Saúde, sociedade e escuta ativa na Faculdade de Ceilândia
1. Universidade de Brasília
Faculdade de Ceilândia
Saúde e Sociedade1
2°semetre 2015
ADRIAN FELIPE CRUZ GRAMAJO 15/0158432 Turma B. Professor: Pedro Jabur.
Maria, 55 Anos (Duração: 28 min./ Praça do Relógio).
Sem Identificação, Profissão: Tatuador (Duração: 1hr/ Praça do Relógio).
Sem Identificação, Morador de rua (Duração: 9 min./ Praça do Relógio).
Sem Identificação (Duração: 43 min./ Praça do Relógio)
A ideia do trabalho toda via foi um desafio para alguns, porém, uma experiência que profissionais da
saúde não podem descartar. Neste trabalho pude escutar histórias de muitas pessoas, algumas eu pagava
e outras não faziam questão do dinheiro. Abordei pessoas de todas as etnias, classes e diferentes idades e
cada história escutei pacientemente.
A primeira pessoa se chamava Maria, tinha 55 anos, pela aparência via-se que estava muito triste.
Contou um pouco sobre a sua vida e sobre suas dificuldades, já passou por altos e baixos, o primeiro
marido morreu e o segundo e mexicano, que só tem 20 anos, porém a trata com a cultura latina,
chegando em casa bêbado e a espancando e depois de todo desabafo perguntei porque não terminam o
relacionamento e disse que eles se amam e nem pensa na possibilidade.
O segundo foi um jovem tatuador que estava esperando pelo encontro, supersimpático contou do que
trabalhava e onde também trabalhou, faz faculdade de design a qual ajuda muito no ramo das tatuagens e
consegue muitos empregos “underground”, apelidado como “manolo”, contou-me muita coisa acerca da
sua vida e conversamos por cerca de uma hora.
O terceiro, um drogado da Praça do Relógio que estava mais interessado no dinheiro e não em contar
histórias, começou dizendo: “Sou morador de rua de São Cristóvão... desde pequeno acostumado a subir
ladeira...”, infelizmente o interrompi de disse que esse eram versos de uma música do C. Brown Jr. e ele
queria o dinheiro, e eu infelizmente dei e me arrependi, porque mesmo com atenção que o dei, só estava
interessado nos dois reais para comprar alguma droga.
O quarto, um moço mineiro que veio a Brasília fazer concurso, trabalhou no exército e saiu, terminou
com a mulher e entrou em depressão, a qual ficou por 3 anos, pela conversa vi que ainda enfrentava um
pouco da depressão e o deixei desabafar sem o interromper, ao fim vi que o mesmo já se sentia mais
aliviado com a conversa que tivemos e não aceitou o dinheiro, e eu me senti muito bem, não porque
economizei dinheiro e sim pelo fato de ter ajudado alguém por apenas escutá-lo.
É importante a experiência não só para utilizar na área da saúde e sim em todo o cotidiano, porque
podemos notar que muitas pessoas só precisam de um bom dia ou de certa forma “desabafar” os
problemas do cotidiano. Que de certa forma, o emocional pode causar doenças fisiológicas, e se não só
os profissionais da saúde e sim toda as áreas agregasse a prática da escuta, tudo funcionaria muito bem e
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haveria menos estresse, brigas e chateações. Aprendi muito com esse trabalho e que existe essa grande
falta dessa questão da escuta, e que existe muitas histórias por aí a serem escutadas, e que essas pessoas
precisam ser escutadas.