SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Baixar para ler offline
FISIOLOGIA RENAL
PROCESSOS BÁSICOS DE TROCA RENAL
MECANISMOS RENAIS DE MANIPULAÇÃO DO PLASMA
1. Filtração glomerular
2. Reabsorção tubular
3. Secreção tubular
4. Excreção
MECANISMOS DETRANSPORTE TRANSMEMBRANA DE SOLUTOS
REABSORÇÃOTUBULAR
Movimento de água e solutos filtrados do lúmen dos túbulos de volta para o plasma
Algumas substâncias são 100% reabsorvidas (ex. glicose, proteínas)
Outras são reabsorvidas de modo a variar sua taxa de excreção para regular sua concentração no plasma (ex.
Na+, K+)
REABSORÇÃOTUBULAR
REABSORÇÃOTUBULAR
INCLUI MECANISMOS ATIVOS E
PASSIVOS DETRANSPORTE
Mecanismos ativos de movimentação:
 Transporte ativo primário
 Transporte ativo secundário
Forças de movimentação passiva:
 Diferença de concentração (difusão
simples e facilitada)
 Diferença de potencial elétrico
 Osmose
ACOPLAMENTO ENTRE A REABSORÇÃO DE Na+, ÁGUA E ÂNIONS
1. O sódio é transportado ativamente para o interstício.
2. O sódio entra passivamente a partir do lúmen tubular.
3. Os ânions seguem o movimento do sódio.
4. A água segue o movimento dos solutos.
5. A água e os solutos movem-se por fluxo em massa para os capilares peritubulares.
PRINCÍPIOS QUE DETERMINAM A REABSORÇÃOTUBULAR
O transporte ativo de sódio é um processo fundamental, necessário não apenas a reabsorção de sódio, mas
também à criação de condições que comandam a reabsorção de água e outros solutos.
REABSORÇÃO NOTÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL
REABSORÇÃO DE GLICOSE NOTÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL
capilar
c.a.
Na
TROCADOR Na+-H+ NOTÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL
TRANSPORTE MÁXIMO
Transporte máximo para substâncias que são reabsorvidas ou secretadas por proteínas carreadoras ou bombas
Limite devido a saturação de sistemas de transporte quando a quantidade de soluto excede a capacidade das
proteínas carreadoras
Carga filtrada > Capacidade de reabsorção
Glicose: 100% reabsorvida noTCP
Transporte máximo = 375 mg/min
Carga filtrada =TFG x [glicose]plasma
125 mL/min x 100 mg/dL = 125 mg/min
SECREÇÃOTUBULAR
Movimento de água e solutos do plasma dos capilares peritubulares ou células dos túbulos renais para dentro
do lúmen dos néfrons
REABSORÇÃO DE Na+ E SECREÇÃO DE K+ NO DUCTO COLETOR
REABSORÇÃO DE HCO3
- E SECREÇÃO DE H+ NO DUCTO COLETOR
EXCREÇÃO
A intensidade com que as substâncias são excretadas na urina representa a interação entre os processos de
manipulação do plasma
Excreção = Filtração – Reabsorção + Secreção
A excreção envolve a eliminação de soluto e água do corpo sob a forma de urina
Taxa de excreção tem efeito direto sobre o volume e a composição do plasma
Taxa em que um soluto é excretado
INDICA OVOLUME DE PLASMA QUE FICATOTALMENTE LIVRE DO SOLUTO POR UNIDADE DE
TEMPO
Eficiência com que os rins excretam substâncias
Avaliação geral da saúde dos rins
Depuração = taxa de excreção / concentração plasmática
Depuração = [Us] xVu / concentração plasmática
 Volume urinário = 450ml/h
 Concentração de Na+ na urina = 15mmoles/l
 Concentração plasmática de Na+ = 145mmoles/l
Depuração = (15mmoles/l x 7,5ml/min) / 145mmoles/l
Depuração = 0,8ml/min
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
Depuração traduz como os rins processam uma substância comparada com outra
Usada clinicamente para estimar o RFG e o fluxo plasmático renal
Se substância é livremente filtrada e não é reabsorvida nem secretada, a quantidade da
substância na urina é igual a filtrada
Volume de plasma filtrado é aquele totalmente depurado da substância, isto é, a depuração é
igual aoTFG
Depuração =TFG = [Us] xV / concentração plasmática
Marcador glomerular ideal: inulina
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO DA INULINA
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO DA INULINA
TFG = [Us] xV / concentração plasmática
TFG = (250mmoles/L x 2ml/min) / 4mmoles/L
TFG = 125ml/min
Taxa excretada = Carga fitrada
FE =Taxa excretada / Carga fitrada = 1
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
CLEARANCE ou DEPURAÇÃO DO ÁCIDO P-AMINOIPÚRICO
TFG = [Us] xV / concentração plasmática
TFGPAH = FPR = (1.250mmoles/L x 2ml/min) / 4mmoles/L
FPR = 625ml/min
PAH é livremente filtrado, não é reabsorvido, mas é totalmente secretado
O plasma que entra nos rins sofre depuração completa do PAH
Usado para determinar fluxo plasmático renal
4mmole/L
REFLEXO DE MICÇÃO
Controle parassimpático
Controle simpático
Controle somático
REFLEXO DE MICÇÃO
↑ Volume da
bexiga
Expansão da
parede da bexiga
Ativação de
receptores de
estiramento
↓ Atividade
simpática
↑ Atividade
parassimpática
↓ Atividade
somática
Relaxamento
do esfíncter
uretral interno
Contração do
detrusor
Relaxamento do
esfíncter uretral
externo
Abertura do
esfíncter uretral
interno
Abertura do
esfíncter uretral
externo
Micção

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Fisiologia Renal em (19)

Frente 2 aula 10 Excreção Humana
Frente 2 aula 10 Excreção HumanaFrente 2 aula 10 Excreção Humana
Frente 2 aula 10 Excreção Humana
 
Fisio urinario-zago
Fisio urinario-zagoFisio urinario-zago
Fisio urinario-zago
 
Filtração glomerular trab biologia
Filtração glomerular trab biologiaFiltração glomerular trab biologia
Filtração glomerular trab biologia
 
Sistema renal
Sistema renalSistema renal
Sistema renal
 
Fisiologia renal modificado
Fisiologia renal modificadoFisiologia renal modificado
Fisiologia renal modificado
 
Aula - Farmacologia básica - Distribuição e Metabolismo
Aula - Farmacologia básica - Distribuição e MetabolismoAula - Farmacologia básica - Distribuição e Metabolismo
Aula - Farmacologia básica - Distribuição e Metabolismo
 
Osmo regulação excrecao
Osmo regulação excrecaoOsmo regulação excrecao
Osmo regulação excrecao
 
Fisiologia renal ii fmup
Fisiologia renal ii   fmupFisiologia renal ii   fmup
Fisiologia renal ii fmup
 
Aula sistema renal
Aula sistema renalAula sistema renal
Aula sistema renal
 
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
 
Aula 5 - B
Aula 5 - BAula 5 - B
Aula 5 - B
 
Aula 5 - B
Aula 5 - BAula 5 - B
Aula 5 - B
 
Aula 6 - B
Aula 6 - BAula 6 - B
Aula 6 - B
 
Tanque diluicao 04 29
Tanque diluicao 04 29Tanque diluicao 04 29
Tanque diluicao 04 29
 
Pharmacokinetics and pharmacodynamics
Pharmacokinetics and pharmacodynamicsPharmacokinetics and pharmacodynamics
Pharmacokinetics and pharmacodynamics
 
Fisiologia celular
Fisiologia celularFisiologia celular
Fisiologia celular
 
aula sobre sistema excretor, anatomia e fisiologia
aula sobre sistema excretor, anatomia e fisiologiaaula sobre sistema excretor, anatomia e fisiologia
aula sobre sistema excretor, anatomia e fisiologia
 
Farmacocinética básica
Farmacocinética básicaFarmacocinética básica
Farmacocinética básica
 
Aula - Fisiologia renal
Aula - Fisiologia renalAula - Fisiologia renal
Aula - Fisiologia renal
 

Último

Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfDaianaBittencourt
 
Distócias em Obstetrícia, distócias de ombro
Distócias em Obstetrícia, distócias de ombroDistócias em Obstetrícia, distócias de ombro
Distócias em Obstetrícia, distócias de ombroJoyceDamasio2
 

Último (7)

Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
 
Distócias em Obstetrícia, distócias de ombro
Distócias em Obstetrícia, distócias de ombroDistócias em Obstetrícia, distócias de ombro
Distócias em Obstetrícia, distócias de ombro
 

