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ESCOLA DE ENGENHARIA KENNEDY
MARCELO BRUNO DE AGUIAR OLIVEIRA
LOGÍSTICA EM IMPLANTAÇÃO DE OBRA
BELO HORIZONTE
2012
I
MARCELO BRUNO DE AGUIAR OLIVEIRA
LOGÍSTICA EM IMPLANTAÇÃO DE OBRA
Monografia apresentada na
Escola de Engenharia
Kennedy, para cumprimento
das exigências para a
obtenção do grau de
engenheiro civil sob a
orientação do Prof.a
Kátia
Valéria Carvalho.
BELO HORIZONTE
2012
II
MARCELO BRUNO DE AGUIAR OLIVEIRA
LOGÍSTICA EM IMPLANTAÇÃO DE OBRA
Monografia apresentada na
Escola de Engenharia
Kennedy, para cumprimento
das exigências para a
obtenção do grau de
engenheiro civil sob a
orientação do Prof.a
Kátia
Valéria Carvalho.
III
Banca Examinadora das Faculdades Kennedy, composta pelos membros:
_______________________________________
Prof.a
Kátia Valéria Carvalho
_______________________________________
Prof. a
Ana Cecília Estevão
_______________________________________
Prof.a
Maria Heloisa V. P. Pedrosa
Belo Horizonte 2012
IV
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, familiares, principalmente a minha esposa
Luciene Miranda Santos Aguiar e minha filha Marcelle Miranda Santos Aguiar, amigos
e a todos aqueles que contribuíram para a realização do mesmo.
V
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela sabedoria, posteriormente a orientadora
Prof.a
Kátia pela paciência, interesse, dedicação e por me auxiliar no desenvolvimento
deste trabalho.
Ao Prof. Marco Antônio, pelas discussões sempre produtivas e por fornecer,
sempre de forma ágil, todos os dados que solicitei.
VI
RESUMO
O estudo de uma Logística de Implantação de Obra é fundamental para
alcançar a eficiência, efetividade, otimização e qualidade na execução das atividades
da construção civil. O aumento do controle da obra se faz necessário e obriga as
empresas de construção a investirem cada vez mais no planejamento Logístico e na
programação das atividades. Este trabalho aborda a importância da Logística
Operacional durante toda a execução de empreendimentos de construção civil. Foi
elaborado um estudo de caso em uma obra de construção de um Shopping, localizada
na cidade de Betim, onde foram apontadas algumas falhas e causas, soluções e
sucessos. Mostrando que um processo logístico, ou a falta dele não atinjam somente
bons resultados.
O trabalho objetivou em coletar, processar e analisar as informações fornecidas
de forma empírica e com base em bibliografias que abordam o assunto dos
mecanismos logísticos aplicados no decorrer da obra, assim podendo mostrar os
erros, causas e consequências de uma má gestão na implantação deste
empreendimento.
Palavras-chave: Logística, Implantação.
VII
ABSTRACT
The study of a Logistics Implementation of Work is central to achieving efficiency,
effectiveness, optimization and quality in the execution of construction activities. The
increased control of the work is necessary and requires construction companies to
invest more in logistics planning and programming activities. This paper addresses the
importance of Logistics Operating throughout the execution of construction projects. A
study of case in a construction of a Shopping Mall, located in Betim, where they were
pointed out some flaws and causes, solutions and successes. Showing that a logistic
process, or lack of it not only achieve good results.
This work aimed to collect, process and analyze information provided an empirical and
based on bibliographies addressing the matter of logistics mechanisms applied in the
course of the work, so may show errors, causes and consequences of mismanagement
in the deployment of enterprise.
Keywords: Logistics, Implantation.
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................03
2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................04
3 OBJETIVO......................................................................................................05
4 METODOLOGIA.............................................................................................06
5 CONCEITO DE LOGÍSTICA..........................................................................07
5.1 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA................................................................08
6 CADEIA DE SUPRIMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL..............................10
7 ESTUDO DE CASO........................................................................................12
8 LOGÍSTICA GERAL.......................................................................................17
8.1 MOBILIDADE DA OBRA.........................................................................19
8.1.1 TRANSPORTES VERTICAIS........................................................19
8.1.2 TRANSPORTES HORIZONTAIS...................................................20
8.2 SISTEMAS DE DRENAGENS PROVISÓRIOS.......................................21
8.3 ESTOQUE DE MATERIAIS.....................................................................22
8.4 CRONOGRAMAS DE ENTREGAS DE MATERIAIS...............................24
9 LOGÍSTICA PONTUAL..................................................................................25
10 LOGÍSTICA ORIENTADA PARA RECURSO..............................................28
11 LOGÍSTICA ORIENTADA PARA A INFORMAÇÃO...................................29
11.1 PLANO DE AÇÃO.................................................................................30
12 LOGÍSTICA REVERSA ...............................................................................32
12.1. TRATAMENTO DE ENTULHO E RESÍDUOS......................................32
12.2. CONTRIBUIÇÃO DA LOGÍSTICA NA SOLUÇÃO
DE PROBLEMAS................................................................................34
13 CONCLUSÃO...............................................................................................37
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .....................................................................38
2
SUMÁRIO DE FIGURAS
Figura 01: Situação do MGS BR 381- 492 km-Betim/MG..............................12
Figura 02: Panorâmica da Obra MGS BR 381-492 Km a Direita..................12
Figura 03: Canteiro de Obra............................................................................14
Figura 04: Ciclo Logístico Origem/ Consumo...............................................16
Figura 05: Ciclo Logístico Origem/ Consumo visão especifica..................17
Figura 06: Guindaste Esteira capacidade e Plataforma capacidade ........20
Figura 07: Elevador de Carga Capacidade 800 kg.......................................20
Figura 08: Dumper...........................................................................................20
Figura 09: Drenagem provisória localizada no Bordo do acesso
da obra.............................................................................................................22
Figura 10: a e b - Espaço destinado a Estoque de materiais após execução
do piso em concreto.......................................................................................23
Figura 11: Estoque de Blocos ao longo do acesso da Obra......................24
Figura 12: Estoque de materiais de grande volume....................................24
Figura 13: Fluxograma de suprimentos.......................................................31
Figura 14:Local destinado as Caçambas......................................................33
Figura 15– Britadeira produzindo rachãoLLLLLLLLLLLLLLL34
Figura 16– Escavadeira removendo matacões.............................................34
3
1. INTRODUÇÃO
Ao longo de alguns anos a Construção Civil vem estudando formas e métodos
que minimizem os impactos na queda da produtividade. O desperdício, prazos
e retrabalhos, estão ligados diretamente com a gestão dos suprimentos. Assim,
encontra-se no processo logístico uma forma de impulsionar a produção.
Apesar de existir um sistema de qualidade focado na necessidade do
consumidor, encontra-se ainda grande quantidade de desperdícios e
improvisações no canteiro de obras da construção civil. A falta de integração
entre projetos, administração dos materias, de mão de obra qualificada no
mercado, de racionalização dos processos e a constantes alterações dos
projetos no decorrer do processo construtivo, são as principais causas da
redução dos índices da produtividade.
O Objetivo Global da otimização de qualquer sistema logístico é maximinizar a
lucratividade. Ao observar o relacionamento entre as três dimensões no modelo
de logística global, podemos identificar a melhor orientação para uma empresa.
Sendo assim, foram definidos três tipos básicos de orientação: (Pág.,88 Parte I
– Estratégias de logísticas e operações Globais).
1. Todos os processos logísticos são voltados para o seguimento industrial
abordando as questões de Transportes e Suprimentos.
2. Um dos maiores problemas encontrados em obra é a indefinição e
limitação de uma logística Operacional.
