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FACULDADE TEOLÓGICA – FAETEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURSO DE MESTRADO TEOLOGIA
UMA BREVE REFLEXÃO TEOLÓGICA DA
IDEOLOGIA DE GÊNERO A PARTIR DOS
ESCRITOS CATEQUETICOS DA TEOLOGIA DO
CORPO DE JOÃO PAULO II: “Porque Deus nos
criou homem e mulher”.
Mossoró/RN, 2016
FACULDADE TEOLÓGICA – FAETEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURSO DE MESTRADO TEOLOGIA
UMA BREVE REFLEXÃO TEOLÓGICA DA
IDEOLOGIA DE GÊNERO A PARTIR DOS
ESCRITOS CATEQUETICOS DA TEOLOGIA DO
CORPO DE JOÃO PAULO II – “Porque Deus nos
criou homem e mulher”.
ALUNOS: ROZANA MARIA FEITOZA LOBO
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de Mestrado
Teologia, da FAETEO – Faculdade
Teológica
Mossoró/RN, 2016
ROZANA MARIA FEITOZA LÔBO
UMA BREVE REFLEXÃO TEOLÓGICA DA IDEOLOGIA DE
GÊNERO A PARTIR DOS ESCRITOS CATEQUETICOS DA
TEOLOGIA DO CORPO DE JOÃO PAULO II: “Porque Deus
nos criou homem e mulher”.
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de Mestrado
Teologia, da FAETEO – Faculdade
Teológica
.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Lima
Trabalho de Conclusão de Curso de Mestrado apresentado em __/___/2016 a banca composta
pelos seguintes membros:
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
______________________________________
______________________________________
Conceito Obtido: __________________________________________________________
Mossoró/RN, ____ de____________, de 2016
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que acreditaram no poder da determinação que existiu em mim,
que nunca duvidaram que eu poderia, e que nunca é tarde para fazer o que se gosta e realizar
os sonhos.
A toda a minha família que desde sempre estiveram presente com suas orientações, suporte e
dedicação.
Especialmente dedico ao meu amado marido Armando Lôbo por está firme ao meu lado,
sempre disponível e solidário.
Deus confiou a terra á aliança do homem e da mulher: a
falência desta aliança para a aridez dos afetos no mundo e
observa o céu da esperança.
(FRANCISCO, 2015)
LÔBO, Rozana Maria Feitosa. Uma Breve Reflexão Teológica da Ideologia de Gênero a
partir dos Escritos Catequéticos da Teologia do Corpo de João Paulo II – “Porque Deus
nos criou homem e mulher”. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de
Mestrado Teologia, da FAETEO – Faculdade Teológica, 2016.
RESUMO
Para elaboração desta monografia, realizamos uma revisão bibliográfica, analisando textos,
livros de pesquisadores e estudiosos que já abordaram sobre o nosso tema: Uma breve
reflexão teológica da ideologia de gênero a partir dos escritos catequéticos da Teologia do
Corpo de João Paulo II: Porque Deus nos criou homem e mulher, perpassamos sobre os
saberes da psicologia, da sociologia, da antropologia, assim, a nossa pesquisa busca
aprofundar, a partir dos conhecimentos teológicos em relação á criação de Deus, do homem e
da mulher, levando ao conhecimento dos cristãos as ‘verdades’ sobre a ideologia de gênero e
a sua influência social, a busca de uma formação do pensamento social, político, teológico.
Autores como Solano (2016), Greffé (1984), e outros autores, das encíclicas Evangellium
Vitae (1995), Humane Vitae (1983), fortaleceram a nossa pesquisa que procurou chegar a
uma fundamentação cientifica atual, e assim, concluímos com a ideologia de gênero na ótica
cristã que nos ofereceu uma grande e valiosa reflexão para a caminhada da história humana do
ser homem e do ser mulher, os seus desafios e consequências.
Palavras Chaves: Ideologia; Teologia; Homem; Mulher.
LÔBO, Rozana Maria Feitosa. A Brief Theological Reflection of Gender Ideology from
the Catechetical Writings of the Theology of the Body of John Paul II - "For God
created us man and woman." Completion of the course presented at the Master's Degree in
Theology, FAETEO - Faculdade Teológica, 2016
.
ABSTRACT
For the preparation of this monograph, we have carried out a bibliographical review,
analyzing texts, books of researchers and scholars that have already addressed our theme: A
brief theological reflection on gender ideology from the catechetical writings of Theology of
the Body of John Paul II: Created us man and woman, we pass on the knowledge of
psychology, sociology, anthropology, so our research seeks to deepen, from the theological
knowledge in relation to the creation of God, of men and women, bringing to the attention of
Christians the 'truths' about gender ideology and its social influence, the search for a
formation of social, political, and theological thinking. Authors such as Solano (2016), Greffé
(1984), and others, from the encyclical Evangellium Vitae (1995), Humane Vitae (1983),
strengthened our research that sought to arrive at a current scientific basis, and thus, we
conclude with the ideology of gender in the Christian view that offered us a great and
valuable reflection for the human history journey of being human and of being woman, its
challenges and consequences.
Keywords: Ideology; Theology; Man; Woman.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................9
1 SER HOMEM E SER MULHER.....................................................................................12
1.1 Homem e mulher: Uma visão teológica..........................................................................12
1.2 Homem e mulher: Uma visão filosófica / sociológica....................................................14
1.3 Homem e mulher: Uma visão antropológica ..................................................................17
1.4 Homem e mulher: Uma visão psicológica ......................................................................18
1.5 Homem e mulher: Uma visão fisiológica / biológica......................................................19
2 TEOLOGIA DO CORPO E A IDEOLOGIA DO GÊNERO NO SÉCULO XXI.......21
2.1 JOÃO PAULO II E A TEOLOGIA DO CORPO...........................................................22
2.2. A IDEOLOGIA DE GÊNERO: SEU PROCESSO HISTÓRICO E CONSEQUÊNCI .24
2.3. A QUESTÃO DA IDENTIDADE..................................................................................28
3 A IDEOLOGIA DE GÊNERO NA ÓTICA CRISTÃ....................................................30
3.1 O MAGISTÉRIO DA IGREJA: OS DESAFIOS E AS CONSEQUÊNCIAS ATUAIS 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................37
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................339
INTRODUÇÃO
Este trabalho trata em fazer uma breve reflexão teológica da Ideologia de Gênero a
partir dos escritos catequéticos da Teologia do Corpo, de João Paulo II, porque Deus nos criou
homem e mulher, a Igreja coloca sua formação na criação do homem e da mulher, onde Deus
os criou.
E a partir dessas questões conflitantes defendidas pela ideologia de gênero, buscamos
outros pensadores sobre essa questão, utilizando-se das ciências sociais, na sociologia, na
antropologia, na psicologia, onde cada saber busca responder essas questões tão atuais em
conformidade com o posicionamento dos cristãos, e assim buscamos apresentar uma resposta
coerente sobre o seu posicionamento em relação às investidas atuais da ideologia de gênero.
Procuramos despertar o desejo de uma busca de mecanismo para se ter uma formação
crítica e teológica coerente com a realidade onde todos os idealizadores da verdade tem como
objeto de estudo o homem e a mulher, no entanto, agindo por caminhos diferentes ou até
mesmo paralelos, na busca da formação humana.
A nossa pesquisa busca aprofundar os conhecimentos teológicos em relação á criação
de Deus do homem e da mulher, levando ao conhecimento dos cristãos a verdade sobre o que
seja ideologia de gênero e suas influências sociais a partir dos pensadores revisto na pesquisa,
pois a relevância do nosso trabalho pode ser de grande valia para o conhecimento e a
formação do cidadão em relação à teologia do homem e da mulher que esta atualmente em
destaque com as investidas dessas ‘novas’ ideologias. E a formação do pensamento, parte da
abertura ao conhecimento social, politico, teológico dentre outros que fortalecem a sociedade
a partir das experiências cientificas, como a nossa pesquisa procura chegar.
A metodologia adotada pelo nosso trabalho foi a do tipo bibliográfico, revisão de
obras de vários autores que já contemplaram sobre o nosso objeto de estudo, além de
revisarmos alguns artigos, periódicos, textos, encíclicas, que nos propiciaram um vasto
conhecimento sobre o tema, e visto ainda nos saberes da psicologia, sociologia, antropologia,
teologia que nos proporcionaram uma fundamentação cientifica atual para a nossa pesquisa.
10
Os escritos catequéticos, ‘A teologia do Corpo’, de João Paulo II, nos ajudaram a
delimitar o nosso estudo, por ser, o mesmo muito amplo em campo de estudo referente ao
homem e a mulher e a ideologia de gênero.
O nosso referencial teórico usado na nossa pesquisa foi constituído a partir de autores
que analisam e discutem questões relevantes sobre a realidade atual, até conflitante, entre
teologia e as ideologias. E nessa perspectiva, tivemos contribuições de autores como Solano
(2016), nos fala que “temos em mente que para nós cristãos, a sexualidade é uma força
transcendental que tem tudo a ver com a nossa identidade”, bem como Costa (2016), que nos
ajuda a enfatizar que “por personalidade, entendemos ser os padrões característicos e
distintivos do pensamento, emoções, comportamentos que diferencia o estilo pessoal do
indivíduo”, Evert (2008) e Lidório (2011) nos relatam que “toda a sociedade deve ter
liberdade de reflexão”.
E Geffré (1989) coloca ainda que “a tarefa da Teologia consiste essencialmente em
transmitir e explicar o ensinamento do magistério, elaborando e justificando-o
cientificamente”. Tivemos ainda contribuições de várias encíclicas que nos ajudaram a
discorrer sobre o nosso tema, tais como a Evangelium Vitae (1995), a Humanae Vitae (1983),
dentre outros.
Muitos outros autores contribuíram, significativamente, para a elaboração do nosso
trabalho, trazendo, assim subsídios que ajudaram a atingir os objetivos esperados por nossa
pesquisa em três capítulos, e no primeiro faremos uma abordagem sobre o ser homem e o ser
mulher nas visões: teológica, filosófica, sociológica, antropológica, psicológica, filosófica e
biológica. E a partir do entendimento dessas ciências podemos entender o homem e a mulher
numa visão de totalidade do ser.
Já no segundo capítulo, veremos a Teologia do Corpo e a ideologia de gênero no
século XXI, foi discorrido sobre a ideologia do corpo de João Paulo II, e a ideologia de
gênero e seu processo histórico. Veremos também sobre a individualidade do homem e da
mulher, no terceiro capítulo. Concluiremos com a ideologia de gênero na ótica cristã, onde foi
visto sobre o magistério da Igreja e os desafios e as consequências atuais, percebemos que
este tema nos ofereceu uma grande reflexão social, teológica, dentre outros, ao longo de toda
a caminhada da historia humana do ser homem e ser mulher.
11
Assunto, este que não se esgota por ser um objeto de grande relevância para o nosso
mundo atual com espaço de estudo em todas as áreas do conhecimento, e acreditamos ter
atingido nosso objetivo. Concluímos, orando a Deus para que nos concedam o dom do
discernimento para não sermos omissos, irrelevantes, alienados e possamos sim, ser abertos
ao conhecimento coerente e humano.
12
1 SER HOMEM E SER MULHER
Não é a escola quem determina quem eu sou. Não é nem
mesmo a família. Eu sou homem ou sou mulher pela
experiência maravilhosa da criação, Deus me fez, Deus me
criou.
(SOLANO, 2016, p. 19)
O homem e a mulher sempre foram, e sempre serão objetos de estudo em todas as
experiências, pesquisas, evoluções, tem como centro o homem/mulher. Ele é o principal foco
de tantas evoluções e pesquisas, desde sempre as descobertas, em todas as áreas do
conhecimento é direta ou indiretamente para o homem/mulher, porém, quem é esse
homem/mulher?
Por mais descobertas e evoluções existentes, ainda se tornam um poço de enigmas, em
todas as linhas de pensamento se tem uma resposta, ou indica-se uma solução para responder
esse conhecimento que tanto se busca entender, por completo, porém, o que se percebe é que
a cada estudo se abre novos caminhos para conhecer o ser humano, através da religião, das
ciências sociais, da psicologia, da antropologia, da sociologia.
Procuraremos fazer um breve estudo, rever alguns autores nessas áreas, que nos
respondam e possamos entender esse ser tão complexo.
1.1 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO TEOLÓGICA
Onde Deus é negado, dissolve-se também a dignidade do
homem. Quem defende Deus, defende o homem.
(BENTO XVI1
, 2012).
O primeiro livro da Bíblia nos apresenta a criação de Deus, que cria tudo, a cada dia,
Ele faz uma revelação da criação, apresentando nos seis dias que foram usados por Deus para
criar tudo que existe no mundo. E no sexto dia, é criado o homem, como nos fala o livro de
1
Discurso Do Papa Bento XVI á Cúria Romana na apresentação de votos natalícios. Disponível em:
<https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2012/december/documents/hf_ben-xvi_spe_20121221_auguri-
curia.html> acessado em 21 agosto 2016.
13
Gênesis (Gn. 1,27), “E Deus criou o homem a sua imagem: a imagem de Deus, Ele o criou, e
os criou homem e mulher” (Bíblia Sagrada, Ed. Pastoral, 1990, p.14). E a palavra ainda nos
fala da missão que é dada a esse homem e a essa mulher, “E Deus os abençoou e lhes disse:
‘Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra, dominem os peixes do mar, as
aves do céu, e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra’”. (Gn. 1,28).
Neste livro Sagrado podemos observar ainda Deus unindo o homem e a mulher para
que não vivam sozinhos. Com todos os avanços e histórico do desenvolvimento do homem e
da mulher, no decorrer dos séculos para os cristãos, é visto como verdade, mesmo a Bíblia
sendo uma escrita feita ha bastante tempo.
Assim sendo, podemos observar que “o teólogo não se contenta Em procurar a
inteligibilidade em si, dos enunciados, escritos ou dogmáticos. Ele procura extrair o sentido
para hoje” (GEFFRÉ, 1989, p.30).
É visto ainda que a criação de Deus tem uma missão, a partir da palavra de Deus, que
é ontem, hoje e sempre, a igreja de Cristo vive o hoje em função do paraíso em caminho a
vida eterna, e ao passar dos séculos, a Igreja é responsável para conduzir os fiéis nessa
caminhada, pois a “missão da Igreja é discernir os sinais dos tempos” (GEFFRÉ, 1989,
p.192).
No tocante a evolução, podemos observar que a Igreja não é contra as mudanças, mas
entende que se deve está atentos aos avanços que possa deturpar a verdade do plano de Deus,
pois nada pode acontecer para destruir ou descaracterizar a pessoa humana, pois, o homem e a
mulher são “imagem e semelhança de Deus” (Gn1, 26-27).
Neste sentido, “tudo o que se passa no domínio das relações humanas, da economia,
da política, da ciência, e da cultura, encontra seu sentido último, somente em função da
relação fundamental entre o homem e a mulher com Deus.” (GEFFRÉ, 1989, p.193).
Os estudiosos no assunto têm como base para explicar o criacionismo, chamada de
teoria da criação, esta teoria aponta o nascimento da humanidade, e “ao lermos o restante do
livro de Gêneses, que significa o livro da criação, concluímos que o primeiro casal criado de
seres humanos foi Adão e Eva, e o restante da humanidade, conforme podemos perceber hoje
nasceu através do ato sexual entre um homem e uma mulher” (COSTA, 2006, p.13).
14
E a respeito desse assunto “para nós cristãos a sexualidade é uma força transcendental
que tem tudo a ver com a nossa identidade” (SOLANO, 2016, p. 25). Assim sendo, é belo ver
essa manifestação tão clara dos planos de Deus para as suas criaturas, homem e mulher que
apresenta o seu amor, pois “a negação da transcendência afeta diretamente a dignidade da
criatura humana” (JOÃO PAULO II2
, 1999).
Deus criou homem e mulher para viverem em sua graça, sendo imagem e semelhança,
para viverem de acordo com o plano que Ele traçou para cada viver a liberdade, a alegria e o
amor neste mundo, sendo através da união do homem e da mulher, que Deus fez visível o seu
amor pela humanidade e o seu plano de está eternamente unido a nós. (EVERT, 2008)
No livro de Gêneses, o mesmo nos relata que quando Deus criou o homem e a mulher
declarou que “era muito bom”. E assim sendo, porque razão o homem e a mulher quererem
mudar essa realidade?
Assim, é necessário entender o homem, e nos perguntar: ‘o que é homem?’. Para estas
explanações, a teologia nos aponta um homem criado a imagem e semelhança de Deus, sendo
criado com as capacidades, vistas a partir da ordem de Deus de crescer e multiplicar-se,
criando toda a criação e dando ao homem o papel de gerenciador, e assim, vemos o homem
como o ‘criador’ do seu modo de viver, de seus agrupamentos, clãs, a sua família, sua
sociedade, os grupos pelos quais se identificam.
1.2 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO FILOSÓFICA E SOCIOLÓGICA
Na ótica da filosofia, observamos no tocante ao corpo, que “segundo Aristóteles, o
humano é um ser de linguagem. O filósofo chegou mesmo a dizer que é a linguagem que nos
faz humanos, nos diferenciando dos outros animais.” (GALLO, 2014, p. 80).
Foucoultt3
, filósofo francês do século XX, relata em seus escritos que existe uma
importante tecnologia de controle, que ele chamava de “o poder disciplinar” que deveria atuar
2
Relato do Papa João Paulo II, em sua mensagem na celebração XXXII, referente ao Dia Mundial da Paz.
3
Michel Foucault foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário. Suas teorias abordam a
relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições
sociais. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-modernista, Foucault acabou rejeitando esses
15
individualizando os corpos. E que “ela possibilita, que cada um conheça melhor e tenha
consciência do próprio corpo (...) para que o corpo seja afirmado, é preciso que seja
conhecido, para ser conhecido, o corpo precisa ser disciplinado”. (GALLO, 2014, p. 100).
Ao fazer uma brevíssima explanação do pensamento filosófico, ao decorrer dos
séculos, não iremos nos deter aos detalhes dos estudos, mas só para nos dá uma rápida visão
do pensamento que existiu anteriormente, a respeito do nosso objeto de estudo, e assim
possamos entender o que cada pensador explicava sobre o corpo, homem e mulher, para os
gregos, o ser humano é constituído da soma (corpo) – certa quantidade de matéria – e da
psique (alma) – o ‘sopro’ que anima a matéria que dá vida ao corpo.
Para Platão este pensamento é visto a partir da concepção de ‘dualismo psicofísico’ e o
corpo é parte do mundo sensível, sendo perfeito e mortal, e uma união com uma alma imortal.
Sendo visto pelo filósofo como o ‘recheio’ do corpo, já para Aristóteles, este colocava que o
corpo e a alma formam um organismo, um sentimento orgânico.