Fisiologia Renal em

  • 2. MECANISMOS RENAIS DE MANIPULAÇÃO DO PLASMA 1. Filtração glomerular 2. Reabsorção tubular 3. Secreção tubular 4. Excreção
  • 4. REABSORÇÃOTUBULAR Movimento de água e solutos filtrados do lúmen dos túbulos de volta para o plasma Algumas substâncias são 100% reabsorvidas (ex. glicose, proteínas) Outras são reabsorvidas de modo a variar sua taxa de excreção para regular sua concentração no plasma (ex. Na+, K+)
  • 6. REABSORÇÃOTUBULAR INCLUI MECANISMOS ATIVOS E PASSIVOS DETRANSPORTE Mecanismos ativos de movimentação:  Transporte ativo primário  Transporte ativo secundário Forças de movimentação passiva:  Diferença de concentração (difusão simples e facilitada)  Diferença de potencial elétrico  Osmose
  • 7. ACOPLAMENTO ENTRE A REABSORÇÃO DE Na+, ÁGUA E ÂNIONS 1. O sódio é transportado ativamente para o interstício. 2. O sódio entra passivamente a partir do lúmen tubular. 3. Os ânions seguem o movimento do sódio. 4. A água segue o movimento dos solutos. 5. A água e os solutos movem-se por fluxo em massa para os capilares peritubulares.
  • 8. PRINCÍPIOS QUE DETERMINAM A REABSORÇÃOTUBULAR O transporte ativo de sódio é um processo fundamental, necessário não apenas a reabsorção de sódio, mas também à criação de condições que comandam a reabsorção de água e outros solutos.
  • 10. REABSORÇÃO DE GLICOSE NOTÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL
  • 12. TRANSPORTE MÁXIMO Transporte máximo para substâncias que são reabsorvidas ou secretadas por proteínas carreadoras ou bombas Limite devido a saturação de sistemas de transporte quando a quantidade de soluto excede a capacidade das proteínas carreadoras Carga filtrada > Capacidade de reabsorção Glicose: 100% reabsorvida noTCP Transporte máximo = 375 mg/min Carga filtrada =TFG x [glicose]plasma 125 mL/min x 100 mg/dL = 125 mg/min
  • 13. SECREÇÃOTUBULAR Movimento de água e solutos do plasma dos capilares peritubulares ou células dos túbulos renais para dentro do lúmen dos néfrons
  • 14. REABSORÇÃO DE Na+ E SECREÇÃO DE K+ NO DUCTO COLETOR
  • 15. REABSORÇÃO DE HCO3 - E SECREÇÃO DE H+ NO DUCTO COLETOR
  • 16. EXCREÇÃO A intensidade com que as substâncias são excretadas na urina representa a interação entre os processos de manipulação do plasma Excreção = Filtração – Reabsorção + Secreção A excreção envolve a eliminação de soluto e água do corpo sob a forma de urina Taxa de excreção tem efeito direto sobre o volume e a composição do plasma
  • 17. Taxa em que um soluto é excretado INDICA OVOLUME DE PLASMA QUE FICATOTALMENTE LIVRE DO SOLUTO POR UNIDADE DE TEMPO Eficiência com que os rins excretam substâncias Avaliação geral da saúde dos rins Depuração = taxa de excreção / concentração plasmática Depuração = [Us] xVu / concentração plasmática  Volume urinário = 450ml/h  Concentração de Na+ na urina = 15mmoles/l  Concentração plasmática de Na+ = 145mmoles/l Depuração = (15mmoles/l x 7,5ml/min) / 145mmoles/l Depuração = 0,8ml/min CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
  • 19. CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA Depuração traduz como os rins processam uma substância comparada com outra
  • 20. Usada clinicamente para estimar o RFG e o fluxo plasmático renal Se substância é livremente filtrada e não é reabsorvida nem secretada, a quantidade da substância na urina é igual a filtrada Volume de plasma filtrado é aquele totalmente depurado da substância, isto é, a depuração é igual aoTFG Depuração =TFG = [Us] xV / concentração plasmática Marcador glomerular ideal: inulina CLEARANCE ou DEPURAÇÃO PLASMÁTICA
  • 22. CLEARANCE ou DEPURAÇÃO DA INULINA TFG = [Us] xV / concentração plasmática TFG = (250mmoles/L x 2ml/min) / 4mmoles/L TFG = 125ml/min Taxa excretada = Carga fitrada FE =Taxa excretada / Carga fitrada = 1
  • 24. CLEARANCE ou DEPURAÇÃO DO ÁCIDO P-AMINOIPÚRICO TFG = [Us] xV / concentração plasmática TFGPAH = FPR = (1.250mmoles/L x 2ml/min) / 4mmoles/L FPR = 625ml/min PAH é livremente filtrado, não é reabsorvido, mas é totalmente secretado O plasma que entra nos rins sofre depuração completa do PAH Usado para determinar fluxo plasmático renal 4mmole/L
  • 25. REFLEXO DE MICÇÃO Controle parassimpático Controle simpático Controle somático
  • 26. REFLEXO DE MICÇÃO ↑ Volume da bexiga Expansão da parede da bexiga Ativação de receptores de estiramento ↓ Atividade simpática ↑ Atividade parassimpática ↓ Atividade somática Relaxamento do esfíncter uretral interno Contração do detrusor Relaxamento do esfíncter uretral externo Abertura do esfíncter uretral interno Abertura do esfíncter uretral externo Micção