3. Levando aos seguintes pensamentos:
• A Logística é uma ferramenta do Planejamento ou o Planejamento é
uma ferramenta da Logística?
• Pensar antes de fazer ou partir fazendo sem pensar?
• Antecipar possibilidades de acontecimento e proagir ou improvisar
quando acontecer, e reagir?
4
2. JUSTIFICATIVA
Este trabalho tem como objetivo mostrar ferramentas e criar estratégia para
diversas atividades da Construção Civil, buscando resultados cada vez
melhores, como: qualidade, prazo e economia.
Apresentar uma Logística Operacional, voltada para os processos
executivos e não somente para Transportes e Suprimentos. Acrescentar
mais um conceito logístico aplicado para a execução de obras.
Apontar alguns parâmetros de Organizações e Métodos aplicados a
tomadas de decisões Planejamento, Logística e Qualidade.
5
3. OBJETIVO:
Este trabalho tem como objetivo induzir uma mudança de postura na
Construção Civil, trazer várias propostas e soluções para algumas atividades
encontradas no setor e que serão abordadas em um Estudo de Caso.
Dentre estas propostas e possíveis soluções, serão abordados:
o Logística Geral
o Logística Pontual
o Pontos de Origem
o Pontos de Consumo
o Logística Reversa
o Logística orientada para recurso
o Logística orientada para a informação
6
4. METODOLOGIA
A metodologia empregada caracteriza-se em pesquisas em livros, normas,
sites especializados e vivência dentro dos canteiros e escritório de Obra.
Espera-se com este estudo contribuir para a conscientização da necessidade
da elaboração e aplicação do plano logístico de uma obra, mostrando os
passos para a execução de uma logística Operacional e desenvolver o conceito
da logística como um método de planejamento e execução de obra.
7
5. CONCEITOS DE LOGÍSTICA
Segundo o pensamento do estudioso de logística ULZE (1974), a logística
existe desde os tempos mais remotos das atividades produtivo-comerciais,
quando o homem primitivo produziu no próprio local mais do que poderia
consumir. As atividades de transporte, armazenagem e comunicações
iniciaram-se antes mesmo da existência de um comércio ativo entre regiões
vizinhas. Deve-se entender, na verdade, que a logística sempre existiu, de uma
forma potencial e não tão integradora como hoje, porém sempre existiu. O que
ocorre é que, em vista da evolução tecnológica nos sistemas produtivos e as
exigências da globalização, hoje ela está sendo destacada como um
condicionante estratégico ou como um diferencial competitivo.
A logística, num passado recente, foi vista apenas com envolvimento na
atividade de transporte na distribuição física, evoluindo também para um
processo de suprimento de materiais por fornecedores externos.
Ganhou maior abrangência nos anos de 1980, quando as organizações
perceberam sua importância na administração integrada dos processos de
suprimentos, produção e distribuição física. A partir do início desse processo de
integração, consolidado pela obtenção de significativos resultados relacionados
ao aumento de produtividade e à melhoria do nível de serviço ao cliente. As
empresas elegeram a logística como um instrumento de integração de toda a
cadeia de negócios, envolvendo clientes, fornecedores e todos aqueles
relacionados diretamente ou indiretamente com a produção.
A percepção da necessidade de integração não foi somente em relação ao
ambiente interno da empresa, mas também fora dela, constituindo uma rede de
organizações integradas desde os fornecedores de matéria-prima até os
consumidores finais. A esta constituição integrada foi dado o nome de cadeia
de suprimento, onde a logística desenvolve seu potencial e naturalmente se
transformou na visão da logística moderna.
8
5.1. EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
Utilizada nas guerras ao longo dos séculos, a logística foi implementada no
exército com a finalidade de ser, na retaguarda, um setor estratégico. Sua
finalidade consistia em fazer o planejamento militar, que compunha o estudo do
adversário (pontos fortes e vulneráveis), a definição das frentes de batalha,
movimentação e deslocamento das tropas e equipamentos, e programação das
equipes de apoio (abastecimento técnico e equipamentos).
O exército sempre foi sinônimo de disciplina e obediência hierárquica e talvez
tenha sido esse o verdadeiro motivo para o grande sucesso da logística. Ela foi
criada e desenvolvida nesse ambiente, apresentando como características
todas essas virtudes e ainda a de ser integradora. Era um setor departamental
com autonomia plena de planejamento, diretamente ligado às decisões do
comando geral. Fazia a consolidação das informações e do potencial dos
setores. Baseado neles utilizava todos os recursos disponíveis, com o objetivo
de alcançar as metas do grupo (VERLANGIERE, 1998).
Durante a Segunda Guerra Mundial, os modelos logísticos foram amplamente
empregados de forma a assegurar que as tropas, equipamentos bélicos,
suprimentos, etc., estivessem posicionados no lugar e no momento certo de
sua utilização.
A evolução da logística no âmbito empresarial ocorreu após a Segunda Guerra
Mundial, devido às características reinantes, como: a logística desenvolvida
para fins militares, que possuía extrema afinidade com as atividades
empresariais; começaram a surgir alterações nos padrões e exigências dos
consumidores; grandes pressões por reduções nos custos; e, principalmente,
os avanços tecnológicos e de comunicação ocorridos em consequência da
guerra. Sendo assim, surgiu a Logística Empresarial (BALLOU, 1993).
O emprego da logística de uma forma totalmente integrada, como uma
estratégia capaz de criar dentro das empresas uma sincronização entre todas
as suas atividades, é considerado ainda recente. Nos EUA e na Europa seu
emprego era na distribuição de produtos acabados, tanto que a maior entidade
9
sobre o assunto, formada por um dos mais conceituados grupos de
profissionais de logística, o Conselho de Administração Logística (Council of
Logistic Management), quando fundado em 1960 se chamava Conselho
Nacional de Distribuição Física (National Council of Physical Distribution), e
assim permaneceu até 1985 (MOURA,1998).
Nesse período a logística começou a ganhar importância, principalmente, em
relação às redes de distribuição e a administração de materiais das empresas.
À distribuição física, que já era encarada de uma forma diferencial, juntou-se a
administração de materiais e ambas passaram a ter um tratamento especial no
que se refere ao fluxo logístico. Caracterizou uma época em que as empresas
gradualmente passavam de uma gestão fragmentada de processos individuais
(transportes, compras, movimentação, armazenagens) para uma gestão
integrada de funções relacionadas.
“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira
eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e
informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”. 1
“Logística é a parte do processo da cadeia de suprimento que planeja,
implementa e controla, de maneira eficiente e efetiva, o fluxo direto e reverso e
a armazenagem de bens, serviços e informações relacionadas entre o ponto de
consumo, de modo a atender as necessidades dos clientes”.
(Council of Logistics Management)
10
6. CADEIA DE SUPRIMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A indústria da construção civil diferencia-se de forma significativa de outras
indústrias manufatureiras seriadas em sua concepção geral. Enquanto uma
indústria seriada apresenta a sede manufatureira fixa, equipamentos e força de
trabalho bem definidos, duradouros e contínuos, linhas de montagem com
operações repetitivas e constantes, a construção civil encontra-se na
contramão, apresentando peculiaridades inerentes a si. A manufatura, quando
relacionada à atividade da construção civil, apresenta peculiaridades e
especificidades como:
• Produto imóvel (linha de produção imóvel), ou seja, são os operários que
se deslocam ao longo dos postos de trabalho.
• Indústria móvel, os processos, mão de obra, matérias-primas e
equipamentos mudam de local para local.
• Emprego da mão de obra tem caráter eventual e suas possibilidades de
promoção são pequenas, gerando baixa motivação para o trabalho.
• Mão de obra desqualificada e alta rotatividade no setor.
• Tempo elevado de produção de uma unidade do produto.
• Custo de produção de uma unidade do produto extremamente elevado.
• Produção sujeita às intempéries → o produto é totalmente exposto
durante sua produção.
• Sem padrão contínuo de procedimentos e de responsabilidades.
• Complexidade do sistema produtivo, ou seja, são envolvidas
especificações complexas e muitas vezes confusas, projetos executivos
normalmente com obras em andamento
11
• Cria produtos únicos e não seriados → encaminha a um padrão de baixa
repetitividade.
• Grande variedade de itens de insumos → são envolvidos em torno de
13.000 a 15.000 itens por produto executado.
• Responsabilidades muitas vezes dispersas → zonas sem responsáveis
explícitos.
• Muitos processos artesanais com possibilidades limitadas para
automatização.
• Interferência e interveniência entre tarefas, operações unitárias em
paralelo → equipes de pedreiros, azulejistas, encanadores, eletricistas,
marceneiros e outros, etc.
• A cadeia de suprimentos não apresenta distribuição física; o cliente final
é que vai atrás do produto, e não o produto que é levado a este.
12
7. ESTUDO DE CASO
O Metropolitan Garden Shopping é uma obra de 100.291,99 m2
de área
construída em 4 pavimentos, possui mais de 352 lojas, 1820 vagas de
estacionamento, realizada com estrutura de concreto pré-fabricado, de laje
alveolar. Considerado o maior shopping da região metropolitana de Belo
Horizonte.
Figura 01 - Situação do MGS BR 381- 492 km-Betim/MG
Figura 02 – Panorâmica da Obra MGS BR 381-492 Km a Direita.
13
A proposta de um empreendimento como o Metropolitan Garden Shopping, tem
como objetivo promover a economia local, desenvolvimento regional,
valorização imobiliária, empregabilidade, cultura e lazer. Constitui as forças
determinantes da Logística: Negócios, Consumidores, Tecnologia, Comércio e
Governo.
Quando se inicia a execução de um empreendimento dessa magnitude, deve
ser considerado o processo de planejamento, implementação e controle de
bens e serviços.
É necessária uma verdadeira estratégia de guerra a fim de se alcançar os
objetivos proposto deste e de qualquer outro empreendimento.
Dessa forma, para a implementação de uma administração logística neste e
qualquer outro sistema construtivo, deve-se previamente, ser tomadas medidas
mais amplas relacionadas com atividades relevantes às quais compreendem:
• Planejamento e gestão da produção;
• Planejamento do canteiro de obras;
• Provisão de recursos materiais;
• Provisão de mão de obra qualificada, e;
• Fluxo de informações eficiente associado a uma tecnologia de
informação compatível.
A logística tem sido uma excelente ferramenta para promover todas as etapas
de uma obra.
Na realidade todo empreendimento deve conter um processo de planejamento
e gestão da produção no início, meio, fim e pós-obra.
No início da obra, todas as etapas devem ser contempladas de forma global
conhecida como Logística Geral. As documentações, como licenciamento,
alvará de obra, carta de início de obra, licenciamentos ambientais, bota fora, as
ART’S de cada projeto e principalmente, dos responsáveis pelas execuções.
14
Todo este processo faz parte de uma Logística de Informações, devidamente
amarrado ao sistema de gestão de qualidade.
O planejamento do canteiro de obra deve ser desenvolvido de tal forma que as
instalações o considerem como uma extensão da empresa contratada para
executar a obra.
Hoje em dia é cada vez mais comum existirem contratos de administrações
parciais de obra. Assim dividem o empreendimento em várias partes.
Infraestruturas, terraplanagem, supraestrutura, instalações, Climatização e
Construção civil.
Cada parte da obra foi destinada a uma empresa, onde foi elaborado um
consórcio a fim de se dividir os custos com energia elétrica, água e sistema de
coleta de resíduos.
As instalações das áreas de convivência devem ser dimensionadas conforme a
NR 18, segurança do trabalho.
Figura 03: Canteiro de Obra.
15
Quando se trata de qualquer atividade que envolva pessoas, devemos
mobilizar no mínimo as condições humanas básicas como, água, esgoto e
energia.
Assim já definidos todo o processo de mobilização da obra, é preciso definir os
locais de armazenamento dos insumos para as atividades iniciais, como pátios
para estacionamento de maquinários e caminhões, área para estocagem de
materiais, como as baias, contêineres, galpões. Providenciar equipamentos
como palheteiras ou lanças telescópicas para agilizar a descarga e mobilidade
de insumos paletizados, tais como: argamassa, cimento, cal, gesso, cerâmica,
blocos, tijolos e outros.
Haja vista que todo o material necessário para as atividades iniciais, já se
encontram devidamente estocados na obra e próximos às frentes de serviço,
mobilizaremos o efetivo.
Voltando ao processo de logística da informação, todo empreiteiro deve
apresentar a documentação necessária de todo o seu efetivo para integrarem à
obra. As atividades poderão ser iniciadas respeitando os projetos executivos,
prazos do cronograma e qualidade do serviço.
Nesta etapa o processo logístico começa a entrar em um estado de “looping”,
Planejamento, Execução e Controle, conforme mostra a figura abaixo (Figura
04).
16
Figura 04: Ciclo Logístico Origem/ Consumo
• Ponto de Origem → Fornecedor: é aquele que inicia a execução ou dá
continuidade ao processo de produção de bens e serviços.
• Ponto de Consumo → Cliente: é aquele que recebe o produto ou
serviço em sua condição final ou não.
Na manufatura, isto é, dentro do canteiro de obras, existem vários clientes que
devem ser atendidos com a mesma eficiência destinada ao cliente externo
final, que é o objetivo de todo o esforço. Cada frente de serviço representa um
cliente interno que deve ser suprido, tanto de área de trabalho, serviço e mão
de obra como de matéria-prima para execução da respectiva tarefa. Estes
clientes internos ou, melhor referindo, agentes internos que intervém no
processo construtivo com a finalidade de fornecer algum tipo de serviço ou
produto no transcurso do desenvolvimento do empreendimento, podem ser
integrantes da própria empresa ou fornecedores externos a ela, ou seja,
fornecedores terceirizados (outsourcing).
No contexto industrial esse ciclo gira constantemente em uma linha de
produção. Tendo a obra como um conceito de indústria verificou que cada
atividade terá seu ponto de origem e ponto de consumo.
PONTO DE
ORIGEM
CLIENTE
PONTO DE
CONSUMO
FORNECEDOR
17
Uma alvenaria tem seu ponto de origem quando é dada por entregue uma
atividade que antecede a ela. Assim a equipe que iniciará a alvenaria recebe o
serviço de quem executou a viga baldrame, ou seja, os pedreiros de alvenaria
são clientes dos carpinteiros e armadores. A alvenaria será o produto final para
quem executará o chapisco e reboco.
Figura 05: Ciclo Logístico Origem/ Consumo visão especifica.
8. LOGÍSTICA GERAL
A Logística Geral é a logística de toda a obra, passando por etapas e
mudanças do início ao fim do empreendimento.
O planejamento de toda a logística da obra é desenvolvido de uma forma que o
dinamismo venha permitir as modificações de cada etapa. Buscando maior
ergonomia, acessibilidade, economia de material, equipamento e maior
produtividade.
