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DU - 1
DRENAGEM URBANA
DU - 2
DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos
 INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA (Urban Drainage)
 Tipos de sistemas de drenagem urbanos e principais componentes dos
sistemas
 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS (Rainwater Drainage Systems)
 Aspectos quantitativos e qualitativos e principais preocupações
 Concepção e constituição dos sistemas
 Implantação do sistema de drenagem pluvial
 Cálculo de caudais pluviais
 Dimensionamento hidráulico de colectores
 Dispositivos interceptores
 Bacias de retenção (retention basin or retention ponds)
 Câmaras drenantes (infiltration chambers)
DU - 3
DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos
 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO (Modeling wastewater drainage systems)
 Etapas do processo de modelação
 Princípios de modelação matemática do comportamento de sistemas de
drenagem
 Caracterização sumária de modelos existentes
 Construção do modelo: dados necessários e resultados obtidos
 BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM
UNITÁRIOS (Improvements of the behavior of wastewater systems)
 Tendências actuais na concepção e beneficiação dos sistemas unitários
 Dimensionamento de estruturas de armazenamento: o método da
precipitação crítica
DU - 4
INTRODUÇÃO
DU - 5
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Unitários (Combined systems)
Constituídos por uma única rede de colectores onde são admitidas conjuntamente
as águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e águas pluviais;
recolhem e drenam a totalidade das águas a afastar dos aglomerados
populacionais.
Separativos (separative systems)
Constituídos por duas redes de colectores distintas, uma destinada à drenagem
das águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e uma outra à drenagem
das águas pluviais ou similares.
Mistos
Constituídos pela conjugação dos dois tipos anteriores, em que parte da rede de
colectores funciona como sistema unitário e a restante como sistema separativo.
Separativos parciais ou pseudo-separativos
Em que se admite, em condições excepcionais, a ligação de águas pluviais de
pátios interiores ao colector de águas residuais domésticas.
 TIPOS DE SISTEMAS
DU - 6
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Acréscimo em encargos de exploração e,
conservação, em relação ao sistema
gravítico convencional.
No caso do sistema sob vácuo, requere-se
um grau de conhecimento e de
especialização superior, para a exploração.
Economias significativas de
primeiro investimento,
nomeadamente em zonas planas
ou com elevados níveis freáticos,
Sistemas sob vácuo ⇒ redução do
risco da ocorrência de condições
de septicidade e controlo da
infiltração.
Sistemas não
convencionais: de
colector gravítico
de pequeno
diâmetro ou sob
vácuo
Descarga de excedentes poluídos em tempo
de chuva, com eventuais impactes negativos
no Ambiente.
Acréscimo de encargos de energia e de
exploração em instalações elevatórias e de
tratamento, devido ao excedente de
contribuição pluvial em tempo de chuva.
Economia de primeiro investimento
(construção de um único colector).
Simplicidade na ligação de ramais
e colectores.
Sistemas
convencionais
unitários
Custos elevados de primeiro investimento
(necessário dois tipos de colectores).
Necessidade de construção cuidadosa, em
termos de ligações de ramais prediais.
Transporte de efluentes de
natureza distinta por diferentes
colectores ⇒ diferentes condições
de tratamento e de destino final.
Sistemas
convencionais
separativos
domésticos e
pluviais
INCONVENIENTES
VANTAGENS
TIPO DE SISTEMA
DU - 7
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
 COMPONENTES DOS SISTEMAS
 Sistemas separativos de drenagem de água pluvial:
 redes de colectores (e ramais de ligação)
 órgãos acessórios
 dispositivos de entrada (sarjetas de passeio ou sumidouros) (inlet)
 câmaras de visita (inspection chambers)
 órgãos especiais e instalações complementares
 Desarenadores (desanding)
 bacias de retenção
(regularizar os caudais pluviais afluentes, restituindo, a jusante, caudais
compatíveis com a capacidade de transporte da rede de drenagem ou
curso de água)
 câmaras drenantes
(dispositivos de retenção e infiltração da água pluvial)
 instalações elevatórias (a evitar) (pumping systems)
DU - 8
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Obrigatória a implantação de câmaras de visita
a) Na confluência dos colectores
b) Nos pontos de mudança de direcção, de inclinação e de diâmetro dos colectores
c) Nos alinhamentos rectos, com afastamento máximo de 60 m e 100 m, conforme se
trate, respectivamente, de colectores não visitáveis ou visitáveis (D1.6 m)
Câmaras de visita (Decreto Regulamentar nº 23/95 – Artigo 155º)
CORTE: PLANTA:
DU - 9
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
DU - 10
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
(Rainwater drainage systems)
 ASPECTOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS E PRINCIPAIS
PREOCUPAÇÕES
Diversos
• na cobertura dos edifícios
• sobre áreas pavimentadas
• em áreas permeáveis
Em zonas urbanas
as águas pluviais
podem cair:
Evaporação
Infiltração
Escoamento
superficial
DU - 11
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos
Tipos de preocupações
• Carácter poluente das águas pluviais
► metais pesados (Fe, Pb, Zn,…)
► hidrocarbonetos
► sólidos em suspensão
► CBO5 (matéria orgânica)
► Sist. unitários ⇒
⇒
⇒
⇒ efeito de “first flush” (ressuspensão e transporte de poluentes
previamente decantados nos colectores)
• Comportamento unitário dos sistemas pluviais (mesmo quando concebidos como
separativos)
• Variabilidade dos caudais
► Caudais de ponta (peak flows) caudais domésticos (domestic flow)
► Relação entre a ocupação do solo e a grandeza dos caudais escoados
–  áreas impermeáveis
– artificialização das linhas de água
► Regime variável de escoamento nos colectores
PROJECTO MAIS COMPLEXO E CUSTO DE OBRAS SUPERIOR
Agravamento
de caudais
DU - 12
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 CONCEPÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS
Diversos
Objectivo: Redução de caudal
• aumentar a intercepção
a infiltração
o armazenamento e a detenção
• incrementar o tempo de percurso do escoamento (increase the flow travel time)
• aplicar técnicas apropriadas de gestão e exploração dos sistemas
(gestão em tempo real) (real time management)
Objectivo: Controlo da qualidade da água no meio receptor
• afastar a descarga do meio receptor sensível
• tratar a massa líquida ⇒
⇒
⇒
⇒ escoamento superficial (“overland flow”)
lagunagem
etc…
DU - 13
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos
• A concepção deve dar-se numa fase inicial do planeamento urbanístico, especialmente em
áreas críticas
• Redução da extensão das redes de colectores e dos respectivos diâmetros
– maximizar o percurso superficial da água pluvial (sobretudo nas cabeceiras)
– favorecer a integração de áreas permeáveis (zonas verdes, pavimentos porosos…)
(Extensão menor que a rede doméstica)
• Adopção de soluções de drenagem não convencionais:
– bacias de amortecimento (retention basin or retention ponds)
– câmaras drenantes (infiltration chambers)
• Preocupação com a qualidade da água do meio receptor (devida à poluição veiculada pelos
caudais pluviais após os períodos estivais)
PRINCÍPIOS:
- zonas planas
- zonas sob efeitos de maré
(tidal areas)
DU - 14
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 TRAÇADO DA REDE E DEFINIÇÃO DE BACIAS E SUB-BACIAS
 Implantação ao eixo dos arruamentos
 Definição correcta dos limites da bacia hidrográfica e das sub-bacias afectas a
cada troço da rede
Redes separativas - em planta, o traçado dos colectores das duas redes deve apresentar sempre a
mesma posição relativa (DR nº 23/95, artigo 135.º, ponto 5: “… para minimizar os riscos de ligações
indevidas de redes ou ramais, deve adoptar-se a regra de implantar o colector doméstico à direita
do colector pluvial, no sentido do escoamento …”).
Diversos
Bacia de cabeceira
(upstream catchment or
drainage bassin)
Sub-bacias
Colector pluvial (rainwater sewer)
Meio receptor
DU - 15
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 ETAPAS DE DIMENSIONAMENTO (design steps)
No dimensionamento de uma rede de drenagem de águas pluviais podem considerar-
-se três etapas fundamentais:
1. Definição dos elementos de base
2. Cálculo dos caudais pluviais de projecto
3. Dimensionamento hidráulico dos colectores
Diversos
1. DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS DE BASE
• Definição do período de retorno T (return period) (varia, em regra, entre dois e
dez anos): corresponde ao intervalo de tempo médio associado à ocorrência de
precipitação de intensidade média superior a um dado valor.
• Conhecimento do regime pluviométrico local ⇒
⇒
⇒
⇒ curvas IDF
(intensity- duration-frquency)
• Definição dos coeficientes de escoamento para cada sub-bacia
(runoff coefficient)
• Definição dos tempos de concentração iniciais tc (initial concentration times)
• Definição dos condicionalismos, principalmente de natureza hidráulica,
associados à descarga final das águas pluviais no meio receptor.
DU - 16
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
2. CÁLCULO DE CAUDAIS PLUVIAIS
 Método Racional (semi-conceptual)
• Mulvaney, 1851 e Kuickling, 1889 (posteriormente divulgada em Inglaterra por Lloyd-Davis)
Qpluvial = C x I x A
sendo:
Q pluvial - caudal pluvial a drenar pelo colector (m3/s)
C - coeficiente de escoamento (-)
I - intensidade de precipitação (m3/(ha.s))
A - área da bacia a drenar (ha)
• Métodos - empíricos
- semi-empíricos
- conceptual
- semi-conceptual
DU - 17
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
• Linearidade entre a precipitação útil (C x I) e o caudal de ponta (Q) ⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒ ocorrência do caudal de ponta coincide com o instante em que a totalidade da bacia está a
contribuir para o escoamento, ou seja, ao fim de um intervalo de tempo igual ao tempo de
concentração, tc
• O único parâmetro representativo da relação precipitação-escoamento é o coeficiente C
• O coeficiente C engloba vários factores:
– relação entre o volume de água escoada e a precipitação
– efeitos de retenção no solo
– efeitos de regolfo e atraso do escoamento superficial no terreno, linhas de água
naturais e colectores
que dependem
– das características físicas e de ocupação da bacia
– do estado de humidade do solo
– da duração e distribuição da precipitação antecedente
HIPÓTESES DE BASE:
DU - 18
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Estudos de Horner e Flynt (3 bacias de drenagem de águas pluviais da cidade de St. Louis, EUA)
estudaram precipitações e caudais como fenómenos independentes.
Foi verificada uma certa constância, por bacia, entre precipitações e caudais da mesma
frequência.
A fórmula racional tem um significado estatístico (e não determinístico) não
sendo legítimo adoptá-la para o cálculo do caudal de ponta pluvial
correspondente a um determinado hietograma típico, não uniforme.
Neste caso, deve-se recorrer a métodos mais sofisticados que considerem o
caudal como um resíduo da precipitação. Estes métodos são também
aconselháveis quando se pretenda gerar um hidrograma a partir de um
determinado hietograma.
A intensidade de precipitação I deve ser avaliada para condições críticas (para t = tc)
Para durações inferiores, nem toda a bacia contribui para o caudal de ponta máximo; para durações
superiores, é menor a intensidade de precipitação logo menor o caudal correspondente.
Aplicação:
• bacias com A  200 a 2000 ha
• não vocacionado para bacias rurais ou semi-rurais
DU - 19
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Valores médios do coeficiente C do Método Racional (ASCE, Manual nº 37):
DU - 20
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Intensidade de precipitação
I = a . t b
sendo:
t - tempo de concentração da sub-bacia
a, b - parâmetros da curva IDF
DU - 21
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
 Método Racional Generalizado
• Costa, 1956
sendo,
V1 - volume correspondente à parte ascendente do hidrograma (m3)
V - volume total do hidrograma (m3)
t - duração da precipitação de projecto (h)
tc - tempo de concentração da bacia (h)
γ - coeficiente de regolfo.
A
I
C
t
t
V
V
Q
c
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
= γ
1
2
2 V1/V - exprime o efeito de retenção e armazenamento: é mínimo em bacias naturais e
máximo em bacias totalmente impermeáveis (em que iguala a unidade).
t/tc - exprime o desfasamento entre o fim da chuvada e o instante em que se verifica o
caudal de ponta: é mínimo para bacias naturais (onde toma o valor 0,7) e admite-se
que iguale a unidade em bacias totalmente impermeáveis ou altamente canalizadas.
DU - 22
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Coeficiente de redução global do método
racional generalizado
C1 = C (2 v1/v) (t/tc)
DU - 23
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
3. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE COLECTORES
• Altura máxima do escoamento ⇒
⇒
⇒
⇒ (h/D) ≤
≤
≤
≤ 1
• Velocidade máxima de escoamento ⇒
⇒
⇒
⇒ Vmáx = 5 m/s (para colectores unitários ou
separativos pluviais)
• Velocidade mínima de escoamento ⇒
⇒
⇒
⇒ Vmín = 0,9 m/s
Critério de auto-limpeza
• Profundidade mínima (Art. 137) ⇒
⇒
⇒
⇒ Prof. /
/
/
/ 1 m
• Diâmetro mínimo (Art. 134) ⇒
⇒
⇒
⇒ Dmín = 200 mm
• Inclinações mínimas e máximas ⇒
⇒
⇒
⇒ 0,3% e 15% (por razões construtivas)
Colectores
 CRITÉRIOS DE PROJECTO
Sendo inviáveis os limites referidos anteriormente,
como sucede nos colectores de cabeceira, devem
estabelecer-se declives que assegurem estes
valores limites para o caudal de secção cheia.
J mín = 1/ D (mm) Norma Europeia
DU - 24
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO
1 - Análise da área de projecto e traçado da rede em planta.
Caracterização de condicionalismos ⇒
⇒
⇒
⇒ (cotas e níveis de água no meio receptor,
atravessamentos com outras infra-estruturas…)
2 - Fixação do período de retorno, T.
3 - Selecção da curva IDF para a zona em estudo e para o período de retorno escolhido.
4 - Definição das sub-bacias em cada secção de cálculo ⇒
⇒
⇒
⇒ área drenante A
5 - Determinação do coeficiente global médio ponderado para a bacia definida em cada
secção de cálculo
C = (∑i CiAi) / ∑i Ai
Dimensionamento de montante para jusante
as áreas A crescem sucessivamente
as intensidades I decrescem sucessivamente
os caudais Qp crescem, em regra, sucessivamente
DU - 25
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais
Inclinação do terreno AI  50% AI  50%
(min) (min)
muito inclinado 5.0 5.0
inclinado 10.0 7.5
médio e plano 15.0 10.0
Tempos iniciais (para bacias de cabeceira):
7 - Determinação da intensidade média de precipitação I para uma duração igual ao t c
(a partir das curvas IDF)
I = a . t b
6 - Determinação do tempo de concentração, t c
p
e
c t
t
t +
= t
L
V
p
j
j
= Σ
DU - 26
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
8 - Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão (método racional):
Q p = ∑i C i x A i x I
9 - Fixação do diâmetro e inclinação do colector, tendo em conta:
• a minimização de custos
• condicionalismos técnicos e regulamentares de implantação do colector
(profundidade de assentamento mínima)
• satisfação dos critérios hidráulicos (capacidade de escoamento, velocidade
máxima e poder de transporte)
10 - Determinação da velocidade, altura do escoamento e tensão de arrastamento no
colector definido (D, i), em função do caudal de ponta
11- Determinação do tempo de percurso, t p, ao longo do troço de colector considerado
no passo 10º
12- Adição do tempo de percurso calculado no passo anterior ao tempo de concentração
calculado no passo 6º.
13- Repetição de todos os passos de cálculo, de montante para jusante, a partir do passo
5º, para as sucessivas secções de cálculo.
DU - 27
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
Características Hidráulicas do Escoamento
4
,
0
6
,
1
6
,
0
1 063
,
6 n
s
n
n D
J
K
Q
sen θ
θ
θ −
+ 







+
=
Conhecidos icolector , D e Q dim :
a) calcular Q f e V f
b) determinar a relação Q dim / Q f
c) utilizar o ábaco das propriedades
hidráulicas das secções circulares:
curva de Q
Q dim / Q f y / D ⇒
⇒
⇒
⇒ y
curva de V
y / D V / V f ⇒
⇒
⇒
⇒ V
Colectores
DU - 28
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
QUADROS DE CÁLCULO - Exemplos
Sub-bacia A i b TT Ψ
Ψ
Ψ
Ψ 1 AI C 1
[ - ] [ha] [%] [ - ] [ - ] [%] [ - ]
B1 0.038 6.27% SA 0.40 20% 0.26
B2 0.081 6.27% SA 0.40 50% 0.56
B3 0.051 8.32% C 0.70 20% 0.38
B4 0.307 1.80% SA 0.40 90% 0.86
Símbolo Unidades Valor
T anos 10
a - 290.68
b - -0.549
Trecho Sub-bacias L ∑
∑
∑
∑ Ai ∑
∑
∑
∑ Li . Ai C1p Vinic ti tp tc I Q Daprox Dcom Dint i Qsc Vsc τ
τ
τ
τsc Vreal
[ - ] [ - ] [m] [ha] [m.ha] [ - ] [m/s] [min] [min] [min] [l/(ha.s)] [l/s] [mm] [mm] [mm] [%] [l/s] [m/s] [N/m
2
] [m/s]
P12-P11 B1 32.85 0.038 0.26 2.00 10.00 0.27 10.27 224.74 2.23 300 1.065% 97.32 1.38 7.83 0.57
P11-P10 B1-B2 22.98 3.619 0.59 2.00 15.00 0.19 15.19 181.31 387.85 800 1.132% 1371.50 2.73 22.18 2.35
P10-P9 B1-B3 62.23 3.670 0.59 2.00 15.19 0.52 15.71 178.00 384.24 800 1.475% 1565.92 3.12 28.91 2.58
P9.4-P9.3 B4 22.07 0.307 0.86 2.00 7.50 0.18 7.68 263.59 69.56 400 0.306% 112.34 0.89 3.00 0.94
P9.3-P9.2 B4-B5 15.64 0.430 0.86 2.00 7.68 0.13 7.81 261.17 96.78 400 0.306% 112.34 0.89 3.00 1.01
P9.2-P9.1 B4-B5' 22.23 0.542 0.86 2.00 7.81 0.19 8.00 257.83 120.23 500 0.245% 182.19 0.93 3.00 0.99
P9.1.2-P9.1.1 B6 40.71 0.034 0.70 2.00 7.50 0.34 7.84 260.71 6.23 300 0.983% 93.46 1.32 7.22 0.75
P9.1.1-P9.1 B6 28.64 0.034 0.70 2.00 7.84 0.24 8.08 256.45 6.13 300 1.743% 124.49 1.76 12.81 0.91
P9.1.1.2-P9.1.1.1 B7 22.45 0.936 0.83 2.00 7.50 0.19 7.69 263.53 204.78 600 0.204% 270.45 0.96 3.00 1.05
P9.1.1.1-P9.1 B7-B8 33.58 0.984 0.83 2.00 7.69 0.28 7.97 258.41 211.42 600 0.204% 270.45 0.96 3.00 1.06
Quadro 1 – Cálculo do coeficiente C para cada sub-bacia.
Quadro 2 – Parâmetros das curvas I-D-F.
Quadro 3 – Dimensionamento hidráulico-sanitário de colectores.
DU - 29
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
IMPLANTAÇÃO EM PERFIL LONGITUDINAL
DU - 30
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
Se i ideal  i máximo ⇒
⇒
⇒
⇒ i máximo
e recorrer a uma câmara de visita com queda.
Se colector a montante estiver a uma profundidade
superior à mínima, adoptar um declive que traga o
colector, a jusante, para a profundidade mínima
regulamentar ou a exequível, face ao i mínimo aceitável.
Trechos com que arrancam com a profundidade mínima: i terreno  i mímima ⇒
⇒
⇒
⇒ i mínimo
Regra geral: i ideal  i mínimo ⇒
⇒
⇒
⇒ i mínimo
i mínimo  i ideal  i máximo ⇒
⇒
⇒
⇒ i ideal
i
ideal - inclinação que se obtém unindo a cota de soleira da caixa de visita de montante, com a cota
da caixa de visita de jusante a que corresponde a profundidade mínima.
DU - 31
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores
Diâmetro e outras regras do perfil longitudinal
ART. 135º
• Nas redes unitárias e separativas pluviais, pode aceitar-se a redução de secção
para jusante, desde que se mantenha a capacidade de transporte.
ART. 159º
• inserção de um colector noutro deve ser efectuado no sentido do escoamento
• alinhar geratrizes interiores superiores (evitar regolfos e entupimentos e garantir a
continuidade da veia líquida)
• quedas simples (se desnível ≤ 0,50 m) ou guiadas (se  0,50 m)
• se a profundidade da câmara de visita exceder os 5 m, construir um patamar de
segurança a meio, com passagens não coincidentes.
ART. 26º a 28º
• Vala tipo:
DU - 32
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 DISPOSITIVOS INTERCEPTORES
Tipos de dispositivos
• Sarjetas de passeio
• Sumidouros
• Sistema conjunto sarjeta-sumidouro
Cabeceira
Percurso
Colocação de forma a:
• Terem capacidade de intercepção adequada
• Serem cumpridos os critérios de escoamento de superfície:
 Não transbordamento (h  hmáx)
 Limitação da velocidade (v3 m/s)
Disp. Intercep.
DU - 33
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 ESCOAMENTO DE SUPERFÍCIE EM VALETAS
 aplicada a expressão de Gauckler-Manning-Strickler: Qo = Ao/N R2/3 i1/2
 arruamento com declive transversal constante
 admitindo que o perímetro molhado pode ser aproximado à largura superficial
do escoamento
 admitindo escoamento em regime uniforme
(se as secções de cálculo se situarem a jusante de troços de comprimento superior
a 15m e com características geométricas aproximadamente constantes)
16
3
8
3
0
8
3
8
3
0
0 542
,
1
J
tg
N
Q
y
×
×
×
=
θ
Disp. Intercep.
DU - 34
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 SARJETAS DE PASSEIO INSTALADA SEM DEPRESSÃO
Q = L K yo3/2 g1/2
sendo,
 Q - caudal captado pela sarjeta (m3/s);
 L - comprimento da boca da sarjeta (m);
 yo - altura uniforme do escoamento, a montante da sarjeta (m);
 g - aceleração da gravidade (m/s2);
 K - constante empírica, função da inclinação transversal do arruamento, cujo valor é
0,23 ou 0,20 (para i= 8% ou i= 2 a 4%, respectivamente).
Disp. Intercep.
DU - 35
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 SARJETAS DE PASSEIO INSTALADA COM DEPRESSÃO
sendo,
 a - valor da depressão (≤ 3 cm – para não afectar as rodas dos veículos);
 θ - ângulo que o plano do pavimento forma com o do lancil do passeio (graus);
 y - altura do escoamento na extremidade de montante da sarjeta(m);
 V - velocidade média do escoamento escoamento y (m/s);
 F - número de Froude do escoamento na depressão.
 y e V ⇒
⇒
⇒
⇒ determinadas recorrendo ao teorema de Bernoulli:
y
)
A
(2g
Q
a
yo
)
Ao
(2g
Q
2
2
2
2
+
⋅
=
+
+
⋅
Disp. Intercep.
DU - 36
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Disp. Intercep.
DU - 37
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 SUMIDOUROS INSTALADOS SEM DEPRESSÃO
Comprimento mínimo necessário (assegurar comportamento eficiente ⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒ caudal escoado sobre a grelha que prossegue para jusante, q3, é nulo):
Lo = m Vo (yo/g)1/2
sendo,
 Lo - comprimento útil do sumidouro (m);
 m - constante empírica: m = 4 se a grade do sumidouro não contiver barras transversais;
m = 8 no caso se ter três daquelas barras.
Disp. Intercep.
DU - 38
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Disp. Intercep.
DU - 39
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 SUMIDOUROS INSTALADOS EM VALETA REBAIXADA
Disp. Intercep.
DU - 40
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SÍNTESE
 Sarjetas devem ser rebaixadas (Q  20 l/s, em regra)
 Sumidouros simples ⇒
⇒
⇒
⇒ para Q  50 l/s
 Sumidouros duplos ⇒
⇒
⇒
⇒ para Q  100 l/s
Disp. Intercep.
