
Deus capaz de fazer uma criatura tão maravilhosa é de fato um grande Deus. 22
Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele... Sl. 100:3.
23 20 Grifo nosso. 21 Grifo nosso. 22 Millard J. Erickson. Introdução à Teologia
Sistemática. Ed. Vida Nova. P.213,214. 23 Bíblia de Estudo NVI. Ed. Vida. p.
986.991.
40. TESE DE ANTROPOLOGIA 40 2.2 O tempo da sua criação. Alguns
geólogos, antropólogos e vários teólogos, têm dado ao homem milhares de anos
de existência e por não ser o que a Bíblia diz, esta teoria deve ser bem estudada e
combatida, para que a verdade da Palavra de Deus não seja deturpada. Vejamos
o que diz esta teoria: Os geólogos e antropólogos acharam os ossos do homem
de Neandertal de 100 anos atrás, e falam do homo sapiens que teria dado origem
ao homem moderno há cerca de 30 mil anos. Outros ossos são muitos mais
antigos, como os do homo faber e do homo erectus (estes de 250 mil anos). Uma
possibilidade é que a descrição de Gênesis 4 tenha omitido algumas gerações, e
assim aquela civilização é mais antiga do que a soma daqueles anos. Muito
tempo pode ter passado, com muitas gerações entre Adão e Caim. O mesmo
pode ter acontecido com Adão no jardim do Éden. Talvez o tempo de Adão
possa ser estendido até 30 mil anos atrás, e Caim e Abel dentro de 10 mil anos.
24 Com relação ao tempo da origem do homem, vários grupos de cientistas
estão em constantes desafios: o historiador com sua preocupação pelos fatos
relativos aos povos e nações primitivos, com a distinção entre raças e a
possibilidade de uma origem comum; o filólogo como seu problema da origem
da língua à luz de suas formas variadas presentes; o arqueólogo e o geólogo com
a evidência que oferecem para a antiguidade do homem. O que esses homens
asseveram a respeito da idade da família humana varia em tal grau que todas as
alegações da infalibilidade ficam destruídas. O desacordo entre as autoridades
não possui a tendência de gerar crença ou de estabelecer uma data confiável.
Uma afirmação geral surge, a qual alega que o homem viveu muito mais sobre a
terra do que a data de 4004 a.C., avaliada pelo Arcebispo Usher.25 ‖Hoje‖
somos informados, ― os antropólogos concordam geralmente em que o homem
não é uma recente introdução na terra. Todos os que têm estudado a questão
admitem agora que sua antiguidade é muito grande; e que, embora tenhamos até
certo ponto determinado o mínimo de tempo durante o qual teria ele existido,
não avançamos na determinação do período muito maior durante o qual ele
poderia ter, e provavelmente tem, existido. Podemos com tolerável certeza
afirmar que o homem teria habitado a terra há centenas de milhares de anos, mas
não podemos asseverar que ele positivamente não existiu, ou que há alguma boa
evidência contra haver ele existido por um período de dez mil séculos.26 Ainda
que esta teoria tenha se tornado comum entre vários teólogos, não concordo com
ela por dois motivos: A) Os vários métodos que têm sido aplicados para datar o
tempo da origem do homem não são verídicos, como por exemplo: 24 Zacarias
de Aguiar Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 168, 169.
25 Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol. 1e2. Ed. Hagnos. p.548. 26
Charles Hodge. Teologia Sistemática. Ed. Hagnos. p.508.
41. TESE DE ANTROPOLOGIA 41 * A idade dos esqueletos: Alguns dos
esqueletos que foram achados são esqueletos de outras criaturas e não possuíam
as características da estrutura óssea do homem que conhecemos; portanto este
método não é seguro e a sua datação não serve para o homem. * As datas que
são lançadas com respeito às civilizações que dizem ser tão antigas e às gerações
que dizem ser muitas, nunca foram confirmadas na íntegra. B) Quando
estudamos detalhadamente a cronologia Bíblica com respeito à origem do
homem, veremos que a origem do homem não antecede aos seis mil anos. O Dr.
Miley escreveu: Os estudantes mais profundos dessa questão encontram medidas
diferentes de tempo, que não variam tão amplamente como entre os cientistas;
[...] Os pontos de vista mais importantes são bem conhecidos e facilmente
afirmados. A origem do homem precedeu o advento de nosso Senhor em 4.004
anos, como calculado por Usher com base nas escrituras hebraicas; em 5.411
anos, como calculado por Hales com base na Septuaginta. Aqui há uma margem
de 1.407 anos, que poderia cobrir muitos fatos da ciência com respeito à
presença do homem no mundo, e trazê-los a harmonia com a cronologia bíblica.
A aceitação desse cálculo não exige um mecanismo astuto. 27 2.3 O propósito
da sua criação – Glorificar a Deus. ...a todos os que são chamados pelo meu
nome, e os que criei para minha glória, e 28 que formei, e fiz. Is. 43:7 Deus
criou o homem para Sua própria Glória, para que este O glorifica-se em toda a
sua vida. Quando falamos em glorificar a Deus, o que pode vir às nossas mentes
é a glorificação através do louvor, que é um meio pelo qual nós adoramos ou
glorificamos a Deus; mas o louvor não é o único meio de glorificá-lo. Em 1 Co.
10:31 diz que devemos fazer ―tudo para a glória de Deus‖. Quando olho para
esta declaração da Palavra de Deus, vejo que a glorificação envolve algo muito
mais amplo do que o louvor, envolve todo o nosso ser e todo o 27 Lewis Sperry
Chafer. Teologia Sistemática. vol.1e2. Ed. Hagnos. p.548. 28 Grifo nosso.
42. TESE DE ANTROPOLOGIA 42 nosso procedimento. E por Deus ter nos
criado para a sua própria glória e desejar que O glorifiquemos, cabe a nós
cumprirmos esta responsabilidade com toda a alegria e satisfação. Grundem diz
que: ...a atitude normal do cristão é alegrar-se no Senhor e nas lições da vida que
Ele nos dá (Rm. 5:2-3; Fp. 4:4; 1 Ts. 5:16-18; Tg.1:2; 1Pe.1:6,8; et al...) Quando
percebemos que Deus nos criou para glorificá-lo, e quando passamos a agir a
fim de cumprir esse fim, então começamos a experimentar uma intensidade de
alegria no Senhor que antes não conhecíamos. E quando acrescemos a isto a
compreensão de que o próprio Deus se deleita com a nossa comunhão com ele,
nossa alegria se torna ―inexprimível e plena de glória celeste‖ (1 Pe.1:18;
paráfrase ampliada do autor).29 Um outro aspecto que quero discorrer a respeito
do assunto que estamos tratando, é que a humanidade hoje está completamente
fora do propósito exigido por Deus. Os homens têm deixado de glorificar ou
adorar a Deus e passaram a glorificar outros homens assim como imagens de
esculturas, algo que sempre foi e sempre será abominável aos olhos de Deus.
Romanos 1:20-25 diz: Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde
o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.
Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de
Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram
nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus
incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem com de
aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia,
pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre
si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a
criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Somente
Deus merece toda a glória e não existe outro ser que mereça a glória que só é
devida a Ele, pois é o criador de todas as coisas e não compartilha esta glória
com ninguém. Neste sentido, argumenta Champlin: ―Por certo nenhuma imagem
pagã, que simboliza um deus que nada representa, pode apresentar a
reivindicação de compartilhar da glória de Yahweh‖. 30 29 Wayne Grudem.
Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. p.363. 30 R.N. Champlin. O Antigo
Testamento Interpretado (versículo por versículo). Ed. Hagnos. p.2.907.
43. TESE DE ANTROPOLOGIA 43 Isaías 42:8 diz: Eu sou o Senhor; este é o
meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor. 31
Deus por ser o nosso criador, merece toda glória e adoração, isto deve
continuamente incomodar todo nosso ser. As palavras do apóstolo Paulo são
enfáticas a respeito da glória ou da adoração que Deus deve receber: Porque
dele, por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente. Amém! – Rm. 11:36. * A glorificação ou adoração deve ser
racional. Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o
vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional – Rm. 12:1. Não descreverei nesta altura detalhadamente sobre o corpo
em si, pois isto será feito quando for tratar especificamente do assunto – O
Corpo. Quero apenas deixar algumas considerações acerca da palavra corpo
neste verso. Creio que a palavra corpo neste versículo tem um sentido amplo,
não apenas o corpo em si. Paulo escreve tendo em mente todo o ser do homem e
toda a ação que este pode prestar a Deus através do seu corpo. Portanto, se a
nossa alma for pura o nosso corpo será puro e servirá de meio apropriado para
glorificarmos a Deus. * Uma consideração a respeito das palavras ―... por
sacrifício vivo...‖; ―... santo...‖;―agradável a Deus...‖ e ―culto racional‖. Ao
analisarmos a frase ―sacrifício vivo‖ devemos ter em mente os sacrifícios que
eram realizados no Antigo Testamento. Existiam sacrifícios de várias 31 Bíblia
de estudo NVI.
44. TESE DE ANTROPOLOGIA 44 espécies e ofertas queimadas que tinham
como propósito glorificar a Deus; estes animais e ofertas tinham um caráter todo
especial, pois seriam sacrificados a um Deus Santo. Isto faz ligação com o nosso
corpo que deve honrar e glorificar a Deus, como por exemplo: Da nossa boca
não deve sair palavras torpes, os nossos olhos não devem contemplar aquilo que
não agrada a Deus, as nossas mãos devem cooperar para a obra e ajudar o
próximo. Estas ações servem de sacrifício vivo e glorificam a Deus. ―Santo‖ –
Existem vários imperativos solenes na Palavra de Deus com respeito a vivermos
uma vida santa. Uma característica essencial do sacrifício é santidade e quando
olhamos para o Antigo Testamento, mais especificamente para o tabernáculo
vemos que tudo deveria ser santo. O altar era santíssimo e tudo que o tocasse
deveria ser santo; o lugar onde ficava a arca da aliança se chamava santo dos
santos, e para o sumo sacerdote existia todo um ritual que levava à santidade.
Portanto, a santidade deve ter lugar primordial na adoração ao Senhor e para que
isto aconteça toda a nossa alma (intelecto, emoções e vontade) deve ser
santificada e se santificar gradativamente e assim passaremos a agir de acordo
com a nova natureza. ―Agradável a Deus‖ – Agradável a Deus é algo que Lhe
satisfaz. Quando se contempla os sacrifícios que eram realizados no Antigo
Testamento, estes para serem aceitos deveriam estar dentro do padrão exigido
por Deus. Hoje o padrão exigido por Deus é: ... importa que os seus adoradores
o adorem em espírito e em verdade. Jo. 4:24. Se quisermos adorá-Lo agradando-
O, devemos adorá-Lo ou glorificá-lo em espírito e em verdade. Só o fato de
sermos criados por Deus, coloca-nos sob a responsabilidade de agradá-Lo com a
nossa adoração. O propósito de Deus em criar o homem foi justamente este. A
atuação do Espírito Santo no espírito do homem será tratada mais adiante.
―Culto racional‖ – Significa que devemos glorificá-Lo com a participação do
coração, da mente e da vontade. Existem dois tipos de adoração: uma falsa e a
outra verdadeira. As três primeiras características citadas abaixo
45. TESE DE ANTROPOLOGIA 45 fazem parte da falsa adoração, enquanto a
quarta característica faz parte da verdadeira adoração. A) Adoração ignorante ou
irracional – sem saber o que adoram. O exemplo dos Samaritanos: ―vós adorais
o que não conheceis‖ – Jo 4:22. B) Adoração exterior – apenas aparente. O
exemplo dos judeus - Deus não aceitava a adoração dos judeus porque era
hipócrita e aparente (do exterior). A adoração deve ser de coração, ou seja, do
interior. C) Adoração emocionalista – Produzida por um forte abalo sentimental
e que provoca comoção. É algo momentâneo. D) Adoração ou glorificação
racional – adoração envolvendo o coração à mente e a vontade. A raiz da palavra
racional vem de origem grega ―logos‖ que também nos transmite a idéia de
conhecimento acerca dos propósitos de Deus. Por isto o termo racional envolve
adorar de acordo com os propósitos de Deus para a adoração cristã. Para que a
adoração seja racional, ela deve se enquadrar às determinações de Deus, para
que o mesmo possa aceitá-la diante Seu Trono de Glória. Este fato envolve uma
adoração conduzida pelo Espírito de Deus sobre o espírito humano, que por sua
vez conduz toda a alma através do coração, mente e vontade a uma genuína
adoração causada pela revelação do Verdadeiro Deus. 2.4 Os ministérios
estendidos ao homem na criação. A Bíblia nos fala de homens que foram
consagrados por Deus para exercerem ministérios específicos como de reis,
profetas e sacerdotes. Estes ministérios eram dados por Deus e aqueles que eram
chamados para tais, precisavam de capacitação especial ou sobrenatural para o
exercício dos mesmos.
46. TESE DE ANTROPOLOGIA 46 Sendo assim, estes ministérios pertencem a
Deus, e Ele tem estendido aos homens da maneira que Lhe apraz. Quando Deus
criou Adão e sua mulher Eva, Deus estava criando toda a raça humana e
permitindo que esta participasse dos Seus ministérios. Estes três ministérios
foram dados ao homem (a raça humana) na primeira dispensação – a
dispensação da inocência. A. Governo Em Gn. 1:28 temos a seguinte
declaração:. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos,
enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. Os dizeres deste versículo nos
revelam que o homem foi constituído como governador sobre a terra e sobre
todos os seres do mar, dos céus e da terra. O homem teve o privilégio de
participar juntamente com Deus do Seu ministério de governo. Adão não foi
constituído Rei no lugar de Deus, o que temos é um vice-regente, assim como
um mordomo obedecendo as ordens de Seu Criador. Assim o homem se fez
participante deste ministério como governador. O que temos é Deus O Soberano,
dando ordens ao Seu súdito-mordomo, estabelecendo uma mordomia, ou
dispensação. Adão (e nele a raça humana) foi constituído mordomo de Deus no
ministério de Governo. Ele não foi constituído Rei. Em sujeitar a terra e dominar
sobre as criaturas ele ministrava como "mordomo". Ele devia fazer o que Deus
lhe mandasse fazer; o que Deus lhe proibisse fazer, não fazer. 32 B. Profeta
Outro ministério de Deus estendido ao homem foi o de profeta e este se dá pelo
fato de que Deus se revelou ao homem através da Sua Palavra. Quando Adão
recebeu as ordens de Deus, ele se tornou responsável para transmiti-la a sua
descendência (inclusive a Eva, sua mulher) que apareceria por conseqüência da
ordem que foi dada ―... Sede fecundos, multiplicai-vos,...‖. Portanto, quando
Deus Se 32 Paulo C. Guiley. Dispensação Antiga. IBM. p.11.
