Brasil busca autossuficiência em remédios derivados de sangue
1. Saúde na mídia Brasília, 21 de dezembro de 2011
Brasil Econômico/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Brasil busca autossuficiência em remédios derivados
de sangue
BRASIL
de doenças como a hemofilia A e B e como ma-
téria-prima na produção de vacinas e em cirurgias
mais complexas. O motivo é óbvio: o SUS gasta por
ano R$ 2,5 bilhões para fornecer esses me-
dicamentos para cerca de 15 mil portadores de doen-
ças.
"Este ano, conseguimos reduzir o valor ao mudar a
forma de compra, renegociando os contratos e es-
tendendo o acordo de fornecimento, o que trouxe
uma economia de R$ 400 milhões, resultando na am-
pliação do atendimento", diz Padilha.
"Mas a ideia é zerar o gasto a partir de 2017 ou 2018,
quando os dois projetos estiverem funcionando ple-
Em São Paulo, ministro da Saúde fecha parceria como Instituto Butantan
namente e até exportar o excedente." O ministro lem-
brou que só quinze países no mundo têm tecnologia
para produzir hemoderivados.
Ministro visita Instituto Butantan, onde mais uma fá-
brica está sendo construída, e quer o fim das im-
A previsão é que o plasma coletado nos hemocentros
portações
do país comece a ser estocado na câmara fria re-
cém-inaugurada da Hemobrás a partir de julho. Até
Martha San Juan França
2014, esse material será remetido ao Laboratório
Francês de Biotecnologia (LFB), na França, onde se-
mfranca@brasileconomico.com.br
rá transformado em hemoderivados que retornarão
ao Brasil para serem distribuídos pelo Sistema Úni-
Depois da inauguração, anteontem, da primeira etapa
co de Saúde (SUS ).
da fábrica de medicamentos da Empresa Brasileira
de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás )
O LFB é parceiro da Hemobrás na transferência de
no município de Goiana (PE), o ministro da Saúde,
tecnologia de fracionamento do plasma para a futura
Alexandre Padilha, esteve em São Paulo para acer-
produção nacional de hemoderivados de Goiana. O
tar uma parceria com o Instituto Butantan, órgão da
investimento do governo federal nessa fase do em-
Secretaria da Saúde do Estado, com resultado se-
preendimento, que englobou apenas a câmara fria,
melhante. As duas fábricas - da Hemobrás e do Bu-
foi de R$ 27,4 milhões. A segunda etapa está em an-
tantan- fazem parte da decisão estratégica de tornar o
damento, com investimento previsto de R$ 269 mi-
Brasil autossuficiente na produção de remédios fei-
lhões.
tos a partir de plasma sanguíneo.
Sem concorrência A fábrica paulista, que também já
Há mais de dez anos que o governo fazia planos para
está em andamento, tem uma proporção menor, mas
construção dessas fábricas, com o objetivo de sub-
é considerada mais inovadora. Com investimento to-
stituir as importações de hemoderivados, proteínas
obtidas a partir do plasma, utilizadas no tratamento
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2. Saúde na mídia Brasília, 21 de dezembro de 2011
Brasil Econômico/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Continuação: Brasil busca autossuficiência em remédios derivados de sangue
tal de R$ 195 milhões, recebeu com a assinatura do PARCERIA
acordo, aporte de R$ 20 milhões do governo federal,
estendido também a outras atividades do Butantan, 1 - Complementares e não concorrentes
como a produção de vacinas contra influenza, e pes-
quisas para obter um imunizante contra a dengue. Acordo entre governos federal e estadual permitirá
dar andamento às duas fábricas brasileiras de he-
Outros R$ 20 milhões foram obtidos da Secretaria de moderivados. O Hemobrás focará no atendimento
Estado da Saúde. "A fábrica possui tecnologia de em larga escala do mercado nacional, enquanto o Bu-
ponta e o desenvolvimento previsto no acordo per- tantan apoiará o desenvolvimento de remédios mais
mitirá avanços significativos no setor", avalia Jorge complexos.
Kalil, diretor do Instituto Butantan.
ACORDOS
O secretário de Saúde de São Paulo, Giovanni Guido
Cerri, fez questão de enfatizar que não se trata de um Saúde faz nove PPPs e economiza R$ 400 mi
projeto concorrente. "São Paulo une forças com o go-
verno federal para levar o Brasil a ser autossuficiente O Ministério da Saúde firmou neste ano nove par-
na produção de imunobiológicos essenciais", afir- cerias com empresas públicas e privadas para a a pro-
mou. "São dois projetos independentes, mas com- dução nacional de tratamento de doenças, gerando
plementares." A mesma ênfase foi dada pelo uma economia de R$ 400 milhões. Como resultado,
presidente da Hemobrás, Rômulo Maciel. "A par- 29 produtos de saúde passarão a ser fabricados no
ceria que aqui se inicia vai contribuir para a país.
construção da autossuficiência nacional", disse.
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