DU - 41
INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA
Desenhos tipo (exemplos)
Disp. Intercep.
DU - 42
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 BACIAS DE RETENÇÃO
Bacias
Vantagens
• Custo
• Flexibilidade de ampliação
Objectivos – ART. 176º
• redução dos riscos de inundação
• criação de zonas de lazer (para a pesca e canoagem…)
• criação de reservas de água (agricultura, combate a incêndios, indústria, limpezas
municipais - arruamentos e parques…)
• protecção do meio ambiente (redução de SST e matéria orgânica)
DU - 43
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
• quanto à implantação - bacias a céu aberto a seco
com nível de água permanente
- bacias enterradas (reservatórios)
A seco ou não? Opção em função de:
• objectivos (qualidade da água, recreio,…)
• nível e flutuações sazonais do aquífero subjacente
• permeabilidade
• disponibilidades financeiras
Bacias a seco ⇒
⇒
⇒
⇒ menores exigências em termos construtivos financeiros
não requerem níveis freáticos elevados (“alimentação constante”)
Tipos – ART. 177º
• quanto à localização - bacias em série (“online” e “offline”)
- bacias em paralelo
(relativamente ao colector ou vala de acesso)
DU - 44
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Constituição – ART. 178º
• Corpo da bacia fundo e bermas de terra
taludes revestidos com cobertura vegetal (integração paisagística)
• Dispositivos de descarga descarga de fundo
obra de entrada e de saída
colector
• Dispositivos de segurança descarregador de superfície
Implantação da bacia de detenção
• aproveitar zona com depressão natural (aprofundar!)
• à entrada da bacia de retenção ⇒
⇒
⇒
⇒ construir uma câmara em betão (evitar o
descalçamento da conduta e/ou a sua obstrução com terra e outros sedimentos)
• traçar perfis transversais e longitudinais para construir a curva de volumes
armazenados (calcular volume de água armazenado para diversas alturas de água)
• verificar para que altura de água se assegura o volume de dimensionamento
DU - 45
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Aspectos construtivos – ART. 180º
Bacia a seco
• inclinação do fundo ≥
≥
≥
≥ 5/100 (evitar a formação de zonas alagadas);
• inclinações máximas dos taludes das bermas de 1/6 ou 1/2
(respectivamente para os casos de acesso público ou não).
DU - 46
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Bacia com nível de água permanente:
• altura de água mínima de 1,5 m (evitar um excessivo desenvolvimento de
plantas aquáticas e de assegurar eventual vida piscícola)
• garantir um tratamento conveniente das bermas (taludes relvados, etc…)
DU - 47
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Qualidade da água
Melhoria da qualidade das águas afluentes
Ocorrem transformações de natureza física, química e microbiológica
• sedimentação dos sólidos em suspensão ⇒
⇒
⇒
⇒ redução da turvação da água
• variação do OD da massa líquida ⇒
⇒
⇒
⇒ balanço entre os “inputs” (rearejamento e
fotossíntese) e o consumo
• variação da concentração de nutrientes (N, P) ⇒
⇒
⇒
⇒ efeito das plantas
• redução de microrganismos ⇒
⇒
⇒
⇒ radiação solar, competição biológica,
temperatura e sedimentação
Efeitos típicos:
DU - 48
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Método simplificado (ABREU, 1983) ou método holandês
• Baseia-se no conhecimento das curvas IDF da precipitação na zona em estudo
• Permite calcular o volume necessário para armazenar o caudal afluente resultante da
precipitação crítica, de período de retorno T, para garantir um caudal constante q,
correspondente à capacidade máxima de vazão da estrutura de drenagem a jusante.
• Método expedido ⇒ adequado ao pré-dimensionamento da bacia de retenção.
• Dados: A, C da bacia drenada
parâmetros da curva IDF
caudal efluente q (constante) ⇒ procedimento não conservativo
Dimensionamento hidráulico – ART. 179º
• Objectivo: determinar o volume de armazenamento necessário para que o
respectivo caudal efluente seja semelhante ao que ocorreria na
bacia natural (AI = 0 %).
• T = 10 a 50 anos (usualmente)
DU - 49
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
DU - 50
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
Método de PULS
• Baseia-se na resolução numérica da equação da conservação dos volumes ou equação de
continuidade aplicada à bacia de retenção
• Permite resolver as situações mais complexas (ex.: não constância do caudal descarregado)
• Dados: hidrograma de escoamento de entrada ou afluente
lei de descarga do caudal efluente
lei de armazenamento








∆
⋅
+
−








∆
⋅
+
=
∀
−
∀
⇔
∀
−
∀
=
∀
∆
+
+
+ t
Q
Q
t
Q
Q i
d
i
d
i
a
i
a
i
h
i
h
s
e
2
2
1
,
,
1
,
,
,
1
,
( ) 1
,
1
,
,
,
1
,
, 2
2 +
+
+ ∀
⋅
+
=
∀
⋅
+
∆
⋅
−
+ i
h
i
d
i
h
i
d
i
a
i
a Q
t
Q
Q
Q
logo ⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
Termos conhecidos Função de h(i+1), a única incógnita
DU - 51
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
 CÂMARAS DRENANTES
Finalidade
• armazenamento e infiltração das águas pluviais;
 solução económica e eficaz, adequada a zonas de solo permeável;
Tipos
DU - 52
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Capacidade (factores de que depende)
• dimensão da bacia a drenar;
• características pluviométricas da zona em estudo;
• grau de impermeabilização do solo;
• declive médio da bacia drenada;
• condutividade hidráulica dos solos.
Desvantagens
• não se adequa a solos argilosos, siltosos ou areno-siltosos
• risco de contaminação dos aquíferos provocado por mistura das águas residuais
com águas pluviais
• elevados encargos associados à manutenção e exploração (limpeza periódica)
• elevada dificuldade de reabilitação
 caudais percolados aumentam com o incremento de carga de água no interior
das câmaras (na ausência de colmatações).
DU - 53
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Constituição
• anéis pré-fabricados
• construídas cuidadosamente
 percolações pelo fundo
 infiltrações pelas juntas, entre anéis
• devem ser visitáveis
 localizadas em zonas de
cotas de terreno ≈
≈
≈
≈ iguais
 ramais de ligação
 inclinação mínima de 1/D
(assegurar auto-limpeza)
 colocados a cotas que garantam a
mobilização da capacidade total das
câmaras drenantes
DU - 54
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Dimensionamento hidráulico
Hipóteses admitidas
• linearidade entre a carga hidráulica no fundo da câmara e o caudal percolado
• aplicação do método racional generalizado para determinação do máximo caudal
(para um dado T)
• constância no caudal afluente a cada câmara durante a precipitação crítica e na
respectiva intensidade de precipitação
• enchimento total da câmara, no caso da ocorrência da precipitação crítica
Expressões de cálculo (ESCRITT, 1947)
DU - 55
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes
Metodologia de cálculo
DU - 56
MODELAÇÃO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO
DU - 57
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Tipos de modelos
• Modelos determinísticos (formulados segundo regras de causalidade, que pressupõem
um total conhecimento do sistema) vs probabilísticos (baseados em amostras
aleatórias ou em correlações observadas em determinadas séries temporais).
• Modelos teóricos (ou fisicamente baseados) vs modelos conceptuais ou empíricos
(que recorrem à representação simplificada dos processos físicos, com base em
resultados obtidos experimentalmente).
• Modelos de regime permanente (em que todas as variáveis e parâmetros são
independentes do tempo) vs modelos dinâmicos (analisam a evolução temporal das
diferentes variáveis).
• Modelos analíticos (recorrem a instrumentos de matemática clássicos e permitem a
modelação contínua, obtendo-se soluções em qualquer ponto do domínio) vs modelos
numéricos (que conduzem a modelos discretos no espaço e/ou no tempo ⇒ apenas se
obtêm soluções em pontos pré-determinados).
• Modelos distribuídos (em que os parâmetros variam espacialmente) vs modelos
agregados.
 CLASSIFICAÇÃO DE MODELOS E ETAPAS DO PROCESSO DE
MODELAÇÃO
DU - 58
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
► “Black box model” - modelos empíricos, simplificados, que reproduzem a
resposta do sistema.
► “White box model” - modelos determinísticos que representam os processos
mais relevantes através de equações diferenciais.
► “Grey box model” - modelos intermédios, baseados em simplificações das leis físicas.
Etapas do processo de modelação
• Definição do problema: processos a modelar, variáveis respectivas, e objectivos do modelo
• Recolha de informação disponível
• Selecção do modelo: equações que traduzam os processos atendendo aos objectivos
• Definição de condições iniciais e de condições de fronteira para todas as variáveis dos
processos
• Representação das equações diferenciais de forma discreta, através de métodos
numéricos;
• Desenvolvimento do código e “debugging”
• Calibração e validação do modelo
• Aplicação do modelo
DU - 59
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
 MODELAÇÃO DE COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM
Modelos
• Incluem aspectos hidráulicos e hidrológicos.
• Permitem a simulação dinâmica de:
► escoamento superficial;
► escoamento nos colectores (com superfície livre e em pressão);
► qualidade da água e transporte de poluentes.
• Aplicação amplamente divulgada:
► dimensionando as infra-estruturas (i.e.: mitigação de inundações e controlo de
descargas directas de excedentes);
► estimar cargas poluentes;
► avaliar a eficácia de soluções de controlo na origem.
DU - 60
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
 PRINCÍPIOS DE DESENVOLVIMENTO E FORMULAÇÃO DE MODELOS
Escoamento superficial
Propagação do escoamento na rede de colectores
• Equações de Saint Venant
L
q
t
A
x
Q
=
∂
∂
+
∂
∂
0
=






∂
∂
+
∂
∂
⋅
+
⋅
⋅
+






−
∂
∂
⋅
⋅
x
QV
t
Q
J
A
i
x
h
A
β
ρ
γ
γ
Integração na vertical das equações:
da continuidade ⇒
⇒
⇒
⇒
da quantidade de movimento ⇒
⇒
⇒
⇒
• Curvas tempo-área
• Modelo de reservatório
• Modelo de reservatório não linear
ou modelo cinemático
• Modelo do hidrograma unitário
(UHM)
DU - 61
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
► Modelo reservatório: considera apenas a equação da continuidade
► Modelo cinemático: aplicável a escoamentos em regime rápido (fórmula de
Manning Strickler)
► Modelo difusivo: modela o atrito no perímetro molhado, as forças de
gravidade e ignora a inércia.
► Modelo dinâmico: considera todos os termos da eq. Saint Venant (permite a
simulação de transientes hidráulicos).
Condutas sobre pressão 


 conceito de Preissmann
Propagação do escoamento na rede de colectores
• Equações de Saint Venant
L
q
t
A
x
Q
=
∂
∂
+
∂
∂
0
=






∂
∂
+
∂
∂
⋅
+
⋅
⋅
+






−
∂
∂
⋅
⋅
x
QV
t
Q
J
A
i
x
h
A
β
ρ
γ
γ
Integração na vertical das equações:
da continuidade ⇒
⇒
⇒
⇒
da quantidade de movimento ⇒
⇒
⇒
⇒
DU - 62
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Qualidade da água e transporte de poluentes
• Acumulação de poluentes (nos colectores e à superfície).
• Efeito de lavagem (“washoff”).
• Transporte de poluentes: acumulados à superfície e no interior dos colectores em
tempo seco
efluentes domésticos e industriais.
• Processos químicos e biológicos: o colector como reactor!
DU - 63
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
 APLICABILIDADE DE MÉTODOS DE CÁLCULO E DE SIMULAÇÃO
Domínio de Aplicação Métodos
simples/ deonda deonda
empíricos cinemática dinâmica
Dimensionamentode pequenossistemas S S NR
Dimensionamentode grandessistemas _ S NR
Verificaçãodedesempenho, emtermosde inundações _ _ S*
Verificaçãodocomportamentohidráulicoe ambiental desistemasexistentes _ S* S*
Concepção edimensionamento de emissáriosedescarregadoresde tempestade _ S* S*
Avaliação deimpactossobre o meio receptor (qualidade) _ S S*
Avaliação deimpactossobre o meio receptor (quantidade) _ S NR
Controlo emtempo real _ S NR
LEGENDA: S- aspectos hidrológicos tratados deformasimplificada; S* - aspectos hidrológicos tratados deforma
simplificadaou detalhada; NR- emregra, nãorecomendável.
Critérios de escolha de modelos hidráulicos para aplicação em sistemas de drenagem urbana
(adoptado de EN 752-4, 2001 – referente a dimensionamento hidráulico e considerações ambientais):
Para a verificação hidráulica recorre-se a modelos de simulação complexos,
em que os input são hietogramas típicos e os output são hidrogramas de
cheia, alturas de escoamento e velocidades
DU - 64
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
 CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DOS MODELOS EXISTENTES
Principais programas comerciais actualmente disponíveis:
►Flupol
►HydroWorks
►InfoWorks
►MOUSE
►SAMBA
►SWMM
►SIMPOL
(Descritos em detalhe no quadro seguinte)
►MOSQITO
►KOSIM
►HYDRA
►SewerCAD
►XP-SWMM
►…
DU - 65
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Processo Tipo de modelo Programa
Flupol
HydroWorks/
InfoWorks
MOUSE
SAMBA
SWMM
SIMPOL
Perdas hidrológicas perdas iniciais fixas S S S S S
perdas contínuas: coef. escoamento volumétrico S S S S S S
humedecimento do solo S
retenção superficial S S
infiltração: fórmula de Horton S S S
fórmula de Green-Ampt S
evapotranspiração S
outras fórmulas de perdas contínuas S
Propagação do curvas tempo-área S
escoamento modelo do reservatório linear S S S
superficial modelo de reservatórios emcascata S
modelo cinemático/ modelo do reservatório não linear S S
Modelos utilizados por programas de simulação de drenagem urbana :
DU - 66
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Propagação do advecção S
escoamento na modelo de Muskinghum-Cunge S
rede de colectores modelo cinemático/ modelo do reservatório não linear S S
modelo difusivo S
equações completas de Saint Venant S S S
Poluentes no concentrações médias por evento (CME) S S S
escoamento distribuição lognormal das CME S
superficial acumulação: equação de potência S
equação de Michaelis-Menton S
equação exponencial (Alley e Smith, 1981) S S S S
arrastamento: exponencial (Sartor e Boyd; Jewell e Adrian) S S S
exponencial (Nakamura, 1990)
outras fórmulas S S
número de poluentes modelados 4 10 10 10 2
modelação de poluentes com base em relações com os
sedimentos S S S S
Processo Tipo de modelo Programa
Flupol
HydroWorks/
InfoWorks
MOUSE
SAMBA
SWMM
SIMPOL
DU - 67
MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE
SANEAMENTO
Propagação dos modelo do reservatório linear S
poluentes superficiais modelo do duplo reservatório linear S
Retenção de
poluentes emsarjetas
acumulação linear e diluição no volume da caixa de
retenção SN S
Transporte de eq. de transporte baseada: na lei de Shields S
poluentes nos no método de Ackers-White S
colectores no método de Vélikanov S
noutros métodos S
transformação/decaimento de poluentes N S S
equação de advecção S S S S
equação de advecção-dispersão S
- consideração de estruturas de sedimentação/tratamento S
Processo Tipo de modelo Programa
Flupol
HydroWorks/
InfoWorks
MOUSE
SAMBA
SWMM
SIMPOL
SWMM
DU - 68
BENEFICIAÇÃO DE SISTEMAS UNITÁRIOS
DU - 69
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
 FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS E
PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA
Sistema unitário típico:
Composto por:
colectores unitários
emissários
descarregadores
ETAR
• 


 variação de caudais transportados
(ocorrência de precipitações)
⇒
⇒
⇒
⇒ dimensionamento hidráulico das ETAR
é complexo
São dimensionadas para um caudal de
3 a 6 x Q médio tempo seco
CSO
(Combined Sewer Overflows)
descarregados directamente nos meios receptores
DU - 70
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
acréscimo significativo da carga poluente descarregada
para os meios receptores
• períodos chuvosos ⇒
⇒
⇒
⇒ 


 dos caudais e cargas poluentes escoadas
sobrecarga das ETAR
• aumento dos caudais, resultante
da ocorrência de precipitações
Construção de reservatórios ou de bacias de regularização
constitui uma forma de beneficiação dos sistemas, reduzindo os
impactes negativos no meio receptor
(em vez de se ampliarem as estações de tratamento)
efluentes finais bastante poluídos
⇒
⇒
⇒
⇒ arrasta e coloca em suspensão substâncias
previamente sedimentadas nos colectores
DU - 71
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
 TENDÊNCIAS ACTUAIS NA CONCEPÇÃO E BENEFICIAÇÃO DOS
SISTEMAS UNITÁRIOS
a) quando o Qafl  Qdim ETAR ⇒
⇒
⇒
⇒ a bacia de regularização entra em funcionamento,
enchendo gradualmente até atingir a sua capacidade máxima
• Construção de reservatórios ou de bacias de regularização ⇒
⇒
⇒
⇒ acumulam
água poluída durante a ocorrência das chuvadas e conduzem-na,
posteriormente, para a ETAR:
b) quando a bacia de regularização está cheia ⇒
⇒
⇒
⇒ o caudal excedente é
descarregado directamente para o meio receptor
DU - 72
BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM UNITÁRIOS
EXEMPLOS:
Na Alemanha, foram construídos nos últimos 15 anos, em sistemas unitários, cerca de
10 000 bacias ou reservatórios de retenção e regularização, pretendendo-se, a médio
prazo, construir mais 30 000 a 40 000.
Vários sistemas de drenagem de grandes dimensões, geridos com controlo em tempo
real, encontram-se actualmente em operação:
– em Detroit, Seatle e Ohio, nos Estados Unidos da América
– em Osaka, Tokyo e Okayoma, no Japão
– em Seine-Saint-Denis, Marselha e Nancy, em França
– no sector ocidental de Birmingham, no Reino Unido
– em Amsterdão e Roterdão, na Holanda
– …
c) quando o Qafl  Qdim ETAR (fase descendente do hidrograma de cheia) ⇒
⇒
⇒
⇒ a
bacia começa a esvaziar, drenando para a ETAR, que funcionará em pleno
DU - 73
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
desenvolvidos na Alemanha
(resultantes de observações experimentais)
 Método da precipitação crítica
• Métodos para dimensionar estruturas de armazenamento e descarregadores de
tempestade:
- método da precipitação crítica
- método simplificado
• KRAUTH
 Estudou o sistema de drenagem unitário de Stuttgart-Busnau, na Alemanha
 Verificou:
• acumulação de sedimentos durante os períodos “mortos” do dia, sendo
parcialmente arrastados durante os períodos de maior afluência de caudal;
• precipitações com Imédia  10 l/(s.ha) produzem um efeito de “lavagem” das
substâncias depositadas no interior dos colectores, verificando-se a
ocorrência de efeitos de “first flush”
As hipóteses de base, em termos de ocupação e de regime de
precipitações, foram verificadas para bacias típicas da Alemanha
DU - 74
 Objectivos
• Calcular volume reserva de modo a que, para a ocorrência de precipitações com uma
intensidade média (Imédia) inferior a uma determinada intensidade crítica (Ic), não
ocorram descargas directas para o meio receptor (parte do caudal em excesso é retido
nas estruturas armazenamento).
 Critérios de dimensionamento
• Determinar área da bacia hidrográfica servida pelo sistema de drenagem unitário a
montante de cada estrutura tendo em conta que:
– as bacias localizadas a montante e servidas por outras estruturas de armazenamento
e descarga não devem ser incluídas na bacia de drenagem da estrutura
– as bacias localizadas a montante e servidas por estruturas de detenção sem
descarregador de tempestade associado devem ser consideradas para efeitos de
cálculo da área da bacia tributária
– as bacias localizados a montante e servidas por descarregadores de tempestade
sem estrutura de armazenamento associada devem ser consideradas, desde que os
descarregadores tenham sido dimensionados de forma a não entrarem em
funcionamento com a ocorrência de precipitações de I média  I crítica
– nos sistemas de drenagem mistos, a área servida pela rede separativa pluvial não
deve contribuir para a área da bacia de drenagem
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 75
 Determinação dos volumes de armazenamento necessários
Intensidade de precipitação crítica e caudais de cálculo
• principal parâmetro de dimensionamento do sistema (as descargas directas para o
meio receptor apenas ocorrem para precipitações com uma Imédia  Ic)
nec
c
I ∀
↑
⇒
↑
• estabelecido para cada região em função de:
– duração das precipitações com intensidade média superior a Ic;
– condição de esvaziamento do volume de armazenamento no início da ocorrência
dessas precipitações;
– caudal de estiagem e os objectivos de qualidade do meio receptor;
– concentração de cargas poluentes nas águas residuais domésticas, no
escoamento pluvial e nos efluentes das ETAR.
Estudos efectuados na Alemanha e em algumas regiões de França sugerem que um valor de
15 l/(s.ha) assegura, em média, o tratamento de cerca de 90% da carga poluente anual
usualmente descarregada para o meio receptor, em períodos chuvosos
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 76
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
(Exemplo de valores de referência na Alemanha)
Ic = 15 x 120/(tc +120) L/(s.ha) 


 tc ≤120 min
Ic = 7,5 L/(s.ha) 


 tc 120 min
DU - 77
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 78
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 79
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 80
• Volume específico de armazenamento Vr =
Cálculo dos volumes de armazenamento
volume por unidade de área reduzida da
bacia de drenagem necessário para
armazenar a parcela do escoamento
pluvial crítico a reter)
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 81
• Volume total de armazenamento necessário V ⇒
⇒
⇒
⇒ t
red
r a
A
V
V ×
×
=
Parâmetro Unidade Valores
tc min 10 15 20 25 30 35 40 50 60 80 100 120 180
at - 1.25 1.48 1.63 1.74 1.82 1.88 1.93 2.02 2.06 2.12 2.17 2.20 2.25
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0 30 60 90 120 150 180
tc [min]
a
t
[-]
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 82
Em bacias de drenagem com tempos de concentração reduzidos ( a 15 a 20 minutos),
o principal objectivo das estruturas de armazenamento e descarga é reter os caudais
unitários iniciais, mais poluídos, atendendo ao efeito de first flush.
O volume remanescente dos hidrogramas de cheia é descarregado directamente para
o meio receptor, a montante da estrutura de armazenamento.
Quanto maior for o tempo de concentração, maior é o tempo que o caudal unitário
inicial, proveniente de toda a bacia de drenagem, demora a atingir a estrutura de
armazenamento.
Assim, para deter o caudal unitário inicial proveniente das áreas
hidraulicamente mais afastadas da estrutura de armazenamento e descarga, é
necessário deter igualmente o caudal remanescente proveniente das áreas
mais próximas, resultando em volumes de armazenamento superiores.
À medida que o tempo de concentração aumenta ( 50 a 60 minutos), o efeito
da concentração poluente inicial torna-se pouco relevante (os caudais
provenientes das áreas hidraulicamente mais afastadas misturam-se com os
caudais menos poluídos das sub-bacias mais próximas), pelo que o parâmetro
at deixa de depender do tempo de concentração.
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 83
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM
DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO
A fim de garantir condições de tratamento por sedimentação, o caudal afluente às
bacias de armazenamento com descarregador de tempestade instalado no coroamento
deve ser limitado ao caudal unitário critico afluente (Qcrit), através de um
descarregador de tempestade adicional localizado a montante.
Este descarregador adicional pode ser dispensado (ATV-A128, 1992) se o
descarregador no coroamento assegurar a descarga completa dos excedentes, sem
que as condições de tratamento sejam prejudicadas, ou caso se preveja que raras
vezes entre em funcionamento (menos de dez vezes por ano).
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 84
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM
DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO
(Algumas Recomendações)
Em bacias rectangulares com descarregador de tempestade instalado no coroamento, ou
nos compartimentos que a constituem, as seguintes relações e condições hidráulicas
devem ser verificadas (ATV-A128, 1992; MINISTÈRE DE L'AGRICULTURE, 1988):
• a largura da bacia deve ser igual ou superior à largura do descarregador;
• comprimento da bacia, medido na direcção preferencial de escoamento, deve ser
igual ou superior ao dobro da largura;
• a altura média da bacia deve ser calculada por forma a garantir um volume de
armazenamento não inferior ao determinado pelo método;
• a carga hidráulica sobre a soleira do descarregador instalado no coroamento deve ser
sempre inferior a 0,10 m/h (para um descarregador de Bazin, a largura mínima do
descarregador será de b (m) = 17,857 ×Qcrit , com Qcrit (m3/s);
• a carga hidráulica na bacia (Hb) não deve exceder 10 m/h e depende da área da
secção horizontal da bacia (Ah) , expressa em m2:
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
DU - 85
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM
DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO
(Algumas Recomendações)
• a velocidade máxima, na direcção preferencial do escoamento (Av é a área da secção
transversal da bacia, em m2), deve ser inferior a 5 cm/s, ou seja:
• o tempo de retenção hidráulica na bacia (tret) não deve ser inferior aos valores que se
apresentam, sendo de destacar que valores superiores a 20 minutos não trazem
benefícios significativos à qualidade dos excedentes descarregados para o meio receptor:
• o tempo máximo de esvaziamento da bacia (te) não deve ser superior a 15 minutos.
DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO

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Drenagem urbana: sistemas de drenagem de águas pluviais

  • 2. DU - 2 DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA (Urban Drainage) Tipos de sistemas de drenagem urbanos e principais componentes dos sistemas SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS (Rainwater Drainage Systems) Aspectos quantitativos e qualitativos e principais preocupações Concepção e constituição dos sistemas Implantação do sistema de drenagem pluvial Cálculo de caudais pluviais Dimensionamento hidráulico de colectores Dispositivos interceptores Bacias de retenção (retention basin or retention ponds) Câmaras drenantes (infiltration chambers)
  • 3. DU - 3 DRENAGEM URBANA: Principais conteúdos programáticos MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO (Modeling wastewater drainage systems) Etapas do processo de modelação Princípios de modelação matemática do comportamento de sistemas de drenagem Caracterização sumária de modelos existentes Construção do modelo: dados necessários e resultados obtidos BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS (Improvements of the behavior of wastewater systems) Tendências actuais na concepção e beneficiação dos sistemas unitários Dimensionamento de estruturas de armazenamento: o método da precipitação crítica
  • 5. DU - 5 INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA Unitários (Combined systems) Constituídos por uma única rede de colectores onde são admitidas conjuntamente as águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e águas pluviais; recolhem e drenam a totalidade das águas a afastar dos aglomerados populacionais. Separativos (separative systems) Constituídos por duas redes de colectores distintas, uma destinada à drenagem das águas residuais domésticas, comerciais e industriais, e uma outra à drenagem das águas pluviais ou similares. Mistos Constituídos pela conjugação dos dois tipos anteriores, em que parte da rede de colectores funciona como sistema unitário e a restante como sistema separativo. Separativos parciais ou pseudo-separativos Em que se admite, em condições excepcionais, a ligação de águas pluviais de pátios interiores ao colector de águas residuais domésticas. TIPOS DE SISTEMAS
  • 6. DU - 6 INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA Acréscimo em encargos de exploração e, conservação, em relação ao sistema gravítico convencional. No caso do sistema sob vácuo, requere-se um grau de conhecimento e de especialização superior, para a exploração. Economias significativas de primeiro investimento, nomeadamente em zonas planas ou com elevados níveis freáticos, Sistemas sob vácuo ⇒ redução do risco da ocorrência de condições de septicidade e controlo da infiltração. Sistemas não convencionais: de colector gravítico de pequeno diâmetro ou sob vácuo Descarga de excedentes poluídos em tempo de chuva, com eventuais impactes negativos no Ambiente. Acréscimo de encargos de energia e de exploração em instalações elevatórias e de tratamento, devido ao excedente de contribuição pluvial em tempo de chuva. Economia de primeiro investimento (construção de um único colector). Simplicidade na ligação de ramais e colectores. Sistemas convencionais unitários Custos elevados de primeiro investimento (necessário dois tipos de colectores). Necessidade de construção cuidadosa, em termos de ligações de ramais prediais. Transporte de efluentes de natureza distinta por diferentes colectores ⇒ diferentes condições de tratamento e de destino final. Sistemas convencionais separativos domésticos e pluviais INCONVENIENTES VANTAGENS TIPO DE SISTEMA
  • 7. DU - 7 INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA COMPONENTES DOS SISTEMAS Sistemas separativos de drenagem de água pluvial: redes de colectores (e ramais de ligação) órgãos acessórios dispositivos de entrada (sarjetas de passeio ou sumidouros) (inlet) câmaras de visita (inspection chambers) órgãos especiais e instalações complementares Desarenadores (desanding) bacias de retenção (regularizar os caudais pluviais afluentes, restituindo, a jusante, caudais compatíveis com a capacidade de transporte da rede de drenagem ou curso de água) câmaras drenantes (dispositivos de retenção e infiltração da água pluvial) instalações elevatórias (a evitar) (pumping systems)
  • 8. DU - 8 INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA Obrigatória a implantação de câmaras de visita a) Na confluência dos colectores b) Nos pontos de mudança de direcção, de inclinação e de diâmetro dos colectores c) Nos alinhamentos rectos, com afastamento máximo de 60 m e 100 m, conforme se trate, respectivamente, de colectores não visitáveis ou visitáveis (D1.6 m) Câmaras de visita (Decreto Regulamentar nº 23/95 – Artigo 155º) CORTE: PLANTA:
  • 9. DU - 9 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
  • 10. DU - 10 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS (Rainwater drainage systems) ASPECTOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS E PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES Diversos • na cobertura dos edifícios • sobre áreas pavimentadas • em áreas permeáveis Em zonas urbanas as águas pluviais podem cair: Evaporação Infiltração Escoamento superficial
  • 11. DU - 11 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos Tipos de preocupações • Carácter poluente das águas pluviais ► metais pesados (Fe, Pb, Zn,…) ► hidrocarbonetos ► sólidos em suspensão ► CBO5 (matéria orgânica) ► Sist. unitários ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ efeito de “first flush” (ressuspensão e transporte de poluentes previamente decantados nos colectores) • Comportamento unitário dos sistemas pluviais (mesmo quando concebidos como separativos) • Variabilidade dos caudais ► Caudais de ponta (peak flows) caudais domésticos (domestic flow) ► Relação entre a ocupação do solo e a grandeza dos caudais escoados – áreas impermeáveis – artificialização das linhas de água ► Regime variável de escoamento nos colectores PROJECTO MAIS COMPLEXO E CUSTO DE OBRAS SUPERIOR Agravamento de caudais
  • 12. DU - 12 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS CONCEPÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS Diversos Objectivo: Redução de caudal • aumentar a intercepção a infiltração o armazenamento e a detenção • incrementar o tempo de percurso do escoamento (increase the flow travel time) • aplicar técnicas apropriadas de gestão e exploração dos sistemas (gestão em tempo real) (real time management) Objectivo: Controlo da qualidade da água no meio receptor • afastar a descarga do meio receptor sensível • tratar a massa líquida ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ escoamento superficial (“overland flow”) lagunagem etc…
  • 13. DU - 13 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Diversos • A concepção deve dar-se numa fase inicial do planeamento urbanístico, especialmente em áreas críticas • Redução da extensão das redes de colectores e dos respectivos diâmetros – maximizar o percurso superficial da água pluvial (sobretudo nas cabeceiras) – favorecer a integração de áreas permeáveis (zonas verdes, pavimentos porosos…) (Extensão menor que a rede doméstica) • Adopção de soluções de drenagem não convencionais: – bacias de amortecimento (retention basin or retention ponds) – câmaras drenantes (infiltration chambers) • Preocupação com a qualidade da água do meio receptor (devida à poluição veiculada pelos caudais pluviais após os períodos estivais) PRINCÍPIOS: - zonas planas - zonas sob efeitos de maré (tidal areas)
  • 14. DU - 14 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS TRAÇADO DA REDE E DEFINIÇÃO DE BACIAS E SUB-BACIAS Implantação ao eixo dos arruamentos Definição correcta dos limites da bacia hidrográfica e das sub-bacias afectas a cada troço da rede Redes separativas - em planta, o traçado dos colectores das duas redes deve apresentar sempre a mesma posição relativa (DR nº 23/95, artigo 135.º, ponto 5: “… para minimizar os riscos de ligações indevidas de redes ou ramais, deve adoptar-se a regra de implantar o colector doméstico à direita do colector pluvial, no sentido do escoamento …”). Diversos Bacia de cabeceira (upstream catchment or drainage bassin) Sub-bacias Colector pluvial (rainwater sewer) Meio receptor
  • 15. DU - 15 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS ETAPAS DE DIMENSIONAMENTO (design steps) No dimensionamento de uma rede de drenagem de águas pluviais podem considerar- -se três etapas fundamentais: 1. Definição dos elementos de base 2. Cálculo dos caudais pluviais de projecto 3. Dimensionamento hidráulico dos colectores Diversos 1. DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS DE BASE • Definição do período de retorno T (return period) (varia, em regra, entre dois e dez anos): corresponde ao intervalo de tempo médio associado à ocorrência de precipitação de intensidade média superior a um dado valor. • Conhecimento do regime pluviométrico local ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ curvas IDF (intensity- duration-frquency) • Definição dos coeficientes de escoamento para cada sub-bacia (runoff coefficient) • Definição dos tempos de concentração iniciais tc (initial concentration times) • Definição dos condicionalismos, principalmente de natureza hidráulica, associados à descarga final das águas pluviais no meio receptor.
  • 16. DU - 16 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais 2. CÁLCULO DE CAUDAIS PLUVIAIS Método Racional (semi-conceptual) • Mulvaney, 1851 e Kuickling, 1889 (posteriormente divulgada em Inglaterra por Lloyd-Davis) Qpluvial = C x I x A sendo: Q pluvial - caudal pluvial a drenar pelo colector (m3/s) C - coeficiente de escoamento (-) I - intensidade de precipitação (m3/(ha.s)) A - área da bacia a drenar (ha) • Métodos - empíricos - semi-empíricos - conceptual - semi-conceptual
  • 17. DU - 17 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais • Linearidade entre a precipitação útil (C x I) e o caudal de ponta (Q) ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ocorrência do caudal de ponta coincide com o instante em que a totalidade da bacia está a contribuir para o escoamento, ou seja, ao fim de um intervalo de tempo igual ao tempo de concentração, tc • O único parâmetro representativo da relação precipitação-escoamento é o coeficiente C • O coeficiente C engloba vários factores: – relação entre o volume de água escoada e a precipitação – efeitos de retenção no solo – efeitos de regolfo e atraso do escoamento superficial no terreno, linhas de água naturais e colectores que dependem – das características físicas e de ocupação da bacia – do estado de humidade do solo – da duração e distribuição da precipitação antecedente HIPÓTESES DE BASE:
  • 18. DU - 18 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais Estudos de Horner e Flynt (3 bacias de drenagem de águas pluviais da cidade de St. Louis, EUA) estudaram precipitações e caudais como fenómenos independentes. Foi verificada uma certa constância, por bacia, entre precipitações e caudais da mesma frequência. A fórmula racional tem um significado estatístico (e não determinístico) não sendo legítimo adoptá-la para o cálculo do caudal de ponta pluvial correspondente a um determinado hietograma típico, não uniforme. Neste caso, deve-se recorrer a métodos mais sofisticados que considerem o caudal como um resíduo da precipitação. Estes métodos são também aconselháveis quando se pretenda gerar um hidrograma a partir de um determinado hietograma. A intensidade de precipitação I deve ser avaliada para condições críticas (para t = tc) Para durações inferiores, nem toda a bacia contribui para o caudal de ponta máximo; para durações superiores, é menor a intensidade de precipitação logo menor o caudal correspondente. Aplicação: • bacias com A 200 a 2000 ha • não vocacionado para bacias rurais ou semi-rurais
  • 19. DU - 19 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais Valores médios do coeficiente C do Método Racional (ASCE, Manual nº 37):
  • 20. DU - 20 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais Intensidade de precipitação I = a . t b sendo: t - tempo de concentração da sub-bacia a, b - parâmetros da curva IDF
  • 21. DU - 21 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais Método Racional Generalizado • Costa, 1956 sendo, V1 - volume correspondente à parte ascendente do hidrograma (m3) V - volume total do hidrograma (m3) t - duração da precipitação de projecto (h) tc - tempo de concentração da bacia (h) γ - coeficiente de regolfo. A I C t t V V Q c ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = γ 1 2 2 V1/V - exprime o efeito de retenção e armazenamento: é mínimo em bacias naturais e máximo em bacias totalmente impermeáveis (em que iguala a unidade). t/tc - exprime o desfasamento entre o fim da chuvada e o instante em que se verifica o caudal de ponta: é mínimo para bacias naturais (onde toma o valor 0,7) e admite-se que iguale a unidade em bacias totalmente impermeáveis ou altamente canalizadas.
