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Dezembro de 2011 Agroanalysis 43
Especial ANDEF
Existe um conjunto significativo de
espécies de plantas frutíferas e hortí-
colas com número insuficiente de defensi-
vos agrícolas registrados. Esta é a principal
causa das inconformidades apontadas nos
programas que monitoram os resíduos de
defensivos em alimentos cultivados.
Apesar de ser comum a detecção de
defensivos simplesmente não autorizados
para uso nas culturas, na grande maioria
dos casos, as amostras não apresentam
resultados acima do Limite Máximo de
Resíduos (LMR), indicador com base
científica para a avaliação toxicológica de
um produto.
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sanitária despendem enormes recursos e
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novas moléculas, cada vez mais amigáveis
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rísticas agronômicas e toxicológicas.
Como uma das principais estratégias
para evitar ou reduzir o surgimento de
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vos, o produtor rural recorre à aplicação
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Não obstante, é fundamental a amplia-
ção do número de produtos registrados
para as chamadas minor crops (culturas
pequenas), também conhecidas como
culturas de suportes fitossanitários insu-
ficientes. Há anos, as associações de pro-
dutores, entidades de pesquisa, indústrias
e os órgãos de governos, dentre outros,
procuram equacionar esse problema.
No início de 2010, foi publicada Ins-
trução Normativa, pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), com o intuito de regulamentar
e estimular o desenvolvimento de produ-
tos fitossanitários para as minor crops. No
entanto, a morosidade do registro perma-
nece como um enorme gargalo. A norma
estabelece o agrupamento de culturas
por critérios de similaridade alimentar
e fitotécnica e elege culturas represen-
tativas para esses grupos. O objetivo é
estender os valores de LMR de culturas
que já tenham produto registrado para as
minor crops.
É fundamental que, no conjunto, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
váveis (Ibama) e o Mapa tenham como
foco o atendimento mais rápido das so-
licitações de registro, sem perder o rigor
necessário para garantir a qualidade dos
produtos utilizados.
As boas práticas agrícolas
Pesquisadores e especialistas reconhecem a evolução tecnológica
e a importância dos produtos sanitários para garantir a segurança
dos alimentos produzidos. Essa evolução, junto com a adoção de
boas práticas agrícolas, acompanhamento integral e contínuo, as-
sistência técnica e acesso a financiamentos possibilitam aos pro-
dutores alcançarem mercados dinâmicos e passarem para uma
economia empresarial.
Há a necessidade de treinamento constante, com a aquisição do
produto com receituário agronômico, o uso de Equipamento de
Proteção Individual (EPI), o preparo adequado da calda e o correto
descarte das embalagens.
Em complementaridade à assistência técnica promovida pelas em-
presas fabricantes e pelos canais de distribuição de defensivos, é
fundamental a extensão rural desenvolvida pelo poder público, a
quem compete o uso correto e seguro dos produtos, de acordo
com a legislação. Com isto, problemas como intoxicação de apli-
cadores, resíduos em alimentos e problemas ambientais devem
reduzir drasticamente.
A grande maioria dos agricultores utiliza defensivos como principal
método de controle de pragas e doenças. Ao mesmo tempo, a pes-
quisa e as próprias indústrias orientam que o controle de pragas
deve seguir o Manejo Integrado. O objetivo é manejar a cultura para
que as plantas possam expressar sua resistência natural às pra-
gas e aos patógenos, sem comprometer os organismos benéficos.
Sempre que disponíveis, devem ser usadas cultivares resistentes
e medidas culturais, como aprimoramento da fertilização, irriga-
ção adequada, preparo do solo e outras técnicas preventivas. Tais
medidas devem evoluir e serem utilizadas simultaneamente ou em
sequência com os defensivos.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) mostra como os sete bilhões de habitantes do planeta neces-
sitam urgentemente de alimentos, fibras e energias renováveis. As
demandas dos agricultores para controle de pragas e a melhoria
da produtividade indicam que o agronegócio tem na tecnologia de
produtos químicos tradicionais uma ferramenta aliada na busca da
sustentabilidade da agricultura.
Defensivos agrícolas
Tecnologia fitossanitária
em hortaliças
José Otávio Menten*
* Professor associado da Escola Superior de Agri-
cultura “Luiz de Queiroz” (Esalq-USP)

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  • 1. Dezembro de 2011 Agroanalysis 43 Especial ANDEF Existe um conjunto significativo de espécies de plantas frutíferas e hortí- colas com número insuficiente de defensi- vos agrícolas registrados. Esta é a principal causa das inconformidades apontadas nos programas que monitoram os resíduos de defensivos em alimentos cultivados. Apesar de ser comum a detecção de defensivos simplesmente não autorizados para uso nas culturas, na grande maioria dos casos, as amostras não apresentam resultados acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR), indicador com base científica para a avaliação toxicológica de um produto. Especialistas e empresas da área fitos- sanitária despendem enormes recursos e tempo em pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas, cada vez mais amigáveis ao meio ambiente, com melhores caracte- rísticas agronômicas e toxicológicas. Como uma das principais estratégias para evitar ou reduzir o surgimento de linhagens de pragas resistentes a defensi- vos, o produtor rural recorre à aplicação alternada ou simultânea de produtos, com diferentes mecanismos da ação. Não obstante, é fundamental a amplia- ção do número de produtos registrados para as chamadas minor crops (culturas pequenas), também conhecidas como culturas de suportes fitossanitários insu- ficientes. Há anos, as associações de pro- dutores, entidades de pesquisa, indústrias e os órgãos de governos, dentre outros, procuram equacionar esse problema. No início de 2010, foi publicada Ins- trução Normativa, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o intuito de regulamentar e estimular o desenvolvimento de produ- tos fitossanitários para as minor crops. No entanto, a morosidade do registro perma- nece como um enorme gargalo. A norma estabelece o agrupamento de culturas por critérios de similaridade alimentar e fitotécnica e elege culturas represen- tativas para esses grupos. O objetivo é estender os valores de LMR de culturas que já tenham produto registrado para as minor crops. É fundamental que, no conjunto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno- váveis (Ibama) e o Mapa tenham como foco o atendimento mais rápido das so- licitações de registro, sem perder o rigor necessário para garantir a qualidade dos produtos utilizados. As boas práticas agrícolas Pesquisadores e especialistas reconhecem a evolução tecnológica e a importância dos produtos sanitários para garantir a segurança dos alimentos produzidos. Essa evolução, junto com a adoção de boas práticas agrícolas, acompanhamento integral e contínuo, as- sistência técnica e acesso a financiamentos possibilitam aos pro- dutores alcançarem mercados dinâmicos e passarem para uma economia empresarial. Há a necessidade de treinamento constante, com a aquisição do produto com receituário agronômico, o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), o preparo adequado da calda e o correto descarte das embalagens. Em complementaridade à assistência técnica promovida pelas em- presas fabricantes e pelos canais de distribuição de defensivos, é fundamental a extensão rural desenvolvida pelo poder público, a quem compete o uso correto e seguro dos produtos, de acordo com a legislação. Com isto, problemas como intoxicação de apli- cadores, resíduos em alimentos e problemas ambientais devem reduzir drasticamente. A grande maioria dos agricultores utiliza defensivos como principal método de controle de pragas e doenças. Ao mesmo tempo, a pes- quisa e as próprias indústrias orientam que o controle de pragas deve seguir o Manejo Integrado. O objetivo é manejar a cultura para que as plantas possam expressar sua resistência natural às pra- gas e aos patógenos, sem comprometer os organismos benéficos. Sempre que disponíveis, devem ser usadas cultivares resistentes e medidas culturais, como aprimoramento da fertilização, irriga- ção adequada, preparo do solo e outras técnicas preventivas. Tais medidas devem evoluir e serem utilizadas simultaneamente ou em sequência com os defensivos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra como os sete bilhões de habitantes do planeta neces- sitam urgentemente de alimentos, fibras e energias renováveis. As demandas dos agricultores para controle de pragas e a melhoria da produtividade indicam que o agronegócio tem na tecnologia de produtos químicos tradicionais uma ferramenta aliada na busca da sustentabilidade da agricultura. Defensivos agrícolas Tecnologia fitossanitária em hortaliças José Otávio Menten* * Professor associado da Escola Superior de Agri- cultura “Luiz de Queiroz” (Esalq-USP)