E “na idade média, sob a influência do pensamento cristão, as ideias de Platão e de
Aristóteles, são retomadas e reelaboradas, vários filósofos dedicaram-se a reler a filosofia
antiga segundo os preceitos do cristianismo”. (GALLO, 2014, p. 98).
Dois grandes pensadores da filosofia medieval, que tiveram grande importância para o
desenvolvimento dos estudos em períodos distintos, mas que até hoje são respeitados, eram
Santo Agostinho4
no período Patrístico, e São Tomas de Aquino5
no período Escolástico.
Observando agora a ótica sociológica, o pensador Tomazi relata que para Max Weber
o indivíduo deveria ser a unidade de análise por ser ele o único que pode “definir intenções e
finalidades para seus atos.” (TOMAZI, 1993, p. 8), e desse modo, o ponto de partida da
sociologia, é a compreensão da ação dos indivíduos atuando e vivenciando situações sociais
com determinadas motivações e intenções.
rótulos, preferindo classificar seu pensamento como uma história crítica da modernidade. Seu pensamento foi muito influente
tanto para grupos acadêmicos, quanto para ativistas. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault>
acessado em 21 jul. 2016.
4
Agostinho de Hipona (em latim: Aurelius Augustinus Hipponensis, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi
um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo cujas obras foram muito influentes no
desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona>
acessado em 20 jul. 2016.
5
Tomás de Aquino, foi um frade da Ordem dos Pregadores (dominicano) italiano cujas obras tiveram enorme influência
na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica, e que, por isso, é conhecido como "Doctor
Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis" (...) Ele foi o mais importante proponente clássico da teologia
natural e o pai do tomismo. (...) Ao contrário de muitas correntes da Igreja na época, Tomás abraçou diversas ideias
de Aristóteles. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino> acessado em 20 jul. 2016.
16
Podemos afirmar que:
Quando queremos saber como se constituem as famílias brasileiras nos dias
de hoje, temos de contabilizar muitas informações. Os divórcios, os
casamentos sucessivos, os filhos provenientes de casamentos distintos do pai
ou da mãe, o meio irmãos, os padrastos e madrastas, os diferentes casais,
onde as crianças e os jovens transitam dentro do ambiente familiar, os filhos
registrados por casais do mesmo sexo, tudo isso tem de ser levado em
consideração. (...) A vida em sociedade está cheia de casos que revelam
tensões, não só no Brasil, como nos demais países. O que uns escolhem ou
defendem pode parecer ofensivo e outros.
(BOMENY, 2010, p.138).
E conforme pudemos observar “a Sociologia não vê o homem sozinho, por entendê-lo
como parte de um grupo social, a psicologia vê o homem como um ser autoconsciente,
enquanto a filosofia o define como um ser moral e racional, o fato do homem ser espiritual
distingue-o de toda a criação.” (LIDÓRIO, 2011 p.66), e ele conclui ainda dizendo que a
dinâmica geral da cultura deve influenciar o ser humano, que está inserido, más é visto como
uma célula menor e com alguns aspectos tais como o desenvolvimento humano, e que esse
desenvolvimento tem ênfase na qualidade.
Assim sendo, sobre este ponto, “o conceito de Desenvolvimento Humano (...) parte do
pressuposto de que para aferir o avanço de uma população, não se deve considerar apenas a
dimensão econômica, mas também, outras características sociais, culturais e politicas que
influenciam a qualidade de vida humana” (BOMENY, 2010 p. 135).
E sendo assim, “a cultura humana não é apenas resultado do ambiente sem resultado
de ideias (...), o ambiente seria de fato determinante em alguns aspectos da formação cultural
do indivíduo (...) a determinação do ambiente de fato é relevante e prioritária na formação
direta do indivíduo em termos de identidade étnica e cultural.” (LIDÓRIO, 2011, p.63)
O modo que vivem, os valores que acreditam são devidos á outras prioridades,
surgindo indivíduos que surpreendentemente geram mudanças profundas em suas bases,
afetando os conceitos de vida já existentes, e segundo o autor, “o homem é um agente
transformador da cultura” (LIDÓRIO, 2011, p.66).
E a respeito dessa interação existente, que o homem tem com o resto da criação, e
organizando assim a cultura humana, onde “o homem está inserido na mecânica da natureza
de forma igual, pois organicamente possui necessidades igualitárias que precisam ser
satisfeitas, como: sono, alimentação, proteção, sexualidade, e assim por diante, contudo, a
17
forma de suprir essas necessidades difere de agrupamento para agrupamento, de seguimento
para seguimento social – e essa seria a cultura” (LIDÓRIO, 2011, p. 66).
Vimos, assim, que podemos conceitua-los também na visão antropológica, onde o
homem é visto “como um ser em cultura que se define a partir de sua história, suas ideias e
seu envolvimento social (...) a consciência, a moralidade e a racionalidade, assim como sua
espiritualidade” , concluindo que o homem é visto assim “pode aventurar-se por um conhecer
construtivo na própria essência humana por meio de sua vocação cultural”. (LIDÓRIO, 2011,
p. 68).
1.3 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO ANTROPOLÓGICA
A antropologia, segundo a etimologia é a ciência que busca conhecer o antropos, o
humano, pois “se ocupa em estudar o homem buscando compreende-lo através de seus
antepassados históricos, abordando civilizações, etnias, tradições culturais, religiões, rituais,
símbolos, dentre outros.” (RODRIGUES, 2012, p.5).
Na Antropologia Cristã pode-se observar que o ser humano é composto por dois
gêneros distintos, o masculino e o feminino, segundo as suas claras diferenças anatômicas, e o
interessante é que essas diferenças, devido às técnicas avançadas da medicina, são notadas já
no ventre materno, por meio da ultrassografia morfológica, podendo, em poucas semanas
constatar-se o sexo do bebê. Sendo, assim, uma das características mais importantes
concedidas por Deus aos homens foi a sua identidade, como nos fala a passagem bíblica do
livro Gêneses que o “Homem e mulher, Deus os criou”.
A relação existente entre o homem e Deus, é feita através de uma elaboração de
“interpretações bastante diversificadas (...) o pecado e a queda que deformam e macularam a
imagem de Deus no homem, mas ainda assim, ele é a imagem de Deus.” (RODRIGUES,
2012, p.8). E conforme visto e complementado por outro autor “a ideologia antropológica, o
decorrer do estudo, entretanto sofreu forte impacto acadêmico do evolucionismo de Darwin
(denominado á época método comparativo) (...) esse método comparativo defendia que o
homem é o resultado de seu ambiente.”, nos fala ainda que “Boas interfere e propõe que a
18
cultura humana não é apenas resultado do ambiente, e sim resultado de ideias (...) o ambiente
seria de fato, determinante em alguns aspectos da formação cultural do indivíduo.”
(LIDÓRIO, 2011, p.61-63).
No âmbito da educação, “Jacques Turgot, Jean-Jaques Rousseau, nesta trilha,
defenderam a transmissão do conhecimento como fator responsável pela cultura e
desembocaram na ideia da educação como agente responsável pela formação do homem em
sua totalidade (...) passou-se a perceber que o homem é um agente transformador da cultura.”
e que “(...) julgamos pelo padrão próprio ético baseado nas nossas ideias” (LIDÓRIO, 2011,
p. 64/66,).
Assim sendo, podemos compreender, que “todos os agrupamentos e todas as
sociedades humanas possuem valores e normas que, de maneira geral são associados a
moral.” (LIDÓRIO, 2011, p. 80).
1.4 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO PSICOLÓGICA
Samuel Costa nos relata que para “podemos entender o nosso comportamento e o de
nossos semelhantes, precisamos conhecer pelo menos o básico dos processos mentais dos
seres humanos” (COSTA, 2006 p. 6), e que segundo a teoria criacionista o ser humano é
constituído por corpo, a parte animal, ou seja, a carne humana, o espírito, a parte imaterial e a
alma, chamada pelo autor de mente.
A personalidade é entendida como “os padrões característicos e distintos do
pensamento, emoção e comportamento que definem o estilo pessoal de um indivíduo e
influenciam suas interações com o ambiente” (COSTA, 2006, p. 18).
A respeito da busca do ser humano, este estudioso nos fala que “Aristóteles
considerava que o homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua existência”,
reafirmando que “o padrão de ‘normalidade’ varia em relação aos grupos culturais e sociais
(...) a conduta social de pessoa a diferencia das demais”. (COSTA, 2006 p. 24; 30).
Podemos observar que “o indivíduo e seu comportamento, resultam de uma associação
dinâmica de processos psicológicos, somáticos e sociais (...) esse senso de unidade e
19
continuidade é a base para o sentido de identidade, autoestima e aceitação própria”
(KAPLAN; SADOCK, 1984 p. 131), e sobre os cristãos, os mesmos nos apresentam que
“cristão não é simplesmente o homem que procura viver de maneira humana ou social ou
mesmo religiosa. Cristão é antes, e tão só aquele que procura viver sua humanidade,
sociabilidade e religiosidade a partir de Cristo” (SADOCK’s; RUIZ, 1984 p. 131).
1.5 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO FISIOLÓGICA E BIOLÓGICA
A biologia nos apresenta o ser homem e o ser mulher, nos colocando que todo o
conhecimento tem uma resposta a dar, visto que “o conhecimento científico melhorou
radicalmente a vida humana, mas o preço é o controle absoluto sobre as pessoas. O
conhecimento da genética permite saber desde o nascimento, o que uma pessoa pode ou não
fazer, determinando o seu perfil e suas possibilidades de vida” (GALLO, 2014, p. 240).
Quando a mulher descobre que está grávida, começa os cuidados com a gestação da
mãe e do bebê, chamado de pré-natal, e o acompanhamento do desenvolvimento do novo ser
que irá nascer. Na hora do nascimento, os cuidados que a equipe de enfermagem, junto com
os médicos, tem uma ênfase significativa sendo realizados cuidados com o RN (recém-
nascido) logo após o parto, e quando a mãe da à luz ao seu filho, existe uma equipe que faz
todos os cuidados necessários com o RN, onde este é avaliado em todos os sentidos pelo
pediatra, em todo o ser físico e neurológico.
Entre tantos exames realizados na hora do nascimento um dos que nos chama a
atenção com relação ao nosso estudo ser homem e ser mulher, é o da genitália do recém-
nascido, onde o caracterizam como sendo masculino ou feminino através de exames da equipe
de enfermagem neonatal.
Sobre a genitália masculina deve-se “observar o comprimento do pênis (normal maior
que três cm), posição do orifício uretral centralizado na glande, fimose, posição dos testículos
na bolsa escrotal” (SOUZA, 2011, p. 89). Sendo esses exames realizados para comprovar a
saída do RN como sendo masculino, além do que se o mesmo é normal.
No caso da feminina, é avaliada a genitália do recém-nascido – RN nos seguintes
termos: “tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios, posicionamento do orifício da vagina e
20
da uretra, distância anovelar e fistulas. Praticamente todos recém-nascidos femininos
apresentam excesso de tecido himeral ao nascimento que desaparece em semanas.” (SOUZA,
2011, p.88).
Assim são vistos os recém-nascidos como masculino (homem) e feminino (mulher),
todos os homens e mulheres, fisiologicamente, têm todos os sistemas iguais, os nervosos
circulatórios, respiratórios, digestivo e tantos outros, sendo o único diferencial entre o quesito
masculino (homem) e o feminino (mulher) é o sistema reprodutivo. Portanto, podemos
observar que desde o nosso nascimento, somos classificados como masculino e feminino
pelas genitálias.
Lacerda (2009) relata que o sistema reprodutor masculino é composto por testículos,
vias espermáticas, pênis, escroto, glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas
alaondalos bulbaritais. Ele também nos explana sobre o sistema reprodutor feminino que é
composto por: ovários, tubos uterinos, útero, vagina e vulva.
E tanto a fisiologia, como a anatomia, apresentam o ser homem e o ser mulher, mas,
não iremos nos aprofundar nesse assunto, por não termos a pretensão de um trabalho voltado
para esta linha, só apresentamos, um resumo, de como a ciência descreve o nosso objeto de
pesquisa, e nos mostra que a masculinidade e a feminilidade são apresentadas pela medicina
desde o seu nascimento. Já que “o sexo é biológico, mas as maneiras de vivê-los são culturais
e por isso se modificam de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, de uma época para
outra” (GALLO, 2014, p. 101).
Assim sendo, pode-se observar que a vivencia da sexualidade humana esta envolvida
tanto nos fatores biológicos como nos culturais, e como são admitidos como homens e
mulheres em nossa sociedade, buscando, então explicação nas questões de gênero, onde se
percebe grande interesse no nosso século atual, um estudo que revendo o comportamento do
homem e da mulher nessa nova sociedade busca a verdade:
Uma coisa é o sexo de cada pessoa visto sob o ponto de vista biológico. Alguns indivíduos
nascem com um corpo dotado de aparelho sexual masculino; outros com aparelho sexual
feminino, mas será que isso é suficiente para afirmar que uns são homens e outros são
mulheres? Os gêneros masculino e feminino são puramente biológicos, sabemos que não. A
questão de gênero também esta profundamente ligada a vivencia das pessoas em determinada
época e lugar.
(GALLO, 2014, p. 102)
21
2 A TEOLOGIA DO CORPO E A IDEOLOGIA DO GÊNERO NO SÉCULO XXI
“A individualidade de uma pessoa é a formadora de sua
personalidade”
(GALVÃO, 2012).
O homem e a mulher ao nascer, passam a fazer parte e se relacionar com diferentes
grupos institucionais e sociais, e visto por alguns sociólogos que a família são os que têm
mais relevância em exprimirem valores e padrões de comportamentos, onde cada grupo busca
sua identidade, e:
Sob esse aspecto, conceitualmente falando, identidade é o conjunto de
características próprias e exclusivas com os quais se podem diferenciar
pessoas, animais plantas e objetos inanimados, uns dos outros, querem diante
do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes ou conjunto de
características e circunstâncias que distinguem uma pessoa, ou uma coisa, e
graças às quais é possível individualizá-la, sua conceituação interessa a
vários ramos do conhecimento (filosofia, história, sociologia, antropologia,
direito, etc.) e tem, portanto diversas definições, conforme o enfoque que só
lhe dá, podendo ainda haver uma identidade individual, ou coletiva falsa ou
verdadeira, presumida ou ideal, perdida ou resgatada.
(GALVÃO, 2012, p. 12)
Ele ainda nos coloca que “tanto o masculino, quanto o feminino, são limitados e
imperfeitos” (GALVÃO, 2012, p. 36). Para os teólogos o ser encontra sua perfeição no outro
ser, mas outros constituem suas experiências e estudos que o homem e a mulher são um ser
em construção diária, que surge e cresce a partir do meio que esse individua faz parte.
No conceito de ser homem e ser mulher, percebemos que ainda existem várias
correntes que se sobressai cada uma com a sua verdade, e o objeto de estudo em todas as
linhas de pensamento, quando se refere a conceituar o indivíduo em sua real identidade,
percebemos que ainda existe um longo caminho para se chegar num consenso, á identidade do
ser humano, “sempre pressupõe um objetivo, uma práxis definida” (GALVÃO, 2012, p. 37).
E assim, como o autor Galvão (2012), nos relata que são muitas ideias e ideais,
conceitos, regras, normas, doutrinas que levam a ser determinante para o grupo social, que o
ser humano se identifica nele, e percebemos como o autor nos relata que o indivíduo se realiza
a partir do momento que são dotados da cultura formando sua personalidade a partir de como
ele frisa: identidade social, e que esta é vista pela filosofia, como um esquema das estruturas
22
sociais que são importantes e por muitas vezes não são hormônios e, outras vezes, é vista
como disputa, nos relatando ainda, um pensamento de um grande especialista das ciências
humanas, T. Bolttomore, se referindo á importância da família nessa construção, onde:
A estrutura social é um dos conceitos centrais da sociologia, mas não é
empregado com coerência ou se ambiguidades, a estrutura de uma sociedade
começa – fato inegável sob os aspectos sociológicos, psicológicos e
antropológicos – na família onde dois seres se unem para por curso, através
do sentimento e do compromisso solidário a uma nova fase da história de
suas vidas (...) existem igualdades entre homem e mulher, e igualmente clara
que existem diferenças biológicas, físicas e psicológicas.
(GALVAO, 2012, p. 42).
2.1 JOÃO PAULO II E A TEOLOGIA DO CORPO
O papa6
João Paulo II, da Igreja Católica em seu período papal entre os anos de 1979 a
1984, em suas audiências feitas ás quartas-feiras, decide fazer uma reflexão semanal profunda
baseada nas escrituras sobre a pessoa humana em sua integralidade e suas relações do corpo
com esse plano de Deus.
A Teologia do Corpo se constituiu num conjunto de 133 catequeses, sendo vista
também como um assunto relacionando-se com a fé e a moral, sendo chamada de
‘antropologia adequada’, e essa visão do ser humano, que é considerada conforme o
ensinamento da doutrina católica, explica ainda que somente compreendendo qual o plano de
Deus para o ser humano, pode-se compreender quem é o ser humano.
João Paulo II em seus relatos reafirma que o corpo em sua masculinidade ou
feminilidade é sinal da presença de Deus no mundo onde “Deus revela seu segredo mais
íntimo: Ele mesmo é eternamente intercâmbio de amor; Pai, Filho e Espírito Santo e destinou-
nos a participar deste intercâmbio.” (Catecismo da Igreja Católica, 2000, p. 221), e onde o
corpo expressa a pessoa, revelando quem é o homem e o que ele deve ser.
6
Papa (possivelmente provém do latim "Papa", do grego πάππας, Pappas uma palavra carinhosa para pai) é o Bispo de
Roma, e como tal, é o líder mundial da Igreja Católica Romana. O atual sumo pontífice é o Papa Francisco, eleito no
conclave que terminou em 13 de março de 2013.O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais e seu posto é vitalício. Seu cargo
eclesiástico é chamado de Papado e sua sede de "Santa Sé". Também é o Chefe de Estado da Cidade do Vaticano. Disponível
em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa> acessado em 22 jul. 2016
23
E, ainda nos fala que devemos ser um ser de comunhão, pois “o Senhor disse: não é
bom que o homem esteja só. Vou fazer-lhe uma auxiliar que lhe corresponda.” (Gêneses,
2,18).
E podemos observar ainda que o ser humano é feito para ser um dom, um presente,
uma entrega de amor, “o corpo, que exprime a feminilidade “para” a masculinidade e, vice-
versa, a masculinidade “para” a feminilidade, manifesta a reciprocidade e a comunhão das
pessoas. Este é o corpo: uma testemunha que a criação é fundamentalmente um dom, e,
portanto, uma testemunha de que o amor é a fonte da qual brota esse mesmo “doar-se”. (TdC
147
, 2014).