  • 22. DU - 22 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais Coeficiente de redução global do método racional generalizado C1 = C (2 v1/v) (t/tc)
  • 23. DU - 23 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS 3. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE COLECTORES • Altura máxima do escoamento ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ (h/D) ≤ ≤ ≤ ≤ 1 • Velocidade máxima de escoamento ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Vmáx = 5 m/s (para colectores unitários ou separativos pluviais) • Velocidade mínima de escoamento ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Vmín = 0,9 m/s Critério de auto-limpeza • Profundidade mínima (Art. 137) ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Prof. / / / / 1 m • Diâmetro mínimo (Art. 134) ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Dmín = 200 mm • Inclinações mínimas e máximas ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ 0,3% e 15% (por razões construtivas) Colectores CRITÉRIOS DE PROJECTO Sendo inviáveis os limites referidos anteriormente, como sucede nos colectores de cabeceira, devem estabelecer-se declives que assegurem estes valores limites para o caudal de secção cheia. J mín = 1/ D (mm) Norma Europeia
  • 24. DU - 24 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores PROCEDIMENTO DE CÁLCULO 1 - Análise da área de projecto e traçado da rede em planta. Caracterização de condicionalismos ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ (cotas e níveis de água no meio receptor, atravessamentos com outras infra-estruturas…) 2 - Fixação do período de retorno, T. 3 - Selecção da curva IDF para a zona em estudo e para o período de retorno escolhido. 4 - Definição das sub-bacias em cada secção de cálculo ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ área drenante A 5 - Determinação do coeficiente global médio ponderado para a bacia definida em cada secção de cálculo C = (∑i CiAi) / ∑i Ai Dimensionamento de montante para jusante as áreas A crescem sucessivamente as intensidades I decrescem sucessivamente os caudais Qp crescem, em regra, sucessivamente
  • 25. DU - 25 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Caudais Inclinação do terreno AI 50% AI 50% (min) (min) muito inclinado 5.0 5.0 inclinado 10.0 7.5 médio e plano 15.0 10.0 Tempos iniciais (para bacias de cabeceira): 7 - Determinação da intensidade média de precipitação I para uma duração igual ao t c (a partir das curvas IDF) I = a . t b 6 - Determinação do tempo de concentração, t c p e c t t t + = t L V p j j = Σ
  • 26. DU - 26 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores 8 - Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão (método racional): Q p = ∑i C i x A i x I 9 - Fixação do diâmetro e inclinação do colector, tendo em conta: • a minimização de custos • condicionalismos técnicos e regulamentares de implantação do colector (profundidade de assentamento mínima) • satisfação dos critérios hidráulicos (capacidade de escoamento, velocidade máxima e poder de transporte) 10 - Determinação da velocidade, altura do escoamento e tensão de arrastamento no colector definido (D, i), em função do caudal de ponta 11- Determinação do tempo de percurso, t p, ao longo do troço de colector considerado no passo 10º 12- Adição do tempo de percurso calculado no passo anterior ao tempo de concentração calculado no passo 6º. 13- Repetição de todos os passos de cálculo, de montante para jusante, a partir do passo 5º, para as sucessivas secções de cálculo.
  • 27. DU - 27 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Características Hidráulicas do Escoamento 4 , 0 6 , 1 6 , 0 1 063 , 6 n s n n D J K Q sen θ θ θ − +         + = Conhecidos icolector , D e Q dim : a) calcular Q f e V f b) determinar a relação Q dim / Q f c) utilizar o ábaco das propriedades hidráulicas das secções circulares: curva de Q Q dim / Q f y / D ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ y curva de V y / D V / V f ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ V Colectores
  • 28. DU - 28 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores QUADROS DE CÁLCULO - Exemplos Sub-bacia A i b TT Ψ Ψ Ψ Ψ 1 AI C 1 [ - ] [ha] [%] [ - ] [ - ] [%] [ - ] B1 0.038 6.27% SA 0.40 20% 0.26 B2 0.081 6.27% SA 0.40 50% 0.56 B3 0.051 8.32% C 0.70 20% 0.38 B4 0.307 1.80% SA 0.40 90% 0.86 Símbolo Unidades Valor T anos 10 a - 290.68 b - -0.549 Trecho Sub-bacias L ∑ ∑ ∑ ∑ Ai ∑ ∑ ∑ ∑ Li . Ai C1p Vinic ti tp tc I Q Daprox Dcom Dint i Qsc Vsc τ τ τ τsc Vreal [ - ] [ - ] [m] [ha] [m.ha] [ - ] [m/s] [min] [min] [min] [l/(ha.s)] [l/s] [mm] [mm] [mm] [%] [l/s] [m/s] [N/m 2 ] [m/s] P12-P11 B1 32.85 0.038 0.26 2.00 10.00 0.27 10.27 224.74 2.23 300 1.065% 97.32 1.38 7.83 0.57 P11-P10 B1-B2 22.98 3.619 0.59 2.00 15.00 0.19 15.19 181.31 387.85 800 1.132% 1371.50 2.73 22.18 2.35 P10-P9 B1-B3 62.23 3.670 0.59 2.00 15.19 0.52 15.71 178.00 384.24 800 1.475% 1565.92 3.12 28.91 2.58 P9.4-P9.3 B4 22.07 0.307 0.86 2.00 7.50 0.18 7.68 263.59 69.56 400 0.306% 112.34 0.89 3.00 0.94 P9.3-P9.2 B4-B5 15.64 0.430 0.86 2.00 7.68 0.13 7.81 261.17 96.78 400 0.306% 112.34 0.89 3.00 1.01 P9.2-P9.1 B4-B5' 22.23 0.542 0.86 2.00 7.81 0.19 8.00 257.83 120.23 500 0.245% 182.19 0.93 3.00 0.99 P9.1.2-P9.1.1 B6 40.71 0.034 0.70 2.00 7.50 0.34 7.84 260.71 6.23 300 0.983% 93.46 1.32 7.22 0.75 P9.1.1-P9.1 B6 28.64 0.034 0.70 2.00 7.84 0.24 8.08 256.45 6.13 300 1.743% 124.49 1.76 12.81 0.91 P9.1.1.2-P9.1.1.1 B7 22.45 0.936 0.83 2.00 7.50 0.19 7.69 263.53 204.78 600 0.204% 270.45 0.96 3.00 1.05 P9.1.1.1-P9.1 B7-B8 33.58 0.984 0.83 2.00 7.69 0.28 7.97 258.41 211.42 600 0.204% 270.45 0.96 3.00 1.06 Quadro 1 – Cálculo do coeficiente C para cada sub-bacia. Quadro 2 – Parâmetros das curvas I-D-F. Quadro 3 – Dimensionamento hidráulico-sanitário de colectores.
  • 29. DU - 29 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores IMPLANTAÇÃO EM PERFIL LONGITUDINAL
  • 30. DU - 30 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores Se i ideal i máximo ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ i máximo e recorrer a uma câmara de visita com queda. Se colector a montante estiver a uma profundidade superior à mínima, adoptar um declive que traga o colector, a jusante, para a profundidade mínima regulamentar ou a exequível, face ao i mínimo aceitável. Trechos com que arrancam com a profundidade mínima: i terreno i mímima ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ i mínimo Regra geral: i ideal i mínimo ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ i mínimo i mínimo i ideal i máximo ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ i ideal i ideal - inclinação que se obtém unindo a cota de soleira da caixa de visita de montante, com a cota da caixa de visita de jusante a que corresponde a profundidade mínima.
  • 31. DU - 31 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Colectores Diâmetro e outras regras do perfil longitudinal ART. 135º • Nas redes unitárias e separativas pluviais, pode aceitar-se a redução de secção para jusante, desde que se mantenha a capacidade de transporte. ART. 159º • inserção de um colector noutro deve ser efectuado no sentido do escoamento • alinhar geratrizes interiores superiores (evitar regolfos e entupimentos e garantir a continuidade da veia líquida) • quedas simples (se desnível ≤ 0,50 m) ou guiadas (se 0,50 m) • se a profundidade da câmara de visita exceder os 5 m, construir um patamar de segurança a meio, com passagens não coincidentes. ART. 26º a 28º • Vala tipo:
  • 32. DU - 32 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS DISPOSITIVOS INTERCEPTORES Tipos de dispositivos • Sarjetas de passeio • Sumidouros • Sistema conjunto sarjeta-sumidouro Cabeceira Percurso Colocação de forma a: • Terem capacidade de intercepção adequada • Serem cumpridos os critérios de escoamento de superfície: Não transbordamento (h hmáx) Limitação da velocidade (v3 m/s) Disp. Intercep.
  • 33. DU - 33 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS ESCOAMENTO DE SUPERFÍCIE EM VALETAS aplicada a expressão de Gauckler-Manning-Strickler: Qo = Ao/N R2/3 i1/2 arruamento com declive transversal constante admitindo que o perímetro molhado pode ser aproximado à largura superficial do escoamento admitindo escoamento em regime uniforme (se as secções de cálculo se situarem a jusante de troços de comprimento superior a 15m e com características geométricas aproximadamente constantes) 16 3 8 3 0 8 3 8 3 0 0 542 , 1 J tg N Q y × × × = θ Disp. Intercep.
  • 34. DU - 34 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS SARJETAS DE PASSEIO INSTALADA SEM DEPRESSÃO Q = L K yo3/2 g1/2 sendo, Q - caudal captado pela sarjeta (m3/s); L - comprimento da boca da sarjeta (m); yo - altura uniforme do escoamento, a montante da sarjeta (m); g - aceleração da gravidade (m/s2); K - constante empírica, função da inclinação transversal do arruamento, cujo valor é 0,23 ou 0,20 (para i= 8% ou i= 2 a 4%, respectivamente). Disp. Intercep.
  • 35. DU - 35 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS SARJETAS DE PASSEIO INSTALADA COM DEPRESSÃO sendo, a - valor da depressão (≤ 3 cm – para não afectar as rodas dos veículos); θ - ângulo que o plano do pavimento forma com o do lancil do passeio (graus); y - altura do escoamento na extremidade de montante da sarjeta(m); V - velocidade média do escoamento escoamento y (m/s); F - número de Froude do escoamento na depressão. y e V ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ determinadas recorrendo ao teorema de Bernoulli: y ) A (2g Q a yo ) Ao (2g Q 2 2 2 2 + ⋅ = + + ⋅ Disp. Intercep.
  • 36. DU - 36 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Disp. Intercep.
  • 37. DU - 37 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS SUMIDOUROS INSTALADOS SEM DEPRESSÃO Comprimento mínimo necessário (assegurar comportamento eficiente ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ caudal escoado sobre a grelha que prossegue para jusante, q3, é nulo): Lo = m Vo (yo/g)1/2 sendo, Lo - comprimento útil do sumidouro (m); m - constante empírica: m = 4 se a grade do sumidouro não contiver barras transversais; m = 8 no caso se ter três daquelas barras. Disp. Intercep.
  • 38. DU - 38 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Disp. Intercep.
  • 39. DU - 39 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS SUMIDOUROS INSTALADOS EM VALETA REBAIXADA Disp. Intercep.
  • 40. DU - 40 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS SÍNTESE Sarjetas devem ser rebaixadas (Q 20 l/s, em regra) Sumidouros simples ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ para Q 50 l/s Sumidouros duplos ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ para Q 100 l/s Disp. Intercep.
  • 41. DU - 41 INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA Desenhos tipo (exemplos) Disp. Intercep.
  • 42. DU - 42 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS BACIAS DE RETENÇÃO Bacias Vantagens • Custo • Flexibilidade de ampliação Objectivos – ART. 176º • redução dos riscos de inundação • criação de zonas de lazer (para a pesca e canoagem…) • criação de reservas de água (agricultura, combate a incêndios, indústria, limpezas municipais - arruamentos e parques…) • protecção do meio ambiente (redução de SST e matéria orgânica)
  • 43. DU - 43 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias • quanto à implantação - bacias a céu aberto a seco com nível de água permanente - bacias enterradas (reservatórios) A seco ou não? Opção em função de: • objectivos (qualidade da água, recreio,…) • nível e flutuações sazonais do aquífero subjacente • permeabilidade • disponibilidades financeiras Bacias a seco ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ menores exigências em termos construtivos financeiros não requerem níveis freáticos elevados (“alimentação constante”) Tipos – ART. 177º • quanto à localização - bacias em série (“online” e “offline”) - bacias em paralelo (relativamente ao colector ou vala de acesso)
  • 44. DU - 44 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias Constituição – ART. 178º • Corpo da bacia fundo e bermas de terra taludes revestidos com cobertura vegetal (integração paisagística) • Dispositivos de descarga descarga de fundo obra de entrada e de saída colector • Dispositivos de segurança descarregador de superfície Implantação da bacia de detenção • aproveitar zona com depressão natural (aprofundar!) • à entrada da bacia de retenção ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ construir uma câmara em betão (evitar o descalçamento da conduta e/ou a sua obstrução com terra e outros sedimentos) • traçar perfis transversais e longitudinais para construir a curva de volumes armazenados (calcular volume de água armazenado para diversas alturas de água) • verificar para que altura de água se assegura o volume de dimensionamento
  • 45. DU - 45 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias Aspectos construtivos – ART. 180º Bacia a seco • inclinação do fundo ≥ ≥ ≥ ≥ 5/100 (evitar a formação de zonas alagadas); • inclinações máximas dos taludes das bermas de 1/6 ou 1/2 (respectivamente para os casos de acesso público ou não).
  • 46. DU - 46 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias Bacia com nível de água permanente: • altura de água mínima de 1,5 m (evitar um excessivo desenvolvimento de plantas aquáticas e de assegurar eventual vida piscícola) • garantir um tratamento conveniente das bermas (taludes relvados, etc…)
  • 47. DU - 47 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias Qualidade da água Melhoria da qualidade das águas afluentes Ocorrem transformações de natureza física, química e microbiológica • sedimentação dos sólidos em suspensão ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ redução da turvação da água • variação do OD da massa líquida ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ balanço entre os “inputs” (rearejamento e fotossíntese) e o consumo • variação da concentração de nutrientes (N, P) ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ efeito das plantas • redução de microrganismos ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ radiação solar, competição biológica, temperatura e sedimentação Efeitos típicos:
  • 48. DU - 48 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias Método simplificado (ABREU, 1983) ou método holandês • Baseia-se no conhecimento das curvas IDF da precipitação na zona em estudo • Permite calcular o volume necessário para armazenar o caudal afluente resultante da precipitação crítica, de período de retorno T, para garantir um caudal constante q, correspondente à capacidade máxima de vazão da estrutura de drenagem a jusante. • Método expedido ⇒ adequado ao pré-dimensionamento da bacia de retenção. • Dados: A, C da bacia drenada parâmetros da curva IDF caudal efluente q (constante) ⇒ procedimento não conservativo Dimensionamento hidráulico – ART. 179º • Objectivo: determinar o volume de armazenamento necessário para que o respectivo caudal efluente seja semelhante ao que ocorreria na bacia natural (AI = 0 %). • T = 10 a 50 anos (usualmente)
  • 49. DU - 49 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias
  • 50. DU - 50 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Bacias Método de PULS • Baseia-se na resolução numérica da equação da conservação dos volumes ou equação de continuidade aplicada à bacia de retenção • Permite resolver as situações mais complexas (ex.: não constância do caudal descarregado) • Dados: hidrograma de escoamento de entrada ou afluente lei de descarga do caudal efluente lei de armazenamento         ∆ ⋅ + −         ∆ ⋅ + = ∀ − ∀ ⇔ ∀ − ∀ = ∀ ∆ + + + t Q Q t Q Q i d i d i a i a i h i h s e 2 2 1 , , 1 , , , 1 , ( ) 1 , 1 , , , 1 , , 2 2 + + + ∀ ⋅ + = ∀ ⋅ + ∆ ⋅ − + i h i d i h i d i a i a Q t Q Q Q logo ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Termos conhecidos Função de h(i+1), a única incógnita
  • 51. DU - 51 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS CÂMARAS DRENANTES Finalidade • armazenamento e infiltração das águas pluviais; solução económica e eficaz, adequada a zonas de solo permeável; Tipos
  • 52. DU - 52 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes Capacidade (factores de que depende) • dimensão da bacia a drenar; • características pluviométricas da zona em estudo; • grau de impermeabilização do solo; • declive médio da bacia drenada; • condutividade hidráulica dos solos. Desvantagens • não se adequa a solos argilosos, siltosos ou areno-siltosos • risco de contaminação dos aquíferos provocado por mistura das águas residuais com águas pluviais • elevados encargos associados à manutenção e exploração (limpeza periódica) • elevada dificuldade de reabilitação caudais percolados aumentam com o incremento de carga de água no interior das câmaras (na ausência de colmatações).
  • 53. DU - 53 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes Constituição • anéis pré-fabricados • construídas cuidadosamente percolações pelo fundo infiltrações pelas juntas, entre anéis • devem ser visitáveis localizadas em zonas de cotas de terreno ≈ ≈ ≈ ≈ iguais ramais de ligação inclinação mínima de 1/D (assegurar auto-limpeza) colocados a cotas que garantam a mobilização da capacidade total das câmaras drenantes
  • 54. DU - 54 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes Dimensionamento hidráulico Hipóteses admitidas • linearidade entre a carga hidráulica no fundo da câmara e o caudal percolado • aplicação do método racional generalizado para determinação do máximo caudal (para um dado T) • constância no caudal afluente a cada câmara durante a precipitação crítica e na respectiva intensidade de precipitação • enchimento total da câmara, no caso da ocorrência da precipitação crítica Expressões de cálculo (ESCRITT, 1947)
  • 55. DU - 55 SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS Câm. Drenantes Metodologia de cálculo
  • 56. DU - 56 MODELAÇÃO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO
  • 57. DU - 57 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO Tipos de modelos • Modelos determinísticos (formulados segundo regras de causalidade, que pressupõem um total conhecimento do sistema) vs probabilísticos (baseados em amostras aleatórias ou em correlações observadas em determinadas séries temporais). • Modelos teóricos (ou fisicamente baseados) vs modelos conceptuais ou empíricos (que recorrem à representação simplificada dos processos físicos, com base em resultados obtidos experimentalmente). • Modelos de regime permanente (em que todas as variáveis e parâmetros são independentes do tempo) vs modelos dinâmicos (analisam a evolução temporal das diferentes variáveis). • Modelos analíticos (recorrem a instrumentos de matemática clássicos e permitem a modelação contínua, obtendo-se soluções em qualquer ponto do domínio) vs modelos numéricos (que conduzem a modelos discretos no espaço e/ou no tempo ⇒ apenas se obtêm soluções em pontos pré-determinados). • Modelos distribuídos (em que os parâmetros variam espacialmente) vs modelos agregados. CLASSIFICAÇÃO DE MODELOS E ETAPAS DO PROCESSO DE MODELAÇÃO
  • 58. DU - 58 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO ► “Black box model” - modelos empíricos, simplificados, que reproduzem a resposta do sistema. ► “White box model” - modelos determinísticos que representam os processos mais relevantes através de equações diferenciais. ► “Grey box model” - modelos intermédios, baseados em simplificações das leis físicas. Etapas do processo de modelação • Definição do problema: processos a modelar, variáveis respectivas, e objectivos do modelo • Recolha de informação disponível • Selecção do modelo: equações que traduzam os processos atendendo aos objectivos • Definição de condições iniciais e de condições de fronteira para todas as variáveis dos processos • Representação das equações diferenciais de forma discreta, através de métodos numéricos; • Desenvolvimento do código e “debugging” • Calibração e validação do modelo • Aplicação do modelo
  • 59. DU - 59 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO MODELAÇÃO DE COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM Modelos • Incluem aspectos hidráulicos e hidrológicos. • Permitem a simulação dinâmica de: ► escoamento superficial; ► escoamento nos colectores (com superfície livre e em pressão); ► qualidade da água e transporte de poluentes. • Aplicação amplamente divulgada: ► dimensionando as infra-estruturas (i.e.: mitigação de inundações e controlo de descargas directas de excedentes); ► estimar cargas poluentes; ► avaliar a eficácia de soluções de controlo na origem.
  • 60. DU - 60 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO PRINCÍPIOS DE DESENVOLVIMENTO E FORMULAÇÃO DE MODELOS Escoamento superficial Propagação do escoamento na rede de colectores • Equações de Saint Venant L q t A x Q = ∂ ∂ + ∂ ∂ 0 =       ∂ ∂ + ∂ ∂ ⋅ + ⋅ ⋅ +       − ∂ ∂ ⋅ ⋅ x QV t Q J A i x h A β ρ γ γ Integração na vertical das equações: da continuidade ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ da quantidade de movimento ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ • Curvas tempo-área • Modelo de reservatório • Modelo de reservatório não linear ou modelo cinemático • Modelo do hidrograma unitário (UHM)
  • 61. DU - 61 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO ► Modelo reservatório: considera apenas a equação da continuidade ► Modelo cinemático: aplicável a escoamentos em regime rápido (fórmula de Manning Strickler) ► Modelo difusivo: modela o atrito no perímetro molhado, as forças de gravidade e ignora a inércia. ► Modelo dinâmico: considera todos os termos da eq. Saint Venant (permite a simulação de transientes hidráulicos). Condutas sobre pressão conceito de Preissmann Propagação do escoamento na rede de colectores • Equações de Saint Venant L q t A x Q = ∂ ∂ + ∂ ∂ 0 =       ∂ ∂ + ∂ ∂ ⋅ + ⋅ ⋅ +       − ∂ ∂ ⋅ ⋅ x QV t Q J A i x h A β ρ γ γ Integração na vertical das equações: da continuidade ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ da quantidade de movimento ⇒ ⇒ ⇒ ⇒
  • 62. DU - 62 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO Qualidade da água e transporte de poluentes • Acumulação de poluentes (nos colectores e à superfície). • Efeito de lavagem (“washoff”). • Transporte de poluentes: acumulados à superfície e no interior dos colectores em tempo seco efluentes domésticos e industriais. • Processos químicos e biológicos: o colector como reactor!
  • 63. DU - 63 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO APLICABILIDADE DE MÉTODOS DE CÁLCULO E DE SIMULAÇÃO Domínio de Aplicação Métodos simples/ deonda deonda empíricos cinemática dinâmica Dimensionamentode pequenossistemas S S NR Dimensionamentode grandessistemas _ S NR Verificaçãodedesempenho, emtermosde inundações _ _ S* Verificaçãodocomportamentohidráulicoe ambiental desistemasexistentes _ S* S* Concepção edimensionamento de emissáriosedescarregadoresde tempestade _ S* S* Avaliação deimpactossobre o meio receptor (qualidade) _ S S* Avaliação deimpactossobre o meio receptor (quantidade) _ S NR Controlo emtempo real _ S NR LEGENDA: S- aspectos hidrológicos tratados deformasimplificada; S* - aspectos hidrológicos tratados deforma simplificadaou detalhada; NR- emregra, nãorecomendável. Critérios de escolha de modelos hidráulicos para aplicação em sistemas de drenagem urbana (adoptado de EN 752-4, 2001 – referente a dimensionamento hidráulico e considerações ambientais): Para a verificação hidráulica recorre-se a modelos de simulação complexos, em que os input são hietogramas típicos e os output são hidrogramas de cheia, alturas de escoamento e velocidades
  • 64. DU - 64 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DOS MODELOS EXISTENTES Principais programas comerciais actualmente disponíveis: ►Flupol ►HydroWorks ►InfoWorks ►MOUSE ►SAMBA ►SWMM ►SIMPOL (Descritos em detalhe no quadro seguinte) ►MOSQITO ►KOSIM ►HYDRA ►SewerCAD ►XP-SWMM ►…
  • 65. DU - 65 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO Processo Tipo de modelo Programa Flupol HydroWorks/ InfoWorks MOUSE SAMBA SWMM SIMPOL Perdas hidrológicas perdas iniciais fixas S S S S S perdas contínuas: coef. escoamento volumétrico S S S S S S humedecimento do solo S retenção superficial S S infiltração: fórmula de Horton S S S fórmula de Green-Ampt S evapotranspiração S outras fórmulas de perdas contínuas S Propagação do curvas tempo-área S escoamento modelo do reservatório linear S S S superficial modelo de reservatórios emcascata S modelo cinemático/ modelo do reservatório não linear S S Modelos utilizados por programas de simulação de drenagem urbana :
  • 66. DU - 66 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO Propagação do advecção S escoamento na modelo de Muskinghum-Cunge S rede de colectores modelo cinemático/ modelo do reservatório não linear S S modelo difusivo S equações completas de Saint Venant S S S Poluentes no concentrações médias por evento (CME) S S S escoamento distribuição lognormal das CME S superficial acumulação: equação de potência S equação de Michaelis-Menton S equação exponencial (Alley e Smith, 1981) S S S S arrastamento: exponencial (Sartor e Boyd; Jewell e Adrian) S S S exponencial (Nakamura, 1990) outras fórmulas S S número de poluentes modelados 4 10 10 10 2 modelação de poluentes com base em relações com os sedimentos S S S S Processo Tipo de modelo Programa Flupol HydroWorks/ InfoWorks MOUSE SAMBA SWMM SIMPOL
  • 67. DU - 67 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO Propagação dos modelo do reservatório linear S poluentes superficiais modelo do duplo reservatório linear S Retenção de poluentes emsarjetas acumulação linear e diluição no volume da caixa de retenção SN S Transporte de eq. de transporte baseada: na lei de Shields S poluentes nos no método de Ackers-White S colectores no método de Vélikanov S noutros métodos S transformação/decaimento de poluentes N S S equação de advecção S S S S equação de advecção-dispersão S - consideração de estruturas de sedimentação/tratamento S Processo Tipo de modelo Programa Flupol HydroWorks/ InfoWorks MOUSE SAMBA SWMM SIMPOL SWMM
  • 68. DU - 68 BENEFICIAÇÃO DE SISTEMAS UNITÁRIOS
  • 69. DU - 69 BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS E PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA Sistema unitário típico: Composto por: colectores unitários emissários descarregadores ETAR • variação de caudais transportados (ocorrência de precipitações) ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ dimensionamento hidráulico das ETAR é complexo São dimensionadas para um caudal de 3 a 6 x Q médio tempo seco CSO (Combined Sewer Overflows) descarregados directamente nos meios receptores
  • 70. DU - 70 BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS acréscimo significativo da carga poluente descarregada para os meios receptores • períodos chuvosos ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ dos caudais e cargas poluentes escoadas sobrecarga das ETAR • aumento dos caudais, resultante da ocorrência de precipitações Construção de reservatórios ou de bacias de regularização constitui uma forma de beneficiação dos sistemas, reduzindo os impactes negativos no meio receptor (em vez de se ampliarem as estações de tratamento) efluentes finais bastante poluídos ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ arrasta e coloca em suspensão substâncias previamente sedimentadas nos colectores
  • 71. DU - 71 BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS TENDÊNCIAS ACTUAIS NA CONCEPÇÃO E BENEFICIAÇÃO DOS SISTEMAS UNITÁRIOS a) quando o Qafl Qdim ETAR ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ a bacia de regularização entra em funcionamento, enchendo gradualmente até atingir a sua capacidade máxima • Construção de reservatórios ou de bacias de regularização ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ acumulam água poluída durante a ocorrência das chuvadas e conduzem-na, posteriormente, para a ETAR: b) quando a bacia de regularização está cheia ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ o caudal excedente é descarregado directamente para o meio receptor
  • 72. DU - 72 BENEFICIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM UNITÁRIOS EXEMPLOS: Na Alemanha, foram construídos nos últimos 15 anos, em sistemas unitários, cerca de 10 000 bacias ou reservatórios de retenção e regularização, pretendendo-se, a médio prazo, construir mais 30 000 a 40 000. Vários sistemas de drenagem de grandes dimensões, geridos com controlo em tempo real, encontram-se actualmente em operação: – em Detroit, Seatle e Ohio, nos Estados Unidos da América – em Osaka, Tokyo e Okayoma, no Japão – em Seine-Saint-Denis, Marselha e Nancy, em França – no sector ocidental de Birmingham, no Reino Unido – em Amsterdão e Roterdão, na Holanda – … c) quando o Qafl Qdim ETAR (fase descendente do hidrograma de cheia) ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ a bacia começa a esvaziar, drenando para a ETAR, que funcionará em pleno
  • 73. DU - 73 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO desenvolvidos na Alemanha (resultantes de observações experimentais) Método da precipitação crítica • Métodos para dimensionar estruturas de armazenamento e descarregadores de tempestade: - método da precipitação crítica - método simplificado • KRAUTH Estudou o sistema de drenagem unitário de Stuttgart-Busnau, na Alemanha Verificou: • acumulação de sedimentos durante os períodos “mortos” do dia, sendo parcialmente arrastados durante os períodos de maior afluência de caudal; • precipitações com Imédia 10 l/(s.ha) produzem um efeito de “lavagem” das substâncias depositadas no interior dos colectores, verificando-se a ocorrência de efeitos de “first flush” As hipóteses de base, em termos de ocupação e de regime de precipitações, foram verificadas para bacias típicas da Alemanha
  • 74. DU - 74 Objectivos • Calcular volume reserva de modo a que, para a ocorrência de precipitações com uma intensidade média (Imédia) inferior a uma determinada intensidade crítica (Ic), não ocorram descargas directas para o meio receptor (parte do caudal em excesso é retido nas estruturas armazenamento). Critérios de dimensionamento • Determinar área da bacia hidrográfica servida pelo sistema de drenagem unitário a montante de cada estrutura tendo em conta que: – as bacias localizadas a montante e servidas por outras estruturas de armazenamento e descarga não devem ser incluídas na bacia de drenagem da estrutura – as bacias localizadas a montante e servidas por estruturas de detenção sem descarregador de tempestade associado devem ser consideradas para efeitos de cálculo da área da bacia tributária – as bacias localizados a montante e servidas por descarregadores de tempestade sem estrutura de armazenamento associada devem ser consideradas, desde que os descarregadores tenham sido dimensionados de forma a não entrarem em funcionamento com a ocorrência de precipitações de I média I crítica – nos sistemas de drenagem mistos, a área servida pela rede separativa pluvial não deve contribuir para a área da bacia de drenagem DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 75. DU - 75 Determinação dos volumes de armazenamento necessários Intensidade de precipitação crítica e caudais de cálculo • principal parâmetro de dimensionamento do sistema (as descargas directas para o meio receptor apenas ocorrem para precipitações com uma Imédia Ic) nec c I ∀ ↑ ⇒ ↑ • estabelecido para cada região em função de: – duração das precipitações com intensidade média superior a Ic; – condição de esvaziamento do volume de armazenamento no início da ocorrência dessas precipitações; – caudal de estiagem e os objectivos de qualidade do meio receptor; – concentração de cargas poluentes nas águas residuais domésticas, no escoamento pluvial e nos efluentes das ETAR. Estudos efectuados na Alemanha e em algumas regiões de França sugerem que um valor de 15 l/(s.ha) assegura, em média, o tratamento de cerca de 90% da carga poluente anual usualmente descarregada para o meio receptor, em períodos chuvosos DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 76. DU - 76 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO (Exemplo de valores de referência na Alemanha) Ic = 15 x 120/(tc +120) L/(s.ha)     tc ≤120 min Ic = 7,5 L/(s.ha)     tc 120 min
  • 77. DU - 77 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 78. DU - 78 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 79. DU - 79 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 80. DU - 80 • Volume específico de armazenamento Vr = Cálculo dos volumes de armazenamento volume por unidade de área reduzida da bacia de drenagem necessário para armazenar a parcela do escoamento pluvial crítico a reter) DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 81. DU - 81 • Volume total de armazenamento necessário V ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ t red r a A V V × × = Parâmetro Unidade Valores tc min 10 15 20 25 30 35 40 50 60 80 100 120 180 at - 1.25 1.48 1.63 1.74 1.82 1.88 1.93 2.02 2.06 2.12 2.17 2.20 2.25 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 0 30 60 90 120 150 180 tc [min] a t [-] DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 82. DU - 82 Em bacias de drenagem com tempos de concentração reduzidos ( a 15 a 20 minutos), o principal objectivo das estruturas de armazenamento e descarga é reter os caudais unitários iniciais, mais poluídos, atendendo ao efeito de first flush. O volume remanescente dos hidrogramas de cheia é descarregado directamente para o meio receptor, a montante da estrutura de armazenamento. Quanto maior for o tempo de concentração, maior é o tempo que o caudal unitário inicial, proveniente de toda a bacia de drenagem, demora a atingir a estrutura de armazenamento. Assim, para deter o caudal unitário inicial proveniente das áreas hidraulicamente mais afastadas da estrutura de armazenamento e descarga, é necessário deter igualmente o caudal remanescente proveniente das áreas mais próximas, resultando em volumes de armazenamento superiores. À medida que o tempo de concentração aumenta ( 50 a 60 minutos), o efeito da concentração poluente inicial torna-se pouco relevante (os caudais provenientes das áreas hidraulicamente mais afastadas misturam-se com os caudais menos poluídos das sub-bacias mais próximas), pelo que o parâmetro at deixa de depender do tempo de concentração. DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 83. DU - 83 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO A fim de garantir condições de tratamento por sedimentação, o caudal afluente às bacias de armazenamento com descarregador de tempestade instalado no coroamento deve ser limitado ao caudal unitário critico afluente (Qcrit), através de um descarregador de tempestade adicional localizado a montante. Este descarregador adicional pode ser dispensado (ATV-A128, 1992) se o descarregador no coroamento assegurar a descarga completa dos excedentes, sem que as condições de tratamento sejam prejudicadas, ou caso se preveja que raras vezes entre em funcionamento (menos de dez vezes por ano). DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 84. DU - 84 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO (Algumas Recomendações) Em bacias rectangulares com descarregador de tempestade instalado no coroamento, ou nos compartimentos que a constituem, as seguintes relações e condições hidráulicas devem ser verificadas (ATV-A128, 1992; MINISTÈRE DE L'AGRICULTURE, 1988): • a largura da bacia deve ser igual ou superior à largura do descarregador; • comprimento da bacia, medido na direcção preferencial de escoamento, deve ser igual ou superior ao dobro da largura; • a altura média da bacia deve ser calculada por forma a garantir um volume de armazenamento não inferior ao determinado pelo método; • a carga hidráulica sobre a soleira do descarregador instalado no coroamento deve ser sempre inferior a 0,10 m/h (para um descarregador de Bazin, a largura mínima do descarregador será de b (m) = 17,857 ×Qcrit , com Qcrit (m3/s); • a carga hidráulica na bacia (Hb) não deve exceder 10 m/h e depende da área da secção horizontal da bacia (Ah) , expressa em m2: DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO
  • 85. DU - 85 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE BACIAS DE ARMAZENAMENTO COM DESCARREGADOR DE TEMPESTADE INSTALADO NO COROAMENTO (Algumas Recomendações) • a velocidade máxima, na direcção preferencial do escoamento (Av é a área da secção transversal da bacia, em m2), deve ser inferior a 5 cm/s, ou seja: • o tempo de retenção hidráulica na bacia (tret) não deve ser inferior aos valores que se apresentam, sendo de destacar que valores superiores a 20 minutos não trazem benefícios significativos à qualidade dos excedentes descarregados para o meio receptor: • o tempo máximo de esvaziamento da bacia (te) não deve ser superior a 15 minutos. DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO