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L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
ACIDENTES DE TRABALHO EM ATIVIDADES COM ENERGIA ELÉTRICA
Accidents of Work in Activities with Electrical Energy
Larissa Reis e Castro 1
, Rafaela Carlos Borges 2
, Ulisses Guimarães Ulhôa 3
PALAVRAS CHAVE:
Acidentes do Trabalho;
Segurança do Trabalho;
Energia;
Prevenção;
Riscos.
KEYWORDS:
Occupational Accidents;
Safety at Work;
Energy;
Prevention;
Risks.
RESUMO: Devido a maior exposição dos trabalhadores a riscos no ambiente do trabalho,
há a crescente possibilidade do aumento de acidentes e do surgimento de problemas de
saúde, gerando inconvenientes e custos aos empregadores. Há, portanto, a necessidade
de investir em segurança do trabalho. Sabendo que os acidentes estão presentes em
todos os segmentos empresariais, este artigo busca analisar os dados relativos aos
acidentes do trabalho em empresas que atuam no ramo da energia elétrica. Por meio de
um questionário eletrônico elaborado pelos autores, obteve-se resultados de 5 empresas
do ramo da energia elétrica, da cidade de Goiânia, conclui-se que as empresas estão
investindo na segurança do trabalho, realizando os treinamentos e utilizando os
equipamentos de proteção conforme as normas. Porém, através dos resultados, nota-se
que os acidentes não estão reduzindo, e sim aumentando, havendo a necessidade de
investigação das causas desse crescente índice. Sendo assim, para garantir a segurança e
integridade do trabalhador, além de fornecer os equipamentos de proteção e treiná-los,
é preciso reforçar o valor à vida e seu valor para a saúde financeira e operacional da
empresa.
ABSTRACT: Due to the greater exposure of workers to risks in the workplace, there is an
increasing possibility of increased accidents and the emergence of health problems,
creating inconveniences and costs for employers. There is therefore a need to invest in
job security. Knowing that accidents are present in all business segments, this article
seeks to analyze data related to work accidents in companies that operate in the electric
energy sector. By means of an electronic questionnaire elaborated by the authors,
results were obtained from 5 companies in the electric energy sector, from the city of
Goiânia, it is concluded that the companies are investing in work safety, performing the
training and using the protection equipment according to the norms. However, through
the results, it is noted that the accidents are not reducing, but increasing, and there is a
need to investigate the causes of this growing index. Therefore, to ensure the safety and
integrity of the worker, in addition to providing protection equipment and training, it is
necessary to reinforce the value to life and its value to the financial and operational
health of the company.
* Contato com os autores:
1
e-mail: larissar_castro@hotmail.com ( L. R. e Castro )
Engenheira Civil, Pós Graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás.
2
e-mail: rafaelaborgesarquitetura@gmail.com ( R. C. Borges )
Arquiteta e Urbanista, Especialista em Iluminação pelo IPOG, Pós Graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho pela
Universidade Federal de Goiás.
3
e-mail: ulissesulhoa@gmail.com ( U. G. Ulhôa )
Engenheiro Civil, Doutor, Docente, Universidade Federal de Goiás.
ISSN: 2179-0612 © 2017 REEC - Todos os direitos reservados.
Espaço restrito
aos editores de
layout da REEC.
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L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
1 INTRODUÇÃO
Devido à necessidade de cada de cada vez mais produzir em um curto período de tempo, as
empresas estão buscando diversas formas para realizar essa produção, aumentando os números de
trabalhadores, assim como, jornadas de trabalho. Diante deste quadro, há uma maior exposição a riscos
mais agravantes, gerando maiores probabilidades de envolverem em acidentes e ainda, surgir problemas
de saúde em razão do trabalho, gerando custos inconvenientemente aos empresários com encargos
trabalhistas.
Assim, há a necessidade de investimentos na segurança do trabalho, mesmo que, para muitos,
esses investimentos sejam considerados um custo alto e que retornaria benefícios a prazos relativamente
longos. Mesmo com esses custos iniciais, os empresários devem estar cada vez mais atentos e atualizados
para os retornos advindos dessa aplicação.
Tomando como referência empresas que tem como atividade principal o ramo da energia elétrica,
uma área que contém variados riscos, será possível esclarecer e demonstrar as necessidades dos referentes
investimentos em segurança do trabalho, para evitar possíveis acidentes e problemas de saúde, reduzindo
assim custos a médio e longo prazo.
2 OBJETIVO
Este artigo objetiva alertar sobre os aumentos e os riscos de acidentes envolvendo eletricidade,
de acordo com os dados relativos aos acidentes do trabalho em empresas que atuam no ramo da energia
elétrica.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ELETRICIDADE
De acordo com Padrão (2014), a energia elétrica é considerada o modo mais comum de energia
presente em todos os segmentos, principalmente pelo seu fácil transporte e suas transformações em
outras diversas formas de energia.
A profissão de eletricista está entre as profissões que possuem um alto índice de periculosidade e
que resultam negativamente na saúde e no bem estar do trabalhador. Essas consequências geradas são
devidas, conforme Oliveira (2011), principalmente pelo aumento na jornada e volume de trabalho,
pressões de prazos e de responsabilidade, aumento da competitividade, equipamentos e instalações
precárias.
3.2 ACIDENTE DO TRABALHO
O acidente é um acontecimento inesperado e desagradável, que envolve perda, dano, sofrimento
ou morte. Já o acidente do trabalho é definido pelo art. 19 da Lei n° 8.213 de 24 de Julho de 1991, como
sendo aquele que “ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico ou
pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
Motta (2008) apud Roza Filho (2012) determina que, o acidente do trabalho “é um acontecimento
determinado, previsível, em abstrato, e que, na maioria das vezes, pode ser prevenido, pois suas causas
podem ser identificáveis dentro do ambiente do trabalho, podendo ser neutralizado ou até mesmo
eliminado”.
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
Os acidentes do trabalho consoante Macedo et al (2017) alteram a integridade física e mental dos
trabalhadores, acarretando ainda, encargos financeiros elevados, que geram consequentemente queda na
produtividade, lucros reduzidos e afetam negativamente a empresa.
3.3 ACIDENTES NO RAMO ELÉTRICO
São vários os acidentes e doenças relacionadas ao exercício da profissão, aos quais estão expostos
os trabalhadores do ramo elétrico. Conforme a ANEEL (2014), grande parte desses acidentes ocorre com os
trabalhadores no ambiente da empresa, e em outros casos é advindo da atividade profissional fora do
ambiente empresarial. Independente do caso, esses acidentes são considerados acidentes do trabalho, e
que para estes há as normas regulamentadoras criadas para disciplinar as obrigações e responsabilidades
dos envolvidos.
Contudo, ainda de acordo com a ANEEL (2014), há acidentes também que atingem cidadãos
comuns quando há consumo de bens ou serviços, além de situações de caso fortuito. Com relação a esses
acidentes, não há legislação específica que se encarregue das providências a serem tomadas. Portanto
nesses casos, as empresas devem tomar as devidas cautelas com a finalidade de evitar que ocorra os
acidentes e reduzir os seus impactos em casos inconvenientes.
Percebe-se que a segurança afeta as empresas de forma direta. “A perda econômica pode ocorrer
pela redução da produtividade e, consequente, redução do lucro, pelo aumento do custo administrativo ou
judicial, pelos afastamentos de trabalhadores e pelos impactos negativos na imagem da empresa” (ANEEL,
2014).
Silva (2003) destaca os cenários que caracterizam como acidentes mais comuns presentes em
empresas com atividades do ramo elétrico:
1. Contato direto do trabalhador com linha energizada;
2. Contato direto do trabalhador com equipamentos energizados;
3. Contato de veículos com linha energizada;
4. Equipamentos instalados de forma incorreta ou danificados; e
5. Contato com equipamento condutor energizado.
Abrange-se também, as categorias de trabalhadores que estão expostos aos riscos de acidentes:
1. Trabalhadores que estão expostos frequentemente às linhas de alta tensão (trabalhadores
da rede elétrica, trabalhadores de telecomunicações, e cortadores de árvore);
2. Técnicos de manutenção (profissionais que estão em contato direto com equipamentos
energizados);
3. Trabalhadores que executam cargas suspensas com guindaste ou mesmo trabalhadores em
pé ao lado de um guindaste (podendo ocorrer algum contato do guindaste com a linha
energizada);
4. Profissionais e população em geral (expostos aos equipamentos instalados incorretamente
ou danificados); e
5. Trabalhadores da construção civil, serviços e comércio (expostos a equipamentos
condutores).
3.4 INFORMAÇÕES GRÁFICAS E NUMÉRICAS
Apesar de várias ações e medidas de segurança ser aplicadas diariamente, em conformidade com
as normas vigentes, os acidentes com trabalhos que envolvam energia elétrica tem aumentado ano após
ano.
De acordo com os dados da ABRACOPEL (2018) (Gráfico 1), houve um aumento de
aproximadamente 34% de mortes por acidente de origem elétrica entre 2013 e 2017. No Gráfico 2, nota-se
os tipos de acidentes mais comuns de origem elétrica.
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
O Gráfico 3 ressalta o total de acidentes com choques elétricos fatais e não fatais, ocorridos no
Brasil entre 2013 e 2017. Nota-se ainda no Gráfico 4, que a faixa etária que mais se acidenta está entre 21 e
40 anos.
GRÁFICO 1: Total geral de mortes por acidentes de origem elétrica – Brasil 2013 a 2017.
FONTE: ABRACOPEL (2018).
GRÁFICO 2: Tipos de acidentes de origem elétrica – Brasil 2013 a 2017.
FONTE: ABRACOPEL (2018).
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
GRÁFICO 3: Total de acidentes com choque elétrico fatais e não fatais – Brasil 2013 a 2017.
FONTE: ABRACOPEL (2018).
GRÁFICO 4: Acidentes fatais por faixa etária no ano de 2017.
FONTE: ABRACOPEL (2018).
Realizando uma análise da localidade de onde se encontra o maior índice de mortes por choque
elétrico no Brasil entre os anos de 2013 a 2018 (Gráfico 5), observa-se que apesar de em 2014 ter ocorrido
uma diminuição nos índices, comparando dados de rede de áreas de distribuição e a área da indústria, esse
mesmo índice volta a se elevar nos próximos anos (2015 e 2016). Em 2017 houve um declínio significativo.
Os dados do ano de 2017 foram ampliados isoladamente (Gráfico 6), para obter uma visão mais
clara de qual localidade estão presentes as maiores quantidades de acidentes fatais. Observam-se as
mortes por choque elétrico em redes de distribuição estão em porcentagens bastante elevadas,
comparadas com outras localidades que não sejam as residências unifamiliares.
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
GRÁFICO 5: Comparativo: morte por choque elétrico por localidade – Brasil 2013 a 2017.
FONTE: ABRACOPEL (2018).
GRÁFICO 6: Mortes por choque elétrico por localidade – Brasil 2017.
FONTE: ABRACOPEL (2018).
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
3.5 IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Oliveira e Veiga (2012) ressaltam que diante dos riscos em que os trabalhadores estão expostos,
são exigidas mudanças da gestão da empresa, que não devam focar apenas no produto e no serviço, mas
devem cada vez mais preocupar com a saúde, segurança e a integridade física os colaboradores, fazendo
com que o ambiente de trabalho seja seguro.
“Uma importante medida de prevenção de acidentes com eletricidade é a aplicação adequada das
técnicas de saúde e segurança no trabalho” (RODRIGUES et al, 2011 apud OLIVEIRA e VEIGA, 2012).
Quando Oliveira e Veiga (2012) referem-se aos riscos com acidentes de trabalho com eletricidade
serem maiores, deve-se ao fato de que os sentidos humanos não percebem a presença da eletricidade até
que haja uma aproximação ou até mesmo um contato. Há, portanto, a necessidade de adotar medidas
preventivas tais como qualificação e capacitação dos trabalhadores, utilização de equipamentos de
segurança coletivos e individuais, realização pontual das manutenções dos equipamentos utilizados. “Além
dessas medidas é importante possuir ferramentas de investigação e análise não somente de acidentes, mas
também dos pequenos incidentes que podem ser fatores de insegurança” (SILVA e FRANÇA, 2011 apud
OLIVEIRA e VEIGA, 2012).
Barreto (2011) destaca que o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional tem como
objetivo a preservação do bem maior da empresa, que é a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
Todos os riscos das atividades devem ser identificados e avaliados pela administração e pelos trabalhadores
envolvidos em tal processo.
“O atendimento às legislações trabalhistas, a adoção e implantação de indicadores baseados em
estudos de custo relacionados aos acidentes do trabalho mostram que as empresas estão implantando
estratégias voltadas a preservar a integridade dos trabalhadores” (COSTA, RISICATO e TORRES, 2006 apud
OLIVEIRA e VEIGA, 2012).
3.6 AVALIAÇÃO DOS RISCOS
O processo da avaliação dos riscos leva em consideração três etapas: identificação, análise e
avaliação. De acordo com Rodrigues et al (2011) na etapa da identificação há a busca pela identificação de
todos os riscos que possam estar associados à atividade exercida, que no caso de empresas do ramo
elétrico podem ser relacionados às novas instalações de rede elétrica, atividades de manutenção, troca de
luminárias e postes. Já a análise dos riscos é utilizada na identificação das falhas que há na segurança, ou
ainda para buscar históricos estatísticos dos acidentes. E após as etapas anteriores, é realizada a avaliação
dos riscos, a qual auxilia nas decisões a serem aplicadas de acordo com os resultados e sobre quais os riscos
devem ser priorizados.
Os riscos devem ser corrigidos rapidamente, pois Lourenço, Silva e Silva (2007) apud Oliveira e
Veiga (2012), afirmam que o segmento elétrico é diferente dos outros, e merecem destaque, requerendo
cuidados especiais, uma vez que os perigos não atingem apenas os trabalhadores, mas também pessoas
que possam estar em contato com eletricidade, sendo, portanto, todos os usuários sujeitos a acidentes.
3.7 NORMA REGULAMENTADORA – NR 10
3.7.1 Considerações Gerais
A Norma Regulamentadora – NR 10 está dentro do rol de normas criadas pela Lei 6.514 de 22 de
Dezembro de 1977. Estabelece em seu texto normativo a Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade, buscando garantir a saúde, a segurança e a integridade física dos profissionais.
A NR10 determina os requisitos e as condições mínimas buscando a efetivação de medidas de
controle e sistemas preventivos, de maneira que haja uma garantia à segurança e a saúde dos
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
trabalhadores que estão ligados diretamente ou indiretamente com as instalações elétricas e com serviços
elétricos.
É uma norma que se aplica tanto às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo,
quanto às etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e
ainda, quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas
determinadas pelos órgãos competentes e, caso ausência ou omissão dessas, seja realizado a implantação
das normas internacionais cabíveis.
3.7.2 Medidas de Controle
A NR 10 estabelece que devam ser adotadas medidas preventivas de controle do risco
relacionado à eletricidade e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, garantindo a
segurança e saúde do trabalhador.
3.7.3 Qualificação, Habilitação, Capacitação e Autorização
O item 10.8 da NR 10 trata da habilitação, da qualificação, da capacitação e da autorização dos
trabalhadores. São considerados trabalhadores qualificados, de acordo com o item 10.8.1, quando há a
comprovação da conclusão de curso específico na área elétrica, devendo ser reconhecido pelo Sistema
Oficial de Ensino.
Posteriormente no item 10.8.2 da norma regulamentadora, é estabelecido que o profissional para
ser considerado legalmente habilitado deve ser previamente qualificado e possuir registro em seu conselho
de classe. Em seu próximo item considera o trabalhador capacitado aquele que atenda algumas condições
que devem ser cumpridas simultaneamente, como: recebam capacitação sob orientação e
responsabilidade de profissional habilitado e autorizado, e que trabalhem sob a responsabilidade de
profissional habilitado e autorizado.
E por fim, consideram-se autorizados de acordo com o item 10.8.4 os trabalhadores que são
qualificados ou capacitados e ainda, os profissionais habilitados, com consentimento formal da empresa.
Todos esses trabalhadores que exercem suas funções em instalações elétricas devem ter sua
condição declarada no sistema de registro do empregado da empresa. E ainda, devem passar pelos exames
de saúde de acordo com sua atividade a ser desenvolvida e receberem treinamentos específicos de acordo
com o risco exposto.
3.7.4 Procedimentos de Trabalho
Os procedimentos de trabalho estão destacados no item 10.11 da NR 10 e devem ser
rigorosamente seguidos, onde esses serviços devem ser planejados e realizados de acordo com os
procedimentos específicos de cada trabalho, devendo ser padronizados e detalhados os seus passo a passo,
e ainda, esses procedimentos devem ser assinados por profissionais específicos e que estejam adequados
ao item 10.8.
Os serviços devem ser precedidos por ordens de serviços aprovadas pelo trabalhador autorizado,
e deve conter o tipo de serviço, a data de sua execução, o local e os procedimentos que deverão ser
realizados. Esses procedimentos também necessitam de detalhamentos básicos, devendo conter o objetivo
do serviço, seu campo de aplicação, base técnica, as competências e responsabilidades, explicações gerais,
as medidas de controle e também, as orientações finais adequadas.
Antes mesmo do início dos trabalhos em equipe, deve-se realizar uma avaliação prévia,
juntamente com o responsável do serviço e seus membros, e através dessa avaliação, são realizados
estudos e planejamentos das atividades, de suas respectivas ações a serem tomadas no local.
O item 10.11.8 determina que na alternância das atividades considere sempre os riscos e ainda, a
competência dos trabalhadores que estarão presentes, para garantir a segurança e a saúde no trabalho.
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
3.8 CUSTOS DE SEGURANÇA
Os custos desencadeados pela falta de segurança, tanto sociais como econômicos, são
consideravelmente altos para as empresas. “Os custos do acidente do trabalho são maiores que
geralmente o calculado pela empresa” (SILVA, 2003).
Segundo Brody et al (1990) apud Macedo et al (2017) os custos de saúde e segurança do trabalho
são o resultado da adição os custos de prevenção com os custos de acidentes. Os custos de prevenção são
divididos em:
1. Custos de prevenção fixos: independem da presença de acidentes. São determinados pela
política de segurança da empresa, com os padrões de segurança mínimos e de acordo
com as regulamentações do governo;
2. Custos de prevenção variáveis: variam de acordo com o número de acidentes e sua
gravidade. São de acordo com as análises de risco realizadas por especialistas, que
apontam medidas de correção; e
3. Custos de prevenção inesperados: relacionam-se a mudanças de normas ou modificações
de equipamentos.
Já os custos de acidentes são divididos em diretos e indiretos:
Custos diretos: é um custo segurado, que oferece a empresa uma proteção financeira, que em
casos de acidentes cobrem despesas das vítimas e compensam prejuízos financeiros. Esses custos se
dividem em:
1. Custos diretos fixos: o seguro é independente do número de acidentes ocorridos; e
2. Custos diretos variáveis: seguro estabelecido de acordo com os acidentes.
Custos indiretos: custo assumido pelo empregador, que não está relacionado a um acidente
específico. Classificados em:
1. Custos salariais: pagamento do salário e indenização para as vítimas;
2. Danos materiais: reparos de máquinas e reposição de produtos;
3. Custo de tempo administrativo: tempo gasto pelos profissionais para investigação e relatos
do acidente;
4. Custos de perdas de produção: custos com paradas e diminuição da produtividade do
trabalhador substituto durante o processo de aprendizagem;
5. Outros custos: custos com materiais necessários para o socorro, como materiais de
primeiros socorros, transporte e os com benefícios que devem ser utilizados durante a
ausência da vítima; e
6. Custos intangíveis: imagem pública e moral da empresa que foi atingida negativamente.
4 METODOLOGIA
A proposta deste trabalho foi analisar dados reais de empresas que atuam no ramo da energia
elétrica, por meio de um questionário no qual foram realizadas perguntas, e posteriormente analisadas.
Inicialmente foram realizados estudos sobre o tema, onde consultou-se artigos, dissertações e
teses, incluindo as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho.
Após isso, foi feito o levantamento dos dados, em 5 empresas do ramo da energia elétrica, da
cidade de Goiânia, através da aplicação de um questionário eletrônico (Apêndice 1) elaborado pelos
autores, sendo respondido pelos Engenheiros/Técnicos de Segurança das empresas participantes.
O critério utilizado para a escolha das empresas para o estudo em questão foi a disponibilidade da
realização do questionário.
Os resultados obtidos em questão serão apresentados e discutidos.
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os quantitativos a seguir, são referentes a dados fornecidos por Engenheiros/Técnicos de
Segurança de 5 empresas do ramo elétrico, de Goiânia, por meio de questionário eletrônico (Apêndice 1),
referente à acidentes de trabalho envolvendo energia elétrica ocorridos entre Novembro de 2015 e
Novembro de 2018.
Os primeiros dados traçam o perfil da vítima, em sua maioria, solteiros ou viúvos que não
possuem filhos (Gráfico 7 e 8). A falta de elo familiar pode ser um fator agravante à imprudência e maior
exposição ao risco.
GRÁFICO 7: Estado civil da vítima.
FONTE: Autoria Própria (2018).
GRÁFICO 8: Filhos.
FONTE: Autoria Própria (2018).
Em relação ao tipo de acidente, as respostas foram diversas, não demonstrando nenhum tipo de
recorrência, resultando em possibilidade equalitária de qualquer tipo de acidente (Gráfico 9).
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
GRÁFICO 9: Tipos de acidentes.
FONTE: Autoria Própria (2018).
Quanto às ordens de serviço, treinamentos, equipamentos de proteção individual (EPI),
equipamentos de proteção coletiva (EPC) e jornada de trabalho, em sua maioria, havia ordens de serviço
(Gráfico 10), estavam devidamente treinados (Gráfico 11), utilizaram EPI’s (Gráfico 12) e EPC’s (Gráfico 13)
e 100% dos entrevistados possuíam jornada de trabalho de 8 horas diárias (Gráfico 14).
GRÁFICO 10: Ordem de Serviço.
FONTE: Autoria Própria (2018).
GRÁFICO 11: Treinamentos.
FONTE: Autoria Própria (2018).
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
GRÁFICO 12: Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s).
FONTE: Autoria Própria (2018).
GRÁFICO 13: Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s).
FONTE: Autoria Própria (2018).
GRÁFICO 14: Jornada de trabalho.
FONTE: Autoria Própria (2018).
6 CONCLUSÃO
Assim, conclui-se que as empresas têm investido na segurança do trabalho, seja com
treinamentos ou com equipamentos de proteção e a jornada de trabalho não é exaustiva, devendo assim,
haver uma diminuição representativa em relação aos acidentes. Entretanto, há conflitos com os índices da
ABRACOPEL, que demonstram aumento nos acidentes ao passar dos anos.
Há, portanto, a necessidade de investigação das causas desse aumento. Pode-se pressupor que,
como cada vez mais se têm monitorado esses índices, há um maior registro dos mesmos, que
anteriormente poderiam ter sidos negligenciados. E também, uma vez que, as empresas seguindo as
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
normas, e com a utilização de equipamentos de proteção, tanto individuais, quanto coletivos, haja uma
sensação de seguridade aumentada da parte dos trabalhadores e em proporção inversa, diminui-se o
cuidado.
Isto denota que para garantir a segurança e integridade física do trabalhador, não basta fornecer
a ele os equipamentos e treiná-lo, é preciso reforçar o valor à vida e seu valor para a saúde financeira e
operacional da empresa.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRACOPEL. Anuário Estatístico Brasileiro dos Acidentes de Origem Elétrica: Ano Base 2017. Salto, São Paulo. 2018.
ANEEL. Nota Técnica n°0106/2014-SRD/SCR/ANEEL – Situação Atual da Segurança do Trabalho e da População
Relativa às Distribuidoras de Energia Elétrica e Discussão de Aprimoramento da Regulamentação. Brasília. 2014.
BARRETO, M. F. Melhoria das Condições do Trabalhador: Abordagem do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança
Ocupacional em Pequenas e Médias Empresas. Artigo. XVIII Simpósio de Engenharia da Produção. Bauru, São Paulo.
2011.
BRASIL. Lei n° 8.213 de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras
providências. Brasília. 1991.
MACEDO, G. C. G. et al. Levantamento dos Custos Indiretos de Acidentes do Trabalho em uma Empresa do Setor
Elétrico. XXXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Joinville, Santa Catarina. 2017.
NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade. 2016.
OLIVEIRA, M; VEIGA, C. H. A. Segurança e Saúde no Trabalho em Cooperativa de Distribuição de Energia Elétrica:
Percepção dos Colaboradores. Artigo. Revista Brasileira de Ergonomia. Universidade Federal de Santa Maria, Santa
Maria, Rio Grande do Sul. 2012.
OLIVEIRA, R. L. S. Metodologia para Avaliar as Condições de Saúde e Segurança do Eletricista de Manutenção da
Iluminação Pública. Monografia. Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Escola de Engenharia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2011.
PADRÃO, H. M. S. Avaliação do Risco de Contacto com Eletricidade nas Atividades da Engenharia de Infraestruturas
de Eletricidade. Dissertação. Mestrado em Engenharia de Segurança e Higienes Ocupacionais. Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal. 2014.
RODRIGUES et al. Gerenciamento de Riscos para a Área da Manutenção Elétrica no Setor da Iluminação Pública.
Artigo. XVIII Simpósio de Engenharia de Produção. Bauru, São Paulo. 2011.
ROZA FILHO, O. A. Segurança do Trabalho em Atividades com Energia Elétrica: Um Estudo Baseado na Interpretação
da Responsabilidade Jurídica na NR-10. Monografia. Bacharelado em Direito. Universidade Estadual da Paraíba,
Campina Grande, Paraíba. 2012.
SILVA, E. N. Proposta de Modelo de Avaliação dos Custos dos Acidentes do Trabalho e Doenças Relacionadas com o
Trabalho Baseado no Método por Atividades. Dissertação. Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2003.
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO
Este questionário é anônimo e trata-se de uma investigação no âmbito educacional, para trabalho
de conclusão de curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho, realizado na
Universidade Federal de Goiás, pelas alunas; Larissa Reis e Castro e Rafaela Carlos Borges, sob orientação
do professor Ulisses Guimarães Ulhôa.
>> O questionário se aplica aos acidentes ocorridos entre Novembro de 2015 e Novembro de
2018, devendo ser preenchido, um formulário para cada acidente. <<
*Obrigatório
1. Endereço de e-mail *
__________________________________________________
2. Houve acidente de trabalho? *
Marque todas que se aplicam.
o SIM
o NÃO
3. Quando ocorreu o acidente? *
Exemplo: 15 de dezembro de 2012
__________________________________________________
4. Qual o horário/turno do acidente?
Marcar apenas uma resposta.
o Das 8h às 10h
o Das 10h às 12h
o Das 12h às 14h
o Das 14h às 16h
o Das 16h às 18h
o Outro:
__________________________________________________
5. Qual função a vítima ocupava?
__________________________________________________
6. Idade da vítima?
__________________________________________________
7. Sexo da vítima?
Marcar apenas uma resposta.
o Masculino
o Feminino
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
8. Estado Civil da vítima?
Marcar apenas uma resposta.
o Solteiro
o Casado
o União Estável
o Divorciado
o Viúvo
9. A vítima possuía filhos?
Marcar apenas uma resposta.
o Sim
o Não
10. Se sim, quantos?
__________________________________________________
11. O acidente foi comunicado?
Marcar apenas uma resposta.
o Sim
o Não
o Outro:
__________________________________________________
12. Qual o tipo de acidente?
Marque todas que se aplicam.
o Corte/ferida
o Choque elétrico
o Queimadura
o Exposição
o Hiper-esforço
o Queda em altura
o Lesão provocada por um EPI
o Outro:
__________________________________________________
13. Qual foi o motivo do acidente?
__________________________________________________
14. Havia uma ordem de serviço?
Marcar apenas uma resposta.
o Sim
o Não
L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017)
15. Havia Equipamentos/Medidas de Proteção Coletiva? Quais?
Marque todas que se aplicam.
o Isolação das partes vivas
o Obstáculos
o Barreiras
o Sinalização
o Sistema de seccionamento automático de alimentação
o Bloqueio do religamento automático
o Outro:
__________________________________________________
16.A vítima estava utilizando Equipamento de Proteção Individual? Quais?
Marque todas que se aplicam.
o Capacete de Segurança classe B
o Botina de Segurança
o Luva de Segurança
o Luva Isolante de Borracha
o Manga Isolante de Borracha
o Cinto de Segurança com talabarte
o Protetor Facial Contra Arco Elétrico
o Vestimentas Especiais
o Outro:
__________________________________________________
17.Há quanto tempo trabalhava para a empresa?
__________________________________________________
18.Qual a jornada de trabalho ele (a) exercia? *
Marque todas que se aplicam.
o 6h
o 8h
o Outro:
__________________________________________________
19.A vítima estava devidamente treinada para executar o trabalho?
Marcar apenas uma resposta.
o Sim
o Não
20.Se sim, há comprovação? Descreva quais treinamentos e quando foram realizados?
__________________________________________________
__________________________________________________
21.Quanto custou à empresa o acidente?
__________________________________________________

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Acidentes de trabalho no setor elétrico: análise de dados e necessidade de prevenção

  • 1.
  • 2. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) ACIDENTES DE TRABALHO EM ATIVIDADES COM ENERGIA ELÉTRICA Accidents of Work in Activities with Electrical Energy Larissa Reis e Castro 1 , Rafaela Carlos Borges 2 , Ulisses Guimarães Ulhôa 3 PALAVRAS CHAVE: Acidentes do Trabalho; Segurança do Trabalho; Energia; Prevenção; Riscos. KEYWORDS: Occupational Accidents; Safety at Work; Energy; Prevention; Risks. RESUMO: Devido a maior exposição dos trabalhadores a riscos no ambiente do trabalho, há a crescente possibilidade do aumento de acidentes e do surgimento de problemas de saúde, gerando inconvenientes e custos aos empregadores. Há, portanto, a necessidade de investir em segurança do trabalho. Sabendo que os acidentes estão presentes em todos os segmentos empresariais, este artigo busca analisar os dados relativos aos acidentes do trabalho em empresas que atuam no ramo da energia elétrica. Por meio de um questionário eletrônico elaborado pelos autores, obteve-se resultados de 5 empresas do ramo da energia elétrica, da cidade de Goiânia, conclui-se que as empresas estão investindo na segurança do trabalho, realizando os treinamentos e utilizando os equipamentos de proteção conforme as normas. Porém, através dos resultados, nota-se que os acidentes não estão reduzindo, e sim aumentando, havendo a necessidade de investigação das causas desse crescente índice. Sendo assim, para garantir a segurança e integridade do trabalhador, além de fornecer os equipamentos de proteção e treiná-los, é preciso reforçar o valor à vida e seu valor para a saúde financeira e operacional da empresa. ABSTRACT: Due to the greater exposure of workers to risks in the workplace, there is an increasing possibility of increased accidents and the emergence of health problems, creating inconveniences and costs for employers. There is therefore a need to invest in job security. Knowing that accidents are present in all business segments, this article seeks to analyze data related to work accidents in companies that operate in the electric energy sector. By means of an electronic questionnaire elaborated by the authors, results were obtained from 5 companies in the electric energy sector, from the city of Goiânia, it is concluded that the companies are investing in work safety, performing the training and using the protection equipment according to the norms. However, through the results, it is noted that the accidents are not reducing, but increasing, and there is a need to investigate the causes of this growing index. Therefore, to ensure the safety and integrity of the worker, in addition to providing protection equipment and training, it is necessary to reinforce the value to life and its value to the financial and operational health of the company. * Contato com os autores: 1 e-mail: larissar_castro@hotmail.com ( L. R. e Castro ) Engenheira Civil, Pós Graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás. 2 e-mail: rafaelaborgesarquitetura@gmail.com ( R. C. Borges ) Arquiteta e Urbanista, Especialista em Iluminação pelo IPOG, Pós Graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás. 3 e-mail: ulissesulhoa@gmail.com ( U. G. Ulhôa ) Engenheiro Civil, Doutor, Docente, Universidade Federal de Goiás. ISSN: 2179-0612 © 2017 REEC - Todos os direitos reservados. Espaço restrito aos editores de layout da REEC. Espaço restrito aos editores de layout da REEC.
  • 3. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) 1 INTRODUÇÃO Devido à necessidade de cada de cada vez mais produzir em um curto período de tempo, as empresas estão buscando diversas formas para realizar essa produção, aumentando os números de trabalhadores, assim como, jornadas de trabalho. Diante deste quadro, há uma maior exposição a riscos mais agravantes, gerando maiores probabilidades de envolverem em acidentes e ainda, surgir problemas de saúde em razão do trabalho, gerando custos inconvenientemente aos empresários com encargos trabalhistas. Assim, há a necessidade de investimentos na segurança do trabalho, mesmo que, para muitos, esses investimentos sejam considerados um custo alto e que retornaria benefícios a prazos relativamente longos. Mesmo com esses custos iniciais, os empresários devem estar cada vez mais atentos e atualizados para os retornos advindos dessa aplicação. Tomando como referência empresas que tem como atividade principal o ramo da energia elétrica, uma área que contém variados riscos, será possível esclarecer e demonstrar as necessidades dos referentes investimentos em segurança do trabalho, para evitar possíveis acidentes e problemas de saúde, reduzindo assim custos a médio e longo prazo. 2 OBJETIVO Este artigo objetiva alertar sobre os aumentos e os riscos de acidentes envolvendo eletricidade, de acordo com os dados relativos aos acidentes do trabalho em empresas que atuam no ramo da energia elétrica. 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 ELETRICIDADE De acordo com Padrão (2014), a energia elétrica é considerada o modo mais comum de energia presente em todos os segmentos, principalmente pelo seu fácil transporte e suas transformações em outras diversas formas de energia. A profissão de eletricista está entre as profissões que possuem um alto índice de periculosidade e que resultam negativamente na saúde e no bem estar do trabalhador. Essas consequências geradas são devidas, conforme Oliveira (2011), principalmente pelo aumento na jornada e volume de trabalho, pressões de prazos e de responsabilidade, aumento da competitividade, equipamentos e instalações precárias. 3.2 ACIDENTE DO TRABALHO O acidente é um acontecimento inesperado e desagradável, que envolve perda, dano, sofrimento ou morte. Já o acidente do trabalho é definido pelo art. 19 da Lei n° 8.213 de 24 de Julho de 1991, como sendo aquele que “ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Motta (2008) apud Roza Filho (2012) determina que, o acidente do trabalho “é um acontecimento determinado, previsível, em abstrato, e que, na maioria das vezes, pode ser prevenido, pois suas causas podem ser identificáveis dentro do ambiente do trabalho, podendo ser neutralizado ou até mesmo eliminado”.
  • 4. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) Os acidentes do trabalho consoante Macedo et al (2017) alteram a integridade física e mental dos trabalhadores, acarretando ainda, encargos financeiros elevados, que geram consequentemente queda na produtividade, lucros reduzidos e afetam negativamente a empresa. 3.3 ACIDENTES NO RAMO ELÉTRICO São vários os acidentes e doenças relacionadas ao exercício da profissão, aos quais estão expostos os trabalhadores do ramo elétrico. Conforme a ANEEL (2014), grande parte desses acidentes ocorre com os trabalhadores no ambiente da empresa, e em outros casos é advindo da atividade profissional fora do ambiente empresarial. Independente do caso, esses acidentes são considerados acidentes do trabalho, e que para estes há as normas regulamentadoras criadas para disciplinar as obrigações e responsabilidades dos envolvidos. Contudo, ainda de acordo com a ANEEL (2014), há acidentes também que atingem cidadãos comuns quando há consumo de bens ou serviços, além de situações de caso fortuito. Com relação a esses acidentes, não há legislação específica que se encarregue das providências a serem tomadas. Portanto nesses casos, as empresas devem tomar as devidas cautelas com a finalidade de evitar que ocorra os acidentes e reduzir os seus impactos em casos inconvenientes. Percebe-se que a segurança afeta as empresas de forma direta. “A perda econômica pode ocorrer pela redução da produtividade e, consequente, redução do lucro, pelo aumento do custo administrativo ou judicial, pelos afastamentos de trabalhadores e pelos impactos negativos na imagem da empresa” (ANEEL, 2014). Silva (2003) destaca os cenários que caracterizam como acidentes mais comuns presentes em empresas com atividades do ramo elétrico: 1. Contato direto do trabalhador com linha energizada; 2. Contato direto do trabalhador com equipamentos energizados; 3. Contato de veículos com linha energizada; 4. Equipamentos instalados de forma incorreta ou danificados; e 5. Contato com equipamento condutor energizado. Abrange-se também, as categorias de trabalhadores que estão expostos aos riscos de acidentes: 1. Trabalhadores que estão expostos frequentemente às linhas de alta tensão (trabalhadores da rede elétrica, trabalhadores de telecomunicações, e cortadores de árvore); 2. Técnicos de manutenção (profissionais que estão em contato direto com equipamentos energizados); 3. Trabalhadores que executam cargas suspensas com guindaste ou mesmo trabalhadores em pé ao lado de um guindaste (podendo ocorrer algum contato do guindaste com a linha energizada); 4. Profissionais e população em geral (expostos aos equipamentos instalados incorretamente ou danificados); e 5. Trabalhadores da construção civil, serviços e comércio (expostos a equipamentos condutores). 3.4 INFORMAÇÕES GRÁFICAS E NUMÉRICAS Apesar de várias ações e medidas de segurança ser aplicadas diariamente, em conformidade com as normas vigentes, os acidentes com trabalhos que envolvam energia elétrica tem aumentado ano após ano. De acordo com os dados da ABRACOPEL (2018) (Gráfico 1), houve um aumento de aproximadamente 34% de mortes por acidente de origem elétrica entre 2013 e 2017. No Gráfico 2, nota-se os tipos de acidentes mais comuns de origem elétrica.
  • 5. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) O Gráfico 3 ressalta o total de acidentes com choques elétricos fatais e não fatais, ocorridos no Brasil entre 2013 e 2017. Nota-se ainda no Gráfico 4, que a faixa etária que mais se acidenta está entre 21 e 40 anos. GRÁFICO 1: Total geral de mortes por acidentes de origem elétrica – Brasil 2013 a 2017. FONTE: ABRACOPEL (2018). GRÁFICO 2: Tipos de acidentes de origem elétrica – Brasil 2013 a 2017. FONTE: ABRACOPEL (2018).
  • 6. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) GRÁFICO 3: Total de acidentes com choque elétrico fatais e não fatais – Brasil 2013 a 2017. FONTE: ABRACOPEL (2018). GRÁFICO 4: Acidentes fatais por faixa etária no ano de 2017. FONTE: ABRACOPEL (2018). Realizando uma análise da localidade de onde se encontra o maior índice de mortes por choque elétrico no Brasil entre os anos de 2013 a 2018 (Gráfico 5), observa-se que apesar de em 2014 ter ocorrido uma diminuição nos índices, comparando dados de rede de áreas de distribuição e a área da indústria, esse mesmo índice volta a se elevar nos próximos anos (2015 e 2016). Em 2017 houve um declínio significativo. Os dados do ano de 2017 foram ampliados isoladamente (Gráfico 6), para obter uma visão mais clara de qual localidade estão presentes as maiores quantidades de acidentes fatais. Observam-se as mortes por choque elétrico em redes de distribuição estão em porcentagens bastante elevadas, comparadas com outras localidades que não sejam as residências unifamiliares.
  • 7. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) GRÁFICO 5: Comparativo: morte por choque elétrico por localidade – Brasil 2013 a 2017. FONTE: ABRACOPEL (2018). GRÁFICO 6: Mortes por choque elétrico por localidade – Brasil 2017. FONTE: ABRACOPEL (2018).
  • 8. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) 3.5 IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES Oliveira e Veiga (2012) ressaltam que diante dos riscos em que os trabalhadores estão expostos, são exigidas mudanças da gestão da empresa, que não devam focar apenas no produto e no serviço, mas devem cada vez mais preocupar com a saúde, segurança e a integridade física os colaboradores, fazendo com que o ambiente de trabalho seja seguro. “Uma importante medida de prevenção de acidentes com eletricidade é a aplicação adequada das técnicas de saúde e segurança no trabalho” (RODRIGUES et al, 2011 apud OLIVEIRA e VEIGA, 2012). Quando Oliveira e Veiga (2012) referem-se aos riscos com acidentes de trabalho com eletricidade serem maiores, deve-se ao fato de que os sentidos humanos não percebem a presença da eletricidade até que haja uma aproximação ou até mesmo um contato. Há, portanto, a necessidade de adotar medidas preventivas tais como qualificação e capacitação dos trabalhadores, utilização de equipamentos de segurança coletivos e individuais, realização pontual das manutenções dos equipamentos utilizados. “Além dessas medidas é importante possuir ferramentas de investigação e análise não somente de acidentes, mas também dos pequenos incidentes que podem ser fatores de insegurança” (SILVA e FRANÇA, 2011 apud OLIVEIRA e VEIGA, 2012). Barreto (2011) destaca que o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional tem como objetivo a preservação do bem maior da empresa, que é a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Todos os riscos das atividades devem ser identificados e avaliados pela administração e pelos trabalhadores envolvidos em tal processo. “O atendimento às legislações trabalhistas, a adoção e implantação de indicadores baseados em estudos de custo relacionados aos acidentes do trabalho mostram que as empresas estão implantando estratégias voltadas a preservar a integridade dos trabalhadores” (COSTA, RISICATO e TORRES, 2006 apud OLIVEIRA e VEIGA, 2012). 3.6 AVALIAÇÃO DOS RISCOS O processo da avaliação dos riscos leva em consideração três etapas: identificação, análise e avaliação. De acordo com Rodrigues et al (2011) na etapa da identificação há a busca pela identificação de todos os riscos que possam estar associados à atividade exercida, que no caso de empresas do ramo elétrico podem ser relacionados às novas instalações de rede elétrica, atividades de manutenção, troca de luminárias e postes. Já a análise dos riscos é utilizada na identificação das falhas que há na segurança, ou ainda para buscar históricos estatísticos dos acidentes. E após as etapas anteriores, é realizada a avaliação dos riscos, a qual auxilia nas decisões a serem aplicadas de acordo com os resultados e sobre quais os riscos devem ser priorizados. Os riscos devem ser corrigidos rapidamente, pois Lourenço, Silva e Silva (2007) apud Oliveira e Veiga (2012), afirmam que o segmento elétrico é diferente dos outros, e merecem destaque, requerendo cuidados especiais, uma vez que os perigos não atingem apenas os trabalhadores, mas também pessoas que possam estar em contato com eletricidade, sendo, portanto, todos os usuários sujeitos a acidentes. 3.7 NORMA REGULAMENTADORA – NR 10 3.7.1 Considerações Gerais A Norma Regulamentadora – NR 10 está dentro do rol de normas criadas pela Lei 6.514 de 22 de Dezembro de 1977. Estabelece em seu texto normativo a Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, buscando garantir a saúde, a segurança e a integridade física dos profissionais. A NR10 determina os requisitos e as condições mínimas buscando a efetivação de medidas de controle e sistemas preventivos, de maneira que haja uma garantia à segurança e a saúde dos
  • 9. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) trabalhadores que estão ligados diretamente ou indiretamente com as instalações elétricas e com serviços elétricos. É uma norma que se aplica tanto às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, quanto às etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e ainda, quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas determinadas pelos órgãos competentes e, caso ausência ou omissão dessas, seja realizado a implantação das normas internacionais cabíveis. 3.7.2 Medidas de Controle A NR 10 estabelece que devam ser adotadas medidas preventivas de controle do risco relacionado à eletricidade e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, garantindo a segurança e saúde do trabalhador. 3.7.3 Qualificação, Habilitação, Capacitação e Autorização O item 10.8 da NR 10 trata da habilitação, da qualificação, da capacitação e da autorização dos trabalhadores. São considerados trabalhadores qualificados, de acordo com o item 10.8.1, quando há a comprovação da conclusão de curso específico na área elétrica, devendo ser reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. Posteriormente no item 10.8.2 da norma regulamentadora, é estabelecido que o profissional para ser considerado legalmente habilitado deve ser previamente qualificado e possuir registro em seu conselho de classe. Em seu próximo item considera o trabalhador capacitado aquele que atenda algumas condições que devem ser cumpridas simultaneamente, como: recebam capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado, e que trabalhem sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. E por fim, consideram-se autorizados de acordo com o item 10.8.4 os trabalhadores que são qualificados ou capacitados e ainda, os profissionais habilitados, com consentimento formal da empresa. Todos esses trabalhadores que exercem suas funções em instalações elétricas devem ter sua condição declarada no sistema de registro do empregado da empresa. E ainda, devem passar pelos exames de saúde de acordo com sua atividade a ser desenvolvida e receberem treinamentos específicos de acordo com o risco exposto. 3.7.4 Procedimentos de Trabalho Os procedimentos de trabalho estão destacados no item 10.11 da NR 10 e devem ser rigorosamente seguidos, onde esses serviços devem ser planejados e realizados de acordo com os procedimentos específicos de cada trabalho, devendo ser padronizados e detalhados os seus passo a passo, e ainda, esses procedimentos devem ser assinados por profissionais específicos e que estejam adequados ao item 10.8. Os serviços devem ser precedidos por ordens de serviços aprovadas pelo trabalhador autorizado, e deve conter o tipo de serviço, a data de sua execução, o local e os procedimentos que deverão ser realizados. Esses procedimentos também necessitam de detalhamentos básicos, devendo conter o objetivo do serviço, seu campo de aplicação, base técnica, as competências e responsabilidades, explicações gerais, as medidas de controle e também, as orientações finais adequadas. Antes mesmo do início dos trabalhos em equipe, deve-se realizar uma avaliação prévia, juntamente com o responsável do serviço e seus membros, e através dessa avaliação, são realizados estudos e planejamentos das atividades, de suas respectivas ações a serem tomadas no local. O item 10.11.8 determina que na alternância das atividades considere sempre os riscos e ainda, a competência dos trabalhadores que estarão presentes, para garantir a segurança e a saúde no trabalho.
  • 10. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) 3.8 CUSTOS DE SEGURANÇA Os custos desencadeados pela falta de segurança, tanto sociais como econômicos, são consideravelmente altos para as empresas. “Os custos do acidente do trabalho são maiores que geralmente o calculado pela empresa” (SILVA, 2003). Segundo Brody et al (1990) apud Macedo et al (2017) os custos de saúde e segurança do trabalho são o resultado da adição os custos de prevenção com os custos de acidentes. Os custos de prevenção são divididos em: 1. Custos de prevenção fixos: independem da presença de acidentes. São determinados pela política de segurança da empresa, com os padrões de segurança mínimos e de acordo com as regulamentações do governo; 2. Custos de prevenção variáveis: variam de acordo com o número de acidentes e sua gravidade. São de acordo com as análises de risco realizadas por especialistas, que apontam medidas de correção; e 3. Custos de prevenção inesperados: relacionam-se a mudanças de normas ou modificações de equipamentos. Já os custos de acidentes são divididos em diretos e indiretos: Custos diretos: é um custo segurado, que oferece a empresa uma proteção financeira, que em casos de acidentes cobrem despesas das vítimas e compensam prejuízos financeiros. Esses custos se dividem em: 1. Custos diretos fixos: o seguro é independente do número de acidentes ocorridos; e 2. Custos diretos variáveis: seguro estabelecido de acordo com os acidentes. Custos indiretos: custo assumido pelo empregador, que não está relacionado a um acidente específico. Classificados em: 1. Custos salariais: pagamento do salário e indenização para as vítimas; 2. Danos materiais: reparos de máquinas e reposição de produtos; 3. Custo de tempo administrativo: tempo gasto pelos profissionais para investigação e relatos do acidente; 4. Custos de perdas de produção: custos com paradas e diminuição da produtividade do trabalhador substituto durante o processo de aprendizagem; 5. Outros custos: custos com materiais necessários para o socorro, como materiais de primeiros socorros, transporte e os com benefícios que devem ser utilizados durante a ausência da vítima; e 6. Custos intangíveis: imagem pública e moral da empresa que foi atingida negativamente. 4 METODOLOGIA A proposta deste trabalho foi analisar dados reais de empresas que atuam no ramo da energia elétrica, por meio de um questionário no qual foram realizadas perguntas, e posteriormente analisadas. Inicialmente foram realizados estudos sobre o tema, onde consultou-se artigos, dissertações e teses, incluindo as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. Após isso, foi feito o levantamento dos dados, em 5 empresas do ramo da energia elétrica, da cidade de Goiânia, através da aplicação de um questionário eletrônico (Apêndice 1) elaborado pelos autores, sendo respondido pelos Engenheiros/Técnicos de Segurança das empresas participantes. O critério utilizado para a escolha das empresas para o estudo em questão foi a disponibilidade da realização do questionário. Os resultados obtidos em questão serão apresentados e discutidos.
  • 11. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os quantitativos a seguir, são referentes a dados fornecidos por Engenheiros/Técnicos de Segurança de 5 empresas do ramo elétrico, de Goiânia, por meio de questionário eletrônico (Apêndice 1), referente à acidentes de trabalho envolvendo energia elétrica ocorridos entre Novembro de 2015 e Novembro de 2018. Os primeiros dados traçam o perfil da vítima, em sua maioria, solteiros ou viúvos que não possuem filhos (Gráfico 7 e 8). A falta de elo familiar pode ser um fator agravante à imprudência e maior exposição ao risco. GRÁFICO 7: Estado civil da vítima. FONTE: Autoria Própria (2018). GRÁFICO 8: Filhos. FONTE: Autoria Própria (2018). Em relação ao tipo de acidente, as respostas foram diversas, não demonstrando nenhum tipo de recorrência, resultando em possibilidade equalitária de qualquer tipo de acidente (Gráfico 9).
  • 12. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) GRÁFICO 9: Tipos de acidentes. FONTE: Autoria Própria (2018). Quanto às ordens de serviço, treinamentos, equipamentos de proteção individual (EPI), equipamentos de proteção coletiva (EPC) e jornada de trabalho, em sua maioria, havia ordens de serviço (Gráfico 10), estavam devidamente treinados (Gráfico 11), utilizaram EPI’s (Gráfico 12) e EPC’s (Gráfico 13) e 100% dos entrevistados possuíam jornada de trabalho de 8 horas diárias (Gráfico 14). GRÁFICO 10: Ordem de Serviço. FONTE: Autoria Própria (2018). GRÁFICO 11: Treinamentos. FONTE: Autoria Própria (2018).
  • 13. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) GRÁFICO 12: Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). FONTE: Autoria Própria (2018). GRÁFICO 13: Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s). FONTE: Autoria Própria (2018). GRÁFICO 14: Jornada de trabalho. FONTE: Autoria Própria (2018). 6 CONCLUSÃO Assim, conclui-se que as empresas têm investido na segurança do trabalho, seja com treinamentos ou com equipamentos de proteção e a jornada de trabalho não é exaustiva, devendo assim, haver uma diminuição representativa em relação aos acidentes. Entretanto, há conflitos com os índices da ABRACOPEL, que demonstram aumento nos acidentes ao passar dos anos. Há, portanto, a necessidade de investigação das causas desse aumento. Pode-se pressupor que, como cada vez mais se têm monitorado esses índices, há um maior registro dos mesmos, que anteriormente poderiam ter sidos negligenciados. E também, uma vez que, as empresas seguindo as
  • 14. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) normas, e com a utilização de equipamentos de proteção, tanto individuais, quanto coletivos, haja uma sensação de seguridade aumentada da parte dos trabalhadores e em proporção inversa, diminui-se o cuidado. Isto denota que para garantir a segurança e integridade física do trabalhador, não basta fornecer a ele os equipamentos e treiná-lo, é preciso reforçar o valor à vida e seu valor para a saúde financeira e operacional da empresa. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRACOPEL. Anuário Estatístico Brasileiro dos Acidentes de Origem Elétrica: Ano Base 2017. Salto, São Paulo. 2018. ANEEL. Nota Técnica n°0106/2014-SRD/SCR/ANEEL – Situação Atual da Segurança do Trabalho e da População Relativa às Distribuidoras de Energia Elétrica e Discussão de Aprimoramento da Regulamentação. Brasília. 2014. BARRETO, M. F. Melhoria das Condições do Trabalhador: Abordagem do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional em Pequenas e Médias Empresas. Artigo. XVIII Simpósio de Engenharia da Produção. Bauru, São Paulo. 2011. BRASIL. Lei n° 8.213 de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília. 1991. MACEDO, G. C. G. et al. Levantamento dos Custos Indiretos de Acidentes do Trabalho em uma Empresa do Setor Elétrico. XXXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Joinville, Santa Catarina. 2017. NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 2016. OLIVEIRA, M; VEIGA, C. H. A. Segurança e Saúde no Trabalho em Cooperativa de Distribuição de Energia Elétrica: Percepção dos Colaboradores. Artigo. Revista Brasileira de Ergonomia. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul. 2012. OLIVEIRA, R. L. S. Metodologia para Avaliar as Condições de Saúde e Segurança do Eletricista de Manutenção da Iluminação Pública. Monografia. Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2011. PADRÃO, H. M. S. Avaliação do Risco de Contacto com Eletricidade nas Atividades da Engenharia de Infraestruturas de Eletricidade. Dissertação. Mestrado em Engenharia de Segurança e Higienes Ocupacionais. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal. 2014. RODRIGUES et al. Gerenciamento de Riscos para a Área da Manutenção Elétrica no Setor da Iluminação Pública. Artigo. XVIII Simpósio de Engenharia de Produção. Bauru, São Paulo. 2011. ROZA FILHO, O. A. Segurança do Trabalho em Atividades com Energia Elétrica: Um Estudo Baseado na Interpretação da Responsabilidade Jurídica na NR-10. Monografia. Bacharelado em Direito. Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, Paraíba. 2012. SILVA, E. N. Proposta de Modelo de Avaliação dos Custos dos Acidentes do Trabalho e Doenças Relacionadas com o Trabalho Baseado no Método por Atividades. Dissertação. Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2003.
  • 15. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO Este questionário é anônimo e trata-se de uma investigação no âmbito educacional, para trabalho de conclusão de curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho, realizado na Universidade Federal de Goiás, pelas alunas; Larissa Reis e Castro e Rafaela Carlos Borges, sob orientação do professor Ulisses Guimarães Ulhôa. >> O questionário se aplica aos acidentes ocorridos entre Novembro de 2015 e Novembro de 2018, devendo ser preenchido, um formulário para cada acidente. << *Obrigatório 1. Endereço de e-mail * __________________________________________________ 2. Houve acidente de trabalho? * Marque todas que se aplicam. o SIM o NÃO 3. Quando ocorreu o acidente? * Exemplo: 15 de dezembro de 2012 __________________________________________________ 4. Qual o horário/turno do acidente? Marcar apenas uma resposta. o Das 8h às 10h o Das 10h às 12h o Das 12h às 14h o Das 14h às 16h o Das 16h às 18h o Outro: __________________________________________________ 5. Qual função a vítima ocupava? __________________________________________________ 6. Idade da vítima? __________________________________________________ 7. Sexo da vítima? Marcar apenas uma resposta. o Masculino o Feminino
  • 16. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) 8. Estado Civil da vítima? Marcar apenas uma resposta. o Solteiro o Casado o União Estável o Divorciado o Viúvo 9. A vítima possuía filhos? Marcar apenas uma resposta. o Sim o Não 10. Se sim, quantos? __________________________________________________ 11. O acidente foi comunicado? Marcar apenas uma resposta. o Sim o Não o Outro: __________________________________________________ 12. Qual o tipo de acidente? Marque todas que se aplicam. o Corte/ferida o Choque elétrico o Queimadura o Exposição o Hiper-esforço o Queda em altura o Lesão provocada por um EPI o Outro: __________________________________________________ 13. Qual foi o motivo do acidente? __________________________________________________ 14. Havia uma ordem de serviço? Marcar apenas uma resposta. o Sim o Não
  • 17. L. R. CASTRO; R. C. BORGES; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2017) 15. Havia Equipamentos/Medidas de Proteção Coletiva? Quais? Marque todas que se aplicam. o Isolação das partes vivas o Obstáculos o Barreiras o Sinalização o Sistema de seccionamento automático de alimentação o Bloqueio do religamento automático o Outro: __________________________________________________ 16.A vítima estava utilizando Equipamento de Proteção Individual? Quais? Marque todas que se aplicam. o Capacete de Segurança classe B o Botina de Segurança o Luva de Segurança o Luva Isolante de Borracha o Manga Isolante de Borracha o Cinto de Segurança com talabarte o Protetor Facial Contra Arco Elétrico o Vestimentas Especiais o Outro: __________________________________________________ 17.Há quanto tempo trabalhava para a empresa? __________________________________________________ 18.Qual a jornada de trabalho ele (a) exercia? * Marque todas que se aplicam. o 6h o 8h o Outro: __________________________________________________ 19.A vítima estava devidamente treinada para executar o trabalho? Marcar apenas uma resposta. o Sim o Não 20.Se sim, há comprovação? Descreva quais treinamentos e quando foram realizados? __________________________________________________ __________________________________________________ 21.Quanto custou à empresa o acidente? __________________________________________________