“Modernos métodos construtivos fundamentados em modelos logísticos
como pré-industrialização e construção seca (dry construction), ou seja,
vigas, pilares, painéis de fachada pré-moldados, paredes ocas (drywall),
alvenaria estrutural, lajes treliçadas, etc. vêm sendo utilizados de
maneira bastante acentuada. A unitização de materiais e componentes
que facilitam a movimentação e a armazenagem também constitui um
fator de extrema importância nesse processo que, evidentemente, exige
equipamentos compatíveis como empilhadeiras, antes inimagináveis
FORNECEDORCLIENTE
CLIENTE FORNECEDOR
CLIENTE FORNECEDO
CLIENTE FORNECEDOR
Alvenaria
Chapisco
Reboco
Revestimento
ou Pintura
Viga Baldrame
Ou Estrutura
PONTO DE
CONSUMO
PONTO DE
ORIGEM
PONTO DE
CONSUMO
PONTO DE
ORIGEM
PONTO DE
CONSUMO
PONTO DE
ORIGEM
PONTO DE
CONSUMO
PONTO DE
ORIGEM
18
dentro de um canteiro. A mão de obra na construção civil vem se
aproximando cada vez mais da mão de obra do processo de
industrialização seriada e passa a necessitar de qualificação. O operário
da construção, antes sem exigências de qualificação, está passando de
um peão de obra e se tornando um montador industrial.” (Hélio Flávio
Vieira - Logística Aplicada à Construção Civil/ED.PINI,2006).
19
8.1. MOBILIDADE DA OBRA
8.1.1. TRANSPORTES VERTICAIS
Um dos maiores problemas logístico de uma obra é o transporte vertical de
materiais e pessoas.
É preciso definir os pontos de abastecimentos e a tecnologia a ser adotada em
função do fluxo de materiais a serem transportados.
O uso do elevador de Carga tipo guincho ou cremalheira deve ter sua
localização definida de forma a não interferir significativamente nas atividades
do início ao fim da obra.
A Lança telescópica, conhecida como Manitur, Skytrek ou Gradau. Ela está
especificada como equipamento para transporte Horizontal quanto vertical.
Porém sua lança é limitada de 12 a 14 m com capacidade de carga de 3200 kg
no comprimento mínimo e 800 no comprimento máximo.
Guindastes de esteira e patolamento → São equipamentos utilizados em
içamentos de grandes cargas até 220 ton., como montagens de pré-moldados.
O guindaste de esteira é o único com capacidade de realizar deslocamentos
horizontais de curtas distâncias.
Plataformas tipo Girafa ou Sanfonada; Capacidade para cargas de no máximo
600 kg na horizontal.
20
a) b)
Figura 06: a) Guindaste Esteira capacidade de 220 Ton, b) Plataforma
capacidade de 600 kg.
Figura 07: Elevador de Carga
Capacidade 800 kg.
Figura 08: Dumper
21
8.1.2. TRANSPORTES HORIZONTAIS
Alguns dos equipamentos citados na categoria de transporte de carga vertical
que também possuem mobilidade horizontal, mas não tão eficientes quanto aos
Caminhões Truncados que tem capacidade de levar cargas de até 20 ton. ou
18m3
.
A solução adotada para transportes de pequenas cargas ao logo de trechos
curtos é: carrinho plataforma com capacidade, de aproximadamente, 300 kg;
Girica; carrinho de mão e o Dumper.
8.2. SISTEMAS DE DRENAGENS PROVISÓRIOS
Toda obra ao ter sua data de início confirmada deve levar em consideração os
índices pluviométricos da região naquele período do ano. Assim, determinando
o serviço de drenagens provisórias como a principal atividade ou não em
execução da obra após a execução da terraplanagem e instalação de canteiro.
No caso do MGS (Metropolitam Garden Shopping) as chuvas castigaram muito
e comprometeram a produtividade da obra, retardando o avanço das atividades
de infraestrutura.
O valor muito alto do serviço de Drenagem provisória e a quantidade de rocha
encontrada no terreno acabaram inviabilizando a execução de tal drenagem,
assim comprometendo todo o cronograma geral da Obra.
Acredito que o custo com improvisos, perda de energia, material e desgaste da
mão de obra compensava e muito o investimento em um sistema de drenagem
provisório na obra. Foram utilizadas equipes de mais de 12 homens e 8
bombas submersas de 5 cv. É como o diz o termo conhecido, “Enxugar gelo”.
Pois, logo ao final da tarde ou na manhã seguinte, a chuva voltava.
No período de Dez/2011 à Fev/2012 enfrentamos grandes problemas com
acesso de carretas e guindaste para a execução das estruturas do de concreto
pré-fabricado.
22
Figura 09: Drenagem provisória localizada no Bordo do acesso da obra.
8.3. ESTOQUE DE MATERIAIS
Com o aumento da demanda da construção civil, o mercado brasileiro vem
enfrentando um grande problema, a falta de material.
Alguns insumos já estão apresentando uma dificuldade muito grande de ser
produzidos, principalmente em função de sua matéria prima.
Muitos fornecedores não conseguem cumprir seus prazos de entrega em
função do grande volume de sua produção.
Assim sendo, é necessário criar um estoque de Rotatividade, por exemplo:
mantendo um volume de 600 sacos de Cimento em obra, com o consumo de
90 sacos por dia e com entregas constantes de 300 sacos a cada 3 dias,
teremos uma reserva de 3 dias ,caso a próxima entrega venha a atrasar.
Na realidade nem todas as obras são provida de espaço para estocagem de
material.
“Os profissionais que atuam no almoxarifado são informados
sobre as compras efetuadas para monitorar as entregas e se antecipar a
eventuais atrasos ou outros problemas. Com essas ações, os espaços
para armazenamento dos materiais podem ser determinados
23
previamente.” (Revista téchne, Edição 181, Abril de 2012. Editora Pini
Pág. 20.)
A obra do Shopping possui muita área para estoque, porém a maior parte é
exposta ao tempo. Nesta situação às vezes se torna mais difícil à locação das
baias, pois o dinamismo da obra e a quantidade de atividades a serem
executadas, precisamos frequentemente mudar os materiais de lugar. Essas
manobras permitem manter os acessos de veículos da obra que também
sofrem mudanças constantes.
Uma solução adotada foi estocar os materias do serviço de alvenaria, bloco e
argamassa, ao longo das lajes próximas aos pilares nos apoios com as vigas.
Após o início da execução dos pisos, novas áreas para deposito de materiais
surgiram. (Ver Figura 10 )
Figura 10 - a Figura 10 - b
Figura 10: a e b - Espaço destinado a Estoque de materiais após execução do
piso em concreto.
24
Figura 11: Estoque de Blocos ao longo
do acesso da Obra.
Figura 12: Estoque de materiais de
grande volume.
8.4. CRONOGRAMAS DE ENTREGAS DE MATERIAIS
Um cronograma de material é um documento que informa todas as previsões
de datas de entrega e qual o volume do material a ser entregue na obra
alinhado com o Cronograma geral de Atividades.
Se determinada atividade de alvenaria está programada para iniciar em 20
dias, o cronograma de materiais permitirá que os insumos necessários para
iniciar esta atividade estarão na obra em 5 dias, ou seja, 15 dias de
antecedência antes do início da atividade.
Determinados insumos como cerâmica para revestimentos necessitam de às
vezes 6 meses de antecedência para que ele chegue na obra sem problema
algum.
25
9. LOGÍSTICA PONTUAL
Para cada atividade deve ser planejada a mobilização dos materiais
necessários para a execução do serviço.
• Alvenaria: Instalação da Betoneira próxima à frente de serviço, escolha
do andaime, abastecimento com ponto de água e energia, estoque de
materiais consumidos no dia próximo central de massa, transporte
vertical de massa pronta e distribuição da massa.
• Execução de fachada, reboco externo: verificar quais as alternativas
mais viáveis para montagem de andaime fachadeiro ou andaime
suspenso (Balancinho), levando em contra a relação custo do
equipamento, tempo de montagem e desmontagem, produção e
segurança.
• Pavimento rígido de concreto: é necessário o preparo da base com a
utilização de BGS, nivelamento, execução de forma, armação e
concretagem. Deve-se considerar para esta atividade em específico
conforme a CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão)
quanto a cura do concreto e para dosagem do aditivo retardador de
pega.
• Execução da obra em turnos excepcionais.
Em relação ao último tópico acima “execução da obra em turnos excepcionais”
tem-se que a grande maioria das obras trabalha em apenas um único turno.
Conforme for a evolução de seu cronograma há a necessidade da criação de
um segundo ou terceiro turno de serviços.
Um dos grandes problemas encontrados na obra do MGS (Metropolitan Garden
Shopping) é a provisão de mão de obra qualificada. A região não oferece a
demanda suficiente, sendo assim, necessária a contratação de funcionários de
outras regiões do país.
26
As maiorias das empresas não dobram a quantidade de funcionários, apenas
estendem o horário de seu efetivo. Funcionários que trabalham mais de 12
horas ao dia tem sua qualidade de serviço e produtividade comprometida.
A equipe que forma a comição de obra também é condicionada a acompanhar
o efetivo da produção.
Assim a probabilidade de aumento dos vícios de obras é muito grande, pois o
desgaste físico e mental do trabalhador é revelado em seu serviço, gerando
assim reincidências e futuras patologias.
A necessidade de se manter no prazo do cronograma é muito grande, mas não
se extingue de prezar pela qualidade do serviço.
Para tanto, será adotado um Plano de Ação, levando-se em conta:
• Contratar uma equipe de fiscalização.
• Contratar mais empreiteiro para aumentar a produção.
• Executar instalação de Holofotes para melhorar a visibilidade.
• Criar um novo horário para abastecimento dos pavimentos.
• Em resumo, é necessário contratar a maior parte do efetivo fiscalizador
e de apoio, como: Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro fiscal
de Obra, operador de Betoneira, Elevador de Carga, operador de Lança
Telescópica, Técnico. Em Edificações, tem-se: Bombeiro, Eletricista,
Encarregado, Mestre de Obra e outros.
• Abastecimento de Água
A Obra possui um posso artesiano com vazão de 1,77m3
/h. Sabendo da
grande demanda da obra foi necessário elaborar um sistema de abastecimento
composto, de caixas d’água de 500L, 5.000L e 10.000L de polietileno, bombas
de recalque, bombas submersas, mangueiras de 300psi e conexões.
27
O posso possui uma bomba, submersa de 1/4cv que lança até 80mca, que
abastece o reservatório de duas caixas de 5.000L.
Existem duas bombas de 3cv 80mca, uma delas abastece os canteiros e outra
abastece a obra. Hoje a demanda do canteiro é de 12.000L/dia e a da obra é
de 14.000L/dia. No total de 26.000L/dia.
Conforme o efetivo aumenta, as demandas por água também aumentam,
assim como o consumo de água para a cura dos capeamentos das lajes pré-
moldadas. Verificamos a necessidade de aumentar o reservatório de 5.000L
para 50.000L.
Assim permitindo que a bomba do poço trabalhe 20 horas e pare por 4 horas,
criando um espaço para descanso e evitando o desgaste prematuro do
equipamento.
Posteriormente a execução do reservatório inferior do Shopping foi antecipada
para utilizarmos no abastecimento da obra.
28
10. LOGÍSTICA ORIENTADA PARA RECURSO
A logística orientada para recursos é o gerenciamento de diferentes recursos
(capital, materiais e pessoas) necessário para a fabricação de produtos a
serem entregues aos clientes finais.
A logística está atrelada ao planejamento pelos processos do sistema de
qualidade. Devem-se levar em conta os itens abaixo:
• Capital: A disponibilidade do recurso financeiro que move o
empreendimento geralmente é criada em função de cronogramas físicos
financeiros. Assim evitando a descapitalização monetária de tal recurso.
• Materiais: As validações do fornecedor serão realizadas pelos
compradores (Suprimentos) coletando informações da própria obra. A
qualidade do insumo, os prazos de entrega, a integridade física e
química, devem estar de acordo com as necessidades planejadas em
projeto atendendo as NBR’s e com o cronograma de entrega de
materiais.
• Pessoas: É necessário que entremos na área da administração, onde o
capital humano tem como foco principal a administração de conflitos.
29
11. LOGÍSTICA ORIENTADA PARA A INFORMAÇÃO
Refere-se à gestão de informações como fonte de vantagem competitiva. Mas,
apenas o fluxo de produtos. O sistema logístico está diretamente envolvido
com o fluxo de informações (e.g., disponibilidade de produtos, prazo de
entrega, necessidades dos clientes). Envolve o processo de Compras da
empresa desde a requisição de material até mesmo a entrega do Insumo na
obra pelo fornecedor.
A existência de um software de gerenciamento permite uma mobilidade de
informações muito grande.
As requisições feitas pelos encarregados e mestres de obra, são geradas
através de recibos em duas vias, uma fica com o requerente e a outra no
Almoxarifado. O Almoxarife passa para o Assistente de suprimentos que coleta
assinatura do Supervisor de Obra.
Após a pré-aprovação é aberta uma solicitação de Compra. O Comprador no
Escritório central Coleta os orçamentos com os fornecedores buscando montar
um Mapa de Orçamento. Este mapa é enviado para o Diretor da empresa
liberar a aprovação. Sendo Liberada esta solicitação é enviada para o
fornecedor em forma de Ordem de Compra.
Porém, a maioria dos insumos solicitados sofrem estrangulamentos em várias
partes do processo, gerando assim, uma morosidade na entrega de material na
obra. Primeiramente, não existe uma cooperação mutua entre os
colaboradores, pois muitos não conhecem o processo e não fazem a requisição
de material de forma correta, solicitando assim, verbalmente, os materiais
necessários.
Quando a requisição é feita e chega a ser aberta uma solicitação, o pedido fica
parado com o comprador em função de não saber a prioridade daquele
material na obra. Assim, deixando para segundo plano aquele insumo que
poderá ser de grande importância na obra.
30
Quando o Mapa de orçamento chega até a mão do diretor, o mesmo em muitas
das situações não tem tempo para analisar as propostas e ainda não autoriza
em função de julgamento prematuro da real necessidade de tal material em
obra.
Todos estes processos poderiam estar funcionando com uma veiculação de
informações mais dinâmicas e eficientes. Em média os processos duram de 10
a 15 dias corridos para o insumo chegar à obra.
11.1. PLANO DE AÇÃO
Todo semana é criada uma lista de prioridade dos materiais que já foram
solicitados. Então é feito um monitoramento daquele insumo no prazo de 7 dias
para verificar em qual das etapas do fluxograma o processo está.
Existem três personagens fundamentais que fazem parte do processo de
Compras de uma Obra.
• Engenheiro de Projetos: Engenheiros de projeto estabeleciam as
especificações para novos itens, muitas vezes em conjunto com o
pessoal do fornecedor.
• Planejador de materiais: Os planejadores de materiais mantinham os
estoques das fábricas em níveis apropriados, primeiramente indicado
aos compradores quando ordens de reposição seriam necessárias.
Planejadores de materiais tralham próximo aos planejadores de
produção.
• Comprador: Compradores corporativos localizavam itens solicitados
pelos engenheiros de projeto, colocavam as primeiras ordens para
novos itens e faziam compras únicas de itens tais como bens de capital
ou computadores.
Toda atividade deve ser programada e alinhada com um Cronograma de
Entrega de Materiais da obra.
31
A Maior problemática encontrada no dia a dia da obra não é o atraso da
chegada do material na obra, mas sim a morosidade na reposição dos insumos
que estão em constante consumo nas atividades já iniciadas. Onerando assim,
o custo da atividade com a perda de Hora/homem e máquinas parados na
obra. Segue abaixo o Fluxograma de Suprimentos:
Figura 13: Fluxograma de suprimentos
Obra
Aprovação
Validação
Diretor
Fornecedor
Supervisor de Obra
Ordem de Compra
Mapa de Orçamento
Comprador
Solicitação de compras
Assistende de Compras
Almoxarife
Requisição de Material
32
12. LOGÍSTICA REVERSA
“Logística Reversa é o processo de planejamento, implementação
e controle eficiente (Inclusive em custos) de Matérias-primas, materiais
em processo, produtos acabados e informações relacionadas do ponto
de consumo para o ponto de origem para atender às necessidades de
recuperação de valor e/ou obter o descarte correto/controlado.” (PUCCI,
RICARDO BASILE Logística de resíduos da construção civil atendendo
à resolução CONAMA 307/R.B)
12.1. TRATAMENTO DE ENTULHO E RESÍDUOS
O setor da construção civil produz em média 20% do entulho, onde 90% têm
condições de voltarem para a cadeia produtiva em forma de insumos
reciclados. Assim começa a integrar as discussões a respeito do controle e da
responsabilidade pela destinação de seus resíduos sólidos.
A Resolução n.º 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), da Lei Federal 12305 e da Lei Estadual 18031, que instituíu a
política de resíduos sólidos.
A geração de entulho está ligada diretamente com a falta de planejamento e
com o mau dimensionamento do volume de material a ser utilizado.
As atividades que mais apresentam esse desperdício em uma obra são: as de
alvenaria, revestimentos cerâmicos e Produção de argamassa e concreto.
Hoje já é possível encontrar usinas de recondicionamento de alguns materiais.
Porém, ainda não conseguem atender a demanda produzida na região
metropolitana de Belo Horizonte.
33
A obra do MGS (Metropolitam Garden Shopping) possui algumas atitudes
baseadas em uma Logística Reversa que permitem um controle eficiente de
Matérias-primas e materiais em utilização.
Resíduos como plástico, embalagens de papelão cartonado (sacos de
argamassa e cimento), são passiveis de reciclagem, mas para isso é preciso
uma orientação quanto à prática dessa atitude.
Disponibilizamos uma equipe que fica responsável pelo recolhimento destes
materiais. Cada encarregado assume uma postura como colaborador e
controla as baias destes resíduos.
Resíduos como retalhos de madeira e aço também recebem o mesmo
tratamento dos anteriores, porém foi criado um processo de premiação para a
equipe de reciclagem. O plástico, aço e a madeira, são vendidos e o dinheiro é
distribuído entre 8 colaboradores, afim de motivá-los a uma melhor motivação
de suas atividades.
O entulho proveniente de execução de alvenaria e restos de argamassas,
concreto e gesso, tem as caçambas como destinação devida.
Figura 14:Local destinado as Caçambas.
Todas as empresas de caçamba devem estar devidamente regulamentadas
conforme o Decreto Municipal 14060 de 06 de agosto de 2010 – que regula a
lei 8.616, no que se refere ao licenciamento das empresas que do setor.
34
Reaproveitamento do material extraído do solo, matacões provenientes de
desmonte de rocha por detonação são selecionados e levados para o britador.
Este material é utilizado para estabilização do terreno como base para
pavimentação.
Figura 15– Britadeira produzindo
rachão.
Figura 16 – Escavadeira removendo
matacões.
12.2. CONTRIBUIÇÃO DA LOGÍSTICA NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
A logística procura solucionar entre outros problemas o de descontinuidade de
produção e de estoques desnecessários, fatos que repercutem diretamente na
produtividade e nos custos. Uma supervisão e um controle mais contundente
entre atividades intervenientes irão minimizar problemas relacionados à
descontinuidade como a falta de materiais e mão de obra. Por outro lado, irá
também prevenir problemas de interferências entre tarefas, fazendo com que a
tarefa executada anteriormente se constitua na área de trabalho adequada
para a tarefa posterior, impedindo retrabalhos e perdas de tempo. Outro
aspecto que pode contribuir significativamente para minimização dos
problemas é a escolha de técnicas construtivas e relacionamentos com
fornecedores baseados em inovações tecnológicas. Sendo assim, são
necessárias e imprescindíveis medidas prévias para encaminhar uma
35
construção a bom termo através de um planejamento criterioso que envolva
fatores importantes e fundamentais, como:
• Projetos construtivos das diversas disciplinas perfeitamente
compatibilizados e detalhados, especialmente entre as interfaces;
• Projetos construtivos com definição clara da previsão dos prazos de
execução das tarefas;
• Controle logístico rigoroso e contínuo de todas as atividades dentro do
canteiro, de maneira que o fluxo dessas atividades ocorra com o mínimo
de interferências;
• Conhecer índices de produtividade das equipes e a qualidade dos
serviços para o dimensionamento correto das mesmas;
• Escolha adequada de técnicas construtivas, compatíveis com os
aspectos logístico-estruturais e especialmente com os prazos de
execução;
• Formação de parcerias estratégicas com os fornecedores, baseadas na
confiança mútua;
• Adoção de sistemas e tecnologias de informação que promovam o fluxo
dessa informação de maneira ágil e eficiente, tanto interna como
externamente.
Resumindo e direcionando a logística aplicada à construção civil, diz-se que é
o processo de planejar, implementar, integrar e controlar, de forma eficiente e
eficaz, o fluxo de recursos materiais e humanos, de serviços, de armazenagens
e de informações associadas, a partir dos fornecedores até o cliente final,
objetivando, com isso, o atendimento às necessidades desse cliente. Deve-se
destacar que entre os extremos "fornecedores" e "cliente final" existe uma
gama muito grande de "clientes intermediários" dentro da cadeia de
suprimentos, que devem ser atendidos coordenados e integrados com o
36
mesmo interesse, pois somente assim os objetivos pretendidos serão
alcançados.
37
13. CONCLUSÃO
As atividades de suprimento e armazenagem de materiais, transporte e
movimentação e circulação no canteiro de obras, segundo FARAH (1992), são
consideradas pontos de estrangulamento importantes na atividade da
construção civil. Por outro lado, LAUFER (1985) afirma que, apesar de os
materiais terem maior participação no custo final da obra, é a mão de obra que
faz movimentar os materiais e impulsiona a manufatura, residindo aí o maior
potencial de redução de custos e aumento da eficiência, sob o controle do
gerente da obra e sendo dele que depende a eficácia do objetivo a ser atingido.
Entende-se que ambas as considerações são extremamente fundamentadas e
é onde reside efetivamente o ponto merecedor de todas as atenções e de uma
forma contundente. Deve-se considerar, por outro lado, que para possibilitar
essa tomada de ação são necessários um grande controle, coordenação e
integração de todos os agentes envolvidos no processo, tanto os internos como
os externos. E é essa exatamente a finalidade de um processo logístico, que
embasado em sua metodologia operacional e, com certeza, numa tecnologia
de informação eficaz, pode tornar possível alcançar o objetivo pretendido.
Mas para isso é necessária à conscientização dos problemas existentes, das
ferramentas que possam solucioná-los e, principalmente, da determinação em
atingir os objetivos propostos. (Flávio Vieira)
38
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
PUCCI, RICARDO BASILE Logística de resíduos da construção civil
atendendo à resolução CONAMA 307/R.B.Pucci. – Ed.rev.—São Paulo,2006
137p.
LOGÍSTICA E OPERAÇÕES GLOBAIS: Texto e casos/ Philippe-Pierre Dornier
... [et al.] – São Paulo: Atlas,2000.
VIEIRA, HÉLIO FLAVIO Logística aplicada à construção civil : como
melhorar o fluxo de produção nas obras / Hélio
Flavio Vieira. — São Paulo : Editora Pini, 2006.
FARAH, M. F. S. Tecnologia, processo de trabalho e construção
habitacional. São Paulo: Tese de Doutorado.
Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, USP, 1992, 296 p.
LAUFER, A. On site performance improvements programs. Journal of the
Construction Engineering and Management,
ASCE, vol. 111, n° 1, mar. 1985.

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Logística na Construção Civil

  • 1. ESCOLA DE ENGENHARIA KENNEDY MARCELO BRUNO DE AGUIAR OLIVEIRA LOGÍSTICA EM IMPLANTAÇÃO DE OBRA BELO HORIZONTE 2012
  • 2. I MARCELO BRUNO DE AGUIAR OLIVEIRA LOGÍSTICA EM IMPLANTAÇÃO DE OBRA Monografia apresentada na Escola de Engenharia Kennedy, para cumprimento das exigências para a obtenção do grau de engenheiro civil sob a orientação do Prof.a Kátia Valéria Carvalho. BELO HORIZONTE 2012
  • 3. II MARCELO BRUNO DE AGUIAR OLIVEIRA LOGÍSTICA EM IMPLANTAÇÃO DE OBRA Monografia apresentada na Escola de Engenharia Kennedy, para cumprimento das exigências para a obtenção do grau de engenheiro civil sob a orientação do Prof.a Kátia Valéria Carvalho.
  • 4. III Banca Examinadora das Faculdades Kennedy, composta pelos membros: _______________________________________ Prof.a Kátia Valéria Carvalho _______________________________________ Prof. a Ana Cecília Estevão _______________________________________ Prof.a Maria Heloisa V. P. Pedrosa Belo Horizonte 2012
  • 5. IV DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, familiares, principalmente a minha esposa Luciene Miranda Santos Aguiar e minha filha Marcelle Miranda Santos Aguiar, amigos e a todos aqueles que contribuíram para a realização do mesmo.
  • 6. V AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pela sabedoria, posteriormente a orientadora Prof.a Kátia pela paciência, interesse, dedicação e por me auxiliar no desenvolvimento deste trabalho. Ao Prof. Marco Antônio, pelas discussões sempre produtivas e por fornecer, sempre de forma ágil, todos os dados que solicitei.
  • 7. VI RESUMO O estudo de uma Logística de Implantação de Obra é fundamental para alcançar a eficiência, efetividade, otimização e qualidade na execução das atividades da construção civil. O aumento do controle da obra se faz necessário e obriga as empresas de construção a investirem cada vez mais no planejamento Logístico e na programação das atividades. Este trabalho aborda a importância da Logística Operacional durante toda a execução de empreendimentos de construção civil. Foi elaborado um estudo de caso em uma obra de construção de um Shopping, localizada na cidade de Betim, onde foram apontadas algumas falhas e causas, soluções e sucessos. Mostrando que um processo logístico, ou a falta dele não atinjam somente bons resultados. O trabalho objetivou em coletar, processar e analisar as informações fornecidas de forma empírica e com base em bibliografias que abordam o assunto dos mecanismos logísticos aplicados no decorrer da obra, assim podendo mostrar os erros, causas e consequências de uma má gestão na implantação deste empreendimento. Palavras-chave: Logística, Implantação.
  • 8. VII ABSTRACT The study of a Logistics Implementation of Work is central to achieving efficiency, effectiveness, optimization and quality in the execution of construction activities. The increased control of the work is necessary and requires construction companies to invest more in logistics planning and programming activities. This paper addresses the importance of Logistics Operating throughout the execution of construction projects. A study of case in a construction of a Shopping Mall, located in Betim, where they were pointed out some flaws and causes, solutions and successes. Showing that a logistic process, or lack of it not only achieve good results. This work aimed to collect, process and analyze information provided an empirical and based on bibliographies addressing the matter of logistics mechanisms applied in the course of the work, so may show errors, causes and consequences of mismanagement in the deployment of enterprise. Keywords: Logistics, Implantation.
  • 9. 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................03 2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................04 3 OBJETIVO......................................................................................................05 4 METODOLOGIA.............................................................................................06 5 CONCEITO DE LOGÍSTICA..........................................................................07 5.1 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA................................................................08 6 CADEIA DE SUPRIMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL..............................10 7 ESTUDO DE CASO........................................................................................12 8 LOGÍSTICA GERAL.......................................................................................17 8.1 MOBILIDADE DA OBRA.........................................................................19 8.1.1 TRANSPORTES VERTICAIS........................................................19 8.1.2 TRANSPORTES HORIZONTAIS...................................................20 8.2 SISTEMAS DE DRENAGENS PROVISÓRIOS.......................................21 8.3 ESTOQUE DE MATERIAIS.....................................................................22 8.4 CRONOGRAMAS DE ENTREGAS DE MATERIAIS...............................24 9 LOGÍSTICA PONTUAL..................................................................................25 10 LOGÍSTICA ORIENTADA PARA RECURSO..............................................28 11 LOGÍSTICA ORIENTADA PARA A INFORMAÇÃO...................................29 11.1 PLANO DE AÇÃO.................................................................................30 12 LOGÍSTICA REVERSA ...............................................................................32 12.1. TRATAMENTO DE ENTULHO E RESÍDUOS......................................32 12.2. CONTRIBUIÇÃO DA LOGÍSTICA NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS................................................................................34 13 CONCLUSÃO...............................................................................................37 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .....................................................................38
  • 10. 2 SUMÁRIO DE FIGURAS Figura 01: Situação do MGS BR 381- 492 km-Betim/MG..............................12 Figura 02: Panorâmica da Obra MGS BR 381-492 Km a Direita..................12 Figura 03: Canteiro de Obra............................................................................14 Figura 04: Ciclo Logístico Origem/ Consumo...............................................16 Figura 05: Ciclo Logístico Origem/ Consumo visão especifica..................17 Figura 06: Guindaste Esteira capacidade e Plataforma capacidade ........20 Figura 07: Elevador de Carga Capacidade 800 kg.......................................20 Figura 08: Dumper...........................................................................................20 Figura 09: Drenagem provisória localizada no Bordo do acesso da obra.............................................................................................................22 Figura 10: a e b - Espaço destinado a Estoque de materiais após execução do piso em concreto.......................................................................................23 Figura 11: Estoque de Blocos ao longo do acesso da Obra......................24 Figura 12: Estoque de materiais de grande volume....................................24 Figura 13: Fluxograma de suprimentos.......................................................31 Figura 14:Local destinado as Caçambas......................................................33 Figura 15– Britadeira produzindo rachãoLLLLLLLLLLLLLLL34 Figura 16– Escavadeira removendo matacões.............................................34
  • 11. 3 1. INTRODUÇÃO Ao longo de alguns anos a Construção Civil vem estudando formas e métodos que minimizem os impactos na queda da produtividade. O desperdício, prazos e retrabalhos, estão ligados diretamente com a gestão dos suprimentos. Assim, encontra-se no processo logístico uma forma de impulsionar a produção. Apesar de existir um sistema de qualidade focado na necessidade do consumidor, encontra-se ainda grande quantidade de desperdícios e improvisações no canteiro de obras da construção civil. A falta de integração entre projetos, administração dos materias, de mão de obra qualificada no mercado, de racionalização dos processos e a constantes alterações dos projetos no decorrer do processo construtivo, são as principais causas da redução dos índices da produtividade. O Objetivo Global da otimização de qualquer sistema logístico é maximinizar a lucratividade. Ao observar o relacionamento entre as três dimensões no modelo de logística global, podemos identificar a melhor orientação para uma empresa. Sendo assim, foram definidos três tipos básicos de orientação: (Pág.,88 Parte I – Estratégias de logísticas e operações Globais). 1. Todos os processos logísticos são voltados para o seguimento industrial abordando as questões de Transportes e Suprimentos. 2. Um dos maiores problemas encontrados em obra é a indefinição e limitação de uma logística Operacional. 3. Levando aos seguintes pensamentos: • A Logística é uma ferramenta do Planejamento ou o Planejamento é uma ferramenta da Logística? • Pensar antes de fazer ou partir fazendo sem pensar? • Antecipar possibilidades de acontecimento e proagir ou improvisar quando acontecer, e reagir?
  • 12. 4 2. JUSTIFICATIVA Este trabalho tem como objetivo mostrar ferramentas e criar estratégia para diversas atividades da Construção Civil, buscando resultados cada vez melhores, como: qualidade, prazo e economia. Apresentar uma Logística Operacional, voltada para os processos executivos e não somente para Transportes e Suprimentos. Acrescentar mais um conceito logístico aplicado para a execução de obras. Apontar alguns parâmetros de Organizações e Métodos aplicados a tomadas de decisões Planejamento, Logística e Qualidade.
  • 13. 5 3. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo induzir uma mudança de postura na Construção Civil, trazer várias propostas e soluções para algumas atividades encontradas no setor e que serão abordadas em um Estudo de Caso. Dentre estas propostas e possíveis soluções, serão abordados: o Logística Geral o Logística Pontual o Pontos de Origem o Pontos de Consumo o Logística Reversa o Logística orientada para recurso o Logística orientada para a informação
  • 14. 6 4. METODOLOGIA A metodologia empregada caracteriza-se em pesquisas em livros, normas, sites especializados e vivência dentro dos canteiros e escritório de Obra. Espera-se com este estudo contribuir para a conscientização da necessidade da elaboração e aplicação do plano logístico de uma obra, mostrando os passos para a execução de uma logística Operacional e desenvolver o conceito da logística como um método de planejamento e execução de obra.
  • 15. 7 5. CONCEITOS DE LOGÍSTICA Segundo o pensamento do estudioso de logística ULZE (1974), a logística existe desde os tempos mais remotos das atividades produtivo-comerciais, quando o homem primitivo produziu no próprio local mais do que poderia consumir. As atividades de transporte, armazenagem e comunicações iniciaram-se antes mesmo da existência de um comércio ativo entre regiões vizinhas. Deve-se entender, na verdade, que a logística sempre existiu, de uma forma potencial e não tão integradora como hoje, porém sempre existiu. O que ocorre é que, em vista da evolução tecnológica nos sistemas produtivos e as exigências da globalização, hoje ela está sendo destacada como um condicionante estratégico ou como um diferencial competitivo. A logística, num passado recente, foi vista apenas com envolvimento na atividade de transporte na distribuição física, evoluindo também para um processo de suprimento de materiais por fornecedores externos. Ganhou maior abrangência nos anos de 1980, quando as organizações perceberam sua importância na administração integrada dos processos de suprimentos, produção e distribuição física. A partir do início desse processo de integração, consolidado pela obtenção de significativos resultados relacionados ao aumento de produtividade e à melhoria do nível de serviço ao cliente. As empresas elegeram a logística como um instrumento de integração de toda a cadeia de negócios, envolvendo clientes, fornecedores e todos aqueles relacionados diretamente ou indiretamente com a produção. A percepção da necessidade de integração não foi somente em relação ao ambiente interno da empresa, mas também fora dela, constituindo uma rede de organizações integradas desde os fornecedores de matéria-prima até os consumidores finais. A esta constituição integrada foi dado o nome de cadeia de suprimento, onde a logística desenvolve seu potencial e naturalmente se transformou na visão da logística moderna.
  • 16. 8 5.1. EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA Utilizada nas guerras ao longo dos séculos, a logística foi implementada no exército com a finalidade de ser, na retaguarda, um setor estratégico. Sua finalidade consistia em fazer o planejamento militar, que compunha o estudo do adversário (pontos fortes e vulneráveis), a definição das frentes de batalha, movimentação e deslocamento das tropas e equipamentos, e programação das equipes de apoio (abastecimento técnico e equipamentos). O exército sempre foi sinônimo de disciplina e obediência hierárquica e talvez tenha sido esse o verdadeiro motivo para o grande sucesso da logística. Ela foi criada e desenvolvida nesse ambiente, apresentando como características todas essas virtudes e ainda a de ser integradora. Era um setor departamental com autonomia plena de planejamento, diretamente ligado às decisões do comando geral. Fazia a consolidação das informações e do potencial dos setores. Baseado neles utilizava todos os recursos disponíveis, com o objetivo de alcançar as metas do grupo (VERLANGIERE, 1998). Durante a Segunda Guerra Mundial, os modelos logísticos foram amplamente empregados de forma a assegurar que as tropas, equipamentos bélicos, suprimentos, etc., estivessem posicionados no lugar e no momento certo de sua utilização. A evolução da logística no âmbito empresarial ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, devido às características reinantes, como: a logística desenvolvida para fins militares, que possuía extrema afinidade com as atividades empresariais; começaram a surgir alterações nos padrões e exigências dos consumidores; grandes pressões por reduções nos custos; e, principalmente, os avanços tecnológicos e de comunicação ocorridos em consequência da guerra. Sendo assim, surgiu a Logística Empresarial (BALLOU, 1993). O emprego da logística de uma forma totalmente integrada, como uma estratégia capaz de criar dentro das empresas uma sincronização entre todas as suas atividades, é considerado ainda recente. Nos EUA e na Europa seu emprego era na distribuição de produtos acabados, tanto que a maior entidade
  • 17. 9 sobre o assunto, formada por um dos mais conceituados grupos de profissionais de logística, o Conselho de Administração Logística (Council of Logistic Management), quando fundado em 1960 se chamava Conselho Nacional de Distribuição Física (National Council of Physical Distribution), e assim permaneceu até 1985 (MOURA,1998). Nesse período a logística começou a ganhar importância, principalmente, em relação às redes de distribuição e a administração de materiais das empresas. À distribuição física, que já era encarada de uma forma diferencial, juntou-se a administração de materiais e ambas passaram a ter um tratamento especial no que se refere ao fluxo logístico. Caracterizou uma época em que as empresas gradualmente passavam de uma gestão fragmentada de processos individuais (transportes, compras, movimentação, armazenagens) para uma gestão integrada de funções relacionadas. “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”. 1 “Logística é a parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla, de maneira eficiente e efetiva, o fluxo direto e reverso e a armazenagem de bens, serviços e informações relacionadas entre o ponto de consumo, de modo a atender as necessidades dos clientes”. (Council of Logistics Management)
  • 18. 10 6. CADEIA DE SUPRIMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL A indústria da construção civil diferencia-se de forma significativa de outras indústrias manufatureiras seriadas em sua concepção geral. Enquanto uma indústria seriada apresenta a sede manufatureira fixa, equipamentos e força de trabalho bem definidos, duradouros e contínuos, linhas de montagem com operações repetitivas e constantes, a construção civil encontra-se na contramão, apresentando peculiaridades inerentes a si. A manufatura, quando relacionada à atividade da construção civil, apresenta peculiaridades e especificidades como: • Produto imóvel (linha de produção imóvel), ou seja, são os operários que se deslocam ao longo dos postos de trabalho. • Indústria móvel, os processos, mão de obra, matérias-primas e equipamentos mudam de local para local. • Emprego da mão de obra tem caráter eventual e suas possibilidades de promoção são pequenas, gerando baixa motivação para o trabalho. • Mão de obra desqualificada e alta rotatividade no setor. • Tempo elevado de produção de uma unidade do produto. • Custo de produção de uma unidade do produto extremamente elevado. • Produção sujeita às intempéries → o produto é totalmente exposto durante sua produção. • Sem padrão contínuo de procedimentos e de responsabilidades. • Complexidade do sistema produtivo, ou seja, são envolvidas especificações complexas e muitas vezes confusas, projetos executivos normