Este documento fornece modelos básicos de aconselhamento, incluindo o modelo médico, que vê os problemas como sintomas de uma doença subjacente, e o modelo moral, que foca na responsabilidade moral e mudança de comportamento. Também discute características da personalidade humana como anseios, capacidade de avaliar e escolher, e capacidade de sentir, relacionadas à imagem de Deus no homem.
2. MODELOS BÁSICOS DE
ACONSELHAMENTO
Modelo Médico
Colocação Solução Focalização Aspecto não
Bíblica Bíblico
Doença Tratamento Mudança Interna DESVALORIZA
A
IMPORTÂNCIA
DO PECADO E
DA
OBEDIÊNCIA
3. Este modelo de Aconselhamento trabalha em cima do
fato de que existe um trauma de infância, que é a
causa dos problemas do presente. Portanto, é
preciso descobrir a “doença” no inconsciente
causada pelo acontecimento da infância para
poder curar o psiquismo do paciente.
O paciente, é uma vítima da maneira em que os
pais o criaram. Ele precisa de terapia pôr um
longo prazo, a fim de descobrir e reestruturar os
impulsos compulsivos, através do “insight” ou
introvisão.
Os problemas são sintomas de uma doença
subjacente pelo qual ele não tem culpa. É preciso
descobrir ou trazer a superfície, as raízes para levar o
paciente a encontrar a liberdade para poder superar o
problema do momento.
4. Modelo: MORAL
Colocação Solução Focalização Aspecto não
Bíblica Bíblico
Irresponsabili Exortação Pecado e Pecado
-dade/ para mudar Irrespons torna-se
pecado de abilidade externo,
comporta- elimina o
mento relciona-
mento
5. Este modelo se preocupa com a responsabilidade moral
do comportamento. As pessoas são mais obstinadas do
que confusas. O problema não é uma doença, mas sim
uma escolha pôr padrões de comportamentos incoerentes
com os padrões morais. Esta é a raiz do problema.
É preciso manter em foco estes padrões de
comportamento escolhido, identificando o comportamento
irresponsável e exigindo uma mudança apropriada. Muita
atenção é dada, pelo conselheiro, em desprender o cliente
das suas muitas desculpas para continuar no seu
comportamento irresponsável.
Mede-se o melhoramento, através da mudança no
comportamento. Pouca atenção é dirigida para os motivos
pôr trás do comportamento, exceto para insistir que
motivos corretos levarão a um comportamento correto.
6. Modelo RELACIONAL
Colocação Solução Focalizaçã Aspecto não
o Bíblica Bíblico
Solidão/ Afirmação/ A vida O Relaciona-
Isolamento Auto depende de mento é tudo;
Relacional expressão relaciona- liberdade se
mento com torna
Jesus libertinagem
7. O problema principal do homem são os
relacionamentos que não satisfazem.
O problema não é psíquico, nem uma
irresponsabilidade moral, mas sim uma tentativa
de se proteger da temida dor relacional de um
ser vazio.
O Conselheiro tenta fornecer para o seu cliente,
um relacionamento afirmativo com a esperança
de diminuir a sua solidão e oferecer um abrigo
seguro em que ele possa experimentar novos
padrões de relacionamento de menos
agressividade e mais honestidade.
8. ALGUMAS POSIÇÕES TEOLÓGICAS
REFERENTE A IMAGEM DE DEUS
A BÍBLIA DIZ:
1. As pessoas foram criadas a imagem de
Deus, numa semelhança imaterial da Sua Pessoa.
Pôr isso elas são dotadas de dignidade ( Gn. 1:26-28
)
2. Algo aconteceu para horrivelmente deturpar esta
imagem. As pessoas são decaídas e depravadas.
O Aconselhamento Pastoral, ao lidar com os
problemas apresentados, leva em conta a
dignidade da imagem de Deus e a depravação do
pecado como sendo elementos fundamentais do
ser humano.
9. 1. Definição Restrita: “IMAGEM”
“Perfeição Moral” / “Virtude Moral”
Na criação, o homem gozou da perfeição moral de:
CONHECIMENTO - A capacidade de raciocinar
corretamente para a obediência.
SANTIDADE - A capacidade para escolher a obediência
JUSTIÇA - Escolhas consistentemente corretas.
O homem hoje é cego, tolo e totalmente
pecaminoso, continuamente se dirige em rumos
errados, e está cheio de injustiça pois sempre escolhe
fazer o que não está certo. O homem incrédulo não traz a
imagem de Deus.
10. 2. Definição Ampla:
Imagem = “Domínio” / “Representante”
Atuamos em nome de Deus sobre o mundo
fazendo uso da autoridade sobre a criação, como
representantes d’Ele.
A imagem inclui elementos que pertencem ao
homem como um ser humano e que o separa do
mundo dos animais tal como: poder
intelectual, afeição natural, e liberdade
moral, que não foram perdidos na queda e que
não pode ser perdido sem fazer o homem deixar
de ser humano.
11. 3. Definição Romana: Imagem = “Capacidade
Amoral” (um conflito entre o alto raciocínio e os
baixos apetites carnais)
Adão foi criado moralmente neutro, mas com
apetites que poderiam causar-lhe problemas sérios.
Para evitar isto, Deus lhe deu uma porção de graça
maior para ter com que manter estes apetites
carnais sob controle, o que Adão não podia fazer
sozinho, ele rejeitou esta graça e pecou.
Para ser “salvo”, ele necessita de perdão, e de uma
nova porção de graça para poder viver uma vida
santa. A morte de Cristo fornece o perdão, e os
Sacramentos dados pela Igreja fornecem a
graça, que têm que ser juntados com os esforços
do homem para conseguir a justificação perante
Deus através das suas obras.
12. CONSIDERAÇÕES GERAIS
A nossa semelhança com Deus se encontra na
definição da personalidade. O homem possui
qualidades de pessoalidade que o diferenciam dos
seres não pessoais e que é uma cópia da
personalidade de Deus, mas com duas diferenças
extremamente importantes:
1. O HOMEM É DEPENDENTE
O Criador é independente, autossuficiente
(totalmente suficiente em si mesmo ) e autônomo.
O homem é uma criatura que em todo aspecto da
sua existência é absolutamente dependente do
Criador. Não temos nenhuma suficiência própria
para manter a nossa própria existência e nem para
funcionar corretamente.
13.
2. O HOMEM É DEPRAVADO
O elemento fundamental da queda do homem é a sua
insistência em negar a sua dependência. Esta negação se
mostra na sua flagrante rejeição às normas de Deus.
Para descobrir a maneira sutil em que uma pessoa procura
manter a sua independência intacta, é preciso prestar atenção
na maneira em que ela se relaciona com os outros. O seu
compromisso de evitar a dor e de viver pôr intermédio dos seus
próprios recursos, se afastando daquilo que ameaça o seu
auto respeito ou o seu anseio pela aceitação, vem da
arrogância em dizer que é auto suficiente e onipotente para a
sua vida.
Nós, obstinadamente recusamos ser dependentes e insistimos
em lidar com as nossas situações através dos nossos próprios
recursos e sabedoria. Se vivermos a nossa vida de tal maneira
seremos destruídos se Deus não nos amparar.
Sem esta dependência não poderemos viver a vida cristã na
sua totalidade.
14. AS CARACTERÍSTICAS DA
PESSOALIDADE
1. A CAPACIDADE PARA ANSIAR (“anelar”,
“desejar veementemente”)
No âmago do seu ser, as pessoas profunda e
subjetivamente anseiam pôr alguma coisa, algo que
nunca tiveram.
2. A CAPACIDADE PARA AVALIAR O SENTIDO DAS
ESCOLHAS E DOS ACONTECIMENTOS
Quando algo difícil e doloroso nos acontece, não é
porque somos simplesmente vítimas de um Deus
caprichoso que brinca com as nossas emoções.
A realidade é que temos a capacidade de avaliar o
sentido dos acontecimentos da vida conforme o caráter
de Deus.
15. 3. A CAPACIDADE PARA ESCOLHER UMA
DIREÇÃO E SEGUÍ-LA
Não importa o que aconteça em minha vida, nunca
perco absolutamente a capacidade de fazer uma
opção. Pode ser que as minhas opções fiquem
extremamente limitadas, mas sempre, não importa
o que aconteça, tenho a capacidade para optar pelo
caminho da vida.
3. A CAPACIDADE PARA SUBJETIVAMENTE
SENTIR.
Sentimos o nosso mundo como uma benção mista.
Da mesma maneira em que sentimos a realidade da
dor física de uma pancada, sentimos a realidade da
dor relacional da rejeição ou do desrespeito.
16. A maioria das pessoas têm sido tocadas mais
profundamente pela dor do que pelo prazer.
Por isso lutam duramente para anular e negar a
capacidade para sentir esta dor (e chamamos
isto de “maturidade cristã”!)
ASSIM COMO DEUS,
O HOMEM É UM SER PESSOAL QUE ANSEIA,
UM SER RACIONAL QUE PENSA,
UM SER VOLICIONAL QUE FAZ ESCOLHAS E
UM SER EMOCIONAL QUE SENTE.
17. DICAS E ORIENTAÇÕES SOBRE
ACONSELHAMENTO PASTORAL FAMILIAR
Quando uma pessoa busca um conselheiro, é
porque tem problemas. Quando uma pessoa tem
problemas, ela vive 4 estágios:
1. ANSEIOS
Anseio de ser aquilo para o qual Deus a criou.
Anseio de ser amada e sentir-se segura (no caso da
mulher )
Anseio de ser respeitada e aceita
(no caso do homem )
18. 2. DOR
Pôr ser o que não foi criado para ser
Pôr conviver com quem também não é
Pôr manter relacionamentos não saudáveis ou
situações significativas
3. EXIGÊNCIAS
Para ser amado e protegido (no caso da mulher )
Para ser respeitado no caso do homem )
19. 4. ESTRATÉGIAS
“Eu vou achar um meio para não sofrer mais”.
Neste caso, o Conselheiro precisa:
ENTRAR no ANSEIO e na DOR do cliente, a fim
de DESMASCARAR suas EXIGÊNCIAS e
ESTRATÉGIAS.
20. ENTRAR:
1. ANSEIOS - O que é que esta pessoa
quer e não tem ou não consegue alcançar.
Amar e ser amado incondicionalmente.
(o problema, é onde o cliente busca isto - as vezes
é na independência de Deus )
Abordagem do presente e do passado.
2. DOR –
A dor no presente
A dor no passado
21. DESMASCARAR:
1. EXIGÊNCIAS - Não vou sofrer!
Você tem que me tratar melhor do que isso!
Você tem que me amar!
Você tem que me respeitar!
2. ESTRATÉGIAS –
O que esta pessoa está fazendo com os seus anseios
e a dor de não ter o que tanto anseia:
Não se volta para Deus, a fim de encontrar o seu
valor e a sua segurança.
22. Nega a dor e as emoções negativas.
Enche a mente e a vida com outras coisas:
sucesso, bens, emprego, vícios sexuais, etc.
Enche a vida com outras pessoas:
esposa, filhos, amante, pais, etc.-
Acha meios de suprir aquilo que não é
possível garantir que Deus fará.
Faz exigências ou cobranças.
23. Dicas importantes- Aconselhamento
1. PRIMEIRA DICA:
Ao pensar em aconselhamento, lembre-se de que o
aconselhamento é mais do que simplesmente descobrir
comportamentos problemáticos ou inaceitáveis e exortar
o cliente a mudá-los.
PERCEBA A DINÂMICA DO SER HUMANO (a sua dignidade)
1. As pessoas são impulsionadas pôr ANSEIOS
ARDENTES de serem amadas, respeitadas, valorizadas
e sentirem-se seguras, em relação às pessoas mais
significantes para elas. As pessoas querem aceitação
incondicional.
2. As pessoas trazem dentro de seus corações
CRENÇAS bem definidas sobre como alcançarem
estes anseios.
24. 3. As pessoas fazem ESCOLHAS DE METAS a
serem alcançadas baseadas nas crenças de
como preencher o anseio de serem amadas e
respeitadas.
Frequentemente, estas crenças e estes
comportamentos não são maneiras sadias de lidar
com os problemas da vida
4. A dor, a raiva, e os temores, são algumas
EMOÇÕES que vêm como resultado, quando o
cliente não consegue controlar a sua vida para
alcançar a felicidade desejada, quando não se sente
amado ou valorizado o suficiente.
25. 2. SEGUNDA DICA:
O cliente vai tentar de tudo para fazer o conselheiro
pensar que em geral as coisas estão indo
relativamente bem. Ele só precisa de um pouco de
ajuda porque tem um “probleminha” que está
dificultando a sua capacidade de fazer a sua vida ser
melhor.
PERCEBA A NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO
CIRÚRGICA RADICAL.
O cliente está pedindo ao conselheiro um curativo,
quando o problema, de fato, requer uma intervenção
cirúrgica radical.
A maioria dos casamentos, ao serem examinados de
perto, revelam um alto índice de superficialidade com
ambos os cônjuges sofrendo de um profundo vazio e
distanciamento do seu companheiro.
26. Aplicar um curativo significa simplesmente tentar
consertar o comportamento superficial. Ele funciona da
mesma maneira que o ANADOR: pode aliviar a dor de
cabeça criada pôr um tumor, mas não elimina as causa.
Exemplo: Ensinando o casal a se comunicar melhor sem
acusar um ao outro para poder resolver os seus
desentendimentos. Isto é importante, mas não resolve o
porquê da falta de compreensão e da comunicação.
Fazer uma intervenção cirúrgica significa mexer na
própria estrutura das crenças básicas, a motivação, os
alvos, e as estratégias que a pessoa tem e usa para
procurar manter a sua autonomia e autossuficiência de
Deus e das próprias pessoas com quem ela quer manter
uma convivência.
27. A DEPRAVAÇÃO
Na maioria das vezes, o ser humano, mesmo
sendo bom crente, não aceita o respeito, a
aceitação, e o amor de Deus como sendo
suficiente. Ele acha que isto tem que vir, em
primeiro lugar, das pessoas importantes para ele,
que precisam satisfazer as suas necessidades
profundas de amor e respeito.
O cliente acha que sabe onde encontrar o valor e o
amor que procura, especialmente concentrando
seus esforços no cônjuge, nos filhos, nos outros
relacionamentos significativos, no sucesso na
profissão, etc., exigindo que estes cumpram o
papel que ele designou que cumprissem, (usando,
assim, as pessoas e as coisas numa tentativa de
conseguir maior respeito e segurança possível ).
28. 3. TERCEIRA DICA:
O cliente está buscando no conselheiro, ajuda para
ALIVIÁ-LO DA DOR de viver num mundo de pessoas
que infligem dor, e que realmente não amam bem uns
aos outros. Se o conselheiro não o ajudar nesta busca,
mas procurar usar a sua dor para levá-lo mais próximo de
Deus, é bem provável que ele não aceitará o seu
trabalho e até possa rejeitá-lo como conselheiro.
A VÍTIMA LEGÍTIMA
As pessoas carregam dentro de si, dores que são
legítimas pois são causadas pelas pessoas significantes
na sua vida, tanto no passado como no presente. São
estas pessoas que não as amaram da forma como elas
foram criadas pôr Deus para serem amadas.
29. Não temos recebido este respeito e amor na medida que
precisamos, e isto nos causa muita dor e angústia.
Embora sendo vítimas, isto não significa que não somos
responsáveis pelos nossos atos e a maneira como reagimos
a esta dor.
AS EXIGÊNCIAS
As vezes a dor é tão grande, que nós exigimos que as
pessoas não nos machuquem novamente.
Você tem que me amar!
Você tem que me respeitar! São exigências para o alívio da dor!!!
Não vou deixar meu coração sofrer!
Esta angústia é tão forte que, se nos deixarmos senti-la com
toda a sua realidade, tememos que ela possa nos destruir. Pôr
isso a necessidade de amortecer a dor e procurar alguma forma
de garantir que a sua causa não seja repetida e que ela nunca
possa ser totalmente sentida.
30. AS ESTRATÉGIAS DE AUTO-PROTEÇÃO
Nós buscamos todos os meios para nos proteger da
dor que as pessoas nos causam. Esta autoproteção é
que nos leva para longe de Deus.
Nós insistimos no uso dos padrões de comportamento
os quais aprendemos desde a infância que
parecem, mais adequadamente, suprir o vazio que
esta dor nos causa. (pôr causa de nossas crenças)
Amigão
Brincalhão (frívolo / leviano )
Durão
Tímido
31. Sendo que o ser humano não crê que Deus é
confiável para proteger da dor num mundo
decaído, ele então precisa encontrar meios
de fazer isto pôr si mesmo.
Pôr isso:
1. Os homens são fugitivos
(calados, ausentes, brutos), recusando a entrar
nas áreas onde o risco de fracassar é muito
grande, e...
2. As mulheres são controladoras
(gritar, chorar, ser manhosa), procurando
garantir que nunca serão abandonadas.
32. O PUNHO LEVANTADO
Estas estratégias de autoproteção nem sempre
funcionam, ou não funcionam na medidas que
exigimos, isto leva as pessoas a ficarem
amargas, deprimidas e furiosas contra as
pessoas e contra Deus. (Rom. 8:7 ; Tg. 4:4 )
33. 4. QUARTA DICA:
É preciso entender e colocar em palavras os
desejos profundos da pessoa, aquilo que tanto
querem, mas não conseguem alcançar:
1. Quais são os anseios profundos do seu
coração, especialmente naquilo que diz respeito ao
seu relacionamento na área de amor / segurança e
de valor / significado, especialmente ligado às
pessoas mais significantes na sua vida?
2. Quais são as suas expectativas para seu
casamento e quais destas expectativas estão
ligadas à maneira de lidar com a dor que cada um
traz da sua “bagagem” do passado?
34. 5. QUINTA DICA:
É preciso entrar na dor da pessoa, onde não foi
amada e valorizada pelas pessoas mais
importantes na sua vida e ser um ponto de
apoio para ela.
Para isto, é preciso identificar e expor a legítima
dor causada pelas pessoas que não a amaram
da maneira que deveria ser amada (tratada).
Ou seja, onde a pessoa foi uma verdadeira
vítima de outras que deveriam tê-la tratado
muito melhor.
35. 6. SEXTA DICA:
É preciso DESMASCARAR as exigências, ou
cobranças.
Para isto, é preciso entender como a pessoa
está lidando com esta dor que causa mágoas e
dores nos outros: -
Daí o porque da sua decisão: Não vou sofrer!
É necessário conduzi-lo as Escrituras: citar o
modelo de enfrentamento de Cristo quando
ultrajado (Fp, Hb.12)