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Universidade de Brasília
Faculdade de Ceilândia
Saúde e Sociedade 1
2º semestre de 2015
GABRIELLY SOUZA DE ANDRADE 15/0127472 Turma B. Professor: Pedro Jabur.
 Gina de Moura, 54 anos. Profissão: Garota de programa. (Duração: 54 min./ Praça do
Relógio às 09h28min).
 Douglas, 21 anos. Profissão: Promotor de vendas. (Duração: 46 min./ Praça do
Relógio às 11h25min).
Durante a organização do espaço para o desenvolvimento do trabalho proposto,
diversas sensações e percepções já surgiam; algo que me chamou atenção foi perceber a
curiosidade das pessoas ao redor, nos observando e naquele momento eu tive a impressão que
seria fácil abordar qualquer um daqueles observadores e iniciar meu processo de treino da
escuta. Logo nas primeiras abordagens percebi que estava enganada, não seria tão fácil
conseguir que aquelas pessoas começassem uma conversa com alguém que eles não
conheciam. Neste momento cheguei a ficar um pouco frustrada, achei até que não encontraria
alguém disposto a contar qualquer tipo de história a mim, uma desconhecida.
A primeira pessoa que me deu a oportunidade de desenvolver o trabalho veio até mim
e com curiosidade perguntou do que se tratava, ao explicar, eu não parava de pensar no
quanto seria interessante, conversar com alguém que eu mal conhecia, estava ansiosa para
ouvir. No início da conversa eu estava me sentindo muito motivada a escuta-la, afinal, aquela
mulher, me contou coisas que eu não tenho o costume de ouvir, por vezes me senti comovida
com sua história e em alguns momentos, senti um pouco de timidez, afinal, aquela pessoa
desconhecida para mim, estava ali, contando coisas intimas de sua vida. Foi difícil deixar de
lado os preconceitos, mas eu sabia que para deixar aquela pessoa confortável para falar o que
desejasse eu deveria assumir uma postura neutra, diante do que ela me contava, sem expressar
nem um sentimento ruim, eu deveria apenas treinar a minha capacidade de ouvir. No decorrer
da história, depois de algum tempo, senti bastante impaciência, pois a história começava a se
repetir, foi difícil não deixar transparecer minha falta de interesse, diante de suas repetições.
Por fim, ela disse que precisava ir e eu senti certo alívio. O momento da despedida foi
bastante estranho para mim, pois eu não tinha intimidade alguma com aquela pessoa e ao
mesmo tempo, ela tinha acabado de me contar boa parte de sua história, eu senti que deveria
agradecer a confiança e ela se foi.
Depois de conversar com a primeira pessoa percebi o quanto é difícil se dispor a ouvir
o quer que aquela pessoa queira contar, não é fácil manter um assunto no qual não se tem
muito interesse. Quando comecei minha segunda conversa, não estava tão motivada quanto na
primeira. A segunda pessoa que conversei não pareceu que teria algo interessante para contar,
não era bem a “diversidade” que eu procurava. Antes de conversar com ele eu tinha a
impressão de que apenas pessoas totalmente “fora da minha realidade”, pessoas que ninguém
quer conversar, teriam algo bem diferente de tudo que eu já escutei. Mais uma vez, eu estava
enganada. No decorrer da conversa, aquela pessoa, foi me mostrando um mundo do qual eu
não fazia ideia, eu me sentia tão impressionada e não conseguia parar de pensar no quanto eu
poderia conhecer várias realidades apenas por ouvir o outro contando algo. Por ter surgido um
assunto tão inesperado percebi que fiquei muito interessada no que ele contava, eu estava ali,
apenas ouvindo e tentando manter ele à vontade para falar e me pareceu que ele tinha
necessidade de contar. Eu me senti privilegiada pela confiança que aquele desconhecido tinha
para me contar coisas, que segundo ele, poucas pessoas sabiam. Outra vez, e talvez desta vez
mais ainda, eu me senti estranha na despedida; o que dizer para alguém que me passou tantas
novas informações, que confiou em mim como se me conhecesse e que provavelmente eu não
veria mais? Um simples “obrigado”, naquele momento parecia pouco. Este trabalho, mas
especialmente a segunda conversa, foi para mim uma experiência marcante.
Trocar experiências com pessoas tão diferentes de nós foi algo que me fez refletir
muito sobre o quanto nós não paramos para ouvir o próximo e o quanto perdemos com isso,
existem tantas experiências, tantas personalidades, e tudo isso está ai, para quem quiser
explorar. Não foi uma tarefa fácil, por vezes o cansaço ou a impaciência interferem na
vontade de aprender com as experiências alheias. Saber ouvir é uma qualidade que precisa ser
exercitada por todos, mas principalmente por profissionais que lidam diariamente com a
diversidade das pessoas. Este trabalho foi a introdução para o meu processo de escuta e eu
pude perceber claramente a importância dessa ferramenta no desenvolvimento da minha
personalidade profissional.

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