Este documento apresenta os principais conteúdos programáticos sobre drenagem urbana, incluindo: 1) tipos de sistemas de drenagem e seus componentes; 2) sistemas de drenagem de águas pluviais, abordando aspectos quantitativos e qualitativos, concepção, dimensionamento de caudais pluviais e dimensionamento hidráulico; 3) modelação e melhoria do comportamento de sistemas de drenagem.
2. DU - 2
DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA (Urban Drainage)
Tipos de sistemas de drenagem urbanos e principais componentes dos
sistemas
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS (Rainwater Drainage Systems)
Aspectos quantitativos e qualitativos e principais preocupações
Concepção e constituição dos sistemas
Implantação do sistema de drenagem pluvial
Cálculo de caudais pluviais
Dimensionamento hidráulico de colectores
Dispositivos interceptores
Bacias de retenção (retention basin or retention ponds)
Câmaras drenantes (infiltration chambers)
3. DU - 3
DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO (Modeling wastewater drainage systems)
Etapas do processo de modelação
Princípios de modelação matemática do comportamento de sistemas de
drenagem
Caracterização sumária de modelos existentes
Construção do modelo: dados necessários e resultados obtidos
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM
UNITÁRIOS (Improvements of the behavior of wastewater systems)
Tendências actuais na concepção e beneficiação dos sistemas unitários
Dimensionamento de estruturas de armazenamento: o método da
precipitação crítica
5. DU - 5
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Unitários (Combined systems)
Constituídos por uma única rede de colectores onde são admitidas conjuntamente
as águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e águas pluviais;
recolhem e drenam a totalidade das águas a afastar dos aglomerados
populacionais.
Separativos (separative systems)
Constituídos por duas redes de colectores distintas, uma destinada à drenagem
das águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e uma outra à drenagem
das águas pluviais ou similares.
Mistos
Constituídos pela conjugação dos dois tipos anteriores, em que parte da rede de
colectores funciona como sistema unitário e a restante como sistema separativo.
Separativos parciais ou pseudo-separativos
Em que se admite, em condições excepcionais, a ligação de águas pluviais de
pátios interiores ao colector de águas residuais domésticas.
TIPOS DE SISTEMAS
6. DU - 6
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Acréscimo em encargos de exploração e,
conservação, em relação ao sistema
gravítico convencional.
No caso do sistema sob vácuo, requere-se
um grau de conhecimento e de
especialização superior, para a exploração.
Economias significativas de
primeiro investimento,
nomeadamente em zonas planas
ou com elevados níveis freáticos,
Sistemas sob vácuo ⇒ redução do
risco da ocorrência de condições
de septicidade e controlo da
infiltração.
Sistemas não
convencionais: de
colector gravítico
de pequeno
diâmetro ou sob
vácuo
Descarga de excedentes poluídos em tempo
de chuva, com eventuais impactes negativos
no Ambiente.
Acréscimo de encargos de energia e de
exploração em instalações elevatórias e de
tratamento, devido ao excedente de
contribuição pluvial em tempo de chuva.
Economia de primeiro investimento
(construção de um único colector).
Simplicidade na ligação de ramais
e colectores.
Sistemas
convencionais
unitários
Custos elevados de primeiro investimento
(necessário dois tipos de colectores).
Necessidade de construção cuidadosa, em
termos de ligações de ramais prediais.
Transporte de efluentes de
natureza distinta por diferentes
colectores ⇒ diferentes condições
de tratamento e de destino final.
Sistemas
convencionais
separativos
domésticos e
pluviais
INCONVENIENTES
VANTAGENS
TIPO DE SISTEMA
7. DU - 7
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
COMPONENTES DOS SISTEMAS
Sistemas separativos de drenagem de água pluvial:
redes de colectores (e ramais de ligação)
órgãos acessórios
dispositivos de entrada (sarjetas de passeio ou sumidouros) (inlet)
câmaras de visita (inspection chambers)
órgãos especiais e instalações complementares
Desarenadores (desanding)
bacias de retenção
(regularizar os caudais pluviais afluentes, restituindo, a jusante, caudais
compatíveis com a capacidade de transporte da rede de drenagem ou
curso de água)
câmaras drenantes
(dispositivos de retenção e infiltração da água pluvial)
instalações elevatórias (a evitar) (pumping systems)
8. DU - 8
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Obrigatória a implantação de câmaras de visita
a) Na confluência dos colectores
b) Nos pontos de mudança de direcção, de inclinação e de diâmetro dos colectores
c) Nos alinhamentos rectos, com afastamento máximo de 60 m e 100 m, conforme se
trate, respectivamente, de colectores não visitáveis ou visitáveis (D1.6 m)
Câmaras de visita (Decreto Regulamentar nº 23/95 – Artigo 155º)
CORTE: PLANTA:
10. DU - 10
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
(Rainwater drainage systems)
ASPECTOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS E PRINCIPAIS
PREOCUPAÇÕES
Diversos
• na cobertura dos edifícios
• sobre áreas pavimentadas
• em áreas permeáveis
Em zonas urbanas
as águas pluviais
podem cair:
Evaporação
Infiltração
Escoamento
superficial
11. DU - 11
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos
Tipos de preocupações
• Carácter poluente das águas pluviais
► metais pesados (Fe, Pb, Zn,…)
► hidrocarbonetos
► sólidos em suspensão
► CBO5 (matéria orgânica)
► Sist. unitários ⇒
⇒
⇒
⇒ efeito de “first flush” (ressuspensão e transporte de poluentes
previamente decantados nos colectores)
• Comportamento unitário dos sistemas pluviais (mesmo quando concebidos como
separativos)
• Variabilidade dos caudais
► Caudais de ponta (peak flows) caudais domésticos (domestic flow)
► Relação entre a ocupação do solo e a grandeza dos caudais escoados
– áreas impermeáveis
– artificialização das linhas de água
► Regime variável de escoamento nos colectores
PROJECTO MAIS COMPLEXO E CUSTO DE OBRAS SUPERIOR
Agravamento
de caudais
12. DU - 12
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
CONCEPÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS
Diversos
Objectivo: Redução de caudal
• aumentar a intercepção
a infiltração
o armazenamento e a detenção
• incrementar o tempo de percurso do escoamento (increase the flow travel time)
• aplicar técnicas apropriadas de gestão e exploração dos sistemas
(gestão em tempo real) (real time management)
Objectivo: Controlo da qualidade da água no meio receptor
• afastar a descarga do meio receptor sensível
• tratar a massa líquida ⇒
⇒
⇒
⇒ escoamento superficial (“overland flow”)
lagunagem
etc…
13. DU - 13
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos
• A concepção deve dar-se numa fase inicial do planeamento urbanístico, especialmente em
áreas críticas
• Redução da extensão das redes de colectores e dos respectivos diâmetros
– maximizar o percurso superficial da água pluvial (sobretudo nas cabeceiras)
– favorecer a integração de áreas permeáveis (zonas verdes, pavimentos porosos…)
(Extensão menor que a rede doméstica)
• Adopção de soluções de drenagem não convencionais:
– bacias de amortecimento (retention basin or retention ponds)
– câmaras drenantes (infiltration chambers)
• Preocupação com a qualidade da água do meio receptor (devida à poluição veiculada pelos
caudais pluviais após os períodos estivais)
PRINCÍPIOS:
- zonas planas
- zonas sob efeitos de maré
(tidal areas)
14. DU - 14
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
TRAÇADO DA REDE E DEFINIÇÃO DE BACIAS E SUB-BACIAS
Implantação ao eixo dos arruamentos
Definição correcta dos limites da bacia hidrográfica e das sub-bacias afectas a
cada troço da rede
Redes separativas - em planta, o traçado dos colectores das duas redes deve apresentar sempre a
mesma posição relativa (DR nº 23/95, artigo 135.º, ponto 5: “… para minimizar os riscos de ligações
indevidas de redes ou ramais, deve adoptar-se a regra de implantar o colector doméstico à direita
do colector pluvial, no sentido do escoamento …”).
Diversos
Bacia de cabeceira
(upstream catchment or
drainage bassin)
Sub-bacias
Colector pluvial (rainwater sewer)
Meio receptor
15. DU - 15
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
ETAPAS DE DIMENSIONAMENTO (design steps)
No dimensionamento de uma rede de drenagem de águas pluviais podem considerar-
-se três etapas fundamentais:
1. Definição dos elementos de base
2. Cálculo dos caudais pluviais de projecto
3. Dimensionamento hidráulico dos colectores
Diversos
1. DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS DE BASE
• Definição do período de retorno T (return period) (varia, em regra, entre dois e
dez anos): corresponde ao intervalo de tempo médio associado à ocorrência de
precipitação de intensidade média superior a um dado valor.
• Conhecimento do regime pluviométrico local ⇒
⇒
⇒
⇒ curvas IDF
(intensity- duration-frquency)
• Definição dos coeficientes de escoamento para cada sub-bacia
(runoff coefficient)
• Definição dos tempos de concentração iniciais tc (initial concentration times)
• Definição dos condicionalismos, principalmente de natureza hidráulica,
associados à descarga final das águas pluviais no meio receptor.
16. DU - 16
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
2. CÁLCULO DE CAUDAIS PLUVIAIS
Método Racional (semi-conceptual)
• Mulvaney, 1851 e Kuickling, 1889 (posteriormente divulgada em Inglaterra por Lloyd-Davis)
Qpluvial = C x I x A
sendo:
Q pluvial - caudal pluvial a drenar pelo colector (m3/s)
C - coeficiente de escoamento (-)
I - intensidade de precipitação (m3/(ha.s))
A - área da bacia a drenar (ha)
• Métodos - empíricos
- semi-empíricos
- conceptual
- semi-conceptual
17. DU - 17
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
• Linearidade entre a precipitação útil (C x I) e o caudal de ponta (Q) ⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒ ocorrência do caudal de ponta coincide com o instante em que a totalidade da bacia está a
contribuir para o escoamento, ou seja, ao fim de um intervalo de tempo igual ao tempo de
concentração, tc
• O único parâmetro representativo da relação precipitação-escoamento é o coeficiente C
• O coeficiente C engloba vários factores:
– relação entre o volume de água escoada e a precipitação
– efeitos de retenção no solo
– efeitos de regolfo e atraso do escoamento superficial no terreno, linhas de água
naturais e colectores
que dependem
– das características físicas e de ocupação da bacia
– do estado de humidade do solo
– da duração e distribuição da precipitação antecedente
HIPÓTESES DE BASE:
18. DU - 18
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Estudos de Horner e Flynt (3 bacias de drenagem de águas pluviais da cidade de St. Louis, EUA)
estudaram precipitações e caudais como fenómenos independentes.
Foi verificada uma certa constância, por bacia, entre precipitações e caudais da mesma
frequência.
A fórmula racional tem um significado estatístico (e não determinístico) não
sendo legítimo adoptá-la para o cálculo do caudal de ponta pluvial
correspondente a um determinado hietograma típico, não uniforme.
Neste caso, deve-se recorrer a métodos mais sofisticados que considerem o
caudal como um resíduo da precipitação. Estes métodos são também
aconselháveis quando se pretenda gerar um hidrograma a partir de um
determinado hietograma.
A intensidade de precipitação I deve ser avaliada para condições críticas (para t = tc)
Para durações inferiores, nem toda a bacia contribui para o caudal de ponta máximo; para durações
superiores, é menor a intensidade de precipitação logo menor o caudal correspondente.
Aplicação:
• bacias com A 200 a 2000 ha
• não vocacionado para bacias rurais ou semi-rurais
19. DU - 19
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Valores médios do coeficiente C do Método Racional (ASCE, Manual nº 37):
20. DU - 20
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Intensidade de precipitação
I = a . t b
sendo:
t - tempo de concentração da sub-bacia
a, b - parâmetros da curva IDF
21. DU - 21
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Método Racional Generalizado
• Costa, 1956
sendo,
V1 - volume correspondente à parte ascendente do hidrograma (m3)
V - volume total do hidrograma (m3)
t - duração da precipitação de projecto (h)
tc - tempo de concentração da bacia (h)
γ - coeficiente de regolfo.
A
I
C
t
t
V
V
Q
c
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
= γ
1
2
2 V1/V - exprime o efeito de retenção e armazenamento: é mínimo em bacias naturais e
máximo em bacias totalmente impermeáveis (em que iguala a unidade).
t/tc - exprime o desfasamento entre o fim da chuvada e o instante em que se verifica o
caudal de ponta: é mínimo para bacias naturais (onde toma o valor 0,7) e admite-se
que iguale a unidade em bacias totalmente impermeáveis ou altamente canalizadas.
22. DU - 22
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Coeficiente de redução global do método
racional generalizado
C1 = C (2 v1/v) (t/tc)
23. DU - 23
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
3. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE COLECTORES
• Altura máxima do escoamento ⇒
⇒
⇒
⇒ (h/D) ≤
≤
≤
≤ 1
• Velocidade máxima de escoamento ⇒
⇒
⇒
⇒ Vmáx = 5 m/s (para colectores unitários ou
separativos pluviais)
• Velocidade mínima de escoamento ⇒
⇒
⇒
⇒ Vmín = 0,9 m/s
Critério de auto-limpeza
• Profundidade mínima (Art. 137) ⇒
⇒
⇒
⇒ Prof. /
/
/
/ 1 m
• Diâmetro mínimo (Art. 134) ⇒
⇒
⇒
⇒ Dmín = 200 mm
• Inclinações mínimas e máximas ⇒
⇒
⇒
⇒ 0,3% e 15% (por razões construtivas)
Colectores
CRITÉRIOS DE PROJECTO
Sendo inviáveis os limites referidos anteriormente,
como sucede nos colectores de cabeceira, devem
estabelecer-se declives que assegurem estes
valores limites para o caudal de secção cheia.
J mín = 1/ D (mm) Norma Europeia
24. DU - 24
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
PROCEDIMENTO DE CÁLCULO
1 - Análise da área de projecto e traçado da rede em planta.
Caracterização de condicionalismos ⇒
⇒
⇒
⇒ (cotas e níveis de água no meio receptor,
atravessamentos com outras infra-estruturas…)
2 - Fixação do período de retorno, T.
3 - Selecção da curva IDF para a zona em estudo e para o período de retorno escolhido.
4 - Definição das sub-bacias em cada secção de cálculo ⇒
⇒
⇒
⇒ área drenante A
5 - Determinação do coeficiente global médio ponderado para a bacia definida em cada
secção de cálculo
C = (∑i CiAi) / ∑i Ai
Dimensionamento de montante para jusante
as áreas A crescem sucessivamente
as intensidades I decrescem sucessivamente
os caudais Qp crescem, em regra, sucessivamente
25. DU - 25
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Inclinação do terreno AI 50% AI 50%
(min) (min)
muito inclinado 5.0 5.0
inclinado 10.0 7.5
médio e plano 15.0 10.0
Tempos iniciais (para bacias de cabeceira):
7 - Determinação da intensidade média de precipitação I para uma duração igual ao t c
(a partir das curvas IDF)
I = a . t b
6 - Determinação do tempo de concentração, t c
p
e
c t
t
t +
= t
L
V
p
j
j
= Σ
26. DU - 26
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
8 - Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão (método racional):
Q p = ∑i C i x A i x I
9 - Fixação do diâmetro e inclinação do colector, tendo em conta:
• a minimização de custos
• condicionalismos técnicos e regulamentares de implantação do colector
(profundidade de assentamento mínima)
• satisfação dos critérios hidráulicos (capacidade de escoamento, velocidade
máxima e poder de transporte)
10 - Determinação da velocidade, altura do escoamento e tensão de arrastamento no
colector definido (D, i), em função do caudal de ponta
11- Determinação do tempo de percurso, t p, ao longo do troço de colector considerado
no passo 10º
12- Adição do tempo de percurso calculado no passo anterior ao tempo de concentração
calculado no passo 6º.
13- Repetição de todos os passos de cálculo, de montante para jusante, a partir do passo
5º, para as sucessivas secções de cálculo.
27. DU - 27
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
Características Hidráulicas do Escoamento
4
,
0
6
,
1
6
,
0
1 063
,
6 n
s
n
n D
J
K
Q
sen θ
θ
θ −
+
+
=
Conhecidos icolector , D e Q dim :
a) calcular Q f e V f
b) determinar a relação Q dim / Q f
c) utilizar o ábaco das propriedades
hidráulicas das secções circulares:
curva de Q
Q dim / Q f y / D ⇒
⇒
⇒
⇒ y
curva de V
y / D V / V f ⇒
⇒
⇒
⇒ V
Colectores
29. DU - 29
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
IMPLANTAÇÃO EM PERFIL LONGITUDINAL
30. DU - 30
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
Se i ideal i máximo ⇒
⇒
⇒
⇒ i máximo
e recorrer a uma câmara de visita com queda.
Se colector a montante estiver a uma profundidade
superior à mínima, adoptar um declive que traga o
colector, a jusante, para a profundidade mínima
regulamentar ou a exequível, face ao i mínimo aceitável.
Trechos com que arrancam com a profundidade mínima: i terreno i mímima ⇒
⇒
⇒
⇒ i mínimo
Regra geral: i ideal i mínimo ⇒
⇒
⇒
⇒ i mínimo
i mínimo i ideal i máximo ⇒
⇒
⇒
⇒ i ideal
i
ideal - inclinação que se obtém unindo a cota de soleira da caixa de visita de montante, com a cota
da caixa de visita de jusante a que corresponde a profundidade mínima.
31. DU - 31
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
Diâmetro e outras regras do perfil longitudinal
ART. 135º
• Nas redes unitárias e separativas pluviais, pode aceitar-se a redução de secção
para jusante, desde que se mantenha a capacidade de transporte.
ART. 159º
• inserção de um colector noutro deve ser efectuado no sentido do escoamento
• alinhar geratrizes interiores superiores (evitar regolfos e entupimentos e garantir a
continuidade da veia líquida)
• quedas simples (se desnível ≤ 0,50 m) ou guiadas (se 0,50 m)
• se a profundidade da câmara de visita exceder os 5 m, construir um patamar de
segurança a meio, com passagens não coincidentes.
ART. 26º a 28º
• Vala tipo:
32. DU - 32
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
DISPOSITIVOS INTERCEPTORES
Tipos de dispositivos
• Sarjetas de passeio
• Sumidouros
• Sistema conjunto sarjeta-sumidouro
Cabeceira
Percurso
Colocação de forma a:
• Terem capacidade de intercepção adequada
• Serem cumpridos os critérios de escoamento de superfície:
Não transbordamento (h hmáx)
Limitação da velocidade (v3 m/s)
Disp. Intercep.
33. DU - 33
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
ESCOAMENTO DE SUPERFÍCIE EM VALETAS
aplicada a expressão de Gauckler-Manning-Strickler: Qo = Ao/N R2/3 i1/2
arruamento com declive transversal constante
admitindo que o perímetro molhado pode ser aproximado à largura superficial
do escoamento
admitindo escoamento em regime uniforme
(se as secções de cálculo se situarem a jusante de troços de comprimento superior
a 15m e com características geométricas aproximadamente constantes)
16
3
8
3
0
8
3
8
3
0
0 542
,
1
J
tg
N
Q
y
×
×
×
=
θ
Disp. Intercep.
34. DU - 34
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SARJETAS DE PASSEIO INSTALADA SEM DEPRESSÃO
Q = L K yo3/2 g1/2
sendo,
Q - caudal captado pela sarjeta (m3/s);
L - comprimento da boca da sarjeta (m);
yo - altura uniforme do escoamento, a montante da sarjeta (m);
g - aceleração da gravidade (m/s2);
K - constante empírica, função da inclinação transversal do arruamento, cujo valor é
0,23 ou 0,20 (para i= 8% ou i= 2 a 4%, respectivamente).
Disp. Intercep.
35. DU - 35
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SARJETAS DE PASSEIO INSTALADA COM DEPRESSÃO
sendo,
a - valor da depressão (≤ 3 cm – para não afectar as rodas dos veículos);
θ - ângulo que o plano do pavimento forma com o do lancil do passeio (graus);
y - altura do escoamento na extremidade de montante da sarjeta(m);
V - velocidade média do escoamento escoamento y (m/s);
F - número de Froude do escoamento na depressão.
y e V ⇒
⇒
⇒
⇒ determinadas recorrendo ao teorema de Bernoulli:
y
)
A
(2g
Q
a
yo
)
Ao
(2g
Q
2
2
2
2
+
⋅
=
+
+
⋅
Disp. Intercep.
37. DU - 37
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SUMIDOUROS INSTALADOS SEM DEPRESSÃO
Comprimento mínimo necessário (assegurar comportamento eficiente ⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒ caudal escoado sobre a grelha que prossegue para jusante, q3, é nulo):
Lo = m Vo (yo/g)1/2
sendo,
Lo - comprimento útil do sumidouro (m);
m - constante empírica: m = 4 se a grade do sumidouro não contiver barras transversais;
m = 8 no caso se ter três daquelas barras.
Disp. Intercep.
39. DU - 39
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SUMIDOUROS INSTALADOS EM VALETA REBAIXADA
Disp. Intercep.
40. DU - 40
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SÍNTESE
Sarjetas devem ser rebaixadas (Q 20 l/s, em regra)
Sumidouros simples ⇒
⇒
⇒
⇒ para Q 50 l/s
Sumidouros duplos ⇒
⇒
⇒
⇒ para Q 100 l/s
Disp. Intercep.
41. DU - 41
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Desenhos tipo (exemplos)
Disp. Intercep.
42. DU - 42
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
BACIAS DE RETENÇÃO
Bacias
Vantagens
• Custo
• Flexibilidade de ampliação
Objectivos – ART. 176º
• redução dos riscos de inundação
• criação de zonas de lazer (para a pesca e canoagem…)
• criação de reservas de água (agricultura, combate a incêndios, indústria, limpezas
municipais - arruamentos e parques…)
• protecção do meio ambiente (redução de SST e matéria orgânica)
43. DU - 43
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
• quanto à implantação - bacias a céu aberto a seco
com nível de água permanente
- bacias enterradas (reservatórios)
A seco ou não? Opção em função de:
• objectivos (qualidade da água, recreio,…)
• nível e flutuações sazonais do aquífero subjacente
• permeabilidade
• disponibilidades financeiras
Bacias a seco ⇒
⇒
⇒
⇒ menores exigências em termos construtivos financeiros
não requerem níveis freáticos elevados (“alimentação constante”)
Tipos – ART. 177º
• quanto à localização - bacias em série (“online” e “offline”)
- bacias em paralelo
(relativamente ao colector ou vala de acesso)
44. DU - 44
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Constituição – ART. 178º
• Corpo da bacia fundo e bermas de terra
taludes revestidos com cobertura vegetal (integração paisagística)
• Dispositivos de descarga descarga de fundo
obra de entrada e de saída
colector
• Dispositivos de segurança descarregador de superfície
Implantação da bacia de detenção
• aproveitar zona com depressão natural (aprofundar!)
• à entrada da bacia de retenção ⇒
⇒
⇒
⇒ construir uma câmara em betão (evitar o
descalçamento da conduta e/ou a sua obstrução com terra e outros sedimentos)
• traçar perfis transversais e longitudinais para construir a curva de volumes
armazenados (calcular volume de água armazenado para diversas alturas de água)
• verificar para que altura de água se assegura o volume de dimensionamento
45. DU - 45
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Aspectos construtivos – ART. 180º
Bacia a seco
• inclinação do fundo ≥
≥
≥
≥ 5/100 (evitar a formação de zonas alagadas);
• inclinações máximas dos taludes das bermas de 1/6 ou 1/2
(respectivamente para os casos de acesso público ou não).
46. DU - 46
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Bacia com nível de água permanente:
• altura de água mínima de 1,5 m (evitar um excessivo desenvolvimento de
plantas aquáticas e de assegurar eventual vida piscícola)
• garantir um tratamento conveniente das bermas (taludes relvados, etc…)
47. DU - 47
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Qualidade da água
Melhoria da qualidade das águas afluentes
Ocorrem transformações de natureza física, química e microbiológica
• sedimentação dos sólidos em suspensão ⇒
⇒
⇒
⇒ redução da turvação da água
• variação do OD da massa líquida ⇒
⇒
⇒
⇒ balanço entre os “inputs” (rearejamento e
fotossíntese) e o consumo
• variação da concentração de nutrientes (N, P) ⇒
⇒
⇒
⇒ efeito das plantas
• redução de microrganismos ⇒
⇒
⇒
⇒ radiação solar, competição biológica,
temperatura e sedimentação
Efeitos típicos:
48. DU - 48
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Método simplificado (ABREU, 1983) ou método holandês
• Baseia-se no conhecimento das curvas IDF da precipitação na zona em estudo
• Permite calcular o volume necessário para armazenar o caudal afluente resultante da
precipitação crítica, de período de retorno T, para garantir um caudal constante q,
correspondente à capacidade máxima de vazão da estrutura de drenagem a jusante.
• Método expedido ⇒ adequado ao pré-dimensionamento da bacia de retenção.
• Dados: A, C da bacia drenada
parâmetros da curva IDF
caudal efluente q (constante) ⇒ procedimento não conservativo
Dimensionamento hidráulico – ART. 179º
• Objectivo: determinar o volume de armazenamento necessário para que o
respectivo caudal efluente seja semelhante ao que ocorreria na
bacia natural (AI = 0 %).
• T = 10 a 50 anos (usualmente)
50. DU - 50
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Método de PULS
• Baseia-se na resolução numérica da equação da conservação dos volumes ou equação de
continuidade aplicada à bacia de retenção
• Permite resolver as situações mais complexas (ex.: não constância do caudal descarregado)
• Dados: hidrograma de escoamento de entrada ou afluente
lei de descarga do caudal efluente
lei de armazenamento
∆
⋅
+
−
∆
⋅
+
=
∀
−
∀
⇔
∀
−
∀
=
∀
∆
+
+
+ t
Q
Q
t
Q
Q i
d
i
d
i
a
i
a
i
h
i
h
s
e
2
2
1
,
,
1
,
,
,
1
,
( ) 1
,
1
,
,
,
1
,
, 2
2 +
+
+ ∀
⋅
+
=
∀
⋅
+
∆
⋅
−
+ i
h
i
d
i
h
i
d
i
a
i
a Q
t
Q
Q
Q
logo ⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
Termos conhecidos Função de h(i+1), a única incógnita
51. DU - 51
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
CÂMARAS DRENANTES
Finalidade
• armazenamento e infiltração das águas pluviais;
solução económica e eficaz, adequada a zonas de solo permeável;
Tipos
52. DU - 52
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Capacidade (factores de que depende)
• dimensão da bacia a drenar;
• características pluviométricas da zona em estudo;
• grau de impermeabilização do solo;
• declive médio da bacia drenada;
• condutividade hidráulica dos solos.
Desvantagens
• não se adequa a solos argilosos, siltosos ou areno-siltosos
• risco de contaminação dos aquíferos provocado por mistura das águas residuais
com águas pluviais
• elevados encargos associados à manutenção e exploração (limpeza periódica)
• elevada dificuldade de reabilitação
caudais percolados aumentam com o incremento de carga de água no interior
das câmaras (na ausência de colmatações).
53. DU - 53
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Constituição
• anéis pré-fabricados
• construídas cuidadosamente
percolações pelo fundo
infiltrações pelas juntas, entre anéis
• devem ser visitáveis
localizadas em zonas de
cotas de terreno ≈
≈
≈
≈ iguais
ramais de ligação
inclinação mínima de 1/D
(assegurar auto-limpeza)
colocados a cotas que garantam a
mobilização da capacidade total das
câmaras drenantes
54. DU - 54
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Dimensionamento hidráulico
Hipóteses admitidas
• linearidade entre a carga hidráulica no fundo da câmara e o caudal percolado
• aplicação do método racional generalizado para determinação do máximo caudal
(para um dado T)
• constância no caudal afluente a cada câmara durante a precipitação crítica e na
respectiva intensidade de precipitação
• enchimento total da câmara, no caso da ocorrência da precipitação crítica
Expressões de cálculo (ESCRITT, 1947)
55. DU - 55
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Metodologia de cálculo
57. DU - 57
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Tipos de modelos
• Modelos determinísticos (formulados segundo regras de causalidade, que pressupõem
um total conhecimento do sistema) vs probabilísticos (baseados em amostras
aleatórias ou em correlações observadas em determinadas séries temporais).
• Modelos teóricos (ou fisicamente baseados) vs modelos conceptuais ou empíricos
(que recorrem à representação simplificada dos processos físicos, com base em
resultados obtidos experimentalmente).
• Modelos de regime permanente (em que todas as variáveis e parâmetros são
independentes do tempo) vs modelos dinâmicos (analisam a evolução temporal das
diferentes variáveis).
• Modelos analíticos (recorrem a instrumentos de matemática clássicos e permitem a
modelação contínua, obtendo-se soluções em qualquer ponto do domínio) vs modelos
numéricos (que conduzem a modelos discretos no espaço e/ou no tempo ⇒ apenas se
obtêm soluções em pontos pré-determinados).
• Modelos distribuídos (em que os parâmetros variam espacialmente) vs modelos
agregados.
CLASSIFICAÇÃO DE MODELOS E ETAPAS DO PROCESSO DE
MODELAÇÃO
58. DU - 58
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
► “Black box model” - modelos empíricos, simplificados, que reproduzem a
resposta do sistema.
► “White box model” - modelos determinísticos que representam os processos
mais relevantes através de equações diferenciais.
► “Grey box model” - modelos intermédios, baseados em simplificações das leis físicas.
Etapas do processo de modelação
• Definição do problema: processos a modelar, variáveis respectivas, e objectivos do modelo
• Recolha de informação disponível
• Selecção do modelo: equações que traduzam os processos atendendo aos objectivos
• Definição de condições iniciais e de condições de fronteira para todas as variáveis dos
processos
• Representação das equações diferenciais de forma discreta, através de métodos
numéricos;
• Desenvolvimento do código e “debugging”
• Calibração e validação do modelo
• Aplicação do modelo
59. DU - 59
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
MODELAÇÃO DE COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM
Modelos
• Incluem aspectos hidráulicos e hidrológicos.
• Permitem a simulação dinâmica de:
► escoamento superficial;
► escoamento nos colectores (com superfície livre e em pressão);
► qualidade da água e transporte de poluentes.
• Aplicação amplamente divulgada:
► dimensionando as infra-estruturas (i.e.: mitigação de inundações e controlo de
descargas directas de excedentes);
► estimar cargas poluentes;
► avaliar a eficácia de soluções de controlo na origem.
60. DU - 60
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
PRINCÍPIOS DE DESENVOLVIMENTO E FORMULAÇÃO DE MODELOS
Escoamento superficial
Propagação do escoamento na rede de colectores
• Equações de Saint Venant
L
q
t
A
x
Q
=
∂
∂
+
∂
∂
0
=
∂
∂
+
∂
∂
⋅
+
⋅
⋅
+
−
∂
∂
⋅
⋅
x
QV
t
Q
J
A
i
x
h
A
β
ρ
γ
γ
Integração na vertical das equações:
da continuidade ⇒
⇒
⇒
⇒
da quantidade de movimento ⇒
⇒
⇒
⇒
• Curvas tempo-área
• Modelo de reservatório
• Modelo de reservatório não linear
ou modelo cinemático
• Modelo do hidrograma unitário
(UHM)
61. DU - 61
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
► Modelo reservatório: considera apenas a equação da continuidade
► Modelo cinemático: aplicável a escoamentos em regime rápido (fórmula de
Manning Strickler)
► Modelo difusivo: modela o atrito no perímetro molhado, as forças de
gravidade e ignora a inércia.
► Modelo dinâmico: considera todos os termos da eq. Saint Venant (permite a
simulação de transientes hidráulicos).
Condutas sobre pressão
conceito de Preissmann
Propagação do escoamento na rede de colectores
• Equações de Saint Venant
L
q
t
A
x
Q
=
∂
∂
+
∂
∂
0
=
∂
∂
+
∂
∂
⋅
+
⋅
⋅
+
−
∂
∂
⋅
⋅
x
QV
t
Q
J
A
i
x
h
A
β
ρ
γ
γ
Integração na vertical das equações:
da continuidade ⇒
⇒
⇒
⇒
da quantidade de movimento ⇒
⇒
⇒
⇒
62. DU - 62
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Qualidade da água e transporte de poluentes
• Acumulação de poluentes (nos colectores e à superfície).
• Efeito de lavagem (“washoff”).
• Transporte de poluentes: acumulados à superfície e no interior dos colectores em
tempo seco
efluentes domésticos e industriais.
• Processos químicos e biológicos: o colector como reactor!
63. DU - 63
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
APLICABILIDADE DE MÉTODOS DE CÁLCULO E DE SIMULAÇÃO
Domínio de Aplicação Métodos
simples/ deonda deonda
empíricos cinemática dinâmica
Dimensionamentode pequenossistemas S S NR
Dimensionamentode grandessistemas _ S NR
Verificaçãodedesempenho, emtermosde inundações _ _ S*
Verificaçãodocomportamentohidráulicoe ambiental desistemasexistentes _ S* S*
Concepção edimensionamento de emissáriosedescarregadoresde tempestade _ S* S*
Avaliação deimpactossobre o meio receptor (qualidade) _ S S*
Avaliação deimpactossobre o meio receptor (quantidade) _ S NR
Controlo emtempo real _ S NR
LEGENDA: S- aspectos hidrológicos tratados deformasimplificada; S* - aspectos hidrológicos tratados deforma
simplificadaou detalhada; NR- emregra, nãorecomendável.
Critérios de escolha de modelos hidráulicos para aplicação em sistemas de drenagem urbana
(adoptado de EN 752-4, 2001 – referente a dimensionamento hidráulico e considerações ambientais):
Para a verificação hidráulica recorre-se a modelos de simulação complexos,
em que os input são hietogramas típicos e os output são hidrogramas de
cheia, alturas de escoamento e velocidades
64. DU - 64
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DOS MODELOS EXISTENTES
Principais programas comerciais actualmente disponíveis:
►Flupol
►HydroWorks
►InfoWorks
►MOUSE
►SAMBA
►SWMM
►SIMPOL
(Descritos em detalhe no quadro seguinte)
►MOSQITO
►KOSIM
►HYDRA
►SewerCAD
►XP-SWMM
►…
65. DU - 65
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Processo Tipo de modelo Programa
Flupol
HydroWorks/
InfoWorks
MOUSE
SAMBA
SWMM
SIMPOL
Perdas hidrológicas perdas iniciais fixas S S S S S
perdas contínuas: coef. escoamento volumétrico S S S S S S
humedecimento do solo S
retenção superficial S S
infiltração: fórmula de Horton S S S
fórmula de Green-Ampt S
evapotranspiração S
outras fórmulas de perdas contínuas S
Propagação do curvas tempo-área S
escoamento modelo do reservatório linear S S S
superficial modelo de reservatórios emcascata S
modelo cinemático/ modelo do reservatório não linear S S
Modelos utilizados por programas de simulação de drenagem urbana :
66. DU - 66
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Propagação do advecção S
escoamento na modelo de Muskinghum-Cunge S
rede de colectores modelo cinemático/ modelo do reservatório não linear S S
modelo difusivo S
equações completas de Saint Venant S S S
Poluentes no concentrações médias por evento (CME) S S S
escoamento distribuição lognormal das CME S
superficial acumulação: equação de potência S
equação de Michaelis-Menton S
equação exponencial (Alley e Smith, 1981) S S S S
arrastamento: exponencial (Sartor e Boyd; Jewell e Adrian) S S S
exponencial (Nakamura, 1990)
outras fórmulas S S
número de poluentes modelados 4 10 10 10 2
modelação de poluentes com base em relações com os
sedimentos S S S S
Processo Tipo de modelo Programa
Flupol
HydroWorks/
InfoWorks
MOUSE
SAMBA
SWMM
SIMPOL
67. DU - 67
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Propagação dos modelo do reservatório linear S
poluentes superficiais modelo do duplo reservatório linear S
Retenção de
poluentes emsarjetas
acumulação linear e diluição no volume da caixa de
retenção SN S
Transporte de eq. de transporte baseada: na lei de Shields S
poluentes nos no método de Ackers-White S
colectores no método de Vélikanov S
noutros métodos S
transformação/decaimento de poluentes N S S
equação de advecção S S S S
equação de advecção-dispersão S
- consideração de estruturas de sedimentação/tratamento S
Processo Tipo de modelo Programa
Flupol
HydroWorks/
InfoWorks
MOUSE
SAMBA
SWMM
SIMPOL
SWMM
69. DU - 69
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS E
PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA
Sistema unitário típico:
Composto por:
colectores unitários
emissários
descarregadores
ETAR
•
variação de caudais transportados
(ocorrência de precipitações)
⇒
⇒
⇒
⇒ dimensionamento hidráulico das ETAR
é complexo
São dimensionadas para um caudal de
3 a 6 x Q médio tempo seco
CSO
(Combined Sewer Overflows)
descarregados directamente nos meios receptores
70. DU - 70
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
acréscimo significativo da carga poluente descarregada
para os meios receptores
• períodos chuvosos ⇒
⇒
⇒
⇒
dos caudais e cargas poluentes escoadas
sobrecarga das ETAR
• aumento dos caudais, resultante
da ocorrência de precipitações
Construção de reservatórios ou de bacias de regularização
constitui uma forma de beneficiação dos sistemas, reduzindo os
impactes negativos no meio receptor
(em vez de se ampliarem as estações de tratamento)
efluentes finais bastante poluídos
⇒
⇒
⇒
⇒ arrasta e coloca em suspensão substâncias
previamente sedimentadas nos colectores
71. DU - 71
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
TENDÊNCIAS ACTUAIS NA CONCEPÇÃO E BENEFICIAÇÃO DOS
SISTEMAS UNITÁRIOS
a) quando o Qafl Qdim ETAR ⇒
⇒
⇒
⇒ a bacia de regularização entra em funcionamento,
enchendo gradualmente até atingir a sua capacidade máxima
• Construção de reservatórios ou de bacias de regularização ⇒
⇒
⇒
⇒ acumulam
água poluída durante a ocorrência das chuvadas e conduzem-na,
posteriormente, para a ETAR:
b) quando a bacia de regularização está cheia ⇒
⇒
⇒
⇒ o caudal excedente é
descarregado directamente para o meio receptor
72. DU - 72
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
EXEMPLOS:
Na Alemanha, foram construídos nos últimos 15 anos, em sistemas unitários, cerca de
10 000 bacias ou reservatórios de retenção e regularização, pretendendo-se, a médio
prazo, construir mais 30 000 a 40 000.
Vários sistemas de drenagem de grandes dimensões, geridos com controlo em tempo
real, encontram-se actualmente em operação:
– em Detroit, Seatle e Ohio, nos Estados Unidos da América
– em Osaka, Tokyo e Okayoma, no Japão
– em Seine-Saint-Denis, Marselha e Nancy, em França
– no sector ocidental de Birmingham, no Reino Unido
– em Amsterdão e Roterdão, na Holanda
– …
c) quando o Qafl Qdim ETAR (fase descendente do hidrograma de cheia) ⇒
⇒
⇒
⇒ a
bacia começa a esvaziar, drenando para a ETAR, que funcionará em pleno
73. DU - 73
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
desenvolvidos na Alemanha
(resultantes de observações experimentais)
Método da precipitação crítica
• Métodos para dimensionar estruturas de armazenamento e descarregadores de
tempestade:
- método da precipitação crítica
- método simplificado
• KRAUTH
Estudou o sistema de drenagem unitário de Stuttgart-Busnau, na Alemanha
Verificou:
• acumulação de sedimentos durante os períodos “mortos” do dia, sendo
parcialmente arrastados durante os períodos de maior afluência de caudal;
• precipitações com Imédia 10 l/(s.ha) produzem um efeito de “lavagem” das
substâncias depositadas no interior dos colectores, verificando-se a
ocorrência de efeitos de “first flush”
As hipóteses de base, em termos de ocupação e de regime de
precipitações, foram verificadas para bacias típicas da Alemanha
74. DU - 74
Objectivos
• Calcular volume reserva de modo a que, para a ocorrência de precipitações com uma
intensidade média (Imédia) inferior a uma determinada intensidade crítica (Ic), não
ocorram descargas directas para o meio receptor (parte do caudal em excesso é retido
nas estruturas armazenamento).
Critérios de dimensionamento
• Determinar área da bacia hidrográfica servida pelo sistema de drenagem unitário a
montante de cada estrutura tendo em conta que:
– as bacias localizadas a montante e servidas por outras estruturas de armazenamento
e descarga não devem ser incluídas na bacia de drenagem da estrutura
– as bacias localizadas a montante e servidas por estruturas de detenção sem
descarregador de tempestade associado devem ser consideradas para efeitos de
cálculo da área da bacia tributária
– as bacias localizados a montante e servidas por descarregadores de tempestade
sem estrutura de armazenamento associada devem ser consideradas, desde que os
descarregadores tenham sido dimensionados de forma a não entrarem em
funcionamento com a ocorrência de precipitações de I média I crítica
– nos sistemas de drenagem mistos, a área servida pela rede separativa pluvial não
deve contribuir para a área da bacia de drenagem
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
75. DU - 75
Determinação dos volumes de armazenamento necessários
Intensidade de precipitação crítica e caudais de cálculo
• principal parâmetro de dimensionamento do sistema (as descargas directas para o
meio receptor apenas ocorrem para precipitações com uma Imédia Ic)
nec
c
I ∀
↑
⇒
↑
• estabelecido para cada região em função de:
– duração das precipitações com intensidade média superior a Ic;
– condição de esvaziamento do volume de armazenamento no início da ocorrência
dessas precipitações;
– caudal de estiagem e os objectivos de qualidade do meio receptor;
– concentração de cargas poluentes nas águas residuais domésticas, no
escoamento pluvial e nos efluentes das ETAR.
Estudos efectuados na Alemanha e em algumas regiões de França sugerem que um valor de
15 l/(s.ha) assegura, em média, o tratamento de cerca de 90% da carga poluente anual
usualmente descarregada para o meio receptor, em períodos chuvosos
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
76. DU - 76
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
(Exemplo de valores de referência na Alemanha)
Ic = 15 x 120/(tc +120) L/(s.ha)
tc ≤120 min
Ic = 7,5 L/(s.ha)
tc 120 min
80. DU - 80
• Volume específico de armazenamento Vr =
Cálculo dos volumes de armazenamento
volume por unidade de área reduzida da
bacia de drenagem necessário para
armazenar a parcela do escoamento
pluvial crítico a reter)
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
81. DU - 81
• Volume total de armazenamento necessário V ⇒
⇒
⇒
⇒ t
red
r a
A
V
V ×
×
=
Parâmetro Unidade Valores
tc min 10 15 20 25 30 35 40 50 60 80 100 120 180
at - 1.25 1.48 1.63 1.74 1.82 1.88 1.93 2.02 2.06 2.12 2.17 2.20 2.25
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0 30 60 90 120 150 180
tc [min]
a
t
[-]
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
82. DU - 82
Em bacias de drenagem com tempos de concentração reduzidos ( a 15 a 20 minutos),
o principal objectivo das estruturas de armazenamento e descarga é reter os caudais
unitários iniciais, mais poluídos, atendendo ao efeito de first flush.
O volume remanescente dos hidrogramas de cheia é descarregado directamente para
o meio receptor, a montante da estrutura de armazenamento.
Quanto maior for o tempo de concentração, maior é o tempo que o caudal unitário
inicial, proveniente de toda a bacia de drenagem, demora a atingir a estrutura de
armazenamento.
Assim, para deter o caudal unitário inicial proveniente das áreas
hidraulicamente mais afastadas da estrutura de armazenamento e descarga, é
necessário deter igualmente o caudal remanescente proveniente das áreas
mais próximas, resultando em volumes de armazenamento superiores.
À medida que o tempo de concentração aumenta ( 50 a 60 minutos), o efeito
da concentração poluente inicial torna-se pouco relevante (os caudais
provenientes das áreas hidraulicamente mais afastadas misturam-se com os
caudais menos poluídos das sub-bacias mais próximas), pelo que o parâmetro
at deixa de depender do tempo de concentração.
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
83. DU - 83
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM
DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO
A fim de garantir condições de tratamento por sedimentação, o caudal afluente às
bacias de armazenamento com descarregador de tempestade instalado no coroamento
deve ser limitado ao caudal unitário critico afluente (Qcrit), através de um
descarregador de tempestade adicional localizado a montante.
Este descarregador adicional pode ser dispensado (ATV-A128, 1992) se o
descarregador no coroamento assegurar a descarga completa dos excedentes, sem
que as condições de tratamento sejam prejudicadas, ou caso se preveja que raras
vezes entre em funcionamento (menos de dez vezes por ano).
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
84. DU - 84
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM
DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO
(Algumas Recomendações)
Em bacias rectangulares com descarregador de tempestade instalado no coroamento, ou
nos compartimentos que a constituem, as seguintes relações e condições hidráulicas
devem ser verificadas (ATV-A128, 1992; MINISTÈRE DE L'AGRICULTURE, 1988):
• a largura da bacia deve ser igual ou superior à largura do descarregador;
• comprimento da bacia, medido na direcção preferencial de escoamento, deve ser
igual ou superior ao dobro da largura;
• a altura média da bacia deve ser calculada por forma a garantir um volume de
armazenamento não inferior ao determinado pelo método;
• a carga hidráulica sobre a soleira do descarregador instalado no coroamento deve ser
sempre inferior a 0,10 m/h (para um descarregador de Bazin, a largura mínima do
descarregador será de b (m) = 17,857 ×Qcrit , com Qcrit (m3/s);
• a carga hidráulica na bacia (Hb) não deve exceder 10 m/h e depende da área da
secção horizontal da bacia (Ah) , expressa em m2:
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
85. DU - 85
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM
DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO
(Algumas Recomendações)
• a velocidade máxima, na direcção preferencial do escoamento (Av é a área da secção
transversal da bacia, em m2), deve ser inferior a 5 cm/s, ou seja:
• o tempo de retenção hidráulica na bacia (tret) não deve ser inferior aos valores que se
apresentam, sendo de destacar que valores superiores a 20 minutos não trazem
benefícios significativos à qualidade dos excedentes descarregados para o meio receptor:
• o tempo máximo de esvaziamento da bacia (te) não deve ser superior a 15 minutos.
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO