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CAATINGA
1. INTRODUÇÃO
A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiões fitogeográficas brasileiras,
compreendendo uma área aproximada de 734.478 Km2
, o que representa cerca de 70% da
região Nordeste e 11% do território nacional.
O nome “caatinga” é de origem Tupi-Guarani e significa floresta branca, que
certamente caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação seca, quando as folhas caem
(Prado, 2003). A flora deste bioma faz parte da flora brasileira e abrange no aspecto
fitogeográfico seis estados (Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte
e Ceará), oeste e sudoeste do Piauí e Nordeste da Bahia (Andrade-Lima, 1954).
A Caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem definidas:
árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação das secas, além de
muitas cactáceas, que têm estruturas adaptadas para de armazenamento de água. Sua
paisagem é formada por árvores de troncos tortuosos, recobertos por cortiça e espinhos. As
raízes cobrem a superfície do solo, para capturar o máximo de água durante as chuvas
leves. Algumas das espécies mais comuns são: a umburana, a aroeira, o umbu, a baraúna
(braúna), a maniçoba, a macambira, o mandacaru, o xiquexique, o faceiro e juazeiro.
Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga é o menos conhecido botanicamente. As
famílias com maior número de espécies endêmicas são Leguminosae (80) e Cactaceae
(41). Dessas, várias estão em perigo de extinção (MMA, 2003).
Muito se tem feito para tentar classificar a vegetação do mundo de acordo com a
sua fisionomia, porém muitas controvérsias têm sido observadas. Este trabalho
(Contribuição ao Conhecimento e Aproveitamento das Caatingas) não busca encontrar
uma resposta para essa classificação, mais sim, procura ‘apresentar’ de forma direta as
muitas características desta fitofisionomia que tanto impressionam por afigura-se como
uma área de grande riqueza, porém, ainda pouco conhecida e estudada, além de tentar
conscientizar e incorporar a responsabilidade pela preservação deste frágil ecossistema,
Na América do Sul aparecem três núcleos de regiões semi-áridas bastante
separadas entre si, inseridos no contexto de uma área continental predominantemente
úmida. De sul para norte, sucedem-se os seguintes setores secos, regionalmente
significativos, porém percentualmente minoritários em relação aos espaços úmidos: 1.
2
diagonal arreica do Cone Sul do continente, altamente heterogênea; 2. o domínio das
caatingas semi-áridas, no Nordeste brasileiro; 3. o domínio semi-árido guajira, na fachada
caribiana da Venezuela, no extremo nor-noroeste (sic) do bloco continental sulamericano,
deve-se, entretanto, considerar que essas áreas ocupam províncias geológicas diferentes,
tanto do ponto de vista das condições térmicas, hidroclimáticas e fisiográficas (Ab’ Saber,
1974).
A região das caatingas, a “Hamadryades, -flora nordestina-” de Martius, ou como
chamada na língua indígena -Mata Branca-, por apresentar-se sem folhas e com aspecto
seco a maior parte do ano, ocupa cerca de 10% do território nacional, estendendo-se por
áreas desde o Piauí até o norte de Minas Gerais, caracterizando-se por formações vegetais
complexas, com predomínio de árvores e arbustos decíduos, diversas suculentas (entre as
quais podemos citar as cactáceas), as bromeliáceas, as euforbiáceas e as leguminosas. A
área ocupada pelas Caatingas é apresentada na Figura 1.
Figura 1: Área de ocorrência das Caatingas no Nordeste do Brasil (em destaque).
A caatinga ocorre em sua maior parte na área do semi-árido nordestino, cujos solos
variam de uma maneira geral, de extremamente rasos a moderadamente profundos.
Comumente, nos cumes e nas encostas das colinas não resta mais solo e a rocha
indecomposta está completamente descoberta. No conjunto, os solos do semi-árido são de
pouca fertilidade, se considerados os atributos geológicos de intemperismo. (Lima, 1982).
A composição florística das caatingas não é uniforme e varia de acordo com o
volume das precipitações, da qualidade dos solos, da rede hidrológica e da atividade de
seus habitantes. O xerofitiísmo, característica dessa vegetação, é básico para a morfologia
das espécies componentes. As folhas, em sua maioria pequenas, desaparecem durante as
estiagens. Essa característica constitui em um dos meios mais eficazes de auto-proteção
das plantas na falta de umidade do solo.
3
Os solos da província ecológica das caatingas constituem-se em um suporte
extensivo de uma conjuntura biogeográfica que escapa do campo da aridez sensu stricto,
ao mesmo tempo em que permanece distante do campo das paisagens tropicais úmidas,
propriamente ditas (Ab’ Saber, 1974).
Os acontecimentos paleoclimáticos, os aspectos geomorfológicas, os padrões
vegetacionais e os registros florísticos servem como valiosas fontes de conhecimento da
área onde predominam as caatingas. Possíveis incursões da floresta Atlântica durante o
Quaternário, poderiam ser explicadas como uma contigüidade das áreas florestais.
Em certos locais deste Bioma, onde o adensamento econômico possibilita a
sustentação de uma população maior, o resultado é um aumento da pressão antrópica sobre
os recursos naturais, cujos resultados incidem diretamente numa insustentabilidade
econômica, social e ambiental.
O conhecimento do meio natural é uma prévia decisiva para explicar as causas
primeiras de uma questão que se insere no cruzamento dos fatos físicos, ecológicos e
sociais: a devastação desse ecossistema único e diversificado.
2. VEGETAÇÃO (IBGE, 1991).
A vegetação do Brasil, compreendida na Zona Neotropical, pode ser dividida,
segundo o aspecto geográfico, em dois territórios: o amazônico e o extra-amazônico.
No território Amazônico (área ombrófila), o sistema ecológico vegetal responde a
um clima de temperatura média em torno de 25ºC e de chuvas torrenciais bem distribuídas
durante o ano, sem déficit hídrico mensal no balanço ombrotérmico anual. No território
extra-amazônico (área ombrófila e estacional), o sistema ecológico responde a dois climas
- um tropical com temperaturas médias em torno de 22ºC e precipitações atmosféricas
marcadas por um déficit hídrico, superior a 60 dias no balanço ombrotérmico anual, e um
subtropical, com temperaturas suaves no inverno, que amenizam a média anual situada em
torno de 18ºC. As chuvas são moderadas e bem distribuídas durante o ano, não ocorrendo,
por isso, déficit hídrico mensal no balanço ombrotérmico durante o ano. Contudo, há uma
fase de dormência vegetativa, provocada pelas baixas temperaturas dos meses mais frios
do ano.
Em cada uma dessas áreas climáticas, deu-se, através do tempo, uma adaptação da
forma e do comportamento das plantas às características da estação desfavorável, seja seca
ou fria ou ambas simultaneamente.
4
As plantas brasileiras apresentam-se em todas as formas de vida, conforme a
posição e proteção dos órgãos de crescimento em relação aos períodos climáticos, pois o
País localiza-se entre 5º de latitude N e 32º de latitude S, com altitudes que vão do nível do
mar a mais de 3000 m. Em conseqüência, apresenta condições ecológicas variadíssimas,
desde o ambiente equatorial ao temperado do Planalto Meridional, onde chegam a ocorrer
nevascas nos pontos mais altos da sua porção sul.
A distribuição da flora brasileira pode ser alicerçada em dois princípios da lógica,
que são: a deriva das placas continentais e a evolução monofilética dos seres vivos. A
hipótese da deriva das placas continentais foi inicialmente atribuída a Weneger, na década
de 20, para o período Permocarbonífero e somente foi novamente aceita, sem restrições,
após os trabalhos publicados na revista American Geographic, nas décadas de 60 e 70.
Esta reunião de estudos geofísicos e paleontológicos comprovou a existência de
dois eventos tectônicos de movimentos de placas. O primeiro corresponde à separação do
grande continente da Pangéia, circundado pelo mar de Tetys, em dois continentes menores
- o Gondwânia, no hemisfério Sul e o Laurásia no hemisfério Norte. O segundo
corresponde ao movimento das atuais plataformas continentais que se vem realizando
desde o fim do Período Cretáceo até os nossos dias.
Embora tais eventos paleogeográficos continuem ainda sendo debatidos, o que não
mais se discute é a origem monofilética dos seres vivos, pois a evolução das plantas teve
como a dos animais, um tronco biológico único que se dividiu através do tempo.
A vegetação brasileira recebeu, antes da deriva das placas continentais, o concurso
de plantas pantropicais que, após este evento, formaram endemismos em famílias, gêneros
e espécies, constituindo assim, os Domínios Florísticos e as Regiões da Zona Neotropical.
Com oito milhões e meio de quilômetros quadrados, o território brasileiro se
estende desde latitudes ao norte do equador, que passa pelos estados do Amazonas e Pará,
pelo estado do Amapá e próximo ao norte da ilha de Marajó, até latitudes ao sul do trópico
de capricórnio, que atravessa a cidade de São Paulo. Isso é suficiente para explicar a
grande diversificação de solo e clima, com notável influência na distribuição das
associações vegetais.
A descrição de uma vegetação é uma aproximação sobre a densidade, a caducidade
foliar, as formas e hábitos de crescimento, se emergentes e estratificadas. Os conceitos de
forma de vida e os aspectos externos das plantas foram os primeiros atributos utilizados
pelos naturalistas para descrever e definir um sistema de classificação da vegetação.
Muitas vezes, por falta de definições precisas ou definições mais consistentes, os sistemas
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de classificação de Martius e Sampaio para a vegetação brasileira foram confundidos com
o sistema fitogeográfico proposto por Veloso et al. (1991). Os sistemas de classificação
das vegetações mais utilizados ainda baseiam-se em atributos tais como, formas de vida de
Raunkiaer e em aspectos ecológicos, que ficam cada vez mais complexos devido ao
aumento do número de atributos e dependentes dos objetivos de estudo.
O próximo passo consiste em classificar a vegetação ou agrupar por similaridade as
espécies segundo suas características, propriedades que descrevem todos os indivíduos,
conjuntos, populações, classes e estágios, até que se estabeleça uma ordem hierárquica
englobando as distribuições num gradiente ambiental.
No tratado de fitogeografia brasileira, Rizzini (1979), com devidas restrições às
inclusões que subdividem o sistema de classificação universal para a vegetação brasileira,
sugeriu um outro sistema de classificação, denominado bioecológico de Yangambi, que
engloba noções ecológicas, levando em conta aspectos do clima, solo e altitude.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta uma classificação
para a vegetação brasileira, onde lista uma série de conceituações apresentadas por
diferentes estudiosos. Aqui, apresentaremos uma síntese dessa classificação e
adicionaremos ‘novos’ pesquisadores a lista de conceituações.
Fernandes (1998) analisou os vários sistemas de classificação para a vegetação do
Brasil e destacou o sistema de Gonzaga Campos, que dava uma estruturação prática e
definia as formações florestais, campos; caatingas, e o sistema de Linvaldo Santos, que
fundamentou as fisionomias e dividiu a vegetação em três unidades: formações florestais
ou arbóreas, formações arbustivas ou herbáceas e formações complexas. No sistema
proposto por Andrade-Lima (1966), foram apresentados os critérios morfofisionômicos
com ênfase no porte e fenologia foliar, e assim, dividiu-se a vegetação em formações
complexas. No sistema de Rizzini (1979), adotaram-se os pontos de vista de Beard e
desenvolveram-se critérios mais ecléticos para a classificação baseando-se na fisionomia e
no habitat.
O sistema de classificação da vegetação brasileira proposta por Veloso et al. (1991)
levou em conta aspectos fisionômicos, topográficos, ecológicos e edáficos. Do ponto de
vista fisionômico-ecológico o sistema apresentou oito tipos de formações. Assim temos as
florestas ombrófilas densas; florestas ombrófilas abertas; florestas ombrófilas mistas;
florestas estacionais semideciduais; campinaranas; savanas; savanas estépicas e estepes.
Um ponto que deve ser ressaltado; é que ao adotar o binômio savana estépica para designar
as Caatingas do Nordeste, Chaco, Campos de Roraima e Parque do Espinilho de Quaraí, a
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classificação foi considerada uma impropriedade, uma vez que a caatinga não se configura
como savana e muito menos como estepe (Andrade-Lima, 1981; Fernandes, 1998).
(Eiten,1983; citado por Ribeiro, 2002) apresentou a classificação da vegetação do
Brasil com uma visão que distingue os tipos de fisionomias que ocupam áreas grandes
(floresta tropical, cerrado, caatinga) ou áreas menores (pradaria, subtropical, restinga,
manguezal, floresta subtropical, praia, campo rupestre, campo montano entre outros) e as
subdivisões de cada tipo de vegetação, que dependem da fisionomia, da flora e do
ambiente e até da espécie vegetal, do substrato e da característica especial do clima. Desse
modo, Eiten propôs vinte e quatro tipos de vegetação com suas respectivas subdivisões.
Na década de 70, o grupo do projeto RADAMBRASIL (1983), criou uma escola
fitogeográfica baseada em Ellenberg e Mueller-Dombois, resultando em uma das mais
importantes classificações fisionômicas, além da divisão estrutural pura e simples da
vegetação em florestal e campestre, com as subdivisões de acordo com uma hierarquia dos
tipos de formações, que separa a vegetação Neotropical em regiões fitoecológicas. Estas,
além de apresentarem o caráter botânico, também têm o caráter paleoclimático da
adaptação ao ambiente ecológico pelas formas de vida das plantas (baseado em Raukiaer).
3. PRESERVAÇÃO DA VEGETAÇÃO
Especialistas apontaram 53 áreas prioritárias para conservação da flora da Caatinga.
Destas, 17 são de extrema importância, sendo recomendada proteção integral. Oito áreas,
ou 47%, se encontram relacionadas à bacia do São Francisco: na Bahia - Serra do Curral
Feio, Dunas do São Francisco em Barra e Pilão Arcado, e Serra do Açuruá; em
Pernambuco- Petrolina, Buíque e Reserva Biológica de Serra Negra; e duas envolvendo
mais de um estado- Chapada do Araripe (PE, CE e PI) e Xingó (BA, PE, AL e SE), de
acordo com o MMA, 2003.
No tocante a economia, a produção de mel tem aumentado nos últimos anos, mas
ainda é uma ocupação com baixa contribuição na economia regional. Parte dela baseia-se
na vegetação nativa, mas áreas de agricultura, como plantios de cajueiro, por exemplo,
também são usadas (Alcoforado Filho 1996, Alcoforado Filho & Vilela 1998). Como o
extrativismo, tem pouco impacto na vegetação nativa e pode ser compatível com as outras
utilidades.
A exploração como pasto nativo resulta numa renda baixa por área, mas ainda é à
base da pecuária extensiva que é a principal atividade econômica rural, no semi-árido. A
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produção de bovinos por hectare, pastando na caatinga, está em torno de 5-10 kg de carne
por ano e a de leite ou de ovinos e caprinos fornece renda bruta mais ou menos equivalente
(Sampaio et al. 1987). O pastoreio dos animais modifica a flora herbácea, pode afetar a
regeneração das arbustivas e arbóreas, e deve influir na composição da fauna, mas há
pouca informação sobre o assunto. A substituição por pastagens plantadas aumenta muito a
produção (até cerca de 100 kg ha-1
ano-1
de carne), embora nem sempre seja
economicamente viável, e, naturalmente, elimina a vegetação nativa. A proporção de área
de pastos plantados no semi-árido ainda é relativamente baixa. Manejos menos impactantes
que a substituição total da vegetação, como o raleamento e o rebaixamento da vegetação
nativa, têm sido recomendados (Araújo Filho & Carvalho 1996), mas ocupam ainda uma
pequena proporção das áreas de pasto. Os efeitos destes manejos nas outras utilidades não
foram ainda avaliados.
A produção de lenha por unidade de área é em torno de 40 stereo. ha-1
(m3 de lenha
empilhada) a cada 10-15 anos (PNUD/ FAO/ IBAMA 1992, PNUD/ FAO/ IBAMA/
SUDENE 1993) e fornece renda média anual baixa. Entretanto, envolve uma área grande e
se constitui no principal produto do extrativismo no semi-árido. A vegetação nativa é
totalmente cortada, mas regenera-se, permitindo o manejo num ciclo de cortes de 10-15
anos, calculado em função da recuperação da biomassa de lenha. Até a poucos anos, quase
toda a produção de lenha vinha da abertura de áreas para a agricultura itinerante, mas
começa a se constituir em uma exploração independente (MMARHAL 1997). Ela produz
uma renda bruta menor que a agricultura, mas é uma alternativa de renda eventual nas
áreas sem outros usos. Pouco tem sido estudado sobre o efeito destes ciclos na composição
da flora e da fauna (Sampaio et al. 1998). O corte elimina provisoriamente o efeito da
vegetação na prevenção de erosão e na regularização do fluxo de água. A queima da lenha
e dos restos de vegetação sobre o solo e a maior mineralização da matéria orgânica do solo
contribui para o aumento do CO2 atmosférico.
A agricultura itinerante baseia-se no corte e queima da vegetação nativa, plantio
por alguns anos (geralmente 3-5), aproveitando o aumento da fertilidade do solo com as
cinzas e a pouca presença de ervas daninhas, seguido do abandono da área para pousio ou
regeneração da vegetação nativa, quando a fertilidade decresce e a infestação aumenta. O
pousio, em geral, deveria durar 10-15 anos, mas freqüentemente é encurtado, por
necessidade do produtor, ainda que resulte em decréscimo da produção. A agricultura
itinerante é mais usual nas encostas e topos, sendo os vales ou baixios mais usados com
agricultura intensiva ou semi-intensiva. Os efeitos deste sistema são do mesmo tipo que os
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da retirada para lenha, porém mais drásticos já que o período sem vegetação nativa é
maior.
Erosão e descontrole no fluxo de água são agravados quando o sistema é praticado
nas encostas e com plantio morro abaixo. As produtividades, em geral, são baixas. Milho e
feijão, as culturas mais comuns, produzem menos que a média regional de 700 e 300 kg ha-
1
ano-1
, com rendas brutas de menos de R$ 200 ha. ano-1
(Sampaio et al. 1995). O sistema
tem sido gradualmente abandonado, mas ainda é uma das grandes fontes de renda dos
agricultores do semi-árido.
As áreas cobertas com vegetação nativa têm uma erosão pequena, menor que 1-10
kg ha-1
. ano-1
de solo (Sampaio & Salcedo 1997). Áreas com cultivos agrícolas e desnudas
têm erosão de 10 a 100 vezes maiores. Os efeitos dos desmatamentos no assoreamento dos
reservatórios e na regularização dos fluxos de água, apesar de amplamente reconhecidos
(Reis 1996), têm sido pouco estudados no semi-árido nordestino.
Apesar de estudada há muito tempo em aspectos isolados, só recentemente a
biodiversidade do semi-árido começou a ser avaliada em seu conjunto (Sampaio et al.
1994). A flora é melhor conhecida que a fauna e mais rica do que havia sido considerada,
com alta proporção de endemismos. A fauna conhecida tem poucos endemismos e muita
sobreposição com a do cerrado. Os locais de estudo têm na sua maioria, sido áreas com
razoável nível de preservação, portanto, mais representativos do que seria a condição
original da vegetação na condição atual, onde a maior parte da área que tem cobertura
vegetal está em algum estádio de regeneração após corte e/ou queima. Os efeitos de usos e
manejos diversos na biodiversidade são praticamente desconhecidos (Sampaio et al. 1998).
A contribuição da vegetação do semi-árido para o balanço global de carbono só
recentemente tem despertado alguma atenção (Tiessen et al. 1998), por conta da
preocupação com o efeito estufa e o aquecimento global. A vegetação já com crescimento
estabilizado mantém estoques de C nas plantas e no solo com médias regionais estimadas
em 20-40 mg ha-1
e com fluxo variando de 2 a 15 mg ha-1
ano-1
, com entradas
compensando as saídas. Corte e/ou queima liberam CO2 para a atmosfera, efeito
indesejado, mas se as áreas são cultivadas ou abandonadas para regeneração da vegetação
nativa têm acumulação líquida de C no sistema solo-planta. Efeitos de usos e manejos,
como para quase todas as utilidades, são praticamente desconhecidos.
Outra das formas tradicionais da sociedade garantir a preservação das áreas é a
criação de regulamentação ao uso. Neste caso, a propriedade privada é respeitada mas seu
uso é condicionado aos interesses mais abrangentes da comunidade. É um princípio
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socialmente justo, mas cuja aplicação tem problemas. Geralmente, as restrições ao uso não
são acompanhas de compensações. É comum que as pessoas se furtem a cumprir as leis,
quando elas não são geradas das necessidades das comunidades mais imediatas e não
consigam convencer de sua vantagem, se for distante dos interesses mais diretos. Se a
comunidade mais próxima não fiscaliza, é necessário todo um aparato permanente de
fiscalização, pago pela sociedade. Parte da legislação ambiental brasileira enquadra-se
nesta condição de teoricamente correta, mas usualmente descumprida. Os exemplos mais
flagrantes são as exigências da cobertura vegetal de 20% da área das propriedades, a
necessidade de aprovação governamental para corte e queima de vegetação nativa e a
proibição de caça de animais silvestres. A rede de fiscalização não pode cobrir com
eficiência toda a área do semi-árido e o custo para um trabalho adequado é proibitivo.
A utilização de áreas de vegetação nativa para recreação pública é pouca pelo baixo
número de parques e reservas.
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Caatinga: Bioma do Nordeste Brasileiro

  • 1. 1 CAATINGA 1. INTRODUÇÃO A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiões fitogeográficas brasileiras, compreendendo uma área aproximada de 734.478 Km2 , o que representa cerca de 70% da região Nordeste e 11% do território nacional. O nome “caatinga” é de origem Tupi-Guarani e significa floresta branca, que certamente caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação seca, quando as folhas caem (Prado, 2003). A flora deste bioma faz parte da flora brasileira e abrange no aspecto fitogeográfico seis estados (Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará), oeste e sudoeste do Piauí e Nordeste da Bahia (Andrade-Lima, 1954). A Caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação das secas, além de muitas cactáceas, que têm estruturas adaptadas para de armazenamento de água. Sua paisagem é formada por árvores de troncos tortuosos, recobertos por cortiça e espinhos. As raízes cobrem a superfície do solo, para capturar o máximo de água durante as chuvas leves. Algumas das espécies mais comuns são: a umburana, a aroeira, o umbu, a baraúna (braúna), a maniçoba, a macambira, o mandacaru, o xiquexique, o faceiro e juazeiro. Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga é o menos conhecido botanicamente. As famílias com maior número de espécies endêmicas são Leguminosae (80) e Cactaceae (41). Dessas, várias estão em perigo de extinção (MMA, 2003). Muito se tem feito para tentar classificar a vegetação do mundo de acordo com a sua fisionomia, porém muitas controvérsias têm sido observadas. Este trabalho (Contribuição ao Conhecimento e Aproveitamento das Caatingas) não busca encontrar uma resposta para essa classificação, mais sim, procura ‘apresentar’ de forma direta as muitas características desta fitofisionomia que tanto impressionam por afigura-se como uma área de grande riqueza, porém, ainda pouco conhecida e estudada, além de tentar conscientizar e incorporar a responsabilidade pela preservação deste frágil ecossistema, Na América do Sul aparecem três núcleos de regiões semi-áridas bastante separadas entre si, inseridos no contexto de uma área continental predominantemente úmida. De sul para norte, sucedem-se os seguintes setores secos, regionalmente significativos, porém percentualmente minoritários em relação aos espaços úmidos: 1.
  • 2. 2 diagonal arreica do Cone Sul do continente, altamente heterogênea; 2. o domínio das caatingas semi-áridas, no Nordeste brasileiro; 3. o domínio semi-árido guajira, na fachada caribiana da Venezuela, no extremo nor-noroeste (sic) do bloco continental sulamericano, deve-se, entretanto, considerar que essas áreas ocupam províncias geológicas diferentes, tanto do ponto de vista das condições térmicas, hidroclimáticas e fisiográficas (Ab’ Saber, 1974). A região das caatingas, a “Hamadryades, -flora nordestina-” de Martius, ou como chamada na língua indígena -Mata Branca-, por apresentar-se sem folhas e com aspecto seco a maior parte do ano, ocupa cerca de 10% do território nacional, estendendo-se por áreas desde o Piauí até o norte de Minas Gerais, caracterizando-se por formações vegetais complexas, com predomínio de árvores e arbustos decíduos, diversas suculentas (entre as quais podemos citar as cactáceas), as bromeliáceas, as euforbiáceas e as leguminosas. A área ocupada pelas Caatingas é apresentada na Figura 1. Figura 1: Área de ocorrência das Caatingas no Nordeste do Brasil (em destaque). A caatinga ocorre em sua maior parte na área do semi-árido nordestino, cujos solos variam de uma maneira geral, de extremamente rasos a moderadamente profundos. Comumente, nos cumes e nas encostas das colinas não resta mais solo e a rocha indecomposta está completamente descoberta. No conjunto, os solos do semi-árido são de pouca fertilidade, se considerados os atributos geológicos de intemperismo. (Lima, 1982). A composição florística das caatingas não é uniforme e varia de acordo com o volume das precipitações, da qualidade dos solos, da rede hidrológica e da atividade de seus habitantes. O xerofitiísmo, característica dessa vegetação, é básico para a morfologia das espécies componentes. As folhas, em sua maioria pequenas, desaparecem durante as estiagens. Essa característica constitui em um dos meios mais eficazes de auto-proteção das plantas na falta de umidade do solo.
  • 3. 3 Os solos da província ecológica das caatingas constituem-se em um suporte extensivo de uma conjuntura biogeográfica que escapa do campo da aridez sensu stricto, ao mesmo tempo em que permanece distante do campo das paisagens tropicais úmidas, propriamente ditas (Ab’ Saber, 1974). Os acontecimentos paleoclimáticos, os aspectos geomorfológicas, os padrões vegetacionais e os registros florísticos servem como valiosas fontes de conhecimento da área onde predominam as caatingas. Possíveis incursões da floresta Atlântica durante o Quaternário, poderiam ser explicadas como uma contigüidade das áreas florestais. Em certos locais deste Bioma, onde o adensamento econômico possibilita a sustentação de uma população maior, o resultado é um aumento da pressão antrópica sobre os recursos naturais, cujos resultados incidem diretamente numa insustentabilidade econômica, social e ambiental. O conhecimento do meio natural é uma prévia decisiva para explicar as causas primeiras de uma questão que se insere no cruzamento dos fatos físicos, ecológicos e sociais: a devastação desse ecossistema único e diversificado. 2. VEGETAÇÃO (IBGE, 1991). A vegetação do Brasil, compreendida na Zona Neotropical, pode ser dividida, segundo o aspecto geográfico, em dois territórios: o amazônico e o extra-amazônico. No território Amazônico (área ombrófila), o sistema ecológico vegetal responde a um clima de temperatura média em torno de 25ºC e de chuvas torrenciais bem distribuídas durante o ano, sem déficit hídrico mensal no balanço ombrotérmico anual. No território extra-amazônico (área ombrófila e estacional), o sistema ecológico responde a dois climas - um tropical com temperaturas médias em torno de 22ºC e precipitações atmosféricas marcadas por um déficit hídrico, superior a 60 dias no balanço ombrotérmico anual, e um subtropical, com temperaturas suaves no inverno, que amenizam a média anual situada em torno de 18ºC. As chuvas são moderadas e bem distribuídas durante o ano, não ocorrendo, por isso, déficit hídrico mensal no balanço ombrotérmico durante o ano. Contudo, há uma fase de dormência vegetativa, provocada pelas baixas temperaturas dos meses mais frios do ano. Em cada uma dessas áreas climáticas, deu-se, através do tempo, uma adaptação da forma e do comportamento das plantas às características da estação desfavorável, seja seca ou fria ou ambas simultaneamente.
  • 4. 4 As plantas brasileiras apresentam-se em todas as formas de vida, conforme a posição e proteção dos órgãos de crescimento em relação aos períodos climáticos, pois o País localiza-se entre 5º de latitude N e 32º de latitude S, com altitudes que vão do nível do mar a mais de 3000 m. Em conseqüência, apresenta condições ecológicas variadíssimas, desde o ambiente equatorial ao temperado do Planalto Meridional, onde chegam a ocorrer nevascas nos pontos mais altos da sua porção sul. A distribuição da flora brasileira pode ser alicerçada em dois princípios da lógica, que são: a deriva das placas continentais e a evolução monofilética dos seres vivos. A hipótese da deriva das placas continentais foi inicialmente atribuída a Weneger, na década de 20, para o período Permocarbonífero e somente foi novamente aceita, sem restrições, após os trabalhos publicados na revista American Geographic, nas décadas de 60 e 70. Esta reunião de estudos geofísicos e paleontológicos comprovou a existência de dois eventos tectônicos de movimentos de placas. O primeiro corresponde à separação do grande continente da Pangéia, circundado pelo mar de Tetys, em dois continentes menores - o Gondwânia, no hemisfério Sul e o Laurásia no hemisfério Norte. O segundo corresponde ao movimento das atuais plataformas continentais que se vem realizando desde o fim do Período Cretáceo até os nossos dias. Embora tais eventos paleogeográficos continuem ainda sendo debatidos, o que não mais se discute é a origem monofilética dos seres vivos, pois a evolução das plantas teve como a dos animais, um tronco biológico único que se dividiu através do tempo. A vegetação brasileira recebeu, antes da deriva das placas continentais, o concurso de plantas pantropicais que, após este evento, formaram endemismos em famílias, gêneros e espécies, constituindo assim, os Domínios Florísticos e as Regiões da Zona Neotropical. Com oito milhões e meio de quilômetros quadrados, o território brasileiro se estende desde latitudes ao norte do equador, que passa pelos estados do Amazonas e Pará, pelo estado do Amapá e próximo ao norte da ilha de Marajó, até latitudes ao sul do trópico de capricórnio, que atravessa a cidade de São Paulo. Isso é suficiente para explicar a grande diversificação de solo e clima, com notável influência na distribuição das associações vegetais. A descrição de uma vegetação é uma aproximação sobre a densidade, a caducidade foliar, as formas e hábitos de crescimento, se emergentes e estratificadas. Os conceitos de forma de vida e os aspectos externos das plantas foram os primeiros atributos utilizados pelos naturalistas para descrever e definir um sistema de classificação da vegetação. Muitas vezes, por falta de definições precisas ou definições mais consistentes, os sistemas
  • 5. 5 de classificação de Martius e Sampaio para a vegetação brasileira foram confundidos com o sistema fitogeográfico proposto por Veloso et al. (1991). Os sistemas de classificação das vegetações mais utilizados ainda baseiam-se em atributos tais como, formas de vida de Raunkiaer e em aspectos ecológicos, que ficam cada vez mais complexos devido ao aumento do número de atributos e dependentes dos objetivos de estudo. O próximo passo consiste em classificar a vegetação ou agrupar por similaridade as espécies segundo suas características, propriedades que descrevem todos os indivíduos, conjuntos, populações, classes e estágios, até que se estabeleça uma ordem hierárquica englobando as distribuições num gradiente ambiental. No tratado de fitogeografia brasileira, Rizzini (1979), com devidas restrições às inclusões que subdividem o sistema de classificação universal para a vegetação brasileira, sugeriu um outro sistema de classificação, denominado bioecológico de Yangambi, que engloba noções ecológicas, levando em conta aspectos do clima, solo e altitude. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta uma classificação para a vegetação brasileira, onde lista uma série de conceituações apresentadas por diferentes estudiosos. Aqui, apresentaremos uma síntese dessa classificação e adicionaremos ‘novos’ pesquisadores a lista de conceituações. Fernandes (1998) analisou os vários sistemas de classificação para a vegetação do Brasil e destacou o sistema de Gonzaga Campos, que dava uma estruturação prática e definia as formações florestais, campos; caatingas, e o sistema de Linvaldo Santos, que fundamentou as fisionomias e dividiu a vegetação em três unidades: formações florestais ou arbóreas, formações arbustivas ou herbáceas e formações complexas. No sistema proposto por Andrade-Lima (1966), foram apresentados os critérios morfofisionômicos com ênfase no porte e fenologia foliar, e assim, dividiu-se a vegetação em formações complexas. No sistema de Rizzini (1979), adotaram-se os pontos de vista de Beard e desenvolveram-se critérios mais ecléticos para a classificação baseando-se na fisionomia e no habitat. O sistema de classificação da vegetação brasileira proposta por Veloso et al. (1991) levou em conta aspectos fisionômicos, topográficos, ecológicos e edáficos. Do ponto de vista fisionômico-ecológico o sistema apresentou oito tipos de formações. Assim temos as florestas ombrófilas densas; florestas ombrófilas abertas; florestas ombrófilas mistas; florestas estacionais semideciduais; campinaranas; savanas; savanas estépicas e estepes. Um ponto que deve ser ressaltado; é que ao adotar o binômio savana estépica para designar as Caatingas do Nordeste, Chaco, Campos de Roraima e Parque do Espinilho de Quaraí, a
  • 6. 6 classificação foi considerada uma impropriedade, uma vez que a caatinga não se configura como savana e muito menos como estepe (Andrade-Lima, 1981; Fernandes, 1998). (Eiten,1983; citado por Ribeiro, 2002) apresentou a classificação da vegetação do Brasil com uma visão que distingue os tipos de fisionomias que ocupam áreas grandes (floresta tropical, cerrado, caatinga) ou áreas menores (pradaria, subtropical, restinga, manguezal, floresta subtropical, praia, campo rupestre, campo montano entre outros) e as subdivisões de cada tipo de vegetação, que dependem da fisionomia, da flora e do ambiente e até da espécie vegetal, do substrato e da característica especial do clima. Desse modo, Eiten propôs vinte e quatro tipos de vegetação com suas respectivas subdivisões. Na década de 70, o grupo do projeto RADAMBRASIL (1983), criou uma escola fitogeográfica baseada em Ellenberg e Mueller-Dombois, resultando em uma das mais importantes classificações fisionômicas, além da divisão estrutural pura e simples da vegetação em florestal e campestre, com as subdivisões de acordo com uma hierarquia dos tipos de formações, que separa a vegetação Neotropical em regiões fitoecológicas. Estas, além de apresentarem o caráter botânico, também têm o caráter paleoclimático da adaptação ao ambiente ecológico pelas formas de vida das plantas (baseado em Raukiaer). 3. PRESERVAÇÃO DA VEGETAÇÃO Especialistas apontaram 53 áreas prioritárias para conservação da flora da Caatinga. Destas, 17 são de extrema importância, sendo recomendada proteção integral. Oito áreas, ou 47%, se encontram relacionadas à bacia do São Francisco: na Bahia - Serra do Curral Feio, Dunas do São Francisco em Barra e Pilão Arcado, e Serra do Açuruá; em Pernambuco- Petrolina, Buíque e Reserva Biológica de Serra Negra; e duas envolvendo mais de um estado- Chapada do Araripe (PE, CE e PI) e Xingó (BA, PE, AL e SE), de acordo com o MMA, 2003. No tocante a economia, a produção de mel tem aumentado nos últimos anos, mas ainda é uma ocupação com baixa contribuição na economia regional. Parte dela baseia-se na vegetação nativa, mas áreas de agricultura, como plantios de cajueiro, por exemplo, também são usadas (Alcoforado Filho 1996, Alcoforado Filho & Vilela 1998). Como o extrativismo, tem pouco impacto na vegetação nativa e pode ser compatível com as outras utilidades. A exploração como pasto nativo resulta numa renda baixa por área, mas ainda é à base da pecuária extensiva que é a principal atividade econômica rural, no semi-árido. A
  • 7. 7 produção de bovinos por hectare, pastando na caatinga, está em torno de 5-10 kg de carne por ano e a de leite ou de ovinos e caprinos fornece renda bruta mais ou menos equivalente (Sampaio et al. 1987). O pastoreio dos animais modifica a flora herbácea, pode afetar a regeneração das arbustivas e arbóreas, e deve influir na composição da fauna, mas há pouca informação sobre o assunto. A substituição por pastagens plantadas aumenta muito a produção (até cerca de 100 kg ha-1 ano-1 de carne), embora nem sempre seja economicamente viável, e, naturalmente, elimina a vegetação nativa. A proporção de área de pastos plantados no semi-árido ainda é relativamente baixa. Manejos menos impactantes que a substituição total da vegetação, como o raleamento e o rebaixamento da vegetação nativa, têm sido recomendados (Araújo Filho & Carvalho 1996), mas ocupam ainda uma pequena proporção das áreas de pasto. Os efeitos destes manejos nas outras utilidades não foram ainda avaliados. A produção de lenha por unidade de área é em torno de 40 stereo. ha-1 (m3 de lenha empilhada) a cada 10-15 anos (PNUD/ FAO/ IBAMA 1992, PNUD/ FAO/ IBAMA/ SUDENE 1993) e fornece renda média anual baixa. Entretanto, envolve uma área grande e se constitui no principal produto do extrativismo no semi-árido. A vegetação nativa é totalmente cortada, mas regenera-se, permitindo o manejo num ciclo de cortes de 10-15 anos, calculado em função da recuperação da biomassa de lenha. Até a poucos anos, quase toda a produção de lenha vinha da abertura de áreas para a agricultura itinerante, mas começa a se constituir em uma exploração independente (MMARHAL 1997). Ela produz uma renda bruta menor que a agricultura, mas é uma alternativa de renda eventual nas áreas sem outros usos. Pouco tem sido estudado sobre o efeito destes ciclos na composição da flora e da fauna (Sampaio et al. 1998). O corte elimina provisoriamente o efeito da vegetação na prevenção de erosão e na regularização do fluxo de água. A queima da lenha e dos restos de vegetação sobre o solo e a maior mineralização da matéria orgânica do solo contribui para o aumento do CO2 atmosférico. A agricultura itinerante baseia-se no corte e queima da vegetação nativa, plantio por alguns anos (geralmente 3-5), aproveitando o aumento da fertilidade do solo com as cinzas e a pouca presença de ervas daninhas, seguido do abandono da área para pousio ou regeneração da vegetação nativa, quando a fertilidade decresce e a infestação aumenta. O pousio, em geral, deveria durar 10-15 anos, mas freqüentemente é encurtado, por necessidade do produtor, ainda que resulte em decréscimo da produção. A agricultura itinerante é mais usual nas encostas e topos, sendo os vales ou baixios mais usados com agricultura intensiva ou semi-intensiva. Os efeitos deste sistema são do mesmo tipo que os
  • 8. 8 da retirada para lenha, porém mais drásticos já que o período sem vegetação nativa é maior. Erosão e descontrole no fluxo de água são agravados quando o sistema é praticado nas encostas e com plantio morro abaixo. As produtividades, em geral, são baixas. Milho e feijão, as culturas mais comuns, produzem menos que a média regional de 700 e 300 kg ha- 1 ano-1 , com rendas brutas de menos de R$ 200 ha. ano-1 (Sampaio et al. 1995). O sistema tem sido gradualmente abandonado, mas ainda é uma das grandes fontes de renda dos agricultores do semi-árido. As áreas cobertas com vegetação nativa têm uma erosão pequena, menor que 1-10 kg ha-1 . ano-1 de solo (Sampaio & Salcedo 1997). Áreas com cultivos agrícolas e desnudas têm erosão de 10 a 100 vezes maiores. Os efeitos dos desmatamentos no assoreamento dos reservatórios e na regularização dos fluxos de água, apesar de amplamente reconhecidos (Reis 1996), têm sido pouco estudados no semi-árido nordestino. Apesar de estudada há muito tempo em aspectos isolados, só recentemente a biodiversidade do semi-árido começou a ser avaliada em seu conjunto (Sampaio et al. 1994). A flora é melhor conhecida que a fauna e mais rica do que havia sido considerada, com alta proporção de endemismos. A fauna conhecida tem poucos endemismos e muita sobreposição com a do cerrado. Os locais de estudo têm na sua maioria, sido áreas com razoável nível de preservação, portanto, mais representativos do que seria a condição original da vegetação na condição atual, onde a maior parte da área que tem cobertura vegetal está em algum estádio de regeneração após corte e/ou queima. Os efeitos de usos e manejos diversos na biodiversidade são praticamente desconhecidos (Sampaio et al. 1998). A contribuição da vegetação do semi-árido para o balanço global de carbono só recentemente tem despertado alguma atenção (Tiessen et al. 1998), por conta da preocupação com o efeito estufa e o aquecimento global. A vegetação já com crescimento estabilizado mantém estoques de C nas plantas e no solo com médias regionais estimadas em 20-40 mg ha-1 e com fluxo variando de 2 a 15 mg ha-1 ano-1 , com entradas compensando as saídas. Corte e/ou queima liberam CO2 para a atmosfera, efeito indesejado, mas se as áreas são cultivadas ou abandonadas para regeneração da vegetação nativa têm acumulação líquida de C no sistema solo-planta. Efeitos de usos e manejos, como para quase todas as utilidades, são praticamente desconhecidos. Outra das formas tradicionais da sociedade garantir a preservação das áreas é a criação de regulamentação ao uso. Neste caso, a propriedade privada é respeitada mas seu uso é condicionado aos interesses mais abrangentes da comunidade. É um princípio
  • 9. 9 socialmente justo, mas cuja aplicação tem problemas. Geralmente, as restrições ao uso não são acompanhas de compensações. É comum que as pessoas se furtem a cumprir as leis, quando elas não são geradas das necessidades das comunidades mais imediatas e não consigam convencer de sua vantagem, se for distante dos interesses mais diretos. Se a comunidade mais próxima não fiscaliza, é necessário todo um aparato permanente de fiscalização, pago pela sociedade. Parte da legislação ambiental brasileira enquadra-se nesta condição de teoricamente correta, mas usualmente descumprida. Os exemplos mais flagrantes são as exigências da cobertura vegetal de 20% da área das propriedades, a necessidade de aprovação governamental para corte e queima de vegetação nativa e a proibição de caça de animais silvestres. A rede de fiscalização não pode cobrir com eficiência toda a área do semi-árido e o custo para um trabalho adequado é proibitivo. A utilização de áreas de vegetação nativa para recreação pública é pouca pelo baixo número de parques e reservas. 4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E SUGERIDA AB’ SABER, A. N. Uma revisão do Quaternário Paulista, do presente para o passado. Revista Brasileira de Geografia. 31 (4): p. 1-33. 1969. AB’ SABER, A. N. O domínio morfoclimático semi-árido das caatingas brasileiras. Universidade de São Paulo, Instituto de Geografia, São Paulo, Geomorfologia: 43. 1974. AB’ SABER, A. N. Espaços ocupados pela expansão dos climas secos da América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários. Universidade de São Paulo, Instituto de Geografia, São Paulo, Paleoclimas: 3. 1977. AB’ SABER, A. N. Domínios morfoclimáticos e solos do Brasil. In.: ALVAREZ, V. H.V.; FONTES, L.E.F.; FONTES, M.P.F (Eds). O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa: MG. SBCS: UFV. p. 95-112. 1996. ALVIN, P. de T. Observações ecológicas sobre a flora da região semi-árida do Nordeste. Revista Ceres. 44 (8): p. 105-111. 1949. AMBIENTE BRASIL. Disponível em: http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./natural/index.html&conteudo =./natural/biomas/caatinga.html - topo. Acessado em março de 2005. ANDRADE-LIMA, D. Contribuition to the study of the flora of Pernambuco, Brazil. New York: NY. State University of New York, 1954, 131 f. Dissertation (Máster Science)- State University of New York, 1954. ANDRADE-LIMA, D. Vegetação. In.: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA & CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA, Ed. Atlas Nacional do Brasil. Rio de Janeiro, IBGE/CNG, Folha II. 1966.11p.
  • 10. 10 ANDRADE-LIMA, D. The caatinga dominium. Revista Brasileira de Botânica. 4 (1): p. 149-163. 1981. FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário Aurélio- Século XXI. Ed. Nova Fronteira. 1999. (Versão eletrônica- Lexicon Informática) BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Projeto RADAMBRASIL. Folha CD. 30: Aracaju-Recife; vegetação: estudo fitogeográfico. Rio de Janeiro. 1983. (Levantamento dos Recursos Naturais). BRASIL NATURE. Disponível em: http://www.brazilnature.com/caatinga.html. Acessado em março de 2005. CAMACHO, R.G.V. Estudo Fitofisiográfico da Caatinga do Seridó- Estação Ecológica do Seridó, RN. São Paulo: SP, USP, 2001. 130 f. Tese (Doutorado)- Universidade de São Paulo, 2001. COLTEC. Disponível em: http://www.coltec.ufmg.br/coltec/ensino/ciencsoc/geografia/caatinga.html. Acessado em março de 2005. COUTINHO, L.M. As queimadas e seu papel ecológico. Brasil Florestal. 10 (44): 7-23. 1980. DE OLIVEIRA, P.E.; BARRETO, A.M.F.; SUGUIO, K. Late Pleistocene/Holocene climatic and vegetacional history of the Brazilian Caatinga: the fossil dunes of the middle São Francisco River. Peleogeography, Paleoclimatology, Paleoecology. 152 (?): 319-337. 1999. DRUMOND, M. A. (Coord.). Avaliação e identificação de ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade do bioma Caatinga. In.: “Documento para Discussão no GT Estratégia para o uso Sustentável da Biodiversidade da Caatinga”. Petrolina- PE. 2000. (Versão eletrônica). EGLER, W.A. Contribuição ao estudo da Caatinga pernambucana. Revista Brasileira de Geografia. 13 (4): 577-590. 1951. FERNANDES, A. Fitogeografia brasileira. Fortaleza. Multigraf. 1998. 340p. FERNANDES, A. Conexões florísticas do Brasil. Fortaleza: Banco do Nordeste. 2003. 134p. FERRI, M.G. & LABOURIAU, L G. Water balance of plants from the “Caatinga”. I. transpiration of some of the most frequent species of the “Caatinga” of Paulo Afonso (Bahia) in the rainy season. Revista Brasileira de Biologia. 12 (3): 301-312. 1952. FERRI, M.G. Contribuição ao Conhecimento da Ecologia do Cerrado e da Caatinga. Estudo comparativo da economia d’água de sua vegetação. In: Boletim da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, Botânica 12. 1955. FERRI, M.G. Ecologia, temas e problemas brasileiros. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia. 1974. 183p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indicadores de desenvolvimento sustentável - Brasil 2004 Dimensão ambiental – Biodiversidade. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. 36p.
  • 11. 11 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1992. 92p. (Manuais Técnicos em Geociências, 1). JACOMINE, P.K.T. Solos sob caatingas- Características e uso agrícola. In.: ALVAREZ, V.H.V; FONTES, L.E.F.; FONTES, M.P.F (Eds). O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa: MG. SBCS: UFV. 1996. p. JATOBÁ, L. Alguns aspectos microclimáticos dos ambientes secos. Revista de Geografia. (3): 67-89. 1983. KUHLMANN, E. O domínio da Caatinga. Boletim Geográfico. Rio de Janeiro. 33 (241): 65-72. 1974. LEMOS, J.R. Fitossocologia da vegetação caducifólia espinhosa da Serra da Capivara, Piauí. Recife- PE, 1999. 94 f. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal de Pernambuco. 1999. LIMA, J. L. S. Reconhecimento de trinta espécies arbóreas e arbustivas da caatinga, através da morfologia da casca. Recife- PE, 1982. 140 f. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal Rural de Pernambuco, 1982. Ministério do Meio Ambiente. Programa de revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Brasília, MMA. 2003. 134p. NIMER, E. Circulação atmosférica do Nordeste e suas conseqüências- o fenômeno das secas. Revista Brasileira de Geografia. 26 (2): 147-157. 1964. NIMER, E. Clima. In.: IBGE, FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Eds). Geografia do Brasil. V. 2, Região Nordeste. Rio de Janeiro, Diretoria Técnica, Serigraf. IBGE. p. 47-84. 1977. NIMER, E. Climatologia do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: IBGE; SUPREN, 1989. 421 p. (Série Recursos Naturais e Meio Ambiente, 4). PRADO, D. E. As Caatingas da América do Sul. In.: LEAL, I. R. & TABARELLI, M. (Eds.) Ecologia e Conservação da Caatinga. Editora Universitária: UFPE. 2003. RAWITSCHER, F.; HUECK, K.; MORELLO, J. & PAFEN, K. H. Algumas observações sobre a ecologia da vegetação das caatingas. An. Acad. Brasil. Ciênc. 24 (3): 287- 301. 1952. REIS, A. C. de S.Clima da caatinga. An. Acad. Brás. Ciênc. 48 (2): 325-335. 1976. RIBEIRO, A. de S. Dinâmica paleoambiental da vegetação e clima durante o quaternário tardio em domínios da mata Atlântica, brejo do semi-árido e cerrado nordestinos, utilizando isótopos do carbono da matéria orgânica do solo e das plantas. Piracicaba- SP, 2002. 193 f. Tese (Doutorado)- Universidade de São Paulo, 2002. RIZZINI, C. T. Nota prévia sobre a divisão fitogeográfica do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. 26 (1): 3-64. 1963. RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. São Paulo: Hucitec, 1979.
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