1. Texto 1
Qualquer avanço científico e tecnológico que modificou de alguma forma a sociedade ou seria
capaz de modificá-la contou com defensores e opositores. Eles tinham argumentos tanto
comprovados como sem qualquer sustentação científica, que iam desde a quebra de mitos como o
da inalterabilidade da vida até a aplicação dos novos métodos tecnocientíficos.
A formação desses dois lados durante a história pode ser claramente ligada ao poder. Deter
conhecimentos novos e escolher a forma como aplicá-los pode dar poder a pessoas ou tirar o
poder das mãos dos que estão mais atrasados.
Com a engenharia genética, desenvolveram-se dois grupos de destaque: os Bioliberalistas que
defendem as manipulações genéticas de qualquer tipo e sem qualquer questionamento sobre suas
aplicações e os Biofundamentalistas que mantêm a visão da intocabilidade da sagrada natureza.
Apesar de sempre existirem opiniões distintas acerca das descobertas científicas, o
aparecimento dos grupos de análise crítica se deu apenas por volta de 1960, inspirados pela
corrida espacial e os programas governamentais instaurados, principalmente nos EUA, para a
descoberta de novos talentos. Esses programas se restringiam à divulgação das novas descobertas,
por isso a necessidade na formação dos grupos de análise. Esses grupos estavam presentes
principalmente em universidades.
O STS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) nasceu nessa época e priorizava a análise das
aplicações sociais das novas descobertas e foi o criador dos primeiros cursos superiores de
ciências. Enquanto isso foi criado o STPP (Ciência, Tecnologia e Políticas Públicas), diretamente
ligado ao governo, destinava-se a reciclar os professores dessas áreas.
Junto com essas organizações de análise científica surgiram grupos radicalistas, ligados
principalmente a questões ambientalistas e antiarmamentistas, que queriam retornar a
observação da natureza à forma mais contemplativa, como acontecia antes dos avanços
tecnológicos modernos. Esses grupos eram ligados ao STS, como os principais gurus hippies, que
traduziam seus ideais através da conhecida frase “Paz e Amor”.
Os grupos anticiência e antitecnologia surgidos nessa época, como o MCR (Movimento
Científico Radical), são a base dos discursos ambientalistas atuais. Eles forjaram ideais
catastrofistas, que colocam os avanços tecnocientíficos como instrumentos unicamente de
destruição, caos e dizimação. Mas também propiciaram reflexões políticas mais profundas sobre a
aplicação dos novos métodos.
Somente em 1993 apareceu o primeiro grupo centrista, que priorizava o resgate da função
social das ciências da natureza. Eles se consolidaram como polo formador de opiniões com
condições de interpretar de forma justa e orientar o movimento político. Entre as bandeiras
defendidas por esse grupo estão: a luta contra o patenteamento de genes existentes na natureza,
a defesa da biodiversidade de cada país, da soberania nacional, do direito de aprender, da
biosegurança e da luta pela aplicação dos novos saberes somente para fins pacíficos e
humanitários.
RedaCEM
10.32
Ano/Série: 1ª Ensino Médio Entrega: 13/11/2017
Tema: A Polêmica da Engenharia Genética – Reescrita do 10.26
2. Proposta de Redação
A discussão sobre as restrições éticas nas ciências é assunto cotidiano em nossa sociedade. No
campo da engenharia genética, os problemas são ainda mais controversos, gerando radicalismo
dos defensores de todos os pontos de vista. Podemos dividir dois polos extremos de opinião: os
que aprovam as pesquisas e os que restringem. Tomando partido nessa temática, produza um
texto dissertativo-argumentativo defendendo seu ponto de vista e apresentando propostas de
solução para atenuar os problemas existentes em seu posicionamento.