Entende-se assim, que, o ser humano não ‘possui’ um corpo, ele é um corpo, e foi
criado, na explicação de João Paulo II, “para transferir para a realidade visível do mundo, o
mistério oculto de Deus, e assim ser sinal d’Ele (...)”, e assim a missão do significado
esponsal do corpo, a masculinidade e a feminilidade, é a de que “o mistério da feminilidade se
manifesta e se revela em toda sua profundidade mediante a maternidade (...) assim se revela
também em toda profundidade, o mistério da masculinidade do homem, isto é, o significado
gerador e paterno do seu corpo”. (TdC 19 e 21, 2014).
É visto que o plano original de Deus para o amor humano, contido no livro de gêneses,
nos revela que “(...) criado imagem semelhança (...) cresceu e multiplicai (...) cuidar (...)” e
todo o plano de Deus a partir da sua criação, “(...) ser imagem e semelhança de Deus (...)
homem e mulher, Deus os criou (...)”, portanto ser visto como verdadeiramente seres felizes
vivendo o amor, já que segundo a fala de João Paulo II, em sua encíclica Redemptor Hominis
(1979) “o homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio, um ser
incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele
não se encontrar com o amor, se não o experimentar, e se não o tornar algo seu próprio, se
nele não participar vivamente”.
Assim, João Paulo II nos fala que o ser humano deve conhecer-se e se amar como tal,
ser homem e ser mulher na visão teológica, é vista como uma missão somos o que somos,
onde o corpo, a alma e o espirito buscam viver nessa intensidade, onde o homem tem a sua
redenção em Cristo, pois a pureza do coração do ser humano só tem sentido com a perspectiva
da redenção do corpo. E refletindo na passagem dos escritos de Paulo sobre a oposição entre o
24
‘Espírito e a carne’, relatando sobre a espiritualização do corpo do ser humano como homem
e mulher assim como Deus os criaram.
Pois, “falar ‘teologia do corpo’ é simplesmente outra forma de dizer ‘criado à imagem
de Deus’. Isso significa que os nossos corpos não são somente biológicos. Eles são também, e
até mais, teológicos. Nosso corpo nos oferece se tivermos os olhos para ver, um profundo
‘estudo de Deus’ (...)”, e sobre o corpo feminino ele também nos fala que “(...) revela
profundas verdades sobre quem a mulher é como pessoa. Porque ela foi feita à imagem e
semelhança de Deus, isso também significa que ela revela certas verdades sobre Deus.”
(EVERT, 2015, p.5; 7).
E na explanação de Gallo, o mesmo nos fala que “a construção da sexualidade é
biológica, cultural e histórica, assim como a construção do que somos em outras esferas”
(GALLO, 2014 p.103). Essa visão de pensamento esta de acordo com a filosofia de Simone
de Beauvoir (1949) que “reflete sobre a produção da masculinidade e da feminilidade, e
afirma que a ‘libertação da mulher’ requer que ela se assuma como ser sexuado”, esta autora
declara em seus escritos ‘O Segundo Sexo’ nos apresentando que:
Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico,
psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da
sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto
intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. (...) O
homem é um ser humano sexuado: a mulher só é um individuo completo e
igual ao homem se for também um ser sexuado. Renunciar a sua
feminilidade é renunciar a uma parte de sua sexualidade.
(BEAUVOIR, 1967, p. 9)
2.2 A IDEOLOGIA DE GÊNERO: SEU PROCESSO HISTÓRICO E CONSEQUÊNCIAS
No início do século XVII, a filosofia francesa teve forte influência para com os
estudiosos e adeptos desta ideologia, onde se teve a presença de Destutt de Tracy, Pierre
Carbonus, Jean-Paul Sattre, Simone de Beauvoir e outros admiradores e seguidores
apareceram até o século XX, e podemos verificamos que a sua entrada na América Latina se
7
TdC – Teologia do Corpo são catequeses pronunciadas João Paulo II, todas as quartas-feiras de 1979 a 1984, num total de
25
deu logo após a II Guerra Mundial, sendo este o primeiro passo para se fazer presente nos
planos educativos e organizativos da sociedade.
E a partir de muitas investidas, nos chama a atenção que até os nossos tempos atuais,
essa ideologia “quer equiparar, ou melhor, escandalizar o conceito de pessoa, afirmando que
homem e mulher são casualidades e não realidades.” (FURLANN, 2002, apud MEYER &
SOARES, 2008 p.41).
E assim, portanto, a ideologia do termo ‘ideologia de gênero’, surge como
“movimento que pretende desconstruir a família e os vinculos existentes dentro dela.”
(SOLANO, 2015, p.12).
O conceito de gênero procura se contrapôs a ideia de uma essência, (masculina ou
feminina) natural, universal e imutável, enfatizando os processos de construção ou formação
histórica, linguística, e socialmente determinada, a constituição de cada pessoa deve ser
pensada como um processo que se desenvolve ao longo de toda a vida em diferentes espaços,
tempos. (FURLAN, 2002 apud MEYER & SOARES, 2008, p. 33).
E os anunciados de Morgan se expandiram no meio dos universitários, e essas
explanações ideológicas eram repassadas por Marx e Engels, que se fundiu entre o século
XIX e XX. No ano de 1968, surgiu o simpatizante com a causa, Robert Stoller, que buscou
fortalecer esse conceito e definiu, a partir da sua ideologia, o termo gênero, onde o mesmo se
refere ao sexo masculino e feminino como sendo um problema, por interferir na identidade
sexual da pessoa.
A partir de então, surgem vários simpatizantes que buscam firmar essa ideologia, e
vários nomes foram surgindo, em especial duas senhoras tem destaque nos anos de 1975, a
Simone de Beauvoir e Clarice, além de outros nomes, alguns movimentos feministas surgem
com a luta para o reconhecimento da mulher no meio social, politico e até o religioso.
Os seus ideológicos e participantes desses movimentos feministas, tendo as suas raízes
na formação ideológica de gênero, buscam, em nossos tempos atuais, “(...) criar um sistema
educativo e pedagógico dentro do qual, um dos passos seja permitir que a pessoa não se sinta
reconhecida na sua natureza. Sob esta perspectiva ela mesma, com o passar do tempo, poderia
descobrir qual o seu estado natural e assim ‘decidir’ se é homem ou mulher”. (SOLANO,
2016, p. 13).
133 catequeses.
26
Observa-se, em alguns estudos, portanto, que esse movimento, busca aniquilar a
pessoa, ensinando que a mesma não tem identidade, e assim sendo, nos levando a
compreender que a pessoa ficaria por certo tempo um ‘alguém sem identidade’, causando um
aniquilamento dessa pessoa. E essa identidade somente será buscada, ou criada, a partir do seu
desenvolvimento social, pois o que vai dizer a sua masculinidade ou feminilidade é o meio em
que ele ou ela vive, é visto por querer negar a real lei natural, onde o ‘ser humano nasce
homem e nasce mulher’. E assim sendo:
A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que
não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade, quer dizer,
que o sujeito quando nasce não é homem, nem mulher, não possui um sexo
masculino ou um sexo feminino definido, pois segundo a ideologia do
gênero isso é uma construção social. (...) Não existe uma identidade
biológica em relação à sexualidade.
(SOLANO, 2016, p. 15)
Esse pensamento, conforme nos apresenta Solano (2016), não condiz com o que é
visto quando estudamos a fisiologia, já que a própria biologia, desde sempre, nos mostra o ser
humano, distinguindo-os, através da sua sexualidade, como pode ser visto na explanação feita
no capítulo anterior do nosso trabalho.
Sendo, sim, um constrangimento que essa ideologia quer trazer, tentando mudar todas
as leis físicas, psicológicas, biociência, onde o livro de Gêneses, DNA, e que tantos anos de
estudos, pesquisas, hoje devam ser descartados para poder fomentar uma ideologia. Sendo
assim, a lei natural não pode ser mudada devendo ser restaurada, fomentada, cuidada, pois
Deus lhe concede a liberdade de viver a sua liberdade lhe dando o direito de conduzir o seu
viver como lhe convém, mas isso não lhe dá o direito de destruir o que já existe e já foi
criado, pois “somos chamados a cuidar” (Gên., 2).
Deve-se ter em mente que não somo criadores e sim colaboradores, e a ideologia de
gênero, busca o drama, colocar o incentivo a incerteza e confusão na vida do ser humano, e
que “um homem não pode ser homem ou pretender não ser aquilo que ele mesmo é. (...) além
de ser insustentável do ponto de vista cientifico, essa ideóloga é profundamente imoral.”
(SOLANO, 2016 p.21).
E para reforçar este pensamento, Bento XVI, no seu discurso como papa, à cúria
romana na apresentação de votos natalícios, nos fala aos que renegam a sua essência de se
criatura e não criador, e assim, “de acordo com a narração bíblica da criação, pertence à
essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher (...)
27
buscou de ser valido naquilo que se lê na narração da criação: ‘ele os criou homem e mulher’”
(BENTO XVI, 2012 p.21) 8
.
Podemos, portanto, ver que a ideologia nos diz que é a cultura que identifica o ser
humano, e sabemos, e estudiosos respondem, que a ideologia não é só seu lado cultural, pois
não se pode esconder, nem querer negar que a cultura não tenha influência na vida das
pessoas, porém, é claro que estudos antropológicos, sociológicos nos respondem que a
formação cultural existe, mas “as respostas culturais podem até mudar, num certo sentido,
sem agredir a essência da pessoa” (SOLANO, 2016 p.24).
Assim sendo, a ideologia de gênero pretende, portanto, afirmar que a nossa expressão
é fato cultural, e como vimos anteriormente, a nossa sexualidade é vista através de suas
escolhas, suas adaptações pessoais, sendo estes um fato, mas, a partir do que essencialmente
eu sou homem ou mulher, sendo a liberdade dada por Deus, e com relação a este ponto, isso é
outra história, e então, “essa ideologia é motivo de libertação ou de alienação? (...) se o ser
livre vem definido como a supressão de algo que pertence a mim – como é o caso da minha
identidade – então que dizer que perdemos a noção de liberdade” (SOLANO, 2016 p. 31).
Nos escritos do Apóstolo Paulo, nas escrituras bíblicas, o mesmo nos relata que “tudo
posso, naquele que me fortalece” sendo visto que quem nos fortalece será o Cristo, no entanto
temos que observar que devemos está de acordo com Esse Cristo, e com Seus ensinamentos,
pois Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” e por isso, em outro escrito de
Paulo, ele nos exorta, dizendo que “tudo posso, mas nem tudo nos convém”.
E assim sendo, “somos pessoas em construção, em constante desenvolvimento, está é
uma das maiores maravilhas da nossa vida” (SOLANO, 2016 p.37), sendo independente de
nossa situação social, politica e religiosa.
Ambos são influenciadores ao nosso modo de viver, já que “ser livre, não é acabar
com os princípios que norteiam a vida humana e afirmar posteriormente “fiz o que queria”.”
(SOLANO, 2016 p.40), e nos mostrando que o ser humano como um ser construído de corpo
e alma, sendo essas características o fazendo cientificamente, o que ele realmente é, e que
ninguém pode transformar sua ideologia baseada numa cultura ou nos ideais de um estado, e
como é proposto pela ideologia de gênero, e por essa razão, o autor relata que esse movimento
8
Discurso do Papa Bento XVI à Cúria Romana na apresentação de votos natalícios em 21 de dezembro de 2012.
28
“trata de um assunto que não se esgota” (SOLANO, 2016 p.52), sendo facilmente um tema
complexo e ainda com muitas outras discussões.
Observamos, assim, que a filosofia Beauvoiriana apresenta uma problemática em
relação ao ser mulher, que segundo ela, o pensamento e cultura eram dominados pelo ser
homem, e em seu diálogo feminista, a mulher era considerada em segundo plano.
Percebemos que existe muito mais que se mostra, sendo muito delicado de se falar
quando o assunto é ideologia de gênero principalmente quando se refere à biologia e os
estudos da vida humana, referente ao homem e a mulher.
2.3 A QUESTÃO DA IDENTIDADE
O homem e a mulher ao nascer passam a fazer parte e se relacionar com diferentes
grupos institucionais e sociais, visto por alguns sociológicos, que a família é a que mais tem
relevância em exprimir valores e padrões de comportamento, e que cada grupo busca sua
identidade, onde esse conceito de identidade é vista por Galvão, como,
(...) o conjunto de caracteres próprios com os quais se podem diferenciar
pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante
do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes, ou conjunto de
características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa, e
graças às quais é possível individualizá-la. Sua conceituação interessa a
vários ramos do conhecimento (filosofia, sociologia, antropologia, direito,
etc.) e tem, portanto diversas definições, conforme o enfoque que se lhe dê,
podendo ainda haver uma identidade individual ou coletiva falsa ou
verdadeira, presumida ou ideal, perdida ou resgatada. Identidade ainda pode
ser uma construção legal, e, portanto traduzida em sinais, papéis e
documentos formais, que acompanham o indivíduo. É nesse campo que ela
se torna o diferencial da personalidade de cada um.
(GALVÃO, 2012, p. 12)
E como ainda nos fala que “tanto o masculino, quanto o feminino, são limitados e
imperfeitos” (GALVÃO, 2012, p.38). E para os teólogos o ser encontra sua posição no outro
ser, os outros constituem em suas experiências e estudos, que o homem e a mulher, são um ser
em construção diária, que surgem e crescem a partir do meio que esses indivíduos fazem
parte.
29
No conceito de ser homem e ser mulher, pode-se perceber que ainda existe várias
correntes que se sobressaem, cada uma com a sua verdade, e o objeto de estudo em todas as
linhas de pensamento, quando se refere a conceituar o indivíduo em sua real identidade,
percebemos que ainda existe um longo caminho para se chegar a um consenso, a identidade
do ser humano “sempre pressupõe um objetivo, uma práxis definida” e por ser muitas ideias e
ideais, conceitos, regras, normas, doutrinas que levam a ser determinante para o grupo social
que o ser humano se se identifica, percebe-se que o indivíduo se realiza a partir do momento
que são dotados de cultura, formando sua personalidade a partir, como frisa Galvão (2012), da
identidade social, e essa identidade é vista pela filosofia como um esquema das estruturas
sociais que são importantes e por muitas vezes não são humanos e é por muitas vezes vista
como disputa.
Esse mesmo autor relata o pensamento de um grande especialista das ciências
humanas, T. Bottomore, se referindo, então, á importância da família na nossa construção, e
assim sendo, “a estrutura social é um dos conceitos centrais da sociologia, mas não é
empregado com coerência ou sem ambiguidade. A estrutura de uma sociedade começa – fato
inegável sob os aspectos sociológicos, psicológicos e antropológicos – na família, onde dois
seres se unem para dar curso, através do sentimento e do compromisso solidário, a uma nova
fase da historia de suas vidas” (GALVÃO, 2012, p. 42).
Portanto, no tocante a diferença entre os homens e mulheres, podemos entender que
“existem igualdades entre homem e mulher, e igualmente claro que também existem
diferenças biológicas, físicas e psicológicas”. E sobre este assunto, os escritores Meyer e
Soares nos dizem que “as identidades devem ser compreendidas como plurais, múltiplas:
identidades que se transformam que não são fixas ou permanentes”. (MEYER & SOARES,
2008, p. 35)
30
3 A IDEOLOGIA DE GÊNERO NA ÓTICA CRISTÃ
A religião oferece respeito ás questões de origem e
finalidade do ser humano e do meio que ele vive
(ROCHA, 2015, p.23)
Veremos neste capítulo o pronunciamento do Papa Francisco (2015) sobre o nosso
objeto de estudo, a ideologia de gênero, durante a sua fala habitual na chamada catequese
semanal que ocorre todas as quartas-feiras.
Neste seu discurso9
, o Papa Francisco10
faz uma denúncia e apresenta a sua
preocupação com essa teoria de gênero, ressaltando que: “a diferença sexual está presente em
tantas formas de vida, na longa escada da vida. (...) Isto nos diz que não somente o homem
tomado a si é imagem de Deus, e a mulher tomando a si é imagem de Deus, mas também o
homem e a mulher, casal, são imagem e semelhança de Deus” (FRANCISCO, 2015, n.p.).
Relatando-nos, ainda que “somos feitos para nos escutarmos e nos ajudarmos.
Podemos dizer que sem o enriquecimento recíproco nesta relação – no pensamento e na ação,
nos afetos e no trabalho, também na fé – os dois não podem nem ao menos entender
profundamente o que significa ser homem e mulher”. (FRANCISCO, 2015, n.p.).
E essa nova cultura atual, abre novos espaços, novas compreensões de esse ser
humano, e que a partir destes avanços deve-se ter atenção, pois através destas evoluções,
ideias, acontecem também o surgimento de muitas dúvidas e ceticismo, e nos fazendo um
chamando para a reflexão sobre a ideologia de gênero, "por exemplo, pergunto-me se a
chamada teoria do gênero não seja expressão de uma frustração e de uma resignação, que visa
a cancelar a diferença sexual porque não sabe mais como lidar com ela. Sim, corremos o risco
de dar um passo atrás. A remoção da diferença, na verdade, é o problema, não a solução”.
(FRANCISCO, 2015, n.p.).
E que é preciso pensar na reconstrução de uma teologia interdisciplinar e contextual, e
na atualidade, todo estudo no campo social deve ser visto de forma interdisciplinar. Pois “a
9
Discurso do Papa Francisco realizado em 15/04/2015. Disponível em http://papa.cancaonova.com/catequese-do-papa-
francisco-150414/> Acessado em 23 de julho de 2016.
31
religião oferece resposta às questões de origem e finalidade do ser humano e do meio que ele
vive” (ROCHA, 2015 p. 23).
E sendo assim, Francisco denuncia a ideologia de gênero ou teoria de gênero, como
alguns querem chamá-la, nos mostrando uma série de preocupações que deveríamos levantar
sobre este tema pois,
a diferença social está presente e muitas formas de vida (...) ambas como casal, são
imagem de Deus criador (....) a cultura moderna e contemporânea abriu novos
espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da
compreensão destas diferenças, (...) introduziu muitas dúvidas e muito ceticismo.
(...) a perda da confiança no Pai Celeste gera divisão e conflito entre o homem e a
mulher. (...) a terra enche-se de harmonia e confiança quando a aliança entre o
homem e a mulher é vivido no bem.
(FRANCISCO, 2015, n.p.)
E sobre o amor na família o papa Francisco, em sua encíclica Amoris Laetitia11
, nos
fala que: “o amor conjugal entre um homem e uma mulher é a transmissão da vida e estão
ordenados um para o outro. Desse modo, o criador tornou o homem e a mulher partícipe da
obra de sua criação e transformou-os, ao mesmo tempo em instrumentos do seu amor
confiando a sua responsabilidade o futuro da humanidade, através da transmissão da vida
humana.” (FRANCISCO, 2016 p. 55)
Segundo o medico chileno Cristian Sehnake, um especialista em bioética, nos coloca
que
a ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe
uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando
nasce, não é homem e nem é mulher, não possui um sexo masculino ou feminino
definido, pois segundo os ideólogos de gênero, isto é uma construção social.
(SEHNAKE, apud VELOSO, 201512
)
Na conferência episcopal do Peru, foi chamada a atenção sobre o pensamento da
escritora Alison Jaggar13
, autora de livros sobre gênero que fala que “a destruição da família
biológica que Freud jamais vislumbrou, permitirá a emergência de mulheres e homens novos
11
“Amoris laetitia (a "Alegria do Amor") é uma exortação apostólica do Papa Francisco, publicada em 08 de abril de 2016.
Possui nove capítulos e tem como base os resultados de dois Sínodos dos Bispos sobre a Família ocorridos em 2014 e 2015.
A exortação merece destaque devido à possibilidade concedida a divorciados que estão em segunda união de receber a
comunhão, serem padrinhos e ensinarem a catequese da Igreja Católica. Não se trata de uma regra geral, mas da possibilidade
da permissão a critério dos respectivos confessores” Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Amoris_Laetitia>
Acessado em 23 de maio de 2016.
12
Disponível em: <http://www.pechrystianshankar.com.br/nao-deixe-de-ler-e-ver/> Acessado em 23 de junho de 2016.
13
Alison Mary Jaggar (nascido em 23 de setembro de 1942) (...) foi uma das primeiras pessoas a incluir as questões
feministas para a filosofia. Um membro fundador da Sociedade para Mulheres em filosofia, ela foi fundamental para a
criação do campo de estudos feministas, e ensinou o que ela acredita ter sido o primeiro curso de filosofia feminista já
32
(...) a própria ‘instituição das relações sexuais em que o homem e a mulher desempenham um
papel definido desaparecerá” (JAGGAR, 1997 apud Conferência Episcopal Peruana, 2008).
E com isso, já se pode ver os resultados desta ideia de desconstrução da família, pois
este especialista nos coloca ainda que “nós vemos, hoje, os jovens confusos no que se refere à
sua identidade sexual, ou seja, usando a sexualidade de qualquer maneira, de forma
utilitarista, sem contar o próprio conceito de ‘pai e de mãe’ que fica cada vez mais distante de
ser um referencial para esta juventude”. (SEHNAKE, apud Canção Nova, 201514
)
Segundo o documento da Conferência Episcopal Peruana do ano de 2008, com base na
ideologia de gênero em Pequim, no ano de 1995, foram distribuídas cartilhas e panfletos
‘educativos’ e um dos enunciados era o de que “os homens e as mulheres não sentem atração
por pessoas do sexo oposto por natureza, mas sim por um condicionamento da sociedade”, e
“existem diversas formas de sexualidade – inclusive homossexuais, lesbianas, bissexuais,
transexuais e travestis – que são equivalentes à heterossexualidade”.
Esse novo modo de ver o ser humano, está no Senado Federal para ser votado pelo
Projeto de Lei (PL 103/2012), do Plano Nacional de Educação – PNE, que será o parâmetro
educacional para todas as escolas em nosso país. No artigo 22, parte II deste PL do PNE, o
mesmo delimita como diretriz a superação das desigualdades educacionais com ênfase na
promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual. E assim sendo:
isto significa que todas as escolas, inclusive as confessionais, serão obrigadas a
ensinar seus alunos que o sexo masculino e feminino são imposições culturais e que,
na verdade, se pode escolher entre ser homem, mulher, bissexual ou homossexual,
sendo a identidade biofísico-sexual algo ultrapassado. A instituição que ensine a
crença ao jovem que existem apenas dois sexos (masculino e feminino – macho ou
fêmea) pode incorrer em crime de descriminação e preconceito.
(Conferência Episcopal Peruana, 2008).
E sobre esse assunto Meyer & Soares nos relatam que os PCNs15
argumentam ainda
que falar em sexualidade não se restringe ás questões biológicas, senão também psicológicas e
oferecido. Disponível em <https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&sl=en&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Alison_Jaggar&prev=search> Acessado em 20 de julho de 2016.
14
Disponível em: <http://destrave.cancaonova.com/ideologia-de-genero-seus-perigos-e-alcances/> Acessado em
23 de setembro de 2016.
15
PCNs: Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio foram instituídos como Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio por meio da Resolução CEB nº 3, de 26 de junho de 1998, que foi precedida
por debates com setores organizados da sociedade civil e por formulações de consultores e especialistas na área
educacional. Disponível em < https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A2metros_curriculares_nacionais>
Acessado em 20 de setembro de 2016.
33
sociais, assim propõem um trabalho que aborde o corpo na sua relação com o meio. (MEYER
& SOARES, 2008, p.64).
Além do que devemos entender que “mídia e educação fazem parte do universo da
cultura, produzido modelos de viver, de ver o mundo, produzido, reforçando e vinculando
uma gama de ensinamentos as pessoas” (MEYER & SOARES, 2008, p. 109)
Temos, portanto que entender que “não é a escola quem determina quem eu sou, não é
nem mesmo a família: eu sou homem ou sou mulher pela experiência maravilhosa da criação
de Deus me fez, Deus me criou. E ao me criar, Ele mesmo me proporciona uma identidade
que indutivamente me faz ser o que sou (...) um homem não pode ser homem ou pretender
não ser aquilo que ele mesmo é.” (SOLANO,2016, p.19)
E nos pede para termos consciência e atenção, “a sexualidade nos faz expressar quem
somos, não é um mero fato cultural, como alguns pretendem afirmar (...) mas tenhamos em
mente que para nós cristãos, a sexualidade é uma força transcendental que tem tudo a ver com
a nossa identidade” (SOLANO,2016, p. 24-25).
Quando se fala do magistério da Igreja, a mesma “se posiciona em favor da vida
humana, entendida como um dom sagrado sobre o qual só Deus tem direito de decidir”
(SOLANO, 2016, p. 28)
Assim, sendo, o posicionamento da Igreja em frente de qualquer manifestação
contrária a tudo que contradiz o pensamento religioso é a de que: “quando qualquer iniciativa
pretender suspender, distorcer, ou negar essa vida humana, a igreja sempre se posiciona
contra ás respectivas tendências, manipulações ou atos.” (SOLANO, 2016 p. 29).
3.1 O MAGISTÉRIO DA IGREJA: OS DESAFIOS E AS CONSEQUÊNCIAS ATUAIS
A criação do homem e da mulher com o sacramento do
matrimônio, são um maravilhoso dom que Deus institui a
humanidade.
(Papa Francisco, 2015, n.p)
34
No tocante aos desafios culturais, o documento da Exortação Apostólica Evangelii
Gaudium16
, escrita por Papa Francisco, nos coloca que “vivemos numa sociedade da
informação que nos satura indiscriminadamente de dados, todos os postos ao mesmo nível, e
acaba por nos conduzir a uma tremenda superficialidade no momento de enquadrar as
questões morais” (PAPA FRANCISCO, 2013, p. 38-39).
E que, por conseguinte, torna-se necessária uma educação que ensine a pensar
criticamente e, além disso nos faça caminhar por um caminho onde os nossos valores possam
ser amadurecidos. Temos que entender que, enquanto o homem moderno persistir em manter-
se alheio as coisas de Deus, cada vez mais, o mesmo se distanciará de sua essência pura e do
seu chamado, que é o de construir uma relação plena com Deus-Criador.
Isso contradiz um pouco a ideia que os idealizadores da ideologia de gênero, querem
repassar, onde quem deve escolher ser homem masculino, ou mulher feminino, entendemos
que a partir dos estudos da medicina, da fisiologia, da anatomia, todos esses já nos
caracterizam como tal.
Podemos observar que a preocupação com esta ideologia já vem desde muito tempo,
como se pode ver na fala do Papa João Paulo II nos coloca que “muitos já conscientes desse
perigo em que se encontra a pessoa humana, comprometem-se com a verdade. A igreja com
seu discernimento evangélico une-se a tais pessoas, oferecendo-lhes o seu serviço em favor da
verdade, da liberdade e da dignidade de cada homem e de cada mulher” (JOÃO PAULO II,
1080, p. 8)
E sendo este pensamento, esta ideologia, tendo como essência o intuito de mudar o
que é coerentemente já organizado, se torna, portanto um retrocesso, pois Deus criou homem
e mulher com todas as diferenças em suas genitálias, e cada um com suas funções já
definidas, e visto ainda pela sociologia, a psicologia, filosofia e outros saberes. Revendo
também ainda a ciência, observamos que os homens e mulheres, são biologicamente
diferentes e com padrões diferenciados.
Podemos então perceber três consequências, no sentido da aceitação, como verdade
absoluta, do conceito de ideologia de gênero, no nosso país, em especial, a questão da
negação do sentido de família exposto desde os primórdios, a eliminação da pessoa comum e
16
Evangelii Gaudium ou Alegria do Evangelho, é a primeira Exortação Apostólica pós-Sinodal escrita pelo Papa
Francisco. Foi publicada no encerramento do Ano da Fé, no dia 24 de novembro do ano de 2013. Disponível em:
35
única, além do que o relativismo, fortalecendo assim a ideologia de gênero e seus
fundamentos e ideologias, mas devemos nos atentar para tais colocações e nos rebelar contra
estes pensamentos, para que assim possamos encontrar a grandeza incalculável de ser homem
e ser mulher como nos é colocado desde os primórdios e como deve ser, baseando na
filosofia, na biologia, além da visão religiosa.
E que cada ser humano tem a sua liberdade, que também é dada pelo Criador,
chamado de livre arbítrio, ou seja, como posso assumir a minha masculinidade, ou mesmo a
minha feminilidade, sendo isto um direito meu, já que somos responsáveis por todas as nossas
escolhas. E revendo ainda o que a ciência nos apresenta, observamos que os graus
laboratoriais são diferentes, pois homens e mulheres, jovens e crianças, biologicamente são
diferentes, tendo padrões, escalas, enfim, diferenciados um dos outros.
Temos assim que compreender que “sejam reconhecidos os verdadeiros valores, sejam
defendidos os direitos do homem e da mulher, e seja promovida a justiça também nas
estruturas da sociedade, de tal modo o ‘novo humanismo’ não afastará os homens da sua
relação com Deus, mas os conduzirá para ele mais plenamente” (João Paulo II, 1980 p.13).
Portanto, a Igreja clama pela atuação de seus fiéis contra a aplicação desta ideologia de
gênero, que nada mais é do que uma necessidade de alguns pensadores em colocar em prática
as suas ideologias. E assim sendo o Papa Francisco, nos chama para ficarmos atentos e não
aceitarmos a aplicação de tal ideologia, que tem como pano e fundo a luta pela igualdade de
gênero, e assim impor tal ideologia.
O papa Francisco, é visto por muitos como um papa progressista, mas, o mesmo, não
aceita a aplicação desta ideologia e critica veementemente a sua prática, por ser a mesma
totalmente contraria ao plano de Deus, que foi a criação do ser homem e do ser mulher que foi
confirmado até mesmo pela ciência biológica, e que portanto “a criação do homem e da
mulher, com o sacramento do matrimônio, são um maravilhoso dom que Deus instituiu à
humanidade”. (FRANCISCO, 2015, n.p.)
E em seu discurso, na Praça de São Pedro, em quinze de abril de 2015, o Papa
Francisco nos alerta e chama a confrontar esta ideologia, nos dando assim embasamentos para
que a mesma não seja colocada em prática. Ele nos coloca que “a diferença sexual está
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelii_Gaudium> acessado em 22 jul. 2016
36
presente em muitas formas de vida. Não só o homem e nem só a mulher são imagem de Deus,
mas ambos, como casal, são imagem de Deus Criador.” (FRANCISCO, 2015, n.p.)
E com estas palavras eles nos leva a compreender que não é um único só ser que tem a
imagem de Deus, mas que ambos, em comunhão, como um casal, são a imagem de Deus. E
assim ele nos fala que
somos feitos para ouvir-nos e ajudar-nos reciprocamente. Sem esse
enriquecimento recíproco, não se pode entender profundamente o que
significa ser homem e mulher (...) a cultura moderna e contemporânea abriu
novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o
enriquecimento da compreensão destas diferenças (...) introduziu também
muitas dúvidas e muito ceticismo.
(FRANCISCO, 2015, n.p.)
E tudo isto colocado até agora, neste nosso trabalho, esta visivelmente exposto na
exortação apostólica Amoris Laetitia, onde o Papa Francisco nos fala claramente sobre este
assunto nos chamando, mais uma vez para lutarmos contra a implantação desta ideologia, nos
colocando claramente o seu posicionamento em conformidade com o da igreja, e em perfeita
harmonia com os ensinamentos do Catecismo da igreja e com a tradição da Igreja.
Outro desafio surge de várias formas duma ideologia genericamente
chamada gender, que «nega a diferença e a reciprocidade natural de homem
e mulher. Prevê uma sociedade sem diferenças de sexo, e esvazia a base
antropológica da família. Esta ideologia leva a projetos educativos e
diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma
intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre
homem e mulher. A identidade humana é determinada por uma opção
individualista, que também muda com o tempo».” Preocupa o fato de
algumas ideologias deste tipo, que pretendem dar resposta a certas
aspirações por vezes compreensíveis, procurarem impor-se como
pensamento único que determina até mesmo a educação das crianças. É
preciso não esquecer que «sexo biológico (sex) e função sociocultural do
sexo (gender) podem-se distinguir, mas não separar». A revolução
biotecnológica no campo da procriação humana introduziu a possibilidade de
manipular o acto generativo, tornando-o independente da relação sexual
entre homem e mulher. “Assim, a vida humana bem como a paternidade e a
maternidade tornaram-se realidades componíveis e decomponíveis, sujeitas
de modo prevalecente aos desejos dos indivíduos ou dos casais» Uma coisa é
compreender a fragilidade humana ou a complexidade da vida, e outra é
aceitar ideologias que pretendem dividir em dois os aspectos inseparáveis da
realidade. Não caiamos no pecado de pretender substituir-nos ao Criador.
Somos criaturas, não somos omnipotentes. A criação precede-nos e deve ser
recebida como um dom. Ao mesmo tempo somos chamados a guardar a
nossa humanidade, e isto significa, antes de tudo, aceitá-la e respeitá-la
como ela foi criada.
(FRANCISCO, 2016, p. 48-49)
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso trabalho foi norteado por alguns fatores, ‘o que somos? Ou ‘quem somos’?,
estes pontos foram relatados em nossa pesquisa com grande desenvolvimento nas colocações
dos vários estudiosos, e assim, pudemos observar os aspectos gerais do homem e da mulher a
partir do ser criador, a imagem de Deus, e portanto, podemos ter uma conclusão com análise
crítica e ressaltando questões relevantes a partir de uma visão especifica de cada área do
conhecimento. Relatamos, assim, questões ligadas à imagem do homem e da mulher, os quais
foram vistos, e percebe-se que tem dividido os estudiosos, filósofos, teólogos, dentre outros
ao longo de toda a caminhada da nossa historia humana.
Nossa abordagem em relação á ideologia de gênero foi trabalhada a partir do ponto de
vista da teologia, e nos fundamentamos conscientemente nas exposições dos escritos cristãs. E
tratamos o assunto, mesmo que limitadamente pelo tempo e pelo desafio que o objeto nos
releva, e assim percebeu-se que este tema nos ofereceu uma grande reflexão social, teológica
e humanamente falando, fortalecendo ainda mais o conceito de ser homem e de ser mulher.
Nessa ‘nova’ ideologia, que busca descaracterizar a criação, a partir da visão cristã,
acreditamos que esse trabalho será de grande ajuda para os novos pesquisadores, a nossa
produção dessa pesquisa, apesar de ter sido norteada por fatores delimitativos, com o intuito
de podermos compor dentro dos parâmetros que propomos para idealização do nosso objetivo
que nos destinávamos, vimos que as fontes pesquisadas, que tratavam do nosso tema, são de
grande abrangência, podendo assim, direcionarmo-nos á vários outros caminhos de estudo,
por ser também um tema de profunda relevância e atual.
Compreendemos, portanto, que somos diferentes fisicamente e psicologicamente,
porém iguais em dignidade, e que Deus nos deu uma identidade sexual, feminino e masculino,
desde a nossa criação, já que “Deus criou homem e mulher, assim os criou”, visto que ao nos
criar possamos, com a totalidade do nosso ser, vivermos no mundo, não como escravos do
nosso gênero, mas caminharmos em busca da verdadeira felicidade, assumindo realmente o
que somos imagem e semelhança de Deus, homem e mulher, vivendo o amor e para o amor.
O mundo das evoluções, das pesquisas, tecnologias, avanços ideológicos buscam nos
impor muitas opções de modo de viver, querendo nos orientar a escolher inúmeras
38
alternativas, e dentre elas até a de decidirmos ser homem, ser mulher, ser um pouco dos dois,
e até mais ideias, tudo independentemente do que se tenha aprendido, comprovado pelas
diversas ciências.
E essas novas ‘ideologias’ a partir da inclusão na educação, é como entendermos que
assim tornando um sistema dissolvente da identidade sexual já existente, e acreditamos que
esses novos conceitos, caso sejam inseridos na nossa legislação brasileira, será com certeza,
um grave comprometimento a construção legal e social que sustenta desde sempre a
instituição familiar.
Através do nosso estudo, entendemos que a partir do pensamento cristão em Cristo
encontramos nossa verdadeira identidade de homens e mulheres, e que se você é homem,
Deus o criou para ser um homem e se és uma mulher, Deus o criou para assim ser, e
compreendemos que este é o único sentido inerente do sexo, o caminho para encontramos a
verdadeira felicidade que o ser humano tanto procura, e que só encontrará quem se tornar o
que realmente somos, e que não duvidemos pois, de que Deus não poderia ter errado na
escolha de nossa sexualidade.
Concluímos, assim que nossos estudos, a partir dos pareceres e as teorias teológicas,
filosóficas, antropológicas, entre outras revisões realizadas com base bíblica ou não, sobre o
nosso tema, porque Deus nos criou homem e mulher, e contribuíram com bastante ênfase para
a nossa maior compreensão das complexidades que ainda existem em relação ao nosso objeto,
pois, durante muito tempo nos enxergamos como feitos a imagem e semelhança de Deus,
novas ideologias contrarias, explicitamente, aos ensinamentos da palavra e da teologia do
corpo, que são claras e definidas. Pois o que Deus criou, o homem não pode destruir, e assim
podemos perceber que a Igreja não abre mão dessa verdade dita.
Assim sendo, concluído este trabalho, oramos a Deus para que ele nos conceda o dom
do discernimento para que como fieis possamos reagir ao meio de uma geração muitas vezes
desprovida de valores éticos e princípios cristãos verdadeiros, acreditando também que nosso
trabalho ajudará aos leitores, para que não sejam omissos, irrelevantes, alienados com o curso
dessa nova história da vida humana, pois “o homem que não conhece Jesus Cristo permanece
para si mesmo um desconhecido, um mistério e um enigma insondável” (JOAO PAULO II,
1979).
39
REFERÊNCIAS
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  • 1. FACULDADE TEOLÓGICA – FAETEO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURSO DE MESTRADO TEOLOGIA UMA BREVE REFLEXÃO TEOLÓGICA DA IDEOLOGIA DE GÊNERO A PARTIR DOS ESCRITOS CATEQUETICOS DA TEOLOGIA DO CORPO DE JOÃO PAULO II: “Porque Deus nos criou homem e mulher”. Mossoró/RN, 2016
  • 2. FACULDADE TEOLÓGICA – FAETEO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURSO DE MESTRADO TEOLOGIA UMA BREVE REFLEXÃO TEOLÓGICA DA IDEOLOGIA DE GÊNERO A PARTIR DOS ESCRITOS CATEQUETICOS DA TEOLOGIA DO CORPO DE JOÃO PAULO II – “Porque Deus nos criou homem e mulher”. ALUNOS: ROZANA MARIA FEITOZA LOBO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Mestrado Teologia, da FAETEO – Faculdade Teológica Mossoró/RN, 2016
  • 3. ROZANA MARIA FEITOZA LÔBO UMA BREVE REFLEXÃO TEOLÓGICA DA IDEOLOGIA DE GÊNERO A PARTIR DOS ESCRITOS CATEQUETICOS DA TEOLOGIA DO CORPO DE JOÃO PAULO II: “Porque Deus nos criou homem e mulher”. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Mestrado Teologia, da FAETEO – Faculdade Teológica . Orientador: Prof. Dr. Alexandre Lima Trabalho de Conclusão de Curso de Mestrado apresentado em __/___/2016 a banca composta pelos seguintes membros: COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ Conceito Obtido: __________________________________________________________ Mossoró/RN, ____ de____________, de 2016
  • 4. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos que acreditaram no poder da determinação que existiu em mim, que nunca duvidaram que eu poderia, e que nunca é tarde para fazer o que se gosta e realizar os sonhos. A toda a minha família que desde sempre estiveram presente com suas orientações, suporte e dedicação. Especialmente dedico ao meu amado marido Armando Lôbo por está firme ao meu lado, sempre disponível e solidário.
  • 5. Deus confiou a terra á aliança do homem e da mulher: a falência desta aliança para a aridez dos afetos no mundo e observa o céu da esperança. (FRANCISCO, 2015)
  • 6. LÔBO, Rozana Maria Feitosa. Uma Breve Reflexão Teológica da Ideologia de Gênero a partir dos Escritos Catequéticos da Teologia do Corpo de João Paulo II – “Porque Deus nos criou homem e mulher”. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Mestrado Teologia, da FAETEO – Faculdade Teológica, 2016. RESUMO Para elaboração desta monografia, realizamos uma revisão bibliográfica, analisando textos, livros de pesquisadores e estudiosos que já abordaram sobre o nosso tema: Uma breve reflexão teológica da ideologia de gênero a partir dos escritos catequéticos da Teologia do Corpo de João Paulo II: Porque Deus nos criou homem e mulher, perpassamos sobre os saberes da psicologia, da sociologia, da antropologia, assim, a nossa pesquisa busca aprofundar, a partir dos conhecimentos teológicos em relação á criação de Deus, do homem e da mulher, levando ao conhecimento dos cristãos as ‘verdades’ sobre a ideologia de gênero e a sua influência social, a busca de uma formação do pensamento social, político, teológico. Autores como Solano (2016), Greffé (1984), e outros autores, das encíclicas Evangellium Vitae (1995), Humane Vitae (1983), fortaleceram a nossa pesquisa que procurou chegar a uma fundamentação cientifica atual, e assim, concluímos com a ideologia de gênero na ótica cristã que nos ofereceu uma grande e valiosa reflexão para a caminhada da história humana do ser homem e do ser mulher, os seus desafios e consequências. Palavras Chaves: Ideologia; Teologia; Homem; Mulher.
  • 7. LÔBO, Rozana Maria Feitosa. A Brief Theological Reflection of Gender Ideology from the Catechetical Writings of the Theology of the Body of John Paul II - "For God created us man and woman." Completion of the course presented at the Master's Degree in Theology, FAETEO - Faculdade Teológica, 2016 . ABSTRACT For the preparation of this monograph, we have carried out a bibliographical review, analyzing texts, books of researchers and scholars that have already addressed our theme: A brief theological reflection on gender ideology from the catechetical writings of Theology of the Body of John Paul II: Created us man and woman, we pass on the knowledge of psychology, sociology, anthropology, so our research seeks to deepen, from the theological knowledge in relation to the creation of God, of men and women, bringing to the attention of Christians the 'truths' about gender ideology and its social influence, the search for a formation of social, political, and theological thinking. Authors such as Solano (2016), Greffé (1984), and others, from the encyclical Evangellium Vitae (1995), Humane Vitae (1983), strengthened our research that sought to arrive at a current scientific basis, and thus, we conclude with the ideology of gender in the Christian view that offered us a great and valuable reflection for the human history journey of being human and of being woman, its challenges and consequences. Keywords: Ideology; Theology; Man; Woman.
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................9 1 SER HOMEM E SER MULHER.....................................................................................12 1.1 Homem e mulher: Uma visão teológica..........................................................................12 1.2 Homem e mulher: Uma visão filosófica / sociológica....................................................14 1.3 Homem e mulher: Uma visão antropológica ..................................................................17 1.4 Homem e mulher: Uma visão psicológica ......................................................................18 1.5 Homem e mulher: Uma visão fisiológica / biológica......................................................19 2 TEOLOGIA DO CORPO E A IDEOLOGIA DO GÊNERO NO SÉCULO XXI.......21 2.1 JOÃO PAULO II E A TEOLOGIA DO CORPO...........................................................22 2.2. A IDEOLOGIA DE GÊNERO: SEU PROCESSO HISTÓRICO E CONSEQUÊNCI .24 2.3. A QUESTÃO DA IDENTIDADE..................................................................................28 3 A IDEOLOGIA DE GÊNERO NA ÓTICA CRISTÃ....................................................30 3.1 O MAGISTÉRIO DA IGREJA: OS DESAFIOS E AS CONSEQUÊNCIAS ATUAIS 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................37 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................339
  • 9. INTRODUÇÃO Este trabalho trata em fazer uma breve reflexão teológica da Ideologia de Gênero a partir dos escritos catequéticos da Teologia do Corpo, de João Paulo II, porque Deus nos criou homem e mulher, a Igreja coloca sua formação na criação do homem e da mulher, onde Deus os criou. E a partir dessas questões conflitantes defendidas pela ideologia de gênero, buscamos outros pensadores sobre essa questão, utilizando-se das ciências sociais, na sociologia, na antropologia, na psicologia, onde cada saber busca responder essas questões tão atuais em conformidade com o posicionamento dos cristãos, e assim buscamos apresentar uma resposta coerente sobre o seu posicionamento em relação às investidas atuais da ideologia de gênero. Procuramos despertar o desejo de uma busca de mecanismo para se ter uma formação crítica e teológica coerente com a realidade onde todos os idealizadores da verdade tem como objeto de estudo o homem e a mulher, no entanto, agindo por caminhos diferentes ou até mesmo paralelos, na busca da formação humana. A nossa pesquisa busca aprofundar os conhecimentos teológicos em relação á criação de Deus do homem e da mulher, levando ao conhecimento dos cristãos a verdade sobre o que seja ideologia de gênero e suas influências sociais a partir dos pensadores revisto na pesquisa, pois a relevância do nosso trabalho pode ser de grande valia para o conhecimento e a formação do cidadão em relação à teologia do homem e da mulher que esta atualmente em destaque com as investidas dessas ‘novas’ ideologias. E a formação do pensamento, parte da abertura ao conhecimento social, politico, teológico dentre outros que fortalecem a sociedade a partir das experiências cientificas, como a nossa pesquisa procura chegar. A metodologia adotada pelo nosso trabalho foi a do tipo bibliográfico, revisão de obras de vários autores que já contemplaram sobre o nosso objeto de estudo, além de revisarmos alguns artigos, periódicos, textos, encíclicas, que nos propiciaram um vasto conhecimento sobre o tema, e visto ainda nos saberes da psicologia, sociologia, antropologia, teologia que nos proporcionaram uma fundamentação cientifica atual para a nossa pesquisa.
  • 10. 10 Os escritos catequéticos, ‘A teologia do Corpo’, de João Paulo II, nos ajudaram a delimitar o nosso estudo, por ser, o mesmo muito amplo em campo de estudo referente ao homem e a mulher e a ideologia de gênero. O nosso referencial teórico usado na nossa pesquisa foi constituído a partir de autores que analisam e discutem questões relevantes sobre a realidade atual, até conflitante, entre teologia e as ideologias. E nessa perspectiva, tivemos contribuições de autores como Solano (2016), nos fala que “temos em mente que para nós cristãos, a sexualidade é uma força transcendental que tem tudo a ver com a nossa identidade”, bem como Costa (2016), que nos ajuda a enfatizar que “por personalidade, entendemos ser os padrões característicos e distintivos do pensamento, emoções, comportamentos que diferencia o estilo pessoal do indivíduo”, Evert (2008) e Lidório (2011) nos relatam que “toda a sociedade deve ter liberdade de reflexão”. E Geffré (1989) coloca ainda que “a tarefa da Teologia consiste essencialmente em transmitir e explicar o ensinamento do magistério, elaborando e justificando-o cientificamente”. Tivemos ainda contribuições de várias encíclicas que nos ajudaram a discorrer sobre o nosso tema, tais como a Evangelium Vitae (1995), a Humanae Vitae (1983), dentre outros. Muitos outros autores contribuíram, significativamente, para a elaboração do nosso trabalho, trazendo, assim subsídios que ajudaram a atingir os objetivos esperados por nossa pesquisa em três capítulos, e no primeiro faremos uma abordagem sobre o ser homem e o ser mulher nas visões: teológica, filosófica, sociológica, antropológica, psicológica, filosófica e biológica. E a partir do entendimento dessas ciências podemos entender o homem e a mulher numa visão de totalidade do ser. Já no segundo capítulo, veremos a Teologia do Corpo e a ideologia de gênero no século XXI, foi discorrido sobre a ideologia do corpo de João Paulo II, e a ideologia de gênero e seu processo histórico. Veremos também sobre a individualidade do homem e da mulher, no terceiro capítulo. Concluiremos com a ideologia de gênero na ótica cristã, onde foi visto sobre o magistério da Igreja e os desafios e as consequências atuais, percebemos que este tema nos ofereceu uma grande reflexão social, teológica, dentre outros, ao longo de toda a caminhada da historia humana do ser homem e ser mulher.
  • 11. 11 Assunto, este que não se esgota por ser um objeto de grande relevância para o nosso mundo atual com espaço de estudo em todas as áreas do conhecimento, e acreditamos ter atingido nosso objetivo. Concluímos, orando a Deus para que nos concedam o dom do discernimento para não sermos omissos, irrelevantes, alienados e possamos sim, ser abertos ao conhecimento coerente e humano.
  • 12. 12 1 SER HOMEM E SER MULHER Não é a escola quem determina quem eu sou. Não é nem mesmo a família. Eu sou homem ou sou mulher pela experiência maravilhosa da criação, Deus me fez, Deus me criou. (SOLANO, 2016, p. 19) O homem e a mulher sempre foram, e sempre serão objetos de estudo em todas as experiências, pesquisas, evoluções, tem como centro o homem/mulher. Ele é o principal foco de tantas evoluções e pesquisas, desde sempre as descobertas, em todas as áreas do conhecimento é direta ou indiretamente para o homem/mulher, porém, quem é esse homem/mulher? Por mais descobertas e evoluções existentes, ainda se tornam um poço de enigmas, em todas as linhas de pensamento se tem uma resposta, ou indica-se uma solução para responder esse conhecimento que tanto se busca entender, por completo, porém, o que se percebe é que a cada estudo se abre novos caminhos para conhecer o ser humano, através da religião, das ciências sociais, da psicologia, da antropologia, da sociologia. Procuraremos fazer um breve estudo, rever alguns autores nessas áreas, que nos respondam e possamos entender esse ser tão complexo. 1.1 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO TEOLÓGICA Onde Deus é negado, dissolve-se também a dignidade do homem. Quem defende Deus, defende o homem. (BENTO XVI1 , 2012). O primeiro livro da Bíblia nos apresenta a criação de Deus, que cria tudo, a cada dia, Ele faz uma revelação da criação, apresentando nos seis dias que foram usados por Deus para criar tudo que existe no mundo. E no sexto dia, é criado o homem, como nos fala o livro de 1 Discurso Do Papa Bento XVI á Cúria Romana na apresentação de votos natalícios. Disponível em: <https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2012/december/documents/hf_ben-xvi_spe_20121221_auguri- curia.html> acessado em 21 agosto 2016.
  • 13. 13 Gênesis (Gn. 1,27), “E Deus criou o homem a sua imagem: a imagem de Deus, Ele o criou, e os criou homem e mulher” (Bíblia Sagrada, Ed. Pastoral, 1990, p.14). E a palavra ainda nos fala da missão que é dada a esse homem e a essa mulher, “E Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra, dominem os peixes do mar, as aves do céu, e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra’”. (Gn. 1,28). Neste livro Sagrado podemos observar ainda Deus unindo o homem e a mulher para que não vivam sozinhos. Com todos os avanços e histórico do desenvolvimento do homem e da mulher, no decorrer dos séculos para os cristãos, é visto como verdade, mesmo a Bíblia sendo uma escrita feita ha bastante tempo. Assim sendo, podemos observar que “o teólogo não se contenta Em procurar a inteligibilidade em si, dos enunciados, escritos ou dogmáticos. Ele procura extrair o sentido para hoje” (GEFFRÉ, 1989, p.30). É visto ainda que a criação de Deus tem uma missão, a partir da palavra de Deus, que é ontem, hoje e sempre, a igreja de Cristo vive o hoje em função do paraíso em caminho a vida eterna, e ao passar dos séculos, a Igreja é responsável para conduzir os fiéis nessa caminhada, pois a “missão da Igreja é discernir os sinais dos tempos” (GEFFRÉ, 1989, p.192). No tocante a evolução, podemos observar que a Igreja não é contra as mudanças, mas entende que se deve está atentos aos avanços que possa deturpar a verdade do plano de Deus, pois nada pode acontecer para destruir ou descaracterizar a pessoa humana, pois, o homem e a mulher são “imagem e semelhança de Deus” (Gn1, 26-27). Neste sentido, “tudo o que se passa no domínio das relações humanas, da economia, da política, da ciência, e da cultura, encontra seu sentido último, somente em função da relação fundamental entre o homem e a mulher com Deus.” (GEFFRÉ, 1989, p.193). Os estudiosos no assunto têm como base para explicar o criacionismo, chamada de teoria da criação, esta teoria aponta o nascimento da humanidade, e “ao lermos o restante do livro de Gêneses, que significa o livro da criação, concluímos que o primeiro casal criado de seres humanos foi Adão e Eva, e o restante da humanidade, conforme podemos perceber hoje nasceu através do ato sexual entre um homem e uma mulher” (COSTA, 2006, p.13).
  • 14. 14 E a respeito desse assunto “para nós cristãos a sexualidade é uma força transcendental que tem tudo a ver com a nossa identidade” (SOLANO, 2016, p. 25). Assim sendo, é belo ver essa manifestação tão clara dos planos de Deus para as suas criaturas, homem e mulher que apresenta o seu amor, pois “a negação da transcendência afeta diretamente a dignidade da criatura humana” (JOÃO PAULO II2 , 1999). Deus criou homem e mulher para viverem em sua graça, sendo imagem e semelhança, para viverem de acordo com o plano que Ele traçou para cada viver a liberdade, a alegria e o amor neste mundo, sendo através da união do homem e da mulher, que Deus fez visível o seu amor pela humanidade e o seu plano de está eternamente unido a nós. (EVERT, 2008) No livro de Gêneses, o mesmo nos relata que quando Deus criou o homem e a mulher declarou que “era muito bom”. E assim sendo, porque razão o homem e a mulher quererem mudar essa realidade? Assim, é necessário entender o homem, e nos perguntar: ‘o que é homem?’. Para estas explanações, a teologia nos aponta um homem criado a imagem e semelhança de Deus, sendo criado com as capacidades, vistas a partir da ordem de Deus de crescer e multiplicar-se, criando toda a criação e dando ao homem o papel de gerenciador, e assim, vemos o homem como o ‘criador’ do seu modo de viver, de seus agrupamentos, clãs, a sua família, sua sociedade, os grupos pelos quais se identificam. 1.2 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO FILOSÓFICA E SOCIOLÓGICA Na ótica da filosofia, observamos no tocante ao corpo, que “segundo Aristóteles, o humano é um ser de linguagem. O filósofo chegou mesmo a dizer que é a linguagem que nos faz humanos, nos diferenciando dos outros animais.” (GALLO, 2014, p. 80). Foucoultt3 , filósofo francês do século XX, relata em seus escritos que existe uma importante tecnologia de controle, que ele chamava de “o poder disciplinar” que deveria atuar 2 Relato do Papa João Paulo II, em sua mensagem na celebração XXXII, referente ao Dia Mundial da Paz. 3 Michel Foucault foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário. Suas teorias abordam a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-modernista, Foucault acabou rejeitando esses
  • 15. 15 individualizando os corpos. E que “ela possibilita, que cada um conheça melhor e tenha consciência do próprio corpo (...) para que o corpo seja afirmado, é preciso que seja conhecido, para ser conhecido, o corpo precisa ser disciplinado”. (GALLO, 2014, p. 100). Ao fazer uma brevíssima explanação do pensamento filosófico, ao decorrer dos séculos, não iremos nos deter aos detalhes dos estudos, mas só para nos dá uma rápida visão do pensamento que existiu anteriormente, a respeito do nosso objeto de estudo, e assim possamos entender o que cada pensador explicava sobre o corpo, homem e mulher, para os gregos, o ser humano é constituído da soma (corpo) – certa quantidade de matéria – e da psique (alma) – o ‘sopro’ que anima a matéria que dá vida ao corpo. Para Platão este pensamento é visto a partir da concepção de ‘dualismo psicofísico’ e o corpo é parte do mundo sensível, sendo perfeito e mortal, e uma união com uma alma imortal. Sendo visto pelo filósofo como o ‘recheio’ do corpo, já para Aristóteles, este colocava que o corpo e a alma formam um organismo, um sentimento orgânico. E “na idade média, sob a influência do pensamento cristão, as ideias de Platão e de Aristóteles, são retomadas e reelaboradas, vários filósofos dedicaram-se a reler a filosofia antiga segundo os preceitos do cristianismo”. (GALLO, 2014, p. 98). Dois grandes pensadores da filosofia medieval, que tiveram grande importância para o desenvolvimento dos estudos em períodos distintos, mas que até hoje são respeitados, eram Santo Agostinho4 no período Patrístico, e São Tomas de Aquino5 no período Escolástico. Observando agora a ótica sociológica, o pensador Tomazi relata que para Max Weber o indivíduo deveria ser a unidade de análise por ser ele o único que pode “definir intenções e finalidades para seus atos.” (TOMAZI, 1993, p. 8), e desse modo, o ponto de partida da sociologia, é a compreensão da ação dos indivíduos atuando e vivenciando situações sociais com determinadas motivações e intenções. rótulos, preferindo classificar seu pensamento como uma história crítica da modernidade. Seu pensamento foi muito influente tanto para grupos acadêmicos, quanto para ativistas. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault> acessado em 21 jul. 2016. 4 Agostinho de Hipona (em latim: Aurelius Augustinus Hipponensis, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona> acessado em 20 jul. 2016. 5 Tomás de Aquino, foi um frade da Ordem dos Pregadores (dominicano) italiano cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica, e que, por isso, é conhecido como "Doctor Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis" (...) Ele foi o mais importante proponente clássico da teologia natural e o pai do tomismo. (...) Ao contrário de muitas correntes da Igreja na época, Tomás abraçou diversas ideias de Aristóteles. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino> acessado em 20 jul. 2016.
  • 16. 16 Podemos afirmar que: Quando queremos saber como se constituem as famílias brasileiras nos dias de hoje, temos de contabilizar muitas informações. Os divórcios, os casamentos sucessivos, os filhos provenientes de casamentos distintos do pai ou da mãe, o meio irmãos, os padrastos e madrastas, os diferentes casais, onde as crianças e os jovens transitam dentro do ambiente familiar, os filhos registrados por casais do mesmo sexo, tudo isso tem de ser levado em consideração. (...) A vida em sociedade está cheia de casos que revelam tensões, não só no Brasil, como nos demais países. O que uns escolhem ou defendem pode parecer ofensivo e outros. (BOMENY, 2010, p.138). E conforme pudemos observar “a Sociologia não vê o homem sozinho, por entendê-lo como parte de um grupo social, a psicologia vê o homem como um ser autoconsciente, enquanto a filosofia o define como um ser moral e racional, o fato do homem ser espiritual distingue-o de toda a criação.” (LIDÓRIO, 2011 p.66), e ele conclui ainda dizendo que a dinâmica geral da cultura deve influenciar o ser humano, que está inserido, más é visto como uma célula menor e com alguns aspectos tais como o desenvolvimento humano, e que esse desenvolvimento tem ênfase na qualidade. Assim sendo, sobre este ponto, “o conceito de Desenvolvimento Humano (...) parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população, não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também, outras características sociais, culturais e politicas que influenciam a qualidade de vida humana” (BOMENY, 2010 p. 135). E sendo assim, “a cultura humana não é apenas resultado do ambiente sem resultado de ideias (...), o ambiente seria de fato determinante em alguns aspectos da formação cultural do indivíduo (...) a determinação do ambiente de fato é relevante e prioritária na formação direta do indivíduo em termos de identidade étnica e cultural.” (LIDÓRIO, 2011, p.63) O modo que vivem, os valores que acreditam são devidos á outras prioridades, surgindo indivíduos que surpreendentemente geram mudanças profundas em suas bases, afetando os conceitos de vida já existentes, e segundo o autor, “o homem é um agente transformador da cultura” (LIDÓRIO, 2011, p.66). E a respeito dessa interação existente, que o homem tem com o resto da criação, e organizando assim a cultura humana, onde “o homem está inserido na mecânica da natureza de forma igual, pois organicamente possui necessidades igualitárias que precisam ser satisfeitas, como: sono, alimentação, proteção, sexualidade, e assim por diante, contudo, a
  • 17. 17 forma de suprir essas necessidades difere de agrupamento para agrupamento, de seguimento para seguimento social – e essa seria a cultura” (LIDÓRIO, 2011, p. 66). Vimos, assim, que podemos conceitua-los também na visão antropológica, onde o homem é visto “como um ser em cultura que se define a partir de sua história, suas ideias e seu envolvimento social (...) a consciência, a moralidade e a racionalidade, assim como sua espiritualidade” , concluindo que o homem é visto assim “pode aventurar-se por um conhecer construtivo na própria essência humana por meio de sua vocação cultural”. (LIDÓRIO, 2011, p. 68). 1.3 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO ANTROPOLÓGICA A antropologia, segundo a etimologia é a ciência que busca conhecer o antropos, o humano, pois “se ocupa em estudar o homem buscando compreende-lo através de seus antepassados históricos, abordando civilizações, etnias, tradições culturais, religiões, rituais, símbolos, dentre outros.” (RODRIGUES, 2012, p.5). Na Antropologia Cristã pode-se observar que o ser humano é composto por dois gêneros distintos, o masculino e o feminino, segundo as suas claras diferenças anatômicas, e o interessante é que essas diferenças, devido às técnicas avançadas da medicina, são notadas já no ventre materno, por meio da ultrassografia morfológica, podendo, em poucas semanas constatar-se o sexo do bebê. Sendo, assim, uma das características mais importantes concedidas por Deus aos homens foi a sua identidade, como nos fala a passagem bíblica do livro Gêneses que o “Homem e mulher, Deus os criou”. A relação existente entre o homem e Deus, é feita através de uma elaboração de “interpretações bastante diversificadas (...) o pecado e a queda que deformam e macularam a imagem de Deus no homem, mas ainda assim, ele é a imagem de Deus.” (RODRIGUES, 2012, p.8). E conforme visto e complementado por outro autor “a ideologia antropológica, o decorrer do estudo, entretanto sofreu forte impacto acadêmico do evolucionismo de Darwin (denominado á época método comparativo) (...) esse método comparativo defendia que o homem é o resultado de seu ambiente.”, nos fala ainda que “Boas interfere e propõe que a
  • 18. 18 cultura humana não é apenas resultado do ambiente, e sim resultado de ideias (...) o ambiente seria de fato, determinante em alguns aspectos da formação cultural do indivíduo.” (LIDÓRIO, 2011, p.61-63). No âmbito da educação, “Jacques Turgot, Jean-Jaques Rousseau, nesta trilha, defenderam a transmissão do conhecimento como fator responsável pela cultura e desembocaram na ideia da educação como agente responsável pela formação do homem em sua totalidade (...) passou-se a perceber que o homem é um agente transformador da cultura.” e que “(...) julgamos pelo padrão próprio ético baseado nas nossas ideias” (LIDÓRIO, 2011, p. 64/66,). Assim sendo, podemos compreender, que “todos os agrupamentos e todas as sociedades humanas possuem valores e normas que, de maneira geral são associados a moral.” (LIDÓRIO, 2011, p. 80). 1.4 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO PSICOLÓGICA Samuel Costa nos relata que para “podemos entender o nosso comportamento e o de nossos semelhantes, precisamos conhecer pelo menos o básico dos processos mentais dos seres humanos” (COSTA, 2006 p. 6), e que segundo a teoria criacionista o ser humano é constituído por corpo, a parte animal, ou seja, a carne humana, o espírito, a parte imaterial e a alma, chamada pelo autor de mente. A personalidade é entendida como “os padrões característicos e distintos do pensamento, emoção e comportamento que definem o estilo pessoal de um indivíduo e influenciam suas interações com o ambiente” (COSTA, 2006, p. 18). A respeito da busca do ser humano, este estudioso nos fala que “Aristóteles considerava que o homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua existência”, reafirmando que “o padrão de ‘normalidade’ varia em relação aos grupos culturais e sociais (...) a conduta social de pessoa a diferencia das demais”. (COSTA, 2006 p. 24; 30). Podemos observar que “o indivíduo e seu comportamento, resultam de uma associação dinâmica de processos psicológicos, somáticos e sociais (...) esse senso de unidade e
  • 19. 19 continuidade é a base para o sentido de identidade, autoestima e aceitação própria” (KAPLAN; SADOCK, 1984 p. 131), e sobre os cristãos, os mesmos nos apresentam que “cristão não é simplesmente o homem que procura viver de maneira humana ou social ou mesmo religiosa. Cristão é antes, e tão só aquele que procura viver sua humanidade, sociabilidade e religiosidade a partir de Cristo” (SADOCK’s; RUIZ, 1984 p. 131). 1.5 HOMEM E MULHER: UMA VISÃO FISIOLÓGICA E BIOLÓGICA A biologia nos apresenta o ser homem e o ser mulher, nos colocando que todo o conhecimento tem uma resposta a dar, visto que “o conhecimento científico melhorou radicalmente a vida humana, mas o preço é o controle absoluto sobre as pessoas. O conhecimento da genética permite saber desde o nascimento, o que uma pessoa pode ou não fazer, determinando o seu perfil e suas possibilidades de vida” (GALLO, 2014, p. 240). Quando a mulher descobre que está grávida, começa os cuidados com a gestação da mãe e do bebê, chamado de pré-natal, e o acompanhamento do desenvolvimento do novo ser que irá nascer. Na hora do nascimento, os cuidados que a equipe de enfermagem, junto com os médicos, tem uma ênfase significativa sendo realizados cuidados com o RN (recém- nascido) logo após o parto, e quando a mãe da à luz ao seu filho, existe uma equipe que faz todos os cuidados necessários com o RN, onde este é avaliado em todos os sentidos pelo pediatra, em todo o ser físico e neurológico. Entre tantos exames realizados na hora do nascimento um dos que nos chama a atenção com relação ao nosso estudo ser homem e ser mulher, é o da genitália do recém- nascido, onde o caracterizam como sendo masculino ou feminino através de exames da equipe de enfermagem neonatal. Sobre a genitália masculina deve-se “observar o comprimento do pênis (normal maior que três cm), posição do orifício uretral centralizado na glande, fimose, posição dos testículos na bolsa escrotal” (SOUZA, 2011, p. 89). Sendo esses exames realizados para comprovar a saída do RN como sendo masculino, além do que se o mesmo é normal. No caso da feminina, é avaliada a genitália do recém-nascido – RN nos seguintes termos: “tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios, posicionamento do orifício da vagina e
  • 20. 20 da uretra, distância anovelar e fistulas. Praticamente todos recém-nascidos femininos apresentam excesso de tecido himeral ao nascimento que desaparece em semanas.” (SOUZA, 2011, p.88). Assim são vistos os recém-nascidos como masculino (homem) e feminino (mulher), todos os homens e mulheres, fisiologicamente, têm todos os sistemas iguais, os nervosos circulatórios, respiratórios, digestivo e tantos outros, sendo o único diferencial entre o quesito masculino (homem) e o feminino (mulher) é o sistema reprodutivo. Portanto, podemos observar que desde o nosso nascimento, somos classificados como masculino e feminino pelas genitálias. Lacerda (2009) relata que o sistema reprodutor masculino é composto por testículos, vias espermáticas, pênis, escroto, glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas alaondalos bulbaritais. Ele também nos explana sobre o sistema reprodutor feminino que é composto por: ovários, tubos uterinos, útero, vagina e vulva. E tanto a fisiologia, como a anatomia, apresentam o ser homem e o ser mulher, mas, não iremos nos aprofundar nesse assunto, por não termos a pretensão de um trabalho voltado para esta linha, só apresentamos, um resumo, de como a ciência descreve o nosso objeto de pesquisa, e nos mostra que a masculinidade e a feminilidade são apresentadas pela medicina desde o seu nascimento. Já que “o sexo é biológico, mas as maneiras de vivê-los são culturais e por isso se modificam de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, de uma época para outra” (GALLO, 2014, p. 101). Assim sendo, pode-se observar que a vivencia da sexualidade humana esta envolvida tanto nos fatores biológicos como nos culturais, e como são admitidos como homens e mulheres em nossa sociedade, buscando, então explicação nas questões de gênero, onde se percebe grande interesse no nosso século atual, um estudo que revendo o comportamento do homem e da mulher nessa nova sociedade busca a verdade: Uma coisa é o sexo de cada pessoa visto sob o ponto de vista biológico. Alguns indivíduos nascem com um corpo dotado de aparelho sexual masculino; outros com aparelho sexual feminino, mas será que isso é suficiente para afirmar que uns são homens e outros são mulheres? Os gêneros masculino e feminino são puramente biológicos, sabemos que não. A questão de gênero também esta profundamente ligada a vivencia das pessoas em determinada época e lugar. (GALLO, 2014, p. 102)
  • 21. 21 2 A TEOLOGIA DO CORPO E A IDEOLOGIA DO GÊNERO NO SÉCULO XXI “A individualidade de uma pessoa é a formadora de sua personalidade” (GALVÃO, 2012). O homem e a mulher ao nascer, passam a fazer parte e se relacionar com diferentes grupos institucionais e sociais, e visto por alguns sociólogos que a família são os que têm mais relevância em exprimirem valores e padrões de comportamentos, onde cada grupo busca sua identidade, e: Sob esse aspecto, conceitualmente falando, identidade é o conjunto de características próprias e exclusivas com os quais se podem diferenciar pessoas, animais plantas e objetos inanimados, uns dos outros, querem diante do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes ou conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa, ou uma coisa, e graças às quais é possível individualizá-la, sua conceituação interessa a vários ramos do conhecimento (filosofia, história, sociologia, antropologia, direito, etc.) e tem, portanto diversas definições, conforme o enfoque que só lhe dá, podendo ainda haver uma identidade individual, ou coletiva falsa ou verdadeira, presumida ou ideal, perdida ou resgatada. (GALVÃO, 2012, p. 12) Ele ainda nos coloca que “tanto o masculino, quanto o feminino, são limitados e imperfeitos” (GALVÃO, 2012, p. 36). Para os teólogos o ser encontra sua perfeição no outro ser, mas outros constituem suas experiências e estudos que o homem e a mulher são um ser em construção diária, que surge e cresce a partir do meio que esse individua faz parte. No conceito de ser homem e ser mulher, percebemos que ainda existem várias correntes que se sobressai cada uma com a sua verdade, e o objeto de estudo em todas as linhas de pensamento, quando se refere a conceituar o indivíduo em sua real identidade, percebemos que ainda existe um longo caminho para se chegar num consenso, á identidade do ser humano, “sempre pressupõe um objetivo, uma práxis definida” (GALVÃO, 2012, p. 37). E assim, como o autor Galvão (2012), nos relata que são muitas ideias e ideais, conceitos, regras, normas, doutrinas que levam a ser determinante para o grupo social, que o ser humano se identifica nele, e percebemos como o autor nos relata que o indivíduo se realiza a partir do momento que são dotados da cultura formando sua personalidade a partir de como ele frisa: identidade social, e que esta é vista pela filosofia, como um esquema das estruturas
  • 22. 22 sociais que são importantes e por muitas vezes não são hormônios e, outras vezes, é vista como disputa, nos relatando ainda, um pensamento de um grande especialista das ciências humanas, T. Bolttomore, se referindo á importância da família nessa construção, onde: A estrutura social é um dos conceitos centrais da sociologia, mas não é empregado com coerência ou se ambiguidades, a estrutura de uma sociedade começa – fato inegável sob os aspectos sociológicos, psicológicos e antropológicos – na família onde dois seres se unem para por curso, através do sentimento e do compromisso solidário a uma nova fase da história de suas vidas (...) existem igualdades entre homem e mulher, e igualmente clara que existem diferenças biológicas, físicas e psicológicas. (GALVAO, 2012, p. 42). 2.1 JOÃO PAULO II E A TEOLOGIA DO CORPO O papa6 João Paulo II, da Igreja Católica em seu período papal entre os anos de 1979 a 1984, em suas audiências feitas ás quartas-feiras, decide fazer uma reflexão semanal profunda baseada nas escrituras sobre a pessoa humana em sua integralidade e suas relações do corpo com esse plano de Deus. A Teologia do Corpo se constituiu num conjunto de 133 catequeses, sendo vista também como um assunto relacionando-se com a fé e a moral, sendo chamada de ‘antropologia adequada’, e essa visão do ser humano, que é considerada conforme o ensinamento da doutrina católica, explica ainda que somente compreendendo qual o plano de Deus para o ser humano, pode-se compreender quem é o ser humano. João Paulo II em seus relatos reafirma que o corpo em sua masculinidade ou feminilidade é sinal da presença de Deus no mundo onde “Deus revela seu segredo mais íntimo: Ele mesmo é eternamente intercâmbio de amor; Pai, Filho e Espírito Santo e destinou- nos a participar deste intercâmbio.” (Catecismo da Igreja Católica, 2000, p. 221), e onde o corpo expressa a pessoa, revelando quem é o homem e o que ele deve ser. 6 Papa (possivelmente provém do latim "Papa", do grego πάππας, Pappas uma palavra carinhosa para pai) é o Bispo de Roma, e como tal, é o líder mundial da Igreja Católica Romana. O atual sumo pontífice é o Papa Francisco, eleito no conclave que terminou em 13 de março de 2013.O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais e seu posto é vitalício. Seu cargo eclesiástico é chamado de Papado e sua sede de "Santa Sé". Também é o Chefe de Estado da Cidade do Vaticano. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa> acessado em 22 jul. 2016
  • 23. 23 E, ainda nos fala que devemos ser um ser de comunhão, pois “o Senhor disse: não é bom que o homem esteja só. Vou fazer-lhe uma auxiliar que lhe corresponda.” (Gêneses, 2,18). E podemos observar ainda que o ser humano é feito para ser um dom, um presente, uma entrega de amor, “o corpo, que exprime a feminilidade “para” a masculinidade e, vice- versa, a masculinidade “para” a feminilidade, manifesta a reciprocidade e a comunhão das pessoas. Este é o corpo: uma testemunha que a criação é fundamentalmente um dom, e, portanto, uma testemunha de que o amor é a fonte da qual brota esse mesmo “doar-se”. (TdC 147 , 2014). Entende-se assim, que, o ser humano não ‘possui’ um corpo, ele é um corpo, e foi criado, na explicação de João Paulo II, “para transferir para a realidade visível do mundo, o mistério oculto de Deus, e assim ser sinal d’Ele (...)”, e assim a missão do significado esponsal do corpo, a masculinidade e a feminilidade, é a de que “o mistério da feminilidade se manifesta e se revela em toda sua profundidade mediante a maternidade (...) assim se revela também em toda profundidade, o mistério da masculinidade do homem, isto é, o significado gerador e paterno do seu corpo”. (TdC 19 e 21, 2014). É visto que o plano original de Deus para o amor humano, contido no livro de gêneses, nos revela que “(...) criado imagem semelhança (...) cresceu e multiplicai (...) cuidar (...)” e todo o plano de Deus a partir da sua criação, “(...) ser imagem e semelhança de Deus (...) homem e mulher, Deus os criou (...)”, portanto ser visto como verdadeiramente seres felizes vivendo o amor, já que segundo a fala de João Paulo II, em sua encíclica Redemptor Hominis (1979) “o homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio, um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontrar com o amor, se não o experimentar, e se não o tornar algo seu próprio, se nele não participar vivamente”. Assim, João Paulo II nos fala que o ser humano deve conhecer-se e se amar como tal, ser homem e ser mulher na visão teológica, é vista como uma missão somos o que somos, onde o corpo, a alma e o espirito buscam viver nessa intensidade, onde o homem tem a sua redenção em Cristo, pois a pureza do coração do ser humano só tem sentido com a perspectiva da redenção do corpo. E refletindo na passagem dos escritos de Paulo sobre a oposição entre o
  • 24. 24 ‘Espírito e a carne’, relatando sobre a espiritualização do corpo do ser humano como homem e mulher assim como Deus os criaram. Pois, “falar ‘teologia do corpo’ é simplesmente outra forma de dizer ‘criado à imagem de Deus’. Isso significa que os nossos corpos não são somente biológicos. Eles são também, e até mais, teológicos. Nosso corpo nos oferece se tivermos os olhos para ver, um profundo ‘estudo de Deus’ (...)”, e sobre o corpo feminino ele também nos fala que “(...) revela profundas verdades sobre quem a mulher é como pessoa. Porque ela foi feita à imagem e semelhança de Deus, isso também significa que ela revela certas verdades sobre Deus.” (EVERT, 2015, p.5; 7). E na explanação de Gallo, o mesmo nos fala que “a construção da sexualidade é biológica, cultural e histórica, assim como a construção do que somos em outras esferas” (GALLO, 2014 p.103). Essa visão de pensamento esta de acordo com a filosofia de Simone de Beauvoir (1949) que “reflete sobre a produção da masculinidade e da feminilidade, e afirma que a ‘libertação da mulher’ requer que ela se assuma como ser sexuado”, esta autora declara em seus escritos ‘O Segundo Sexo’ nos apresentando que: Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. (...) O homem é um ser humano sexuado: a mulher só é um individuo completo e igual ao homem se for também um ser sexuado. Renunciar a sua feminilidade é renunciar a uma parte de sua sexualidade. (BEAUVOIR, 1967, p. 9) 2.2 A IDEOLOGIA DE GÊNERO: SEU PROCESSO HISTÓRICO E CONSEQUÊNCIAS No início do século XVII, a filosofia francesa teve forte influência para com os estudiosos e adeptos desta ideologia, onde se teve a presença de Destutt de Tracy, Pierre Carbonus, Jean-Paul Sattre, Simone de Beauvoir e outros admiradores e seguidores apareceram até o século XX, e podemos verificamos que a sua entrada na América Latina se 7 TdC – Teologia do Corpo são catequeses pronunciadas João Paulo II, todas as quartas-feiras de 1979 a 1984, num total de
  • 25. 25 deu logo após a II Guerra Mundial, sendo este o primeiro passo para se fazer presente nos planos educativos e organizativos da sociedade. E a partir de muitas investidas, nos chama a atenção que até os nossos tempos atuais, essa ideologia “quer equiparar, ou melhor, escandalizar o conceito de pessoa, afirmando que homem e mulher são casualidades e não realidades.” (FURLANN, 2002, apud MEYER & SOARES, 2008 p.41). E assim, portanto, a ideologia do termo ‘ideologia de gênero’, surge como “movimento que pretende desconstruir a família e os vinculos existentes dentro dela.” (SOLANO, 2015, p.12). O conceito de gênero procura se contrapôs a ideia de uma essência, (masculina ou feminina) natural, universal e imutável, enfatizando os processos de construção ou formação histórica, linguística, e socialmente determinada, a constituição de cada pessoa deve ser pensada como um processo que se desenvolve ao longo de toda a vida em diferentes espaços, tempos. (FURLAN, 2002 apud MEYER & SOARES, 2008, p. 33). E os anunciados de Morgan se expandiram no meio dos universitários, e essas explanações ideológicas eram repassadas por Marx e Engels, que se fundiu entre o século XIX e XX. No ano de 1968, surgiu o simpatizante com a causa, Robert Stoller, que buscou fortalecer esse conceito e definiu, a partir da sua ideologia, o termo gênero, onde o mesmo se refere ao sexo masculino e feminino como sendo um problema, por interferir na identidade sexual da pessoa. A partir de então, surgem vários simpatizantes que buscam firmar essa ideologia, e vários nomes foram surgindo, em especial duas senhoras tem destaque nos anos de 1975, a Simone de Beauvoir e Clarice, além de outros nomes, alguns movimentos feministas surgem com a luta para o reconhecimento da mulher no meio social, politico e até o religioso. Os seus ideológicos e participantes desses movimentos feministas, tendo as suas raízes na formação ideológica de gênero, buscam, em nossos tempos atuais, “(...) criar um sistema educativo e pedagógico dentro do qual, um dos passos seja permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza. Sob esta perspectiva ela mesma, com o passar do tempo, poderia descobrir qual o seu estado natural e assim ‘decidir’ se é homem ou mulher”. (SOLANO, 2016, p. 13). 133 catequeses.
  • 26. 26 Observa-se, em alguns estudos, portanto, que esse movimento, busca aniquilar a pessoa, ensinando que a mesma não tem identidade, e assim sendo, nos levando a compreender que a pessoa ficaria por certo tempo um ‘alguém sem identidade’, causando um aniquilamento dessa pessoa. E essa identidade somente será buscada, ou criada, a partir do seu desenvolvimento social, pois o que vai dizer a sua masculinidade ou feminilidade é o meio em que ele ou ela vive, é visto por querer negar a real lei natural, onde o ‘ser humano nasce homem e nasce mulher’. E assim sendo: A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade, quer dizer, que o sujeito quando nasce não é homem, nem mulher, não possui um sexo masculino ou um sexo feminino definido, pois segundo a ideologia do gênero isso é uma construção social. (...) Não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. (SOLANO, 2016, p. 15) Esse pensamento, conforme nos apresenta Solano (2016), não condiz com o que é visto quando estudamos a fisiologia, já que a própria biologia, desde sempre, nos mostra o ser humano, distinguindo-os, através da sua sexualidade, como pode ser visto na explanação feita no capítulo anterior do nosso trabalho. Sendo, sim, um constrangimento que essa ideologia quer trazer, tentando mudar todas as leis físicas, psicológicas, biociência, onde o livro de Gêneses, DNA, e que tantos anos de estudos, pesquisas, hoje devam ser descartados para poder fomentar uma ideologia. Sendo assim, a lei natural não pode ser mudada devendo ser restaurada, fomentada, cuidada, pois Deus lhe concede a liberdade de viver a sua liberdade lhe dando o direito de conduzir o seu viver como lhe convém, mas isso não lhe dá o direito de destruir o que já existe e já foi criado, pois “somos chamados a cuidar” (Gên., 2). Deve-se ter em mente que não somo criadores e sim colaboradores, e a ideologia de gênero, busca o drama, colocar o incentivo a incerteza e confusão na vida do ser humano, e que “um homem não pode ser homem ou pretender não ser aquilo que ele mesmo é. (...) além de ser insustentável do ponto de vista cientifico, essa ideóloga é profundamente imoral.” (SOLANO, 2016 p.21). E para reforçar este pensamento, Bento XVI, no seu discurso como papa, à cúria romana na apresentação de votos natalícios, nos fala aos que renegam a sua essência de se criatura e não criador, e assim, “de acordo com a narração bíblica da criação, pertence à essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher (...)
  • 27. 27 buscou de ser valido naquilo que se lê na narração da criação: ‘ele os criou homem e mulher’” (BENTO XVI, 2012 p.21) 8 . Podemos, portanto, ver que a ideologia nos diz que é a cultura que identifica o ser humano, e sabemos, e estudiosos respondem, que a ideologia não é só seu lado cultural, pois não se pode esconder, nem querer negar que a cultura não tenha influência na vida das pessoas, porém, é claro que estudos antropológicos, sociológicos nos respondem que a formação cultural existe, mas “as respostas culturais podem até mudar, num certo sentido, sem agredir a essência da pessoa” (SOLANO, 2016 p.24). Assim sendo, a ideologia de gênero pretende, portanto, afirmar que a nossa expressão é fato cultural, e como vimos anteriormente, a nossa sexualidade é vista através de suas escolhas, suas adaptações pessoais, sendo estes um fato, mas, a partir do que essencialmente eu sou homem ou mulher, sendo a liberdade dada por Deus, e com relação a este ponto, isso é outra história, e então, “essa ideologia é motivo de libertação ou de alienação? (...) se o ser livre vem definido como a supressão de algo que pertence a mim – como é o caso da minha identidade – então que dizer que perdemos a noção de liberdade” (SOLANO, 2016 p. 31). Nos escritos do Apóstolo Paulo, nas escrituras bíblicas, o mesmo nos relata que “tudo posso, naquele que me fortalece” sendo visto que quem nos fortalece será o Cristo, no entanto temos que observar que devemos está de acordo com Esse Cristo, e com Seus ensinamentos, pois Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” e por isso, em outro escrito de Paulo, ele nos exorta, dizendo que “tudo posso, mas nem tudo nos convém”. E assim sendo, “somos pessoas em construção, em constante desenvolvimento, está é uma das maiores maravilhas da nossa vida” (SOLANO, 2016 p.37), sendo independente de nossa situação social, politica e religiosa. Ambos são influenciadores ao nosso modo de viver, já que “ser livre, não é acabar com os princípios que norteiam a vida humana e afirmar posteriormente “fiz o que queria”.” (SOLANO, 2016 p.40), e nos mostrando que o ser humano como um ser construído de corpo e alma, sendo essas características o fazendo cientificamente, o que ele realmente é, e que ninguém pode transformar sua ideologia baseada numa cultura ou nos ideais de um estado, e como é proposto pela ideologia de gênero, e por essa razão, o autor relata que esse movimento 8 Discurso do Papa Bento XVI à Cúria Romana na apresentação de votos natalícios em 21 de dezembro de 2012.
  • 28. 28 “trata de um assunto que não se esgota” (SOLANO, 2016 p.52), sendo facilmente um tema complexo e ainda com muitas outras discussões. Observamos, assim, que a filosofia Beauvoiriana apresenta uma problemática em relação ao ser mulher, que segundo ela, o pensamento e cultura eram dominados pelo ser homem, e em seu diálogo feminista, a mulher era considerada em segundo plano. Percebemos que existe muito mais que se mostra, sendo muito delicado de se falar quando o assunto é ideologia de gênero principalmente quando se refere à biologia e os estudos da vida humana, referente ao homem e a mulher. 2.3 A QUESTÃO DA IDENTIDADE O homem e a mulher ao nascer passam a fazer parte e se relacionar com diferentes grupos institucionais e sociais, visto por alguns sociológicos, que a família é a que mais tem relevância em exprimir valores e padrões de comportamento, e que cada grupo busca sua identidade, onde esse conceito de identidade é vista por Galvão, como, (...) o conjunto de caracteres próprios com os quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes, ou conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa, e graças às quais é possível individualizá-la. Sua conceituação interessa a vários ramos do conhecimento (filosofia, sociologia, antropologia, direito, etc.) e tem, portanto diversas definições, conforme o enfoque que se lhe dê, podendo ainda haver uma identidade individual ou coletiva falsa ou verdadeira, presumida ou ideal, perdida ou resgatada. Identidade ainda pode ser uma construção legal, e, portanto traduzida em sinais, papéis e documentos formais, que acompanham o indivíduo. É nesse campo que ela se torna o diferencial da personalidade de cada um. (GALVÃO, 2012, p. 12) E como ainda nos fala que “tanto o masculino, quanto o feminino, são limitados e imperfeitos” (GALVÃO, 2012, p.38). E para os teólogos o ser encontra sua posição no outro ser, os outros constituem em suas experiências e estudos, que o homem e a mulher, são um ser em construção diária, que surgem e crescem a partir do meio que esses indivíduos fazem parte.
  • 29. 29 No conceito de ser homem e ser mulher, pode-se perceber que ainda existe várias correntes que se sobressaem, cada uma com a sua verdade, e o objeto de estudo em todas as linhas de pensamento, quando se refere a conceituar o indivíduo em sua real identidade, percebemos que ainda existe um longo caminho para se chegar a um consenso, a identidade do ser humano “sempre pressupõe um objetivo, uma práxis definida” e por ser muitas ideias e ideais, conceitos, regras, normas, doutrinas que levam a ser determinante para o grupo social que o ser humano se se identifica, percebe-se que o indivíduo se realiza a partir do momento que são dotados de cultura, formando sua personalidade a partir, como frisa Galvão (2012), da identidade social, e essa identidade é vista pela filosofia como um esquema das estruturas sociais que são importantes e por muitas vezes não são humanos e é por muitas vezes vista como disputa. Esse mesmo autor relata o pensamento de um grande especialista das ciências humanas, T. Bottomore, se referindo, então, á importância da família na nossa construção, e assim sendo, “a estrutura social é um dos conceitos centrais da sociologia, mas não é empregado com coerência ou sem ambiguidade. A estrutura de uma sociedade começa – fato inegável sob os aspectos sociológicos, psicológicos e antropológicos – na família, onde dois seres se unem para dar curso, através do sentimento e do compromisso solidário, a uma nova fase da historia de suas vidas” (GALVÃO, 2012, p. 42). Portanto, no tocante a diferença entre os homens e mulheres, podemos entender que “existem igualdades entre homem e mulher, e igualmente claro que também existem diferenças biológicas, físicas e psicológicas”. E sobre este assunto, os escritores Meyer e Soares nos dizem que “as identidades devem ser compreendidas como plurais, múltiplas: identidades que se transformam que não são fixas ou permanentes”. (MEYER & SOARES, 2008, p. 35)
  • 30. 30 3 A IDEOLOGIA DE GÊNERO NA ÓTICA CRISTÃ A religião oferece respeito ás questões de origem e finalidade do ser humano e do meio que ele vive (ROCHA, 2015, p.23) Veremos neste capítulo o pronunciamento do Papa Francisco (2015) sobre o nosso objeto de estudo, a ideologia de gênero, durante a sua fala habitual na chamada catequese semanal que ocorre todas as quartas-feiras. Neste seu discurso9 , o Papa Francisco10 faz uma denúncia e apresenta a sua preocupação com essa teoria de gênero, ressaltando que: “a diferença sexual está presente em tantas formas de vida, na longa escada da vida. (...) Isto nos diz que não somente o homem tomado a si é imagem de Deus, e a mulher tomando a si é imagem de Deus, mas também o homem e a mulher, casal, são imagem e semelhança de Deus” (FRANCISCO, 2015, n.p.). Relatando-nos, ainda que “somos feitos para nos escutarmos e nos ajudarmos. Podemos dizer que sem o enriquecimento recíproco nesta relação – no pensamento e na ação, nos afetos e no trabalho, também na fé – os dois não podem nem ao menos entender profundamente o que significa ser homem e mulher”. (FRANCISCO, 2015, n.p.). E essa nova cultura atual, abre novos espaços, novas compreensões de esse ser humano, e que a partir destes avanços deve-se ter atenção, pois através destas evoluções, ideias, acontecem também o surgimento de muitas dúvidas e ceticismo, e nos fazendo um chamando para a reflexão sobre a ideologia de gênero, "por exemplo, pergunto-me se a chamada teoria do gênero não seja expressão de uma frustração e de uma resignação, que visa a cancelar a diferença sexual porque não sabe mais como lidar com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. A remoção da diferença, na verdade, é o problema, não a solução”. (FRANCISCO, 2015, n.p.). E que é preciso pensar na reconstrução de uma teologia interdisciplinar e contextual, e na atualidade, todo estudo no campo social deve ser visto de forma interdisciplinar. Pois “a 9 Discurso do Papa Francisco realizado em 15/04/2015. Disponível em http://papa.cancaonova.com/catequese-do-papa- francisco-150414/> Acessado em 23 de julho de 2016.
  • 31. 31 religião oferece resposta às questões de origem e finalidade do ser humano e do meio que ele vive” (ROCHA, 2015 p. 23). E sendo assim, Francisco denuncia a ideologia de gênero ou teoria de gênero, como alguns querem chamá-la, nos mostrando uma série de preocupações que deveríamos levantar sobre este tema pois, a diferença social está presente e muitas formas de vida (...) ambas como casal, são imagem de Deus criador (....) a cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão destas diferenças, (...) introduziu muitas dúvidas e muito ceticismo. (...) a perda da confiança no Pai Celeste gera divisão e conflito entre o homem e a mulher. (...) a terra enche-se de harmonia e confiança quando a aliança entre o homem e a mulher é vivido no bem. (FRANCISCO, 2015, n.p.) E sobre o amor na família o papa Francisco, em sua encíclica Amoris Laetitia11 , nos fala que: “o amor conjugal entre um homem e uma mulher é a transmissão da vida e estão ordenados um para o outro. Desse modo, o criador tornou o homem e a mulher partícipe da obra de sua criação e transformou-os, ao mesmo tempo em instrumentos do seu amor confiando a sua responsabilidade o futuro da humanidade, através da transmissão da vida humana.” (FRANCISCO, 2016 p. 55) Segundo o medico chileno Cristian Sehnake, um especialista em bioética, nos coloca que a ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem e nem é mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois segundo os ideólogos de gênero, isto é uma construção social. (SEHNAKE, apud VELOSO, 201512 ) Na conferência episcopal do Peru, foi chamada a atenção sobre o pensamento da escritora Alison Jaggar13 , autora de livros sobre gênero que fala que “a destruição da família biológica que Freud jamais vislumbrou, permitirá a emergência de mulheres e homens novos 11 “Amoris laetitia (a "Alegria do Amor") é uma exortação apostólica do Papa Francisco, publicada em 08 de abril de 2016. Possui nove capítulos e tem como base os resultados de dois Sínodos dos Bispos sobre a Família ocorridos em 2014 e 2015. A exortação merece destaque devido à possibilidade concedida a divorciados que estão em segunda união de receber a comunhão, serem padrinhos e ensinarem a catequese da Igreja Católica. Não se trata de uma regra geral, mas da possibilidade da permissão a critério dos respectivos confessores” Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Amoris_Laetitia> Acessado em 23 de maio de 2016. 12 Disponível em: <http://www.pechrystianshankar.com.br/nao-deixe-de-ler-e-ver/> Acessado em 23 de junho de 2016. 13 Alison Mary Jaggar (nascido em 23 de setembro de 1942) (...) foi uma das primeiras pessoas a incluir as questões feministas para a filosofia. Um membro fundador da Sociedade para Mulheres em filosofia, ela foi fundamental para a criação do campo de estudos feministas, e ensinou o que ela acredita ter sido o primeiro curso de filosofia feminista já
  • 32. 32 (...) a própria ‘instituição das relações sexuais em que o homem e a mulher desempenham um papel definido desaparecerá” (JAGGAR, 1997 apud Conferência Episcopal Peruana, 2008). E com isso, já se pode ver os resultados desta ideia de desconstrução da família, pois este especialista nos coloca ainda que “nós vemos, hoje, os jovens confusos no que se refere à sua identidade sexual, ou seja, usando a sexualidade de qualquer maneira, de forma utilitarista, sem contar o próprio conceito de ‘pai e de mãe’ que fica cada vez mais distante de ser um referencial para esta juventude”. (SEHNAKE, apud Canção Nova, 201514 ) Segundo o documento da Conferência Episcopal Peruana do ano de 2008, com base na ideologia de gênero em Pequim, no ano de 1995, foram distribuídas cartilhas e panfletos ‘educativos’ e um dos enunciados era o de que “os homens e as mulheres não sentem atração por pessoas do sexo oposto por natureza, mas sim por um condicionamento da sociedade”, e “existem diversas formas de sexualidade – inclusive homossexuais, lesbianas, bissexuais, transexuais e travestis – que são equivalentes à heterossexualidade”. Esse novo modo de ver o ser humano, está no Senado Federal para ser votado pelo Projeto de Lei (PL 103/2012), do Plano Nacional de Educação – PNE, que será o parâmetro educacional para todas as escolas em nosso país. No artigo 22, parte II deste PL do PNE, o mesmo delimita como diretriz a superação das desigualdades educacionais com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual. E assim sendo: isto significa que todas as escolas, inclusive as confessionais, serão obrigadas a ensinar seus alunos que o sexo masculino e feminino são imposições culturais e que, na verdade, se pode escolher entre ser homem, mulher, bissexual ou homossexual, sendo a identidade biofísico-sexual algo ultrapassado. A instituição que ensine a crença ao jovem que existem apenas dois sexos (masculino e feminino – macho ou fêmea) pode incorrer em crime de descriminação e preconceito. (Conferência Episcopal Peruana, 2008). E sobre esse assunto Meyer & Soares nos relatam que os PCNs15 argumentam ainda que falar em sexualidade não se restringe ás questões biológicas, senão também psicológicas e oferecido. Disponível em <https://translate.google.com.br/translate?hl=pt- BR&sl=en&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Alison_Jaggar&prev=search> Acessado em 20 de julho de 2016. 14 Disponível em: <http://destrave.cancaonova.com/ideologia-de-genero-seus-perigos-e-alcances/> Acessado em 23 de setembro de 2016. 15 PCNs: Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio foram instituídos como Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio por meio da Resolução CEB nº 3, de 26 de junho de 1998, que foi precedida por debates com setores organizados da sociedade civil e por formulações de consultores e especialistas na área educacional. Disponível em < https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A2metros_curriculares_nacionais> Acessado em 20 de setembro de 2016.
  • 33. 33 sociais, assim propõem um trabalho que aborde o corpo na sua relação com o meio. (MEYER & SOARES, 2008, p.64). Além do que devemos entender que “mídia e educação fazem parte do universo da cultura, produzido modelos de viver, de ver o mundo, produzido, reforçando e vinculando uma gama de ensinamentos as pessoas” (MEYER & SOARES, 2008, p. 109) Temos, portanto que entender que “não é a escola quem determina quem eu sou, não é nem mesmo a família: eu sou homem ou sou mulher pela experiência maravilhosa da criação de Deus me fez, Deus me criou. E ao me criar, Ele mesmo me proporciona uma identidade que indutivamente me faz ser o que sou (...) um homem não pode ser homem ou pretender não ser aquilo que ele mesmo é.” (SOLANO,2016, p.19) E nos pede para termos consciência e atenção, “a sexualidade nos faz expressar quem somos, não é um mero fato cultural, como alguns pretendem afirmar (...) mas tenhamos em mente que para nós cristãos, a sexualidade é uma força transcendental que tem tudo a ver com a nossa identidade” (SOLANO,2016, p. 24-25). Quando se fala do magistério da Igreja, a mesma “se posiciona em favor da vida humana, entendida como um dom sagrado sobre o qual só Deus tem direito de decidir” (SOLANO, 2016, p. 28) Assim, sendo, o posicionamento da Igreja em frente de qualquer manifestação contrária a tudo que contradiz o pensamento religioso é a de que: “quando qualquer iniciativa pretender suspender, distorcer, ou negar essa vida humana, a igreja sempre se posiciona contra ás respectivas tendências, manipulações ou atos.” (SOLANO, 2016 p. 29). 3.1 O MAGISTÉRIO DA IGREJA: OS DESAFIOS E AS CONSEQUÊNCIAS ATUAIS A criação do homem e da mulher com o sacramento do matrimônio, são um maravilhoso dom que Deus institui a humanidade. (Papa Francisco, 2015, n.p)
  • 34. 34 No tocante aos desafios culturais, o documento da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium16 , escrita por Papa Francisco, nos coloca que “vivemos numa sociedade da informação que nos satura indiscriminadamente de dados, todos os postos ao mesmo nível, e acaba por nos conduzir a uma tremenda superficialidade no momento de enquadrar as questões morais” (PAPA FRANCISCO, 2013, p. 38-39). E que, por conseguinte, torna-se necessária uma educação que ensine a pensar criticamente e, além disso nos faça caminhar por um caminho onde os nossos valores possam ser amadurecidos. Temos que entender que, enquanto o homem moderno persistir em manter- se alheio as coisas de Deus, cada vez mais, o mesmo se distanciará de sua essência pura e do seu chamado, que é o de construir uma relação plena com Deus-Criador. Isso contradiz um pouco a ideia que os idealizadores da ideologia de gênero, querem repassar, onde quem deve escolher ser homem masculino, ou mulher feminino, entendemos que a partir dos estudos da medicina, da fisiologia, da anatomia, todos esses já nos caracterizam como tal. Podemos observar que a preocupação com esta ideologia já vem desde muito tempo, como se pode ver na fala do Papa João Paulo II nos coloca que “muitos já conscientes desse perigo em que se encontra a pessoa humana, comprometem-se com a verdade. A igreja com seu discernimento evangélico une-se a tais pessoas, oferecendo-lhes o seu serviço em favor da verdade, da liberdade e da dignidade de cada homem e de cada mulher” (JOÃO PAULO II, 1080, p. 8) E sendo este pensamento, esta ideologia, tendo como essência o intuito de mudar o que é coerentemente já organizado, se torna, portanto um retrocesso, pois Deus criou homem e mulher com todas as diferenças em suas genitálias, e cada um com suas funções já definidas, e visto ainda pela sociologia, a psicologia, filosofia e outros saberes. Revendo também ainda a ciência, observamos que os homens e mulheres, são biologicamente diferentes e com padrões diferenciados. Podemos então perceber três consequências, no sentido da aceitação, como verdade absoluta, do conceito de ideologia de gênero, no nosso país, em especial, a questão da negação do sentido de família exposto desde os primórdios, a eliminação da pessoa comum e 16 Evangelii Gaudium ou Alegria do Evangelho, é a primeira Exortação Apostólica pós-Sinodal escrita pelo Papa Francisco. Foi publicada no encerramento do Ano da Fé, no dia 24 de novembro do ano de 2013. Disponível em:
  • 35. 35 única, além do que o relativismo, fortalecendo assim a ideologia de gênero e seus fundamentos e ideologias, mas devemos nos atentar para tais colocações e nos rebelar contra estes pensamentos, para que assim possamos encontrar a grandeza incalculável de ser homem e ser mulher como nos é colocado desde os primórdios e como deve ser, baseando na filosofia, na biologia, além da visão religiosa. E que cada ser humano tem a sua liberdade, que também é dada pelo Criador, chamado de livre arbítrio, ou seja, como posso assumir a minha masculinidade, ou mesmo a minha feminilidade, sendo isto um direito meu, já que somos responsáveis por todas as nossas escolhas. E revendo ainda o que a ciência nos apresenta, observamos que os graus laboratoriais são diferentes, pois homens e mulheres, jovens e crianças, biologicamente são diferentes, tendo padrões, escalas, enfim, diferenciados um dos outros. Temos assim que compreender que “sejam reconhecidos os verdadeiros valores, sejam defendidos os direitos do homem e da mulher, e seja promovida a justiça também nas estruturas da sociedade, de tal modo o ‘novo humanismo’ não afastará os homens da sua relação com Deus, mas os conduzirá para ele mais plenamente” (João Paulo II, 1980 p.13). Portanto, a Igreja clama pela atuação de seus fiéis contra a aplicação desta ideologia de gênero, que nada mais é do que uma necessidade de alguns pensadores em colocar em prática as suas ideologias. E assim sendo o Papa Francisco, nos chama para ficarmos atentos e não aceitarmos a aplicação de tal ideologia, que tem como pano e fundo a luta pela igualdade de gênero, e assim impor tal ideologia. O papa Francisco, é visto por muitos como um papa progressista, mas, o mesmo, não aceita a aplicação desta ideologia e critica veementemente a sua prática, por ser a mesma totalmente contraria ao plano de Deus, que foi a criação do ser homem e do ser mulher que foi confirmado até mesmo pela ciência biológica, e que portanto “a criação do homem e da mulher, com o sacramento do matrimônio, são um maravilhoso dom que Deus instituiu à humanidade”. (FRANCISCO, 2015, n.p.) E em seu discurso, na Praça de São Pedro, em quinze de abril de 2015, o Papa Francisco nos alerta e chama a confrontar esta ideologia, nos dando assim embasamentos para que a mesma não seja colocada em prática. Ele nos coloca que “a diferença sexual está <https://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelii_Gaudium> acessado em 22 jul. 2016
  • 36. 36 presente em muitas formas de vida. Não só o homem e nem só a mulher são imagem de Deus, mas ambos, como casal, são imagem de Deus Criador.” (FRANCISCO, 2015, n.p.) E com estas palavras eles nos leva a compreender que não é um único só ser que tem a imagem de Deus, mas que ambos, em comunhão, como um casal, são a imagem de Deus. E assim ele nos fala que somos feitos para ouvir-nos e ajudar-nos reciprocamente. Sem esse enriquecimento recíproco, não se pode entender profundamente o que significa ser homem e mulher (...) a cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão destas diferenças (...) introduziu também muitas dúvidas e muito ceticismo. (FRANCISCO, 2015, n.p.) E tudo isto colocado até agora, neste nosso trabalho, esta visivelmente exposto na exortação apostólica Amoris Laetitia, onde o Papa Francisco nos fala claramente sobre este assunto nos chamando, mais uma vez para lutarmos contra a implantação desta ideologia, nos colocando claramente o seu posicionamento em conformidade com o da igreja, e em perfeita harmonia com os ensinamentos do Catecismo da igreja e com a tradição da Igreja. Outro desafio surge de várias formas duma ideologia genericamente chamada gender, que «nega a diferença e a reciprocidade natural de homem e mulher. Prevê uma sociedade sem diferenças de sexo, e esvazia a base antropológica da família. Esta ideologia leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher. A identidade humana é determinada por uma opção individualista, que também muda com o tempo».” Preocupa o fato de algumas ideologias deste tipo, que pretendem dar resposta a certas aspirações por vezes compreensíveis, procurarem impor-se como pensamento único que determina até mesmo a educação das crianças. É preciso não esquecer que «sexo biológico (sex) e função sociocultural do sexo (gender) podem-se distinguir, mas não separar». A revolução biotecnológica no campo da procriação humana introduziu a possibilidade de manipular o acto generativo, tornando-o independente da relação sexual entre homem e mulher. “Assim, a vida humana bem como a paternidade e a maternidade tornaram-se realidades componíveis e decomponíveis, sujeitas de modo prevalecente aos desejos dos indivíduos ou dos casais» Uma coisa é compreender a fragilidade humana ou a complexidade da vida, e outra é aceitar ideologias que pretendem dividir em dois os aspectos inseparáveis da realidade. Não caiamos no pecado de pretender substituir-nos ao Criador. Somos criaturas, não somos omnipotentes. A criação precede-nos e deve ser recebida como um dom. Ao mesmo tempo somos chamados a guardar a nossa humanidade, e isto significa, antes de tudo, aceitá-la e respeitá-la como ela foi criada. (FRANCISCO, 2016, p. 48-49)
  • 37. 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nosso trabalho foi norteado por alguns fatores, ‘o que somos? Ou ‘quem somos’?, estes pontos foram relatados em nossa pesquisa com grande desenvolvimento nas colocações dos vários estudiosos, e assim, pudemos observar os aspectos gerais do homem e da mulher a partir do ser criador, a imagem de Deus, e portanto, podemos ter uma conclusão com análise crítica e ressaltando questões relevantes a partir de uma visão especifica de cada área do conhecimento. Relatamos, assim, questões ligadas à imagem do homem e da mulher, os quais foram vistos, e percebe-se que tem dividido os estudiosos, filósofos, teólogos, dentre outros ao longo de toda a caminhada da nossa historia humana. Nossa abordagem em relação á ideologia de gênero foi trabalhada a partir do ponto de vista da teologia, e nos fundamentamos conscientemente nas exposições dos escritos cristãs. E tratamos o assunto, mesmo que limitadamente pelo tempo e pelo desafio que o objeto nos releva, e assim percebeu-se que este tema nos ofereceu uma grande reflexão social, teológica e humanamente falando, fortalecendo ainda mais o conceito de ser homem e de ser mulher. Nessa ‘nova’ ideologia, que busca descaracterizar a criação, a partir da visão cristã, acreditamos que esse trabalho será de grande ajuda para os novos pesquisadores, a nossa produção dessa pesquisa, apesar de ter sido norteada por fatores delimitativos, com o intuito de podermos compor dentro dos parâmetros que propomos para idealização do nosso objetivo que nos destinávamos, vimos que as fontes pesquisadas, que tratavam do nosso tema, são de grande abrangência, podendo assim, direcionarmo-nos á vários outros caminhos de estudo, por ser também um tema de profunda relevância e atual. Compreendemos, portanto, que somos diferentes fisicamente e psicologicamente, porém iguais em dignidade, e que Deus nos deu uma identidade sexual, feminino e masculino, desde a nossa criação, já que “Deus criou homem e mulher, assim os criou”, visto que ao nos criar possamos, com a totalidade do nosso ser, vivermos no mundo, não como escravos do nosso gênero, mas caminharmos em busca da verdadeira felicidade, assumindo realmente o que somos imagem e semelhança de Deus, homem e mulher, vivendo o amor e para o amor. O mundo das evoluções, das pesquisas, tecnologias, avanços ideológicos buscam nos impor muitas opções de modo de viver, querendo nos orientar a escolher inúmeras
  • 38. 38 alternativas, e dentre elas até a de decidirmos ser homem, ser mulher, ser um pouco dos dois, e até mais ideias, tudo independentemente do que se tenha aprendido, comprovado pelas diversas ciências. E essas novas ‘ideologias’ a partir da inclusão na educação, é como entendermos que assim tornando um sistema dissolvente da identidade sexual já existente, e acreditamos que esses novos conceitos, caso sejam inseridos na nossa legislação brasileira, será com certeza, um grave comprometimento a construção legal e social que sustenta desde sempre a instituição familiar. Através do nosso estudo, entendemos que a partir do pensamento cristão em Cristo encontramos nossa verdadeira identidade de homens e mulheres, e que se você é homem, Deus o criou para ser um homem e se és uma mulher, Deus o criou para assim ser, e compreendemos que este é o único sentido inerente do sexo, o caminho para encontramos a verdadeira felicidade que o ser humano tanto procura, e que só encontrará quem se tornar o que realmente somos, e que não duvidemos pois, de que Deus não poderia ter errado na escolha de nossa sexualidade. Concluímos, assim que nossos estudos, a partir dos pareceres e as teorias teológicas, filosóficas, antropológicas, entre outras revisões realizadas com base bíblica ou não, sobre o nosso tema, porque Deus nos criou homem e mulher, e contribuíram com bastante ênfase para a nossa maior compreensão das complexidades que ainda existem em relação ao nosso objeto, pois, durante muito tempo nos enxergamos como feitos a imagem e semelhança de Deus, novas ideologias contrarias, explicitamente, aos ensinamentos da palavra e da teologia do corpo, que são claras e definidas. Pois o que Deus criou, o homem não pode destruir, e assim podemos perceber que a Igreja não abre mão dessa verdade dita. Assim sendo, concluído este trabalho, oramos a Deus para que ele nos conceda o dom do discernimento para que como fieis possamos reagir ao meio de uma geração muitas vezes desprovida de valores éticos e princípios cristãos verdadeiros, acreditando também que nosso trabalho ajudará aos leitores, para que não sejam omissos, irrelevantes, alienados com o curso dessa nova história da vida humana, pois “o homem que não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério e um enigma insondável” (JOAO PAULO II, 1979).
  • 39. 39 REFERÊNCIAS AGUR, Anne M. R; DALLEY, Arthur F. Grant: Atlas da Anatomia. 11 ed. Ed. Guanabara, 2006. ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1994. AQUINO, Tomás. Suma Teológica: Justiça, religião e virtudes sociais. São Paulo: Ed Loyola, 1989. BARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. de S. Fundamentos da metodologia: um guia para iniciação científica. São Paulo: Makron, 1986. BECKER, L. da S.; KESTRING, S.; SILVA, M. D. da. Elaboração e apresentação de trabalhos de pesquisa. Blumenau: Acadêmica, 1999. Bíblia Sagrada. Ed. Pastoral. Editora Paulus, 1990. BONEMY, Helena; FREIRE, Bianca; BALMONT, Raquel; O´DONNELL, Julia. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. CANÇÃO NOVA. Ideologia de Gênero, conheça seus perigos e alcances. Disponível em: <http://destrave.cancaonova.com/ideologia-de-genero-seus-perigos-e-alcances> Acessado em 23 de setembro de 2016. ______________. Homem e Mulher os criou. Disponível em: <http://destrave.cancaonova.com/homem-e-mulher-os-criou> Acessado em 23 de setembro de 2016 ______________. Assuma sua própria identidade. Disponível em: <http://destrave.cancaonova.com/assuma-sua-propria-identidade> Acessado em 23 de setembro de 2016 CARTA PASTORAL DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA. Agência Ecclesia: A Propósito da Ideologia de Gênero. Conferência Episcopal Portuguesa, 2008. Disponível em: <http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/a-proposito-da-ideologia-de-gênero> Acesso em 20 de agosto de 2016. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, São Paulo: Editora Vozes, Edições Paulinas, Editora Loyola, 2000.
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