47. TESE DE ANTROPOLOGIA 47 revela ao homem através da Sua Palavra, o
homem se torna responsável para transmiti-la. O receber e o transmitir a Palavra,
é ministério profético de Deus ao homem. C. Sacerdote. O último ou o terceiro
ministério estendido ao homem, não por valores hierárquicos, foi o de sacerdote,
este ministério se dá ao fato de que o homem deve adorar o seu Criador na
beleza da Santidade - Sl.29:2. Em Ezequiel 28:14 ―Lúcifer‖ é chamado de o
―querubim da guarda‖; este nome nos revela que ele era o detentor do ministério
sacerdotal e que ministrava no santuário de Deus v.18. Lúcifer pecou contra
Deus e como conseqüência perdeu este ministério. Este ministério foi estendido
ao homem, assim o homem passou a ter condição de adorar a Deus. Gênesis 3:8
diz que eles (Adão e Eva) ouviram a voz do Senhor na viração do dia33. Temos
aqui uma inferência de que este evento poderia ter ocorrido diariamente, isto nos
revela que o homem tinha comunhão com Deus e adorava a Deus. Nestes três
ministérios estendidos ao homem Deus exigia fidelidade. Mas o homem falhou
faltando com fidelidade nestes três ministérios. * O homem falhou no ministério
de governo quando ele transferiu a sua lealdade a Deus, para ser Leal a Satanás
em desobediência a Deus e obediência a Satanás. Como conseqüência desta
desobediência o domínio (governo) sobre este "mundo", ou esta ordem mundial,
passou das mãos da raça humana para as mãos de Satanás – Lc. 4:5, 6; Jo. 14:30;
1Jo.5:19. Uma outra falha do homem neste ministério de governo foi quando
Ninrode estabeleceu o seu próprio governo indo contra o governo estabelecido
por Deus depois do dilúvio, tendo por governante Noé. * Adão também falhou
no seu ministério de profeta quando desobedeceu a Palavra de Deus e a
transmissão da mesma, acreditando nas mentiras de Satanás. 33 Grifo nosso.
48. TESE DE ANTROPOLOGIA 48 * Não foi diferente com respeito ao
ministério de Sacerdote. Adão faltou com fidelidade a Deus, recusando oferecer
o sacrifício exigido por Ele. 2.5 O homem criado a imagem e semelhança.
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança;... - Gn. 1:26. Encontramos nestas primeiras palavras deste verso
algo sublime, belo, maravilhoso, algo totalmente diferente de toda a demais
criação. Deus parou de olhar para o Céu, para as águas, e para a terra, e olhou
para si mesmo: ―Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança;...‖ (Is. 43:21;Ef.1:12) criando assim o homem... Todas as demais
coisas criadas, mesmo sendo a revelação da Glória e poder de Deus, foram
criadas em direção ao homem (domine ele...), e o homem foi criado em direção a
Deus. 34 2.5.1 Várias teorias. Em que sentido o homem é a imagem de Deus? A
Bíblia não nos dá explicação do assunto, de modo que através dos tempos, os
teólogos têm se debatido com o que eles chamam de a imago Dei no homem.
Alguns fizeram a distinção entre ―imagem‖ e ―semelhança‖. *Irineu (130-200
d.C.) identificou ―imagem‖ com a razão e a liberdade moral do homem, e
―semelhança‖ com a retidão original, e ensinou que apenas esta foi perdida com
a queda no pecado. Esta tese de Irineu foi geralmente sustentada pelos
escolásticos, e Tomás de Aquino deu-lhe uma aplicação dogmática. *Os
reformadores negaram esta distinção entre ―imagem‖ e ―semelhança‖. Lutero
reconheceu que Gn. 1:26 é um caso de paralelismo hebraico, isto é, ―imagem‖ e
―semelhança‖ eram sinônimos. De modo geral os chamados pais da igreja
sentiram-se inclinados a crer que a imagem de Deus no homem residia na alma
ou no espírito. Tomás de Aquino pensou que a imagem encontrava-se no
intelecto. Calvino ensinou que a imagem de Deus estava principalmente no
entendimento, ou, no coração e na alma. Brunner fala de imagem ―formal‖ para
expressar a estrutura essencial do homem, que não é grandemente afetada pela
queda; e a imagem ―material‖ que foi totalmente perdida pelo pecado.
Schleiermacher interpreta a imagem como o domínio do homem sobre a
natureza. A posição reformada é que a imagem de Deus no homem consiste na
racionalidade e competência do 34 Pr. Daniel C.Pauluci. Apostila de
Antropologia. IBM. p.12.
49. TESE DE ANTROPOLOGIA 49 homem, mas que essas realidades foram
perdidas e desfiguradas pelo pecado. Outros consideram que a personalidade é o
ingrediente da imagem. Alguns teólogos modernos estão mais inclinados a ver a
imagem de Deus na pessoa completa do homem, e não numa parte dela apenas.
Isto resulta da ênfase na visão ―integral‖ do ser humano. Assim, a totalidade do
homem deverá ser a imagem de Deus. 35 Como vimos acima, vários teólogos
não têm feito separação entre―imagem‖ e ―semelhança‖, como também concorda
o autor do livro Manual de Teologia Sistemática Pr. Zacarias de Aguiar Severa.
Com isto caem no erro de atribuir a ―imagem‖ algumas características da
―semelhança‖ ou vice-versa, tornando-as assim sinônimas. Algumas destas
características são: Individualidade, racionalidade, espiritualidade,
responsabilidade, moralidade, potencialidade e perpetuidade. Concordo que
algumas destas características fazem parte da―imagem‖ e outras da
―semelhança‖, mas cada uma tendo a sua divisão correta e própria. 2.5.2 A
imagem e Semelhança. A imagem – Deus criou o homem parecido consigo
interiormente e não fisicamente, pois Deus é espírito e não possuí aparência
física (Jo. 4:24); portanto cai por terra qualquer forma de pensamento que diz
que a imagem de Deus no homem se refere a aparência física. Deus é triúno; ou
seja, um único Deus que subsiste em três pessoas– Pai, Filho e Espírito Santo –
temos aqui a tricotomia divina; sendo assim Deus olhou para Si mesmo e criou o
homem a Sua imagem - tricotomista: Com corpo, alma e espírito. Esta é a
imagem de Deus no homem, algo que é parecido, mas não igual na sua
constituição. A semelhança – Deus é um Ser pessoal, isto significa que possui as
características de uma pessoa, características estas que não são físicas, mas 35
Zacarias de Azevedo Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos.
p. 188,189.
50. TESE DE ANTROPOLOGIA 50 interiores. As características pessoais de
Deus são: Intelecto, emoções e Livre-arbítrio. A palavra ―semelhança‖ não
significa igualdade, mas algo parecido. Deus então criou o homem um ser
pessoal ―parecido‖ consigo, possuindo – Intelecto, emoções e vontade própria.
Esta é a semelhança de Deus no homem. (Ver esquema 1 – imagem e
semelhança página - 112) 2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e
espírito. Existem dois pensamentos acerca dos elementos que constituem o
homem: a dicotomia e a tricotomia. 2.6.1 A dicotomia. De acordo com os
dicotomistas, o homem é constituído de duas partes: o corpo e a alma (ou
espírito), sendo o espírito um designativo do mesmo elemento alma. O corpo é a
parte material do homem, a sede e o instrumento do espírito ou alma. Estes, por
sua vez, constituem a parte imaterial do homem. Dizem que o espírito expressa a
alma e que ―alma e espírito‖ são usados paralelamente nas Escrituras para
designar a parte imaterial do homem. Dizem que esta parte (imaterial) é a que
sobrevive e é retirada quando uma pessoa morre, sendo ―alma e espírito‖ a
mesma coisa; como base usam os textos de Eclesiastes 12:7 com 1 Reis 17:19-
22. Um outro pensamento dicotomista, é que a palavra ―espírito‖ nas escrituras
está se referindo ao relacionamento do homem com Deus, e que a palavra―alma‖
pode ser usada nos mesmos sentidos da palavra espírito; como base usam o texto
de Lc. 1:46,47. Existem outros textos mais usados pelos dicotomistas como
exemplo: (Gn. 2:7; Jó. 27:8; 32:8; Sl. 41:4; Eclesiastes 12:7; Mt. 10:28;16:26;
Jo.12:27,13:21; 1 Co.5:5, 7:1; Rm.7:15-25). Argumentos contra a teoria
dicotomista.
51. TESE DE ANTROPOLOGIA 51 A) Esta teoria não trata de um conceito
preciso, pois procede dos pensamentos humanos e não divinos, sendo assim não
é digno de crédito. A Bíblia apresenta claramente a tricotomia humana e jamais
associa ―espírito e alma‖ como elementos idênticos. B) As palavras ―alma e
espírito‖ quando aparecem paralelamente nas Escrituras estão se referindo a
parte imaterial do homem, mas jamais significam a mesma coisa. Quando a
pessoa morre tanto a alma parte como o espírito parte, o homem continuará
apresentando as características de um ser pessoal como espiritual. Um problema
dos dicotomistas dentre muitos é a dificuldade de fazer a correta separação dos
poderes da alma (intelecto, emoções e vontade) das funções do espírito
(intuição, consciência e adoração). C) Como descrevi acima ―alma e espírito‖
jamais significam a mesma coisa e não tem a mesma função. Os dicotomistas
dizem que a alma assim como o espírito pode adorar e se relacionar com Deus. É
verdade que a nossa alma adora a Deus, mas não individualmente sem que o
espírito a leve à adoração, pois a adoração é espiritual – Jo. 4:24, a alma se torna
o instrumento pessoal para a revelação de uma verdadeira adoração, que esta
para adentrar-se diante de Deus, precisa iniciar no espírito humano e ser
espiritual, ou seja, procede da revelação do próprio Deus no espírito do homem.
Com a queda no pecado a alma se rebelou, deixando de receber a direção do
espírito, passando assim a obedecer aos impulsos do seu próprio eu, adorando a
criatura no lugar do criador (Rm 1: 20-25), comprovando que alma por si não
tem poder ou condições de se relacionar com Deus, e que qualquer adoração
realizada exclusivamente pela alma, seria apenas uma adoração intelectual e não
chegaria ao trono de Deus. A Dicotomia, precisaria aqui fazer que Deus se
rebaixasse de Sua Santidade e de Suas Determinações, aceitando algo natural, e
terreno. Deus jamais sairá de sua posição, e aqueles que querem se achegar
diante dEle, deverão se enquadrar aos Seus desígnios, para que assim o
ministério do Espírito seja completo em nós, suprindo-nos em nossas fraquezas.
52. TESE DE ANTROPOLOGIA 52 2.6.2 A tricotomia. A doutrina Bíblica da
tricotomia afirma que o homem é constituído de três partes: o corpo que abarca
os cinco sensos – ver, ouvir, cheirar, saborear, tatear; a alma que abarca os três
poderes – intelecto, emoções e vontade; e espírito que abarca as três funções –
consciência, intuição e adoração. Portanto, de acordo com esta verdade Bíblica,
o corpo é a parte material do homem; a alma a parte pessoal; e o espírito a parte
espiritual que se relaciona, adora e tem comunhão com Deus. A Palavra de Deus
nos revela que o homem é constituído de três partes, ou seja, tricotomista. *
Gênesis 2:7 - Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe
soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. A
Palavra de Deus nos revela por este versículo que o homem foi criado um ser
tricotomista. A expressão ―... formou o SENHOR Deus ao homem do pó da
terra...‖ refere-se ao ―corpo‖ do homem que foi criado do pó da terra, depois a
frase ―... lhe soprou nas narinas o fôlego de vida..‖ mostra que o homem pelo
sopro de Deus se tornou um ser espiritual, passou a possuir ―o espírito‖ e ―a
alma‖. * 1 Tessalonicenses 5: 23 - O mesmo Deus da paz vos santifique em
tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e
irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. O versículo se refere à
santificação completa do crente; ―... vos santifique em tudo...‖. Olhando deste
modo, só poderemos ser santificados ―em tudo‖ se o nosso corpo, alma e espírito
forem conservados íntegros. Em um outro ponto este versículo faz a distinção
entre ―alma e espírito‖ se assim não fosse a Palavra de Deus através do autor
sagrado teria sido somente ―vossa alma‖ É de suma importância analisar este
versículo na sua língua original. O versículo aparece da seguinte forma: Auvto.j
de, o` qeo.j th/j eivrh,nhj a`gia,sai u`ma/j o`lotelei/j( kai, o`lo,klhron u`mw/n to.
pneu/ma kai, h` yuch, kai, to. sw/ma avme,mptwj
53. TESE DE ANTROPOLOGIA 53 evn th/| parousi,a| parousi,a tou/ kuri,ou
h`mw/n VIhsou/ Cristou/ thrhqei,hÅ Os três artigos (definidos) definem espírito,
alma e corpo como sendo três partes distintas. A NVI traduz da seguinte forma:
Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a
alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso
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Antropologia

  • 1. Embed Tese De AntropologiaDocument Transcript 1. TESE DE ANTROPOLOGIA 1 InstItuto BíBlIco Maranata MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. Marilândia do Sul 2005 2. TESE DE ANTROPOLOGIA 2 MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. Dissertação apresentada ao Curso de Bacharel em Teologia, do Instituto Bíblico Maranata de Marilândia do Sul, como requisito parcial à obtenção do título de Pastor. Orientador: Prof. Pr. Daniel Camargo Pauluci. Marilândia do Sul 2005 3. TESE DE ANTROPOLOGIA 3 MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. COMISSÃO EXAMINADORA. ________________________________________ Pr. Artêmio Langue Pauluci
  • 2. Instituto Bíblico Maranata ________________________________________ Pr. Daniel Camargo Pauluci Instituto Bíblico Maranata _______________________________________ Pr. Ricardo C. Pereira. Igreja Batista Regular em Cubatão. . Marilândia do Sul, de 2005. 4. TESE DE ANTROPOLOGIA 4 DEDICÁTORIA Dedico esta tese à: Minha querida e amada esposa que se dedicou ao máximo nos afazeres do lar e no cuidado das nossas filhas, proporcionando-me um maior tempo no preparo desta obra. Primeira Igreja Batista Regular em Cubatão, onde conheci os caminhos do Senhor, e que me apoiou nos momentos mais difíceis da minha vida. A minha querida família pelo incentivo e apoio; em especial: ao Doutor e professor José Barroso dos Santos e a professora Marinete Martins dos Santos; meus amados avós. 5. TESE DE ANTROPOLOGIA 5 AGRADECIMENTO Ao meu Deus que me deu forças físicas e me capacitou espiritualmente para que esta obra fosse realizada. A Ele seja a honra e a glória; amém e amém! Ao Professor e Pastor Daniel C. Pauluci, que se dedicou ao máximo no desenvolvimento da matéria de Antropologia em sala de aula, assim como, sem medir nenhum esforço colaborou na correção teológica desta obra. Ao Pastor Jaiderson e a Professora Alexandra pelo apoio durante todo o meu curso e pela disposição em corrigir a ortografia desta obra. A todos os meus Professores, em especial ao Pastor Artémio L. Pauluci pela dedicação e fidelidade no ensino da Palavra de Deus. A minha amada esposa que muito me incentivou. Aos meus familiares, que me apoiaram e me incentivaram. A minha amada igreja que me sustentou e me ajudou durante todo o meu curso. A todos que me ajudaram direta ou indiretamente. 6. TESE DE ANTROPOLOGIA 6 BARROSO, Márcio B.S. Trindade. Pesquisa sobre: Antropologia Bíblica a doutrina do homem 2005. 115 p. Dissertação (Bacharel em Teologia) – Tese de Antropologia Bíblica Instituto Bíblico Maranata. RESUMO A Antropologia Bíblica mostra a criação do homem do ponto de vista Bíblico. Como parte da teologia sistemática a Antropologia Bíblica é o tema central desta tese. Devemos saber que o homem é um projeto de Deus e não uma evolução, e sendo assim Deus tem um propósito todo especial para a humanidade. Portanto, esta obra tem como objetivo esclarecer este plano e trazer conhecimento sobre tudo que envolve a Antropologia Bíblica. Dentro deste trabalho esta incluído assuntos como: Evolução e criação, criacionismo Bíblico, o propósito da criação do homem, os seus ministérios, a imagem e semelhança, espírito, alma e corpo, a tentação do homem, etc. Estes e outros assuntos tratados neste trabalho estão incluídos dentro da doutrina da Antropologia Bíblica. Todo o conteúdo deste trabalho está embasado na Bíblia que é a Palavra de Deus; portanto, tem autoridade divina e infalível. Palavras chaves: Antropologia Bíblica; o homem é um projeto de Deus e não da evolução. 7. TESE DE ANTROPOLOGIA 7 SUMÁRIO Introdução 15 1. Evolução e Criação 16 1.1 A evolução 16 1.1.1 A evolução como filosofia. 16 1.1.2 A evolução como mecanismo descritivo 17 1.1.3 A evolução Teista 19 1.2 A criação 22 1.2.1 Como foi criado 24 1.2.2 Documentos favoráveis a criação 26 1.2.2.1 O dilúvio 27 1.2.2.2 A arqueologia 32 1.2.2.3 A geografia e história (Geologia) 34 2 A criação do homem 37 2.1 Sua origem segundo a Bíblia 38 2.2 O tempo da sua criação 40 2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus 41 2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação 46 2.5 O homem criado a
  • 3. imagem e semelhança 48 2.5.1 Varias teorias 48 2.5.2 A imagem e semelhança 49 2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito 50 2.6.1 A dicotomia 50 2.6.2 A tricotomia 52 2.6.3 O corpo 55 2.6.3.1 Antes da queda 60 2.6.3.2 Depois da queda 62 2.6.4 A alma 63 2.6.4.1 A sua origem 64 2.6.4.2 Antes da queda 66 2.6.4.3 Depois da queda 67 8. TESE DE ANTROPOLOGIA 8 2.6.4.4 A natureza adâmica 68 2.6.5.5 O intelecto 69 2.6.5.5.1 Inteligência 71 2.6.5.5.2 Sabedoria 72 2.6.5.6 Emoções 74 2.6.5.7 Vontade e livre-arbítrio 76 2.7 O espírito 84 2.7.1 Antes da queda 85 2.7.2 Depois da queda 86 2.7.3 A nova natureza 87 2.7.4 A intuição 88 2.7.5 A consciência 89 2.7.6 A adoração 91 3 A provação e a tentação do homem 93 3.1 A necessidade da prova 94 3.2 O tentador 95 3.3 A tentação 96 4 A queda do homem e as suas conseqüências 98 4.1 A sua realidade 98 4.2 Porque Deus permitiu 99 4.3 As suas conseqüências 100 4.3.1 O relacionamento com Deus foi afetado 100 4.3.2 O próprio homem foi afetado 101 5 O estado eterno do homem 103 5.1 Do homem condenado: o lago de fogo 103 5.1.1 A natureza do sofrimento 105 5.1.2 O corpo de sofrimento 106 5.2 Do homem salvo: o céu 106 5.2.1 Sua vida após a morte 107 5.2.2 O corpo glorificado 108 Conclusão 110 9. TESE DE ANTROPOLOGIA 9 LISTA DE FIGURAS. Figura 1 – Imagem e semelhança 112 Figura 2 – A tipologia do tabernáculo e a tricotomia humana 113 10. TESE DE ANTROPOLOGIA 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Gn. Gênesis. Ex. Êxodo. Lv. Levítico. Nm. Números. Dt. Deuteronômio. Js. Josué. Jz. Juizes. Rt. Rute. 1 Sm. 1 Samuel. 2 Sm. 2 Samuel. 1 Rs. 1 Reis. 2 Rs. 2 Reis. 1 Cr. 1 Crônicas. 2 Cr. 2 Crônicas. Ed. Esdras. Ne. Neemias. Et. Ester. Jó Jó. Sl. Salmos. Pv. Provérbios. Ec. Eclesiastes. Ct. Cânticos dos Cânticos. Is. Isaias. Jr. Jeremias. Lm. Lamentações de Jeremias. Ez. Ezequiel. Dn. Daniel. Os. Oséias. Jl. Joel. Am. Amós. 11. TESE DE ANTROPOLOGIA 11 Ob. Obadias. Jn. Jonas. Mq. Miquéias. Na. Naum. Hc. Habacuque. Sf. Sofonias. Ag. Ageu. Zc. Zacarias. Ml. Malaquias. Mt. Mateus. Mc. Marcos. Lc. Lucas. Jo. João. At. Atos. Rm. Romanos. 1 Co. 1 Coríntios. 2 Co. 2 Coríntios. Gl. Gálatas. Ef. Efésios. Fp. Filipenses. Cl. Colossences. 1 Ts. 1 Tessalonicenses. 2 Ts. 2 Tessalonicenses. 1 Tm. 1 Timóteo. 2 Tm. 2 Timóteo. Tt. Tito. Fm. Filemom. Hb. Hebreus. Tg. Tiago. 1 Pe. 1 Pedro. 2 Pe. 2 Pedro. 1 Jo. 1 João. 12. TESE DE ANTROPOLOGIA 12 2 Jo. 2 João. 3 Jo. 3 João. Jd. Judas. Ap. Apocalipse. a.C. Antes de Cristo. I.B.M Instituto Bíblico Maranata. N.V.I Nova versão internacional. [...] Indica as supressões dos textos. p. Página ou páginas. Vol. Volume. Ed. Editora. 13. TESE DE ANTROPOLOGIA 13 PREFÁCIO Muito me alegra prefaciar uma obra de real valor e necessidade em meio a um ambiente hostil de teologias amorfas, onde se encontra de tudo com pouco, ou melhor, com nenhum valor. Onde temas centrais à vida de um cristão, seminarista, pastores e teólogos têm sido deixados de lado, por falta de um paradigma que norteie os ensinos bíblicos, apresentados em nível superior da mente de um mundo secularizado e intelectualizado, onde muitas definições existem, mas pouco se pode crer nelas. A Antropologia Bíblica serve de bússola, para aqueles que querem enfrentar este mundo hostilizado por filosofias errôneas, falsa ciência e mística teologia, a fim de ensinar um verdadeiro caminho bíblico, trazendo luz a tantos que vivem enganados, por não saberem que estão sendo enganados e outros por não conhecerem o certo, como também fortalecer àqueles que já conhecem o certo e
  • 4. querem aumentar seu cabedal de conhecimento desta área Antropológica, se tornando ainda mais preparados para educar, debater e enfrentar o mundo do conhecimento. Contemplo em tal obra mais um esforço do autor para suprir a pouca literatura que aborda esse tema, escrita de forma concisa e clara ao mundo evangélico, se tornando assim um rico material para: pastores, seminaristas, estudantes, professores e outros mais. Iniciando esta obra o autor nos conduz a uma rápida contestação entre o Evolucionismo e o Criacionismo, e a partir de então ao tratado da magna criação de Deus – O homem, e assim desdobra-lo desde sua criação, momentos de inocência e queda no pecado, até sua formação e as implicações da mesma; de sua condição espiritual ao seu estado eterno; de sua condenação à sua salvação. A Antropologia Bíblica encanta aos Teólogos pelo seu ambiente central nas Escrituras, e por não bastar esse local, o próprio Deus, a Segunda pessoa da Trindade, resolveu encarnar-se, enriquecendo assim toda a Antropologia Bíblica fazendo um elo entre o divino e o humano; entre o homem e Deus; entre a condenação e a justificação. Sem a Antropologia não entenderíamos a encarnação, 14. TESE DE ANTROPOLOGIA 14 sem a encarnação não teríamos a justificação e a salvação, sem a salvação todo homem seria irremediavelmente condenado e para sempre separado de Deus. Reconheço a árdua dedicação do autor Márcio Barroso dos Santos Trindade na defesa deste Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharel em Teologia, não temendo os obstáculos, enfrentando as lutas e conquistando o alvo, colocando em nossas mãos orgulhosamente o fruto do seu penoso trabalho. Muito nos honrou principalmente por acompanhá-lo no vislumbrar e adentrar em conhecer tal doutrina, por poder participar como seu mestre neste grande tesouro de sua vida – O VERDADEIRO CONHECIMENTO. Que esta obra sirva para enriquecer o conhecimento do leitor fazendo-o ainda mais ousado na defesa da fé do verdadeiro Cristianismo. Deleite-se. Pr. Daniel Camargo Pauluci 15. TESE DE ANTROPOLOGIA 15 Introdução à Antropologia Bíblica. A palavra antropologia vem do grego antropos, homem; do grego logia, estudo ou discurso racional. É um estudo sistemático do aparecimento, estrutura e realizações culturais do ser humano. A antropologia no estudo secular tem como base o estudo do homem totalmente separado das revelações Bíblicas. Qualquer argumento com respeito ao homem tem um cunho evolucionista, deixando totalmente de lado a verdadeira essência do homem, os valores espirituais, assim como o seu futuro destino. O assunto que será desenvolvido neste trabalho não terá como base a antropologia secular e sim a Antropologia Bíblica, que em teologia sistemática trata do estudo sistemático do homem dentro do ponto de vista Bíblico. A base da Antropologia Bíblica é chamar a atenção para o relacionamento do homem com o seu Criador. O salmista no Salmo 8:4 faz a seguinte pergunta: Quem é o homem? Ou melhor, Quem sou eu? Esta tem sido uma pergunta feita por milhares de pessoas regeneradas. E por não considerarem o elemento mais importante da criação do homem: que é um ser criado a imagem e semelhança de Deus para ter um relacionamento perfeito com Ele; não tem conseguido uma resposta satisfatória para a sua pergunta. A Antropologia Bíblica busca responder esta e outras perguntas como: Como o homem foi criado? O que é imagem e semelhança?Qual o destino final do homem? etc. A Antropologia Bíblica é a base para estas respostas. O meu desejo é que ao final desta obra, estas e outras perguntas sejam respondidas, e que todos tenham um entendimento correto da Antropologia Bíblica.
  • 5. 16. TESE DE ANTROPOLOGIA 16 1. Evolução e Criação. Quando tratamos deste assunto, temos em mente duas linhas de pensamentos que tem como objetivo esclarecerem o principio de todas as coisas; sendo uma verdadeira (o criacionismo que envolve a fé Cristã) e a outra falsa (a evolução). 1.1 A evolução. Devemos ter em mente que o termo evolução, é uma palavra usada com diversos sentidos dentro desta área, visto que a teoria da evolução se ramifica em diversas linhas; para tratarmos das diferenças entre a evolução e o criacionismo bíblico, é preciso fazer a distinção entre estas linhas da evolução. São três as mais difundidas. 1.1.1 Evolução como filosofia. Este conceito da evolução tenta mostrar que o universo físico - e dando mais ênfase ao biológico - tem um desenvolvimento próprio a partir da matéria bruta, cuja sua origem é desconhecida, podendo considerar uma existência eterna sem um começo. Dentro deste conceito, é eliminado qualquer ação ou intervenção de um Deus todo poderoso e pessoal. Toda a questão é regida por leis imutáveis e tudo acontece por acaso; não há um propósito para a vida e a existência. Quando se trata do homem, diz que deve agir como um fim em si próprio; ele é quem determina as suas leis e a ninguém deve prestar conta, a não ser a sociedade humana. Nem todas estas posições foram aceitas por Charles Darwin em sua obra clássica a origem das espécies. No entanto ele não defenderia hoje uma posição do ateísmo persistente, própria da evolução filosófica, pois acreditava num Deus Criador como logicamente necessário para explicar a existência anterior da matéria bruta original, a partir da qual surgiram as formas primitivas de vida. 1 1 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Editora Vida. p. 50. 17. TESE DE ANTROPOLOGIA 17 Concordo com alguns estudiosos do assunto, que seria mais certo chamar Darwin de Teísta em vez de Ateísta, mesmo que alguns que não crêem na existência de Deus, tenham adotado o seu sistema. O ateísmo persistente é um sistema fracassado, e incapaz de defender-se de uma maneira lógica. Dizemos com isto que, se toda esta matéria que vemos e conhecemos, tivesse sido formada ou associada por mero acaso sem a intervenção e direção de um Deus Superior, acabaremos concordando que o cérebro humano assim como as suas moléculas são produtos do mero acaso, e até mesmo os pensamentos dos homens, idealismos, etc, também procedem por acaso. O ateu por não acreditar em um Deus Criador, crendo que todas as coisas surgiram do acaso, ele anula o seu próprio entendimento e poder de argumentação, visto que as próprias moléculas do seu cérebro foram associadas por mero acaso. Dizem que não existem absolutos, mas ao mesmo tempo afirmam um absolutismo, pois apelam para um ponto de vista que para ser confirmado depende de um ser Superior. 1.1.2 Evolução como mecanismo descritivo. Quando se trata da evolução como mecanismo descritivo, temos em mente o processo da evolução pelo qual as espécies inferiores desenvolvem-se atingindo uma espécie superior. Os adeptos deste conceito da evolução afirmam que elas se desenvolvem por uma força interna, sem a ação de uma externa. Nas escolas seculares são apresentadas algumas espécies que evoluíram de um estado inferior para um superior, assim como em museus e revistas evolucionistas, tentando mostrar que isto deu certo nos seres humanos desde os tempos mais antigos. Dentro deste ponto de vista da evolução as espécies surgiram incompletas, inacabadas, imperfeitas, inferiores, menores e menos desenvolvidas que as similares atuais, sem órgãos, funções, sistemas e instintos que caracterizam seus correspondentes atuais, ou então, esses órgãos estariam
  • 6. desconectados e funcionando parcialmente. Mas esta teoria apresentada não é verdadeira, pois, podemos fazer uma comparação com os processos que acontecem em nossos dias, por exemplo: Se olharmos o processo de industrialização, veremos que um automóvel construído 18. TESE DE ANTROPOLOGIA 18 a tempos atrás e que chegou aos nossos dias vindo de etapa em etapa, foi desenvolvido desde o mais remoto até o mais luxuoso. Tendo em mente este exemplo e sabendo que houve um desenvolvimento, ficaríamos conscientes de que houve alguém trabalhando para que isto acontecesse. Quero usar ainda como exemplo, as diversas raças de cães, que são trabalhadas em laboratórios com objetivo de alcançar uma raça de melhor capacidade para segurança doméstica, adestramento policial, etc. Algumas obtiveram êxito e alcançaram uma superioridade, mas isto não significa evolução – O Criador fez e deu capacidade para os homens agirem de tal forma. Para que uma espécie evolua para uma superior, deve existir um elo- chamado ―elo faltante‖ - que faça esta transição, da espécie inferior para a superior. Em uma pesquisa mais apurada levou os estudiosos a concordarem que não existem estes ―Elos‖, vejamos as seguintes citações: Austin H. Clark diz: ―Se tivermos que aceitar os fatos, devemos acreditar que jamais existiram os chamados [seres] intermediários ou em outras palavras, que estes grupos maiores mantiveram entre si o mesmo relacionamento que possuem hoje‖. 2 De modo semelhante, G.C. Simpson conclui que cada uma das 32 ordens de mamíferos apareceu derrepente nos registros paleontológicos. ―Os membros mais primitivos e mais antigos de cada espécie tinham já as suas características básicas, e nenhum caso se conhece de uma seqüência contínua aproximada que partiu de uma espécie para outra‖. 3 Devido a estas pesquisas e por uma variedade de razões, esta forma de evolução veio perdendo a sua força. Outras observações têm sido realizadas para provar também a fraqueza desta teoria, Vejamos: A mais antiga forma de vida, segundo a evolução, são as algas cianofícias, (vegetais aquáticos de cor azulada). Elas surgiram "perfeitas". Aqui o evolucionismo se perde totalmente, pois é incapaz de explicar como a abelha aprendeu a fazer favos matematicamente perfeitos. Estudos declaram que a mais antiga abelha encontrada em âmbar de New Jersey (que teria 80 milhões de anos), era "avançada e pouco difere das abelhas que vivem hoje". 2 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50 3 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50 19. TESE DE ANTROPOLOGIA 19 É também um mistério para a evolução o tamanho dos vegetais e animais fósseis, as espécies fósseis comparadas com as equivalentes atuais, ao contrário do que imaginava Darwin, são maiores, mais desenvolvidos e superiores aos atuais. 4 O grau de variações dentro de uma mesma espécie é impossível, possibilitando o surgimento de espécies diferentes ou superiores. Pode haver variedade de espécies, não novas espécies. 1.1.3 Evolução Teísta. Esta linha da evolução concebe a existência de Deus como Criador de todas as substâncias materiais do universo; diz que a matéria não era eterna, mas foi criada por Deus do nada, e é controlada no seu desenvolvimento segundo o plano que o Senhor determinou. Este conceito da evolução é o que mais se assemelha ao criacionismo bíblico, por isto é exigido muito conhecimento bíblico por parte daqueles que o estudam. Alguns podem dizer que esta linha da evolução pode harmonizar-se com Gênesis um, mas para mim quando se trata da obra criadora de Deus, obra esta que é única, devemos analisar os fatos com o máximo de cuidado, porque poderemos cair no erro de
  • 7. entrarmos em um conceito teísta ou semiteísta de um Deus que criou todas as coisas, tendo-o programado antecipadamente como se faz com um computador, e depois se retirou para ficar observando o seu funcionamento automático. Este Deus não é o ―Ser Soberano‖ o ―Eu Sou‖ (Ex.3:14) que se preocupa com suas criaturas, o Deus de quem se espera a salvação. Uma outra alternativa de uma evolução teística é que há lugar para a oração e para o relacionamento dos seres humanos e o Criador; tal evolução teística concebe Deus como o que determina a ascensão das espécies biológicas, mediante certo tipo de mecanismo evolutivo, cujo dinamismo e direção encontra-se em si mesma. Muitos teístas, não aceitam Adão e Eva como indivíduos literais, históricos, criados, mas concebem que o homo sapiens se desenvolveu gradualmente de um hominídeo sub humano para depois, finamente, desenvolver 4 Comentários de: Prof. Roberto Cezar de Azevedo. 20. TESE DE ANTROPOLOGIA 20 uma consciência de Deus, momento este sabe lá quando o homem macaco se tornou Adão. Um fato não se pode negar atualmente: os evolucionistas não se deram por vencidos, ainda procuram o "Elo perdido‖. Parece brincadeira de criança, que homens respeitáveis no mundo das ciências tenham concebido tamanho disparate. Recentemente foi lançado um livro intitulado "A morte de Adão" o qual salienta a opinião amplamente prevalente nos círculos intelectuais de que o modo como o livro de Gênesis narra a origem do homem foi totalmente repudiado pela ciência moderna. Em lugar de Adão, dizem que nossos ancestrais têm nomes como PITHECANTHROPUS, AUSTRALOPITHECUS. É de se observar que os manuais universitários e de estudantes do 2º grau proclamam por toda parte que a evolução é um fato da história e que todas as pessoas instruídas devem aceitar como verdadeira. Essa propaganda é tão opressiva que não respeita nossos lares. Os "inocentes" desenhos animados da televisão são agentes evolucionistas desagregadores; precisamos ensinar o criacionismo aos nossos filhos e opor resistência torna-se extremamente difícil. Mas é bom salientar que os grandes cientistas da atualidade são criacionistas. Qualquer pessoa, despida de quaisquer preconceitos ao examinar as evidências factuais, vê um quadro totalmente diferente do apregoado pelos evolucionistas. O relato bíblico da criação do homem não foi desacreditado de forma nenhuma. FOI SIMPLESMENTE REJEITADO! A teoria da evolução nunca foi comprovada. FOI SIMPLESMENTE ACEITA! A ciência legítima só pode lidar com os processos atuais e assim, NADA pode dizer acerca das origens. No que se refere à origem do homem, não existe nenhum tipo de evidência real que desaprove a revelação bíblica de que Adão foi o primeiro ser humano, sendo formado por Deus com matéria química do solo, mas também foi criado imagem e semelhança de Deus. Todas as raças, do "homem pré-histórico" ao "homem da pedra-lascada" são indistintamente descendentes de Adão. Os achados fósseis, os prováveis macacos-homens são frutos de mentes preconceituosas. A famosa macaca- mulher Lucy, achada no Quênia e o homem de Neanderthal eram simplesmente seres humanos, foi uma falácia!5 Toda esta teoria não passa de falsificações enganosas de cientistas que querem provar e tirar a glória do único Deus soberano, incutindo esta impossível teoria da evolução na mente das pessoas. Isto se confirma quando o Dr. Alfred McCann publicou o seu importante livro, ―God-Or Gorilla‖ (Deus-Ou Gorila), de 344 páginas de pesquisas sobre as falsificações, que serviram de base para tentar provar os supostos elos entre o
  • 8. macaco e o homem, e com isto desprezando os relatos da criação narrados no livro de Gênesis capítulos 1e 2. 5 Comentários de: Dorival veraz de Carvalho. 21. TESE DE ANTROPOLOGIA 21 Tratei até aqui sobre três aspectos concernentes a teoria da evolução, e é possível combatê-los através da Bíblia. Quero apresentar alguns aspectos bíblicos que vão contra a teoria da evolução e seus conceitos: A) O método em que o homem foi criado. * A Bíblia declara que o homem foi criado do pó da terra – Gn. 2:7; 3:19; 18:27; Jó.10:9; Sl.104:14,etc. Não de vidas já existentes como seria o caso da evolução que diz que o homem veio do macaco. * A Bíblia também declara na primeira epístola de Paulo aos Coríntios que ―Nem toda a carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e a outra, a dos peixes‖. – I Coríntios 15:39. Isto nos mostra que não existem os famosos ―elos perdidos‖ e que o homem não veio do macaco quanto menos de um peixe. B) O estado original do homem. De acordo com a Bíblia o homem foi criado santo e justo, caiu desse estado, trazendo o pecado ao mundo – Gn. 1:27; Rm.5:12-21. Mas na evolução não existe lugar para um estado original santo do homem, nem para a entrada do pecado através de uma queda. C) O começo da raça humana. Pela Bíblia a raça humana começou por Adão; pela evolução o homem teria surgido em diversas partes da terra e simultaneamente. D) A permanência das espécies. Todas as espécies foram criadas como elas são, e sua procriação seria segundo ―a sua espécie‖. Isto nega a fábula evolucionária da transmissão superior das espécies. 22. TESE DE ANTROPOLOGIA 22 1.2 A criação. Creio que já fizemos a seguinte pergunta: ―Que importância tem para nós esta questão do criacionismo‖? A resposta a esta pergunta implica em muitos assuntos importantes da nossa vida, como por exemplo, a criação dos animais, vegetais, assim como a criação do homem e a sua eternidade. Para melhor conhecermos o assunto, temos de recorrer à história. Em 1925 os evolucionistas reivindicaram o direito de ensinar a teoria da evolução nas escolas públicas dos Estados Unidos da América. De princípio parecia que queriam apenas apresentar as suas teorias, mas logo depois começou ser proibido o ensino do criacionismo; infelizmente o mundo hoje adota e sempre adotou o secularismo como padrão, por isto é que vários ―ismos‖ tem se tornado padrão para o mundo. E o propósito de Satanás é que a Palavra de Deus seja anulada, ―se a Bíblia não é verdadeira, ela não é inspirada, se não é inspirada não é a Palavra de Deus, então não é preciso crer nela. Assim, conceitos fundamentais como A CRIAÇÃO, arrependimento, salvação e o próprio Deus ficam desacreditados‖. Ao longo da história o evolucionismo cresceu muito e criacionistas tem se tornado evolucionistas. E Infelizmente a crença de Deus como o Criador de todas as coisas se afastou dos homens. Portanto, é necessário considerarmos a criação dentro do ponto de vista bíblico. A Bíblia nos faz a seguinte declaração no livro de Gênesis: ―No princípio, criou Deus os céus e a terra.‖ Gn. 1:1. Neste verso temos a declaração de que Deus criou os céus e a terra, portanto há um apoio para o criacionismo bíblico. Antes de prosseguir, quero aqui definir o que é criacionismo bíblico. Criacionismo é um termo adotado por aqueles que são opostos à teoria da evolução. Este grupo considera a evolução uma fábula que vai contra os relatos bíblicos da criação. Willian Bell Ryley (1861-1947) foi o fundamentalista responsável pela oposição ao evolucionismo. Quando analisamos os relatos da criação, devemos ter em mente que estão escritos da forma que Deus criou. Por exemplo, a luz e as trevas são descritas antes do sol e das estrelas, mas isto não significa uma desordem
  • 9. 23. TESE DE ANTROPOLOGIA 23 cronológica. O texto não nos fala quando Deus criou, nem se quer o tempo que Ele gastou, mas nos deixa claro que Deus criou todas as coisas. O versículo acima diz: ―No principio, criou Deus...‖ Principio este que as nossas mentes limitadas não podem alcançar, concordo com a seguinte citação: ―O fato é ‗ NO PRINCIPIO CRIOU DEUS‘. Um principio que não sabemos onde e muito menos quando, mas podemos crer. Crendo com a mesma segurança que Deus existe. Não podendo assim crer e nem aceitar que este princípio seja fruto do acaso, pois ―Deus não joga dados com o universo‖, mas sim o toca com amor e atenção especial; Deus criou. 6 Toda aceitação da criação de Deus procede de uma confiança no Deus que criou todas as coisas. A Bíblia nos diz: ―Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela Palavra de Deus; e de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê‖ – Hb. 11:3. Romanos 1:20 diz: ―Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas 7. Tais homens são, por isso, indesculpáveis‖; A palavra – poiemasin no original – que aparece neste versículo como coisas que foram criadas ou mais literalmente ―coisas feitas‖, significa algo que é fabricado, um produto, um projeto realizado por um artesão, e enfatiza Deus como o projetista mestre e o universo como sua criação. Quero ainda embasar os meus pensamentos com Provérbios 8:30 que diz: Então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo; Temos neste versículo a sabedoria personificada, sabedoria esta que foi o princípio da revelação criadora de Deus. Aqui o termo arquiteto ressalta a perícia de Deus demonstrada na criação. Portanto, creio que a criação de Deus não é uma teoria como a teoria do acaso que não pode ser provada, mas é algo real que surgiu diretamente do 6 Pr. Daniel C. Pauluci. Apostila de Antropologia. I.B.M. p.2 7 Grifo nosso. 24. TESE DE ANTROPOLOGIA 24 Único Deus todo poderoso. A Bíblia nos declara ―No princípio, criou Deus...‖ e isto deve ser aceito pela fé. 1.2.1 Como foi criado. Deus nos deixou relatos da sua criação – na Bíblia e na arqueologia, mas tem havido grandes confusões acerca de como tudo foi criado. É bom deixar claro que a Bíblia é exata naquilo que relata; o motivo de grandes confusões é uma má interpretação dos textos bíblicos. Entre Gn. 1:1 e 1:2, há um intervalo de tempo indeterminado, momento este que a criação original foi afetada por uma catástrofe universal que esta relacionada com a queda de Lúcifer. Como resultado a terra ―tornou-se‖ (melhor tradução para palavra ―estava‖) sem forma e vazia, um caos. A partir do versículo três, Deus começou a sua obra de recriação da terra; neste processo de recriação, o Espírito Santo de Deus pairava sobre a face das águas. Ele operava sobre a expansão dos mares como ―ruach‖ (hebraico) que significa ―vento hálito‖ seu sopro produzia energia e vida criadora – Jó. 33:4; Sl. 104:30. O ato de pairar não significa uma coisa inerte, mas que se movia e preservava como algo vivo e enérgico. Os primeiros quatro dias da criação (da segunda ordem mundial) não foram necessariamente dias de vinte quatro horas e sim períodos de tempo, enquanto a partir do quarto dia, pelo relato bíblico foram períodos específicos de vinte quatro horas. A Bíblia não declara a duração de cada dia e nem quando Deus criou, e a grande verdade é que o termo ―dia‖ no hebraico é ―yôm‖ e pode ter vários significados: A) Período de iluminação natural (em contraste com o período de escuridão). B) Período de vinte e quaro horas; C) Idéia geral e indefinida de tempo; D) Um
  • 10. instante no tempo; E) O período de um ano (caso que a palavra aparece no plural; 1 Sm. 27:7; Ex. 13:10, etc.).8 8 R.Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr. Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Ed.Vida Nova. p. 852. 25. TESE DE ANTROPOLOGIA 25 Para reforçar a defesa desta teoria, recentes descobertas confirmam a ordem do relato de Gênesis. Segue abaixo a ordem da criação (da segunda ordem mundial) de acordo com a Bíblia. Algumas considerações: A palavra Deus está no plural, e o verbo está no singular (no hebraico há três números: singular, dual e plural); assim a natureza de Deus é revelada nas primeiras palavras de Gênesis: uma Trindade (um só Deus subsistindo em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo). Portanto, houve participação das três pessoas nesta obra, obra esta que foi realizada pela Soberania de Deus. A) Sabedoria – Foi a primeira a ser criada (revelada) de acordo com Pv. 8:22-31; B) Céus – A terra estava coberta com águas e Deus as separou transformando em vapor, este espaço entre águas e águas Deus chamou céus, que pode significar extensão e firmamento – Gn. 1:6. C) Anjos – Os anjos já existiam e louvavam a Deus quando o Senhor estava fazendo a terra – Jó. 38:4-7. D) Água – A terra foi tirada da água. Logicamente a água foi criada antes da terra – 2 Pe. 3:5. E) Terra - pó – Primeiro se fez o pó da terra – ― Ele ainda não havia feito a terra [...] nem o pó com o qual formou o mundo‖ – Pv. 8:269, a terra já criada ( v.1), chegou a ser ―sem forma e vazia‖ (v.2) mas não fora criada assim – Is. 45:18. A terra foi uma das coisas criadas no princípio. F) Trevas/ luz – Criou as trevas e a luz – Gn. 1:2-3; Is. 45:7. G) Plantas – Criou ervas e árvores frutíferas com sementes – Gn. 1:11-12. H) Sistema solar – Foi no quarto dia – Gn. 1:14-16. I) Seres viventes – Seres viventes com alma existente – Gn. 1:20,21,24,25. 9 Bíblia de estudo NVI. Ed. Vida. p. 1066. 26. TESE DE ANTROPOLOGIA 26 J) O homem – feito no sexto dia – Gn. 1:26-2. O homem foi criado, não evoluído de um ser inferior durante muitos milênios. Isto é declarado aqui e embasado por Cristo em – Mt. 19:4; Mr. 19: 6. Tudo que Deus criou e da forma que foi criado, foi perfeitamente como deveria ser, pois tudo que Deus fez e ainda faz é perfeito, bom e com propósito. Nesta criação definiram-se vários propósitos de Deus, eis alguns deles: A) Foi para Sua glória conforme alguns textos declaram – Sl. 19:1; Is. 43:7, 61:3; Lc. 2:14. B) Para a satisfação de Sua vontade – Ap.4:11. C) Para a honra de Jesus Cristo, Seu Filho – Cl. 1:16. Todas as coisas criadas por Deus, foram realizadas por Sua vontade e não por alguma dívida que possuísse com a humanidade, pois até mesmo a humanidade foi criada por Deus, para Si mesmo, e pela Sua Livre vontade de fazê-lo e no final da ordem criadora. 1.2.2 Documentos favoráveis à criação. A Bíblia em uma de suas aplicações cientificas nos serve como base para as nossas considerações e diretrizes a documentos científicos comprobatórios da Criação como uma Obra de Deus. Entre tantos documentos científicos existentes serão abordados os três principais favoráveis à criação de Deus. 27. TESE DE ANTROPOLOGIA 27 1.2.2.1 O Dilúvio. Infelizmente, em toda a história e ainda hoje, existe muita incredulidade a respeito do dilúvio em água e da narração encontrada em Gênesis, mas podemos observar a sua importância e realidade nas páginas das Escrituras Sagradas – Gn. 6:8-8:14; Mt. 24:38-39; 2 Pe.3:5-7; 2:5-10. Jean Flori e Henri Rasolofomasoandro fazem a seguinte declaração: ―A realidade do dilúvio e seu alcance mundial eram considerados como verdades fundamentais, tanto por Jesus, como pela igreja primitiva‖. 10 *
  • 11. A Etimologia da palavra dilúvio. "Dilúvio" em Português deriva do Latim diluvium, diluvii, e também dilúvio, diluvionis, derivam diretamente do verbo dilúvio, diluviare, "inundar", "alagar". Os dois substantivos, conforme os dicionaristas se referem ao "dilúvio universal", ou "dilúvio de Noé", e são cognatos de diluvies, diluviei, "inundação", "enchente", "dilúvio", "cataclismo". Os três substantivos considerados, e o verbo, têm a mesma raiz do verbo diluo, diluere, "desfazer", "delir", "gastar", "lavar", "tirar lavando", "diluir", "afogar", "apagar", "riscar", "enfraquecer", "diminuir". Este verbo diluo, diluere é forma composta do verbo luo, luere, "lavar", "banhar", "regar", "purificar, apagar, desviar, com expiações", "pagar", "satisfazer", "remir", "resgatar", "expiar", "sofrer". Na realidade existem três verbos luo, luere, de origem e significado distintos. O primeiro tem o sentido de "sujar", "enlamear", e permaneceu no substantivo lues, luis, "corrupção do ar", "enfermidade contagiosa", "peste", "flagelo", "calamidade", e, na forma composta, no verbo polluo, polluere, "molhar", "umedecer (sujando)", "poluir", "corromper", "macular", "profanar". O segundo tem o sentido de "lavar", já considerado inicialmente, estreitamente ligado aos verbos lavo, lavare, e lavo, lavere, ambos com o sentido de "lavar", "banhar", "purificar", curiosamente tendo como forma derivada pollubrum, "bacia destinada às cerimônias de purificação", proveniente de um outro verbo polluo, polluere com o sentido de "purificar", caído em desuso provavelmente pela confusão com o homônimo anteriormente citado. Derivado deste segundo verbo é também o substantivo lustrum, que designa uma cerimônia pública de purificação realizada de cinco em cinco anos em Roma (em Português, "lustrar" é "purificar com água lustral") de onde também a sua acepção de "intervalo de cinco anos", ou "lustro". O terceiro tem o sentido de "desligar", "desobrigar", "pagar", "cumprir", "isentar", "absolver", e liga-se ao verbo solvo solvere, "dissolver", "desunir", "desunir as partes de um composto", "apagar (um crime)", "eximir (de uma dívida)", "pôr termo a", "destruir", também derivado de luo, luere com a adição do prefixo se (transformado em so pela influência do v da sílaba seguinte). São compostos de solvo, solvere os verbos absolvo, absolvere, "desatar", "desprender", "resgatar", "remir" (e o advérbio absolute, 10 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed. Editorial Safeliz. p. 232. 28. TESE DE ANTROPOLOGIA 28 "absolutamente", "perfeitamente"); dissolvo, dissolvere, "dissolver", "desfazer", "desfazer uma acusação", "destruir", (e o substantivo dissolutio, dissolutionis, "dissolução", "ruína", "aniquilamento"), resolvo, resolvere, "resolver", "deslindar", "dissolver", "reduzir a liquido", "dissipar" (e o substantivo resolutio, resolutionis, "decomposição", "dissolução geral", "fim do mundo)". Este apanhado da etimologia da palavra "dilúvio", envolvendo suas raízes, compostos e derivados, apresenta um quadro bastante ilustrativo dos vários aspectos envolvidos no episódio do dilúvio universal relatado no livro de Gênesis – no plano físico, inundação cataclísmica, flagelo, calamidade, destruindo, afogando, desfazendo, desunindo os próprios continentes, trazendo o fim de um mundo que ainda guardava bastante de sua perfeição original; e no plano moral, algo como uma cerimônia pública de purificação, pondo termo a uma situação de dissolução geral, apagando o passado, expiando, purificando, resgatando a humanidade e levando-a novamente ao padrão moral anterior à degradação generalizada dos dias que antecederam essa intervenção miraculosa de Deus em nosso planeta. 11 Somente pela a etimologia da palavra dilúvio e dos acontecimentos ocorridos
  • 12. nós temos uma prova de um mundo criado por Deus, que devido ao pecado foi destruído por meio das águas do dilúvio – Gn. 6,7. * O dilúvio em águas foi universal. Pelo relato de Gênesis 7 e 8 nós percebemos uma inundação universal e não local, o nível da água cobriu os picos mais altos. Gênesis 7:19 diz: Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu. No versículo vinte do mesmo capítulo tem a declaração de que o nível da água subiu quinze côvados acima dos montes (que é igual a sete metros). Se a água cobriu até mesmo o monte Ararat, onde a arca pousou, a água subiu mais de seis mil metros, sendo assim cobriria toda a superfície da terra. Então temos que concluir que o dilúvio em águas foi universal e não local; caso contrário o relato bíblico está errado. 11 Comentários de: Prof. Roberto Azevedo. 29. TESE DE ANTROPOLOGIA 29 Champlin nos dá alguns argumentos em prol do dilúvio universal. A) A linguagem dos capítulos sexto a nono de Gênesis refere-se a um dilúvio de dimensões universais. Todos os picos dos montes foram cobertos pelas águas, tendo havido a destruição absoluta de todos os seres vivos terrestres, excetuando-se os que estavam na arca (e, naturalmente, excetuando-se a vida marinha em geral). B) A universalidade das narrativas sobre o dilúvio mostra que o dilúvio chegou a todos os lugares. C) Há uma distribuição mundial dos depósitos aluviais do dilúvio. D) Houve a súbita extinção de mamutes peludos do Alasca e da Sibéria, na hipótese de que eles foram mortos afogados, e não por congelamento. E) A diminuição das espécies animais. Poucas espécies restam agora, em comparação com o que se via na antiguidade. Isto supõe que Noé não abrigou na arca todas as espécies possíveis, mas apenas as representativas de cada espécie; ou então que muitas destas espécies se extinguiram após terem sido soltas da arca. 12 Existem ainda outras razões que nos provam que o dilúvio foi universal. Com o pecado da raça humana naquela época, pecado este que afetou todos os homens na face da terra (Gn. 6:5-7), Deus então castigaria a todos através das águas do dilúvio, mas para que isto fosse possível era necessário que o dilúvio fosse universal e não local. Estudando cuidadosamente a estrutura em que a arca foi feita, veremos que esta estrutura foi feita para suportar um dilúvio universal e não local, caso contrário não precisaria de uma estrutura como foi a da arca. Uma outra coisa que devemos observar, é que a ordem de Deus para Noé foi para que ele fizesse entrar na arca um casal de cada espécie, se o dilúvio fosse local isto não era necessário, pois em outros locais ainda haveria animais da mesma espécie. Antes do dilúvio existiam as várias formas de vida que são reveladas no texto de Gn. 1:20-23. Creio que existiam até mesmo os dinossauros que foram extintos por ocasião do dilúvio. Também temos referências na Bíblia de animais ou monstros que não sabemos realmente como eram – Jó. 3:8. Portanto, estas formas de vida que foram extintas pelo dilúvio universal provam o criacionismo. 12 R.N. Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). vol. 1. Ed. Hagnos. P.66. 30. TESE DE ANTROPOLOGIA 30 * O dilúvio universal e os fósseis: uma prova da criação. Os arqueólogos têm achado fósseis de animais da era quaternária estraçalhados, evidenciando um acontecimento de alta violência como foi o dilúvio; estes foram achados nas regiões da Europa e da América do Norte. E nas fendas de algumas montanhas foram achados esqueletos incompletos de animais, que foram colocados ali com muita violência pelas águas do dilúvio. Um dos lugares que foram achados estes esqueletos entre as
  • 13. fendas das montanhas foi em Odessa, perto do mar Negro; na ilha de Quitera, ao largo do Peloponeso; na ilha de Malta, na rocha de Gibraltar e até nas fontes de Ágata, no Nebraska. E ainda Temos registros de fósseis de peixes, corais e conchas que foram achados petrificados no topo das montanhas de grande altitude. Estima-se que haja aproximadamente cinco milhões de mamutes congelados na Sibéria (foram encontradas manadas de mamutes mortos em países não-polares, mas estavam fossilizados, pois não havia gelo para preservá- los). Nas proximidades dos mamutes encontraram-se também diversos outros animais congelados, tais como rinocerontes e esquilos, ovelhas e camelos, tigres e leões, além de um bezerro, um bisão, um cavalo e um lince, muitos com carne preservada. Em cavernas na França foram descobertas gravuras que representam a caça a esta raça extinta de elefantes. Alguns são descobertos em condições excepcionais de conservação. Foram mortos tão subitamente que são encontrados feijões, flores, grama verde e outros alimentos ainda não digeridos em seus estômagos e bocas. Muitos são encontrados em pé, na posição vertical (o mamute Berezovka, que foi encontrado em pé, estava com a pélvis, uma clavícula, e uma perna esmagada, mas não apresentava sinais de agonia, o que indica que seu corpo foi submetido a elevadas pressões após a morte). Houve casos em que cães famintos atacaram e comeram pedaços de alguns deles antes que os cientistas chegassem. O que teria causado a morte súbita e o congelamento de tantos mamutes? Por causa das gravuras com cenas de caça, alguns cientistas levantaram a hipótese de que eles haviam sido dizimados pelo homem. No entanto os mesmos cientistas dizem que eles viveram há diversos milênios, e estimam que nessa época talvez não houvesse mais do que 30.000 pessoas no mundo. Ou seja, não havia homens suficientes para matar sequer os mamutes da Sibéria. Levantou-se outra hipótese para sua morte súbita: teriam morrido em resultado de acidentes. Considere o caso de Dima um bebê-mamute que foi encontrado em uma montanha da Sibéria em 1977, e hoje encontra-se preservado no Museu do Instituto de Zoologia da Academia de Ciências da Rússia. Apesar de ter o lado esquerdo do seu tronco achatado (sofreu forte compressão na região após sua morte), Dima é um exemplar bem conservado, com pele, órgãos, músculos e ossos preservados, e seu DNA já foi estudado. Submetido à datação radiométrica, apresentou resultados curiosos: "Uma parte de Dima foi datada como possuindo 40.000 [anos], outra parte 26.000, e havia madeira 'imediatamente em torno do corpo' [congelada junto a ele] datando de 9- 10.000 [anos]" (Troy L. Pewe, Quaternary Stratigraphic Nomenclature in Unglaciated Central Alaska, Geological Survey Professional Paper 862; 31. TESE DE ANTROPOLOGIA 31 U.S. Gov. printing office, 1975, p. 30). Note que especialistas russos que dataram mamutes (utilizando técnicas modernas: filtraram o colágeno dos ossos e mediram o radiocarbono com um contador de cintilação de líquidos) registraram que o C14 indica uma data de até 4.000 A.P. (Anterior ao Presente), segundo informações da revista científica americana Radiocarbon (Volume 37, Número 1, 1995, pp. 1-6. Department of Geosciences, The University of Arizona). Vale a pena conhecer o que o especialista Mitzi Perdue escreveu a respeito de Dima: "Há quase 40.000 anos aconteceu uma pequena tragédia. Um bebê mamute de um ano abaixou seu tronco para beber a água de um riacho gelado, desequilibrou-se e caiu na água. Incapaz de sair da água, o jovem afundou. Isso aconteceu na Sibéria, e a água e a lama mole logo congelaram sobre o mamute azarado. Seu corpo foi encapsulado em gelo fóssil e não foi visto novamente até 1977" (citado em
  • 14. www.nandotimes.com, 30/11/1999). Pode imaginar milhões de mamutes se desequilibrando e caindo na água por acidente? Sabia-se que, como no caso de outros mamutes, Dima havia morrido por afogamento. Encontrou-se barro, lama e partículas de cascalho no seu trato digestivo e sistema respiratório (traquéia, brônquios e pulmões). Os mamutes não são animais preparados para a vida em ambientes glaciais (nem tampouco os animais e plantas encontrados nas proximidades dos mamutes). O exame revelou que, exatamente como as outras raças de elefantes, não possuem glândulas excretoras de óleo, presentes em todos os mamíferos que vivem no Ártico. Um mamute tem aproximadamente o mesmo tamanho e peso das outras raças de elefantes; por isso, precisa de muito alimento: um elefante consome cerca de 150 kg de alimento por dia, e gasta dezesseis horas por dia fazendo isso. O mamute de Adams, um macho descoberto na Sibéria em 1799, era tão gordo que sua barriga chegava até abaixo dos joelhos. Como os cinco milhões de mamutes poderiam se alimentar na Sibéria? Alimento abundante requer no mínimo um clima temperado (muito mais quente do que o atual na região). Entre os alimentos encontrados no sistema digestivo dos mamutes, há pedaços de flores, o que indica que não morreram em uma estação fria (as evidências sugerem o final do verão ou o início do outono). Evidentemente o clima mudou muito rapidamente. Os mamutes e rinocerontes precisaram ser congelados imediatamente após sua morte, ou sua carne não teria sido preservada (quando o animal não é aberto, o processo de decomposição ocorre mesmo em ambientes glaciais, pois a inércia térmica do interior do organismo é suficiente para permitir a ação das enzimas e da atividade microbiana). Foram enterrados no gelo, a salvo dos predadores (incluindo pássaros e insetos). Há diversos outros "cemitérios de animais" em todo o mundo que dão evidência de um cataclismo que destruiu subitamente quantidades imensas de seres vivos. Fósseis de animais isolados, evidentemente são comuns, mas foram encontrados também diversos leitos com grandes quantidades de animais que vivem em comunidades, colônias e rebanhos, especialmente os que se ajuntam em manadas em situação de perigo. O Dr. Henry M. Morris expõe: "Há grandes leitos de restos de mamíferos fósseis (e.g.: os leitos de elefantes na Sibéria, os leitos de hipopótamos na Sicília, etc.), grandes leitos de anfíbios (e.g.: as grandes quantidades de anfíbios extintos nos leitos Permianos do Texas, [nos] Estados Unidos, etc.), leitos tremendamente grandes de plantas fósseis (e.g.: os estratos de carvão), e assim por diante. Praticamente todas as espécies de organismos que vivem hoje no mundo também foram encontradas no mundo fóssil, freqüentemente na forma de cemitérios fósseis contendo grande número de exemplares‖. 32. TESE DE ANTROPOLOGIA 32 Todos os cientistas admitem que o petróleo seja matéria orgânica. A maioria dos geólogos acredita que os leitos de petróleo resultam do sepultamento de milhões de animais mortos. E eles teriam de ter morrido ao mesmo tempo, pois caso contrário, a decomposição de seus corpos se integraria ao ciclo ecológico comum, e não formaria petróleo (por esta razão, não existe petróleo sendo formado atualmente). Mesmo que falássemos de animais marinhos ou de quaisquer outros seres vivos, o fato é que a morte rápida de milhões deles já caracteriza um cataclismo. E incontáveis milhões de barris de petróleo têm sido extraídos da terra durante os últimos cem anos. 13 Os diversos fósseis que foram achados, sendo estes fósseis de peixes, corais e conchas e todos eles petrificados, assim como de mamutes, rinocerontes, esquilos, ovelhas, camelos, tigres, leões, além de um bezerro, um bisão, um
  • 15. cavalo e um lince, foram achados congelados, e muitos com vegetais ainda na barriga e na boca, com sua carne preservada, e que viveram antes do dilúvio, nos dão provas de um dilúvio universal e também da criação de Deus. Criação esta que não evoluiu de espécie para espécie, mas que permaneceu como era desde a sua origem. 1.2.2.2 A arqueologia. A arqueologia tem sido um instrumento valioso que tem ajudado a provar que os relatos da criação são verdadeiros. Todos nós sabemos que a história relatada nos capítulos um a onze de Gênesis, registra os primórdios da humanidade e que o seu trâmite foi no vale dos rios Tigre e Eufrates, história esta que tem sido comprovada pelas descobertas arqueológicas. Os arqueólogos descobriram as tábuas da criação, que proporcionou a recuperação de uma grande parte de documentos da antiga Mesopotâmia, preservados em caracteres em forma de cunha que são bem próprios da linguagem babilônica-assírica; estavam escritos em tábuas de barro e foi uma descoberta valiosa para a arqueologia. A região do vale babilônico- assírico tem sido um cemitério de antigas civilizações; com o desejo de escavar estas regiões de culturas esquecidas, o conhecimento da história Bíblica tem sido possível. A região que foi o berço da humanidade tem sido um dos lugares mais dramáticos da superfície 13 Lucian Benigno. Biblical @ archacologist.com. O dilúvio. 33. TESE DE ANTROPOLOGIA 33 terrestre devido às escavações. Com a possível decifração dos caracteres em forma de cunha, tem se descoberto um grande paralelo com os registros encontrados na Bíblia e cada vez mais, a veracidade da Bíblia tem sido comprovada. * Foram descobertas em Nínive, na biblioteca de Assurbanipal, as primeiras tábuas da criação, assim como pequenos fragmentos de tábuas que eram conhecidas pelos babilônicos e assírios como a grande epopéia da criação, contendo relação com os primeiros capítulos de Gênesis. Estas tábuas eram de barro e continham mais ou menos mil linhas. * Foram achadas outras partes das tábuas da criação. E com isto a epopéia quase foi totalmente restaurada, faltando apenas uma parte que está na tábua v. * Estas tábuas são posteriores ao século sete antes de Cristo, mas foram compostas nos dias de Hamurábi (1728-1676 a.C.). Um dos propósitos destas tábuas, era mostrar a superioridade da Babilônia sobre as outras cidades do país. Estas tábuas são literaturas dos Semitas Babilônicos, mas tudo indica que foram compostas em épocas muito mais remotas, talvez quatro mil antes de Cristo, por serem baseadas nas tradições dos Sumérios que entraram no sul da Babilônia em épocas remotas e aperfeiçoaram-se na escrita em forma de cunha. Os babilônios foram herdeiros da cultura dos Sumérios. Outras descobertas têm sido feitas pela arqueologia que provam o criacionismo, como por exemplo, a localização do jardim do Éden onde Deus colocou o homem e trouxe a ele os animais criados para que desse nome a cada um deles, lugar onde aconteceu a tentação e a queda. A Bíblia nos fala em Gn. 2:10-14 que o jardim do Éden estava localizado em um lugar nas regiões dos rios Tigre e Eufrates. Mais provável na terça parte mais para o oriente do Crescente Fértil. 14 E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. 14 Grifo nosso. 34. TESE DE ANTROPOLOGIA 34 O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a terra de Cuxe. O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates. O livro de Gênesis nos fala do principio da raça humana no mesmo lugar que arqueologia tem demonstrado ser o berço da
  • 16. civilização; W.F.Albright diz: Desta forma a pesquisa arqueológica tem estabelecido, sem sombra de dúvida, que não há centro de civilização, na terra, que possa nem de longe competir, em antiguidade e atividade, com a bacia do Mediterrâneo Oriental e a região imediatamente ao leste dela – O Crescente Fértil. 15 Portanto, a arqueologia tem feito descobertas que provam que os relatos do livro de Gênesis são verdadeiros. Como conseqüência os relatos da criação também são verdadeiros. 1.2.2.3 A Geografia e história (Geologia). Na verdade é perfeitamente possível correlacionar a cronologia Bíblica, referente ao período do dilúvio, à própria geocronologia. Deve ser lembrado, no entanto, que após Noé ter saído da arca, a superfície da Terra ainda se encontrava sob os efeitos secundários do dilúvio, em um processo gradual de estabilização. Nesse período pós-dilúvio, os fenômenos geológicos se manifestaram. Um dos fenômenos geológicos que se manifestou por ocasião do dilúvio foi a divisão dos continentes. Cientificamente e Biblicamente a divisão dos continentes tem sido provada, por isto quero me deter um pouco dentro desta área da geologia – a divisão dos continentes. Apresentarei o assunto cientificamente e depois Biblicamente. Geralmente se atribui essa teoria a Wegener, mas na realidade ela havia sido postulada em 1658 pelo francês Pacet, embora tivesse depois caído no 15 Merril F. Unger. Arqueologia do Velho Testamento. Ed. Batista Regular. p.17,18. / Grifo nosso. 35. TESE DE ANTROPOLOGIA 35 esquecimento até princípios do século XX, quando então foi resgatada pelo norte-americano Taylor (1910). Entretanto, foi o geofísico alemão Alfred Wegener (1912) quem melhor soube apresentar esta sedutora teoria. 16 * A divisão dos continentes de acordo com Wegener. A tese de Wegener pode ser resumida da maneira seguinte: A crosta terrestre compunha-se inicialmente de uma camada flutuante de SIAL (silício e alumínio) em equilíbrio isostático sobre o SIMA (silício e magnésio). Essa crosta, ao resfriar-se, retraiu-se formando na era Paleozóica um agregado único, ou seja, um continente primitivo único (em alemão: Urkontinent) cercado também por um oceano único. Esse continente teria estado situado na região polar, e pelo efeito principalmente da força centrífuga, essa massa continental ter-se-ia fracionada em partes menores. Em seu percurso em direção ao equador, as massas resultantes ao fracionamento teriam formado os atuais continentes. Além disso, o movimento dessas massas continentais flutuantes explicaria a formação de montanhas como os Andes e as Montanhas Rochosas. A resistência oposta pelo SIMA ao movimento migratório do SIAL foi a causa da compressão, levantamento e dobramento das ―proas‖ dos continentes em sua marcha inexorável. Em seu conjunto, a tese parece ser coerente. A idéia seduzia pela sua simplicidade genial. Ainda mais, tinha o mérito de explicar um grande número de fenômenos mediante uma causa única. A forma atual dos continentes, a incrível correspondência de formas entre a América do Sul e a África, a presença de montanhas nas bordas dos continentes, a correspondência de fauna e flora em um mesmo nível na África, América do Sul e Austrália, tudo isto passava a ser justificado de imediato pela genial teoria de Wegener. 17 Esta teoria teve os seus altos e baixos, foi sendo defendida e reprovada por alguns. Por ser reprovada ela perdeu a sua força, mas novos fatos científicos surgiram a favor desta teoria. Quero apresentar estes fatos de acordo com a obra ―Em Busca das Origens‖. Os estudos oceanográficos haviam demonstrado a existência de verdadeiras cadeias montanhosas no fundo dos oceanos, especialmente no Atlântico. Em 1963 a idéia da deriva novamente veio à tona e reconquistou adeptos. A grande
  • 17. mudança de atitudes teve lugar em 1968, com a publicação, nas melhores revistas cientificas britânicas e norte-americanas, de toda uma série de trabalhos que iriam devolver o prestígio à teoria, com ligeiras modificações. 16 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.63. 17 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.64. 36. TESE DE ANTROPOLOGIA 36 Assim, Hurley (abril de 1968) expunha claramente a existência, no fundo dos oceanos, de falhas e ―cristas‖ que pareciam ser formadas de materiais ―recentes‖, provenientes das profundezas. Novamente comparando as camadas geológicas ―concordantes‖ do Brasil e do Golfo da Guiné, ele chegava a conclusão de que eram contemporâneas. Renascia a idéia de que os continentes como imensas ―balsas‖, teriam podido deslizar da astenosfera. Não mais como balsas ―à vela‖, impelidas por forças externas, mas sim transportados pelas correntes magmáticas. A nova teoria da expansão do fundo oceânico (Sea Floor Spreading) não deixou de encontrar posteriormente novas confirmações. Os estudos de paleomagnetismo vieram a confirmar esta tese, revelando que, de ambos os lados das ―cristas‖, os materiais simétricos eram do mesmo período, pois haviam ―registrado‖ as mesmas características do campo magnético. Esta era a prova de que o fundo dos oceanos foi criado na região da crista, e de que a matéria surgida das profundezas da Terra elevou-se separando progressivamente ambos os lados da crista. Só faltava descobrir o motor deste movimento da matéria, o que foi feito voltando-se à direita das correntes de convecção (semelhante às da água que se aquece em uma panela), que deveriam ter afetado as massas plásticas do manto (a astenosfera). Por razão ainda parcialmente desconhecida (gradiente de temperatura?), pensa-se que essas massas plásticas ter-se-iam movimentado com velocidade muito baixa, e sua elevação teria produzido as cristas oceânicas, de onde se derramaram para ambos os lados das cristas. Assim o fundo do oceano se encontraria em continua formação, com rochas relativamente jovens nas proximidades das dorsais oceânicas, e outras rochas progressivamente mais antigas, afastando-se da dorsal em ambos os lados. Esta expansão de matéria teria ocasionado a separação das ―balsas‖ continentais. A evidência que sugere a expansão do fundo oceânico constitui o argumento mais poderoso a favor da chamada tectônica de placas, como é denominada essa teoria. Cabe, pois, novamente imaginar a litosfera (crosta e manto superior rígido) formada por placas continentais de 50 a 100 km de espessura, movendo-se com relação às outras, separadas entre si por fraturas em cujo interior as matérias provenientes das profundezas se esparge, repelindo simetricamente as ―balsas‖ continentais. Desta forma, embora com novas roupagens, foi ressuscitada a teoria de Wegener, agora com a denominação de Tectônica de placas. Assim, renasceu também a hipótese de um continente único. Certamente ainda está longe de uma certeza absoluta sobre está questão, o que é conveniente sublinhar antes de finalizarmos. O geólogo australiano Snelling escreveu: ―A maioria dos geólogos aceita hoje entusiasticamente a teoria da deriva dos continentes. Há, entretanto, componentes pesquisadores no campo das ciências da terra, que não aceitam‖. Em qualquer caso, essa noção conta com amplo respaldo. As tentativas de explicar essas questões geológicas têm de ter isso em conta. E, de qualquer maneira, isso nos terá proporcionado uma lição muito positiva, ao nos recordar que no campo das ciências não se deve sepultar prematuramente nenhuma idéia, pondo-nos também de sobre aviso perante a sedução que exerce uma teoria unitária que pretende explicar tudo.
  • 18. 37. TESE DE ANTROPOLOGIA 37 A teoria transformista, tanto quanto a teoria de Wegener, é uma dessas teses monumentais que seduzem por sua harmonia, e que nos induzem a deixar de verificar minuciosamente seus fundamentos perante um edifício aparentemente tão importante. 18 Na Bíblia, temos uma referência que diz que a terra se dividiu Gn. 10:25. A Héber nasceram dois filhos: um teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã. Temos um breve relato neste verso se referindo a Pelegue e a divisão da terra. Um dos significados do nome Pelegue é ―divisão‖, e isto ocorre porque algo deste cunho aconteceu na sua época. Esta divisão é a que chamo de: ―a divisão dos continentes‖, momento este em que a terra se dividiu, é importante notarmos que não existe nenhuma citação de genealogia depois da frase ―... em seus dias se repartiu a terra...‖ e isto ocorre porque a divisão ou a repartição aqui citada foi uma divisão de terras e não de povos. Quero encerrar os meus pensamentos a respeito deste assunto (geologia) dizendo que novas descobertas nos campos da geologia e da meteorologia começam, assim, a trazer importantes contribuições para a concordância dos estudos científicos a respeito dos eventos ocorridos nos primórdios da história da Terra, com a revelação contida na Bíblia. 2. A criação do homem. Algumas perguntas podem ser feitas a respeito da criação do homem. Como exemplo: Quem criou o homem? Que é o homem? Qual o propósito da sua criação? Quais os seus ministérios? O que significa ―imagem e semelhança‖? O homem é um ser tricotomista ou dicotomista? Por que e como Deus permitiu a queda do homem? 18 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.66,67,69. 38. TESE DE ANTROPOLOGIA 38 Muitos religiosos, cientistas e até mesmo teólogos têm dado várias respostas complicadas e sem nexo a estas perguntas que podem ser respondidas facilmente à luz da Bíblia. Tendo isto em mente, discorrerei agora sobre os vários aspectos concernentes a criação do homem, e estas perguntas serão respondidas de acordo com o que eu creio ser Bíblico. 2.1 Sua origem segundo a Bíblia. ―Também disse Deus: Façamos o homem...‖ Gn. 1:26. ―Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente‖. Gn. 2:7. O relato da criação do homem se encontra basicamente em dois textos, ainda que possa ser embasado por outros textos bíblicos. Estes dois textos são: Gn. 1:26,27 ; 2:7,21-23. O homem veio a existir por um ato criativo da parte de Deus e como descrevi anteriormente, as três pessoas da Trindade estavam envolvidas neste ato, pois o versículo diz: ―Façamos o homem...‖ (o verbo fazer aparece no plural indicando a ação das três pessoas), e quando olhamos para este versículo, vemos que as três pessoas da Trindade concordaram plenamente com a criação do homem. * Uma consideração da palavra ―homem‖ de acordo com Strong – Gn. 1:26. Homem, adan; Homem, raça humana, Adão (o primeiro homem), a humanidade em geral. Adan é traduzido como Adão (o substantivo próprio) cerca de vinte vezes no AT, e como homem mais de quinhentas vezes. Quando se refere a toda raça humana, a Bíblia com freqüência usa a contrução b‘nay adan, os filhos de Adão. Assim como homem no português, adan no seu sentido geral nada tem haver com sexo masculino, mas com enquanto ser humano. Por exemplo, em uma ocasião adan refere-se exclusivamente a mulheres! (Nm. 31:15). Adan provavelmente esteja relacionado com o verbo adon, ser vermelho, referindo-se a coloração avermelhada da constituição do ser humano. Adamah, ―solo‖ ou ―chão‖, também pode derivar-se deste verbo. Desta forma, Gn. 2:7
  • 19. afirma: ―E formou o Senhor Deus o adan do pó da adamah. Paulo vê Adão como homem terreno em 1 Co. 15:47. Adan é um dos quatro principais termos hebraicos para ―homem‖ usados na Bíblia.19 19 Bíblia de estudo Plenitude. Ed. Sociedade Bíblica do Brasil. p.5. 39. TESE DE ANTROPOLOGIA 39 A criação do homem foi um ato direto das mãos de Deus; sendo assim o método que Deus usou para criar o homem, não foi o mesmo que Ele usou para a criação dos animais e dos vegetais; estes foram criados indiretamente por uma palavra de ordem, a Bíblia assim nos declara: ―Produza a terra...‖ Gn. 1:11,24,―Produzam as águas...‖ Gn.1:20, . Mas no caso do homem a declaração foi direta:―Façamos o homem...‖; ―E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra...‖ Gn. 1:26; Gn.2:7. O homem não foi produzido pela terra e nem pela água; com isto não estou indo contra o relato bíblico que diz que Deus formou o homem do pó da terra, também não estou dizendo que na composição do homem não exista água. Mas que o Próprio Criador 20 formou o homem do ―pó da terra‖ de uma maneira direta através do ―Seu toque‖ 21, e sem qualquer outra intervenção; por ser um ato direto de Deus, o homem foi criado perfeito e sem pecado, e o Espírito de Deus habitava no espírito do homem e os dois (homem e Deus) tinham uma perfeita comunhão; sendo assim o homem criado, e sem pecado podia olhar para o alto, conhecer e adorar este Deus que lhe criou. Por ser criado diretamente por Deus, o homem é a coroa da Sua criação, algo maravilhoso. Erickson faz a seguinte declaração: Apesar de criaturas, somos as mais elevadas dentre elas, as únicas feitas à imagem de Deus. Não somos simples produtos acidentais de um mecanismo cego nem um subproduto ou refugos lançados fora no processo de fazer algo melhor. Somos um produto expressamente desejado por Deus. Ás vezes, os cristãos sentem necessidade de minimizar a habilidade e as realizações dos homens a fim de dar maior glória a Deus. É certo que precisamos colocar as realizações humanas no devido lugar em relação a Deus. Mas não é necessário proteger Deus contra a competição da sua criatura mais elevada. A grandeza humana pode glorificar ainda mais a Deus. Os homens são grandes, mas o que os torna grandes é o fato de Deus os ter criado. O nome Stradivarius fala da qualidade de um violino; seu fabricante foi o melhor. Mesmo quando admiramos o instrumento, estamos admirando muito mais o talento do seu fabricante. A respeito dos homens, pode- se dizer que foram feitos pelo melhor e mais sábio de todos os seres, Deus. Um Deus capaz de fazer uma criatura tão maravilhosa é de fato um grande Deus. 22 Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele... Sl. 100:3. 23 20 Grifo nosso. 21 Grifo nosso. 22 Millard J. Erickson. Introdução à Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. P.213,214. 23 Bíblia de Estudo NVI. Ed. Vida. p. 986.991. 40. TESE DE ANTROPOLOGIA 40 2.2 O tempo da sua criação. Alguns geólogos, antropólogos e vários teólogos, têm dado ao homem milhares de anos de existência e por não ser o que a Bíblia diz, esta teoria deve ser bem estudada e combatida, para que a verdade da Palavra de Deus não seja deturpada. Vejamos o que diz esta teoria: Os geólogos e antropólogos acharam os ossos do homem de Neandertal de 100 anos atrás, e falam do homo sapiens que teria dado origem ao homem moderno há cerca de 30 mil anos. Outros ossos são muitos mais antigos, como os do homo faber e do homo erectus (estes de 250 mil anos). Uma possibilidade é que a descrição de Gênesis 4 tenha omitido algumas gerações, e assim aquela civilização é mais antiga do que a soma daqueles anos. Muito tempo pode ter passado, com muitas gerações entre Adão e Caim. O mesmo
  • 20. pode ter acontecido com Adão no jardim do Éden. Talvez o tempo de Adão possa ser estendido até 30 mil anos atrás, e Caim e Abel dentro de 10 mil anos. 24 Com relação ao tempo da origem do homem, vários grupos de cientistas estão em constantes desafios: o historiador com sua preocupação pelos fatos relativos aos povos e nações primitivos, com a distinção entre raças e a possibilidade de uma origem comum; o filólogo como seu problema da origem da língua à luz de suas formas variadas presentes; o arqueólogo e o geólogo com a evidência que oferecem para a antiguidade do homem. O que esses homens asseveram a respeito da idade da família humana varia em tal grau que todas as alegações da infalibilidade ficam destruídas. O desacordo entre as autoridades não possui a tendência de gerar crença ou de estabelecer uma data confiável. Uma afirmação geral surge, a qual alega que o homem viveu muito mais sobre a terra do que a data de 4004 a.C., avaliada pelo Arcebispo Usher.25 ‖Hoje‖ somos informados, ― os antropólogos concordam geralmente em que o homem não é uma recente introdução na terra. Todos os que têm estudado a questão admitem agora que sua antiguidade é muito grande; e que, embora tenhamos até certo ponto determinado o mínimo de tempo durante o qual teria ele existido, não avançamos na determinação do período muito maior durante o qual ele poderia ter, e provavelmente tem, existido. Podemos com tolerável certeza afirmar que o homem teria habitado a terra há centenas de milhares de anos, mas não podemos asseverar que ele positivamente não existiu, ou que há alguma boa evidência contra haver ele existido por um período de dez mil séculos.26 Ainda que esta teoria tenha se tornado comum entre vários teólogos, não concordo com ela por dois motivos: A) Os vários métodos que têm sido aplicados para datar o tempo da origem do homem não são verídicos, como por exemplo: 24 Zacarias de Aguiar Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 168, 169. 25 Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol. 1e2. Ed. Hagnos. p.548. 26 Charles Hodge. Teologia Sistemática. Ed. Hagnos. p.508. 41. TESE DE ANTROPOLOGIA 41 * A idade dos esqueletos: Alguns dos esqueletos que foram achados são esqueletos de outras criaturas e não possuíam as características da estrutura óssea do homem que conhecemos; portanto este método não é seguro e a sua datação não serve para o homem. * As datas que são lançadas com respeito às civilizações que dizem ser tão antigas e às gerações que dizem ser muitas, nunca foram confirmadas na íntegra. B) Quando estudamos detalhadamente a cronologia Bíblica com respeito à origem do homem, veremos que a origem do homem não antecede aos seis mil anos. O Dr. Miley escreveu: Os estudantes mais profundos dessa questão encontram medidas diferentes de tempo, que não variam tão amplamente como entre os cientistas; [...] Os pontos de vista mais importantes são bem conhecidos e facilmente afirmados. A origem do homem precedeu o advento de nosso Senhor em 4.004 anos, como calculado por Usher com base nas escrituras hebraicas; em 5.411 anos, como calculado por Hales com base na Septuaginta. Aqui há uma margem de 1.407 anos, que poderia cobrir muitos fatos da ciência com respeito à presença do homem no mundo, e trazê-los a harmonia com a cronologia bíblica. A aceitação desse cálculo não exige um mecanismo astuto. 27 2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus. ...a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e 28 que formei, e fiz. Is. 43:7 Deus criou o homem para Sua própria Glória, para que este O glorifica-se em toda a sua vida. Quando falamos em glorificar a Deus, o que pode vir às nossas mentes é a glorificação através do louvor, que é um meio pelo qual nós adoramos ou
  • 21. glorificamos a Deus; mas o louvor não é o único meio de glorificá-lo. Em 1 Co. 10:31 diz que devemos fazer ―tudo para a glória de Deus‖. Quando olho para esta declaração da Palavra de Deus, vejo que a glorificação envolve algo muito mais amplo do que o louvor, envolve todo o nosso ser e todo o 27 Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol.1e2. Ed. Hagnos. p.548. 28 Grifo nosso. 42. TESE DE ANTROPOLOGIA 42 nosso procedimento. E por Deus ter nos criado para a sua própria glória e desejar que O glorifiquemos, cabe a nós cumprirmos esta responsabilidade com toda a alegria e satisfação. Grundem diz que: ...a atitude normal do cristão é alegrar-se no Senhor e nas lições da vida que Ele nos dá (Rm. 5:2-3; Fp. 4:4; 1 Ts. 5:16-18; Tg.1:2; 1Pe.1:6,8; et al...) Quando percebemos que Deus nos criou para glorificá-lo, e quando passamos a agir a fim de cumprir esse fim, então começamos a experimentar uma intensidade de alegria no Senhor que antes não conhecíamos. E quando acrescemos a isto a compreensão de que o próprio Deus se deleita com a nossa comunhão com ele, nossa alegria se torna ―inexprimível e plena de glória celeste‖ (1 Pe.1:18; paráfrase ampliada do autor).29 Um outro aspecto que quero discorrer a respeito do assunto que estamos tratando, é que a humanidade hoje está completamente fora do propósito exigido por Deus. Os homens têm deixado de glorificar ou adorar a Deus e passaram a glorificar outros homens assim como imagens de esculturas, algo que sempre foi e sempre será abominável aos olhos de Deus. Romanos 1:20-25 diz: Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem com de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Somente Deus merece toda a glória e não existe outro ser que mereça a glória que só é devida a Ele, pois é o criador de todas as coisas e não compartilha esta glória com ninguém. Neste sentido, argumenta Champlin: ―Por certo nenhuma imagem pagã, que simboliza um deus que nada representa, pode apresentar a reivindicação de compartilhar da glória de Yahweh‖. 30 29 Wayne Grudem. Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. p.363. 30 R.N. Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). Ed. Hagnos. p.2.907. 43. TESE DE ANTROPOLOGIA 43 Isaías 42:8 diz: Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor. 31 Deus por ser o nosso criador, merece toda glória e adoração, isto deve continuamente incomodar todo nosso ser. As palavras do apóstolo Paulo são enfáticas a respeito da glória ou da adoração que Deus deve receber: Porque dele, por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! – Rm. 11:36. * A glorificação ou adoração deve ser racional. Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional – Rm. 12:1. Não descreverei nesta altura detalhadamente sobre o corpo em si, pois isto será feito quando for tratar especificamente do assunto – O
  • 22. Corpo. Quero apenas deixar algumas considerações acerca da palavra corpo neste verso. Creio que a palavra corpo neste versículo tem um sentido amplo, não apenas o corpo em si. Paulo escreve tendo em mente todo o ser do homem e toda a ação que este pode prestar a Deus através do seu corpo. Portanto, se a nossa alma for pura o nosso corpo será puro e servirá de meio apropriado para glorificarmos a Deus. * Uma consideração a respeito das palavras ―... por sacrifício vivo...‖; ―... santo...‖;―agradável a Deus...‖ e ―culto racional‖. Ao analisarmos a frase ―sacrifício vivo‖ devemos ter em mente os sacrifícios que eram realizados no Antigo Testamento. Existiam sacrifícios de várias 31 Bíblia de estudo NVI. 44. TESE DE ANTROPOLOGIA 44 espécies e ofertas queimadas que tinham como propósito glorificar a Deus; estes animais e ofertas tinham um caráter todo especial, pois seriam sacrificados a um Deus Santo. Isto faz ligação com o nosso corpo que deve honrar e glorificar a Deus, como por exemplo: Da nossa boca não deve sair palavras torpes, os nossos olhos não devem contemplar aquilo que não agrada a Deus, as nossas mãos devem cooperar para a obra e ajudar o próximo. Estas ações servem de sacrifício vivo e glorificam a Deus. ―Santo‖ – Existem vários imperativos solenes na Palavra de Deus com respeito a vivermos uma vida santa. Uma característica essencial do sacrifício é santidade e quando olhamos para o Antigo Testamento, mais especificamente para o tabernáculo vemos que tudo deveria ser santo. O altar era santíssimo e tudo que o tocasse deveria ser santo; o lugar onde ficava a arca da aliança se chamava santo dos santos, e para o sumo sacerdote existia todo um ritual que levava à santidade. Portanto, a santidade deve ter lugar primordial na adoração ao Senhor e para que isto aconteça toda a nossa alma (intelecto, emoções e vontade) deve ser santificada e se santificar gradativamente e assim passaremos a agir de acordo com a nova natureza. ―Agradável a Deus‖ – Agradável a Deus é algo que Lhe satisfaz. Quando se contempla os sacrifícios que eram realizados no Antigo Testamento, estes para serem aceitos deveriam estar dentro do padrão exigido por Deus. Hoje o padrão exigido por Deus é: ... importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jo. 4:24. Se quisermos adorá-Lo agradando- O, devemos adorá-Lo ou glorificá-lo em espírito e em verdade. Só o fato de sermos criados por Deus, coloca-nos sob a responsabilidade de agradá-Lo com a nossa adoração. O propósito de Deus em criar o homem foi justamente este. A atuação do Espírito Santo no espírito do homem será tratada mais adiante. ―Culto racional‖ – Significa que devemos glorificá-Lo com a participação do coração, da mente e da vontade. Existem dois tipos de adoração: uma falsa e a outra verdadeira. As três primeiras características citadas abaixo 45. TESE DE ANTROPOLOGIA 45 fazem parte da falsa adoração, enquanto a quarta característica faz parte da verdadeira adoração. A) Adoração ignorante ou irracional – sem saber o que adoram. O exemplo dos Samaritanos: ―vós adorais o que não conheceis‖ – Jo 4:22. B) Adoração exterior – apenas aparente. O exemplo dos judeus - Deus não aceitava a adoração dos judeus porque era hipócrita e aparente (do exterior). A adoração deve ser de coração, ou seja, do interior. C) Adoração emocionalista – Produzida por um forte abalo sentimental e que provoca comoção. É algo momentâneo. D) Adoração ou glorificação racional – adoração envolvendo o coração à mente e a vontade. A raiz da palavra racional vem de origem grega ―logos‖ que também nos transmite a idéia de conhecimento acerca dos propósitos de Deus. Por isto o termo racional envolve adorar de acordo com os propósitos de Deus para a adoração cristã. Para que a
  • 23. adoração seja racional, ela deve se enquadrar às determinações de Deus, para que o mesmo possa aceitá-la diante Seu Trono de Glória. Este fato envolve uma adoração conduzida pelo Espírito de Deus sobre o espírito humano, que por sua vez conduz toda a alma através do coração, mente e vontade a uma genuína adoração causada pela revelação do Verdadeiro Deus. 2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação. A Bíblia nos fala de homens que foram consagrados por Deus para exercerem ministérios específicos como de reis, profetas e sacerdotes. Estes ministérios eram dados por Deus e aqueles que eram chamados para tais, precisavam de capacitação especial ou sobrenatural para o exercício dos mesmos. 46. TESE DE ANTROPOLOGIA 46 Sendo assim, estes ministérios pertencem a Deus, e Ele tem estendido aos homens da maneira que Lhe apraz. Quando Deus criou Adão e sua mulher Eva, Deus estava criando toda a raça humana e permitindo que esta participasse dos Seus ministérios. Estes três ministérios foram dados ao homem (a raça humana) na primeira dispensação – a dispensação da inocência. A. Governo Em Gn. 1:28 temos a seguinte declaração:. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. Os dizeres deste versículo nos revelam que o homem foi constituído como governador sobre a terra e sobre todos os seres do mar, dos céus e da terra. O homem teve o privilégio de participar juntamente com Deus do Seu ministério de governo. Adão não foi constituído Rei no lugar de Deus, o que temos é um vice-regente, assim como um mordomo obedecendo as ordens de Seu Criador. Assim o homem se fez participante deste ministério como governador. O que temos é Deus O Soberano, dando ordens ao Seu súdito-mordomo, estabelecendo uma mordomia, ou dispensação. Adão (e nele a raça humana) foi constituído mordomo de Deus no ministério de Governo. Ele não foi constituído Rei. Em sujeitar a terra e dominar sobre as criaturas ele ministrava como "mordomo". Ele devia fazer o que Deus lhe mandasse fazer; o que Deus lhe proibisse fazer, não fazer. 32 B. Profeta Outro ministério de Deus estendido ao homem foi o de profeta e este se dá pelo fato de que Deus se revelou ao homem através da Sua Palavra. Quando Adão recebeu as ordens de Deus, ele se tornou responsável para transmiti-la a sua descendência (inclusive a Eva, sua mulher) que apareceria por conseqüência da ordem que foi dada ―... Sede fecundos, multiplicai-vos,...‖. Portanto, quando Deus Se 32 Paulo C. Guiley. Dispensação Antiga. IBM. p.11. 47. TESE DE ANTROPOLOGIA 47 revela ao homem através da Sua Palavra, o homem se torna responsável para transmiti-la. O receber e o transmitir a Palavra, é ministério profético de Deus ao homem. C. Sacerdote. O último ou o terceiro ministério estendido ao homem, não por valores hierárquicos, foi o de sacerdote, este ministério se dá ao fato de que o homem deve adorar o seu Criador na beleza da Santidade - Sl.29:2. Em Ezequiel 28:14 ―Lúcifer‖ é chamado de o ―querubim da guarda‖; este nome nos revela que ele era o detentor do ministério sacerdotal e que ministrava no santuário de Deus v.18. Lúcifer pecou contra Deus e como conseqüência perdeu este ministério. Este ministério foi estendido ao homem, assim o homem passou a ter condição de adorar a Deus. Gênesis 3:8 diz que eles (Adão e Eva) ouviram a voz do Senhor na viração do dia33. Temos aqui uma inferência de que este evento poderia ter ocorrido diariamente, isto nos revela que o homem tinha comunhão com Deus e adorava a Deus. Nestes três ministérios estendidos ao homem Deus exigia fidelidade. Mas o homem falhou
  • 24. faltando com fidelidade nestes três ministérios. * O homem falhou no ministério de governo quando ele transferiu a sua lealdade a Deus, para ser Leal a Satanás em desobediência a Deus e obediência a Satanás. Como conseqüência desta desobediência o domínio (governo) sobre este "mundo", ou esta ordem mundial, passou das mãos da raça humana para as mãos de Satanás – Lc. 4:5, 6; Jo. 14:30; 1Jo.5:19. Uma outra falha do homem neste ministério de governo foi quando Ninrode estabeleceu o seu próprio governo indo contra o governo estabelecido por Deus depois do dilúvio, tendo por governante Noé. * Adão também falhou no seu ministério de profeta quando desobedeceu a Palavra de Deus e a transmissão da mesma, acreditando nas mentiras de Satanás. 33 Grifo nosso. 48. TESE DE ANTROPOLOGIA 48 * Não foi diferente com respeito ao ministério de Sacerdote. Adão faltou com fidelidade a Deus, recusando oferecer o sacrifício exigido por Ele. 2.5 O homem criado a imagem e semelhança. Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;... - Gn. 1:26. Encontramos nestas primeiras palavras deste verso algo sublime, belo, maravilhoso, algo totalmente diferente de toda a demais criação. Deus parou de olhar para o Céu, para as águas, e para a terra, e olhou para si mesmo: ―Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;...‖ (Is. 43:21;Ef.1:12) criando assim o homem... Todas as demais coisas criadas, mesmo sendo a revelação da Glória e poder de Deus, foram criadas em direção ao homem (domine ele...), e o homem foi criado em direção a Deus. 34 2.5.1 Várias teorias. Em que sentido o homem é a imagem de Deus? A Bíblia não nos dá explicação do assunto, de modo que através dos tempos, os teólogos têm se debatido com o que eles chamam de a imago Dei no homem. Alguns fizeram a distinção entre ―imagem‖ e ―semelhança‖. *Irineu (130-200 d.C.) identificou ―imagem‖ com a razão e a liberdade moral do homem, e ―semelhança‖ com a retidão original, e ensinou que apenas esta foi perdida com a queda no pecado. Esta tese de Irineu foi geralmente sustentada pelos escolásticos, e Tomás de Aquino deu-lhe uma aplicação dogmática. *Os reformadores negaram esta distinção entre ―imagem‖ e ―semelhança‖. Lutero reconheceu que Gn. 1:26 é um caso de paralelismo hebraico, isto é, ―imagem‖ e ―semelhança‖ eram sinônimos. De modo geral os chamados pais da igreja sentiram-se inclinados a crer que a imagem de Deus no homem residia na alma ou no espírito. Tomás de Aquino pensou que a imagem encontrava-se no intelecto. Calvino ensinou que a imagem de Deus estava principalmente no entendimento, ou, no coração e na alma. Brunner fala de imagem ―formal‖ para expressar a estrutura essencial do homem, que não é grandemente afetada pela queda; e a imagem ―material‖ que foi totalmente perdida pelo pecado. Schleiermacher interpreta a imagem como o domínio do homem sobre a natureza. A posição reformada é que a imagem de Deus no homem consiste na racionalidade e competência do 34 Pr. Daniel C.Pauluci. Apostila de Antropologia. IBM. p.12. 49. TESE DE ANTROPOLOGIA 49 homem, mas que essas realidades foram perdidas e desfiguradas pelo pecado. Outros consideram que a personalidade é o ingrediente da imagem. Alguns teólogos modernos estão mais inclinados a ver a imagem de Deus na pessoa completa do homem, e não numa parte dela apenas. Isto resulta da ênfase na visão ―integral‖ do ser humano. Assim, a totalidade do homem deverá ser a imagem de Deus. 35 Como vimos acima, vários teólogos não têm feito separação entre―imagem‖ e ―semelhança‖, como também concorda o autor do livro Manual de Teologia Sistemática Pr. Zacarias de Aguiar Severa.
  • 25. Com isto caem no erro de atribuir a ―imagem‖ algumas características da ―semelhança‖ ou vice-versa, tornando-as assim sinônimas. Algumas destas características são: Individualidade, racionalidade, espiritualidade, responsabilidade, moralidade, potencialidade e perpetuidade. Concordo que algumas destas características fazem parte da―imagem‖ e outras da ―semelhança‖, mas cada uma tendo a sua divisão correta e própria. 2.5.2 A imagem e Semelhança. A imagem – Deus criou o homem parecido consigo interiormente e não fisicamente, pois Deus é espírito e não possuí aparência física (Jo. 4:24); portanto cai por terra qualquer forma de pensamento que diz que a imagem de Deus no homem se refere a aparência física. Deus é triúno; ou seja, um único Deus que subsiste em três pessoas– Pai, Filho e Espírito Santo – temos aqui a tricotomia divina; sendo assim Deus olhou para Si mesmo e criou o homem a Sua imagem - tricotomista: Com corpo, alma e espírito. Esta é a imagem de Deus no homem, algo que é parecido, mas não igual na sua constituição. A semelhança – Deus é um Ser pessoal, isto significa que possui as características de uma pessoa, características estas que não são físicas, mas 35 Zacarias de Azevedo Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 188,189. 50. TESE DE ANTROPOLOGIA 50 interiores. As características pessoais de Deus são: Intelecto, emoções e Livre-arbítrio. A palavra ―semelhança‖ não significa igualdade, mas algo parecido. Deus então criou o homem um ser pessoal ―parecido‖ consigo, possuindo – Intelecto, emoções e vontade própria. Esta é a semelhança de Deus no homem. (Ver esquema 1 – imagem e semelhança página - 112) 2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito. Existem dois pensamentos acerca dos elementos que constituem o homem: a dicotomia e a tricotomia. 2.6.1 A dicotomia. De acordo com os dicotomistas, o homem é constituído de duas partes: o corpo e a alma (ou espírito), sendo o espírito um designativo do mesmo elemento alma. O corpo é a parte material do homem, a sede e o instrumento do espírito ou alma. Estes, por sua vez, constituem a parte imaterial do homem. Dizem que o espírito expressa a alma e que ―alma e espírito‖ são usados paralelamente nas Escrituras para designar a parte imaterial do homem. Dizem que esta parte (imaterial) é a que sobrevive e é retirada quando uma pessoa morre, sendo ―alma e espírito‖ a mesma coisa; como base usam os textos de Eclesiastes 12:7 com 1 Reis 17:19- 22. Um outro pensamento dicotomista, é que a palavra ―espírito‖ nas escrituras está se referindo ao relacionamento do homem com Deus, e que a palavra―alma‖ pode ser usada nos mesmos sentidos da palavra espírito; como base usam o texto de Lc. 1:46,47. Existem outros textos mais usados pelos dicotomistas como exemplo: (Gn. 2:7; Jó. 27:8; 32:8; Sl. 41:4; Eclesiastes 12:7; Mt. 10:28;16:26; Jo.12:27,13:21; 1 Co.5:5, 7:1; Rm.7:15-25). Argumentos contra a teoria dicotomista. 51. TESE DE ANTROPOLOGIA 51 A) Esta teoria não trata de um conceito preciso, pois procede dos pensamentos humanos e não divinos, sendo assim não é digno de crédito. A Bíblia apresenta claramente a tricotomia humana e jamais associa ―espírito e alma‖ como elementos idênticos. B) As palavras ―alma e espírito‖ quando aparecem paralelamente nas Escrituras estão se referindo a parte imaterial do homem, mas jamais significam a mesma coisa. Quando a pessoa morre tanto a alma parte como o espírito parte, o homem continuará apresentando as características de um ser pessoal como espiritual. Um problema dos dicotomistas dentre muitos é a dificuldade de fazer a correta separação dos
  • 26. poderes da alma (intelecto, emoções e vontade) das funções do espírito (intuição, consciência e adoração). C) Como descrevi acima ―alma e espírito‖ jamais significam a mesma coisa e não tem a mesma função. Os dicotomistas dizem que a alma assim como o espírito pode adorar e se relacionar com Deus. É verdade que a nossa alma adora a Deus, mas não individualmente sem que o espírito a leve à adoração, pois a adoração é espiritual – Jo. 4:24, a alma se torna o instrumento pessoal para a revelação de uma verdadeira adoração, que esta para adentrar-se diante de Deus, precisa iniciar no espírito humano e ser espiritual, ou seja, procede da revelação do próprio Deus no espírito do homem. Com a queda no pecado a alma se rebelou, deixando de receber a direção do espírito, passando assim a obedecer aos impulsos do seu próprio eu, adorando a criatura no lugar do criador (Rm 1: 20-25), comprovando que alma por si não tem poder ou condições de se relacionar com Deus, e que qualquer adoração realizada exclusivamente pela alma, seria apenas uma adoração intelectual e não chegaria ao trono de Deus. A Dicotomia, precisaria aqui fazer que Deus se rebaixasse de Sua Santidade e de Suas Determinações, aceitando algo natural, e terreno. Deus jamais sairá de sua posição, e aqueles que querem se achegar diante dEle, deverão se enquadrar aos Seus desígnios, para que assim o ministério do Espírito seja completo em nós, suprindo-nos em nossas fraquezas. 52. TESE DE ANTROPOLOGIA 52 2.6.2 A tricotomia. A doutrina Bíblica da tricotomia afirma que o homem é constituído de três partes: o corpo que abarca os cinco sensos – ver, ouvir, cheirar, saborear, tatear; a alma que abarca os três poderes – intelecto, emoções e vontade; e espírito que abarca as três funções – consciência, intuição e adoração. Portanto, de acordo com esta verdade Bíblica, o corpo é a parte material do homem; a alma a parte pessoal; e o espírito a parte espiritual que se relaciona, adora e tem comunhão com Deus. A Palavra de Deus nos revela que o homem é constituído de três partes, ou seja, tricotomista. * Gênesis 2:7 - Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. A Palavra de Deus nos revela por este versículo que o homem foi criado um ser tricotomista. A expressão ―... formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra...‖ refere-se ao ―corpo‖ do homem que foi criado do pó da terra, depois a frase ―... lhe soprou nas narinas o fôlego de vida..‖ mostra que o homem pelo sopro de Deus se tornou um ser espiritual, passou a possuir ―o espírito‖ e ―a alma‖. * 1 Tessalonicenses 5: 23 - O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. O versículo se refere à santificação completa do crente; ―... vos santifique em tudo...‖. Olhando deste modo, só poderemos ser santificados ―em tudo‖ se o nosso corpo, alma e espírito forem conservados íntegros. Em um outro ponto este versículo faz a distinção entre ―alma e espírito‖ se assim não fosse a Palavra de Deus através do autor sagrado teria sido somente ―vossa alma‖ É de suma importância analisar este versículo na sua língua original. O versículo aparece da seguinte forma: Auvto.j de, o` qeo.j th/j eivrh,nhj a`gia,sai u`ma/j o`lotelei/j( kai, o`lo,klhron u`mw/n to. pneu/ma kai, h` yuch, kai, to. sw/ma avme,mptwj 53. TESE DE ANTROPOLOGIA 53 evn th/| parousi,a| parousi,a tou/ kuri,ou h`mw/n VIhsou/ Cristou/ thrhqei,hÅ Os três artigos (definidos) definem espírito, alma e corpo como sendo três partes distintas. A NVI traduz da seguinte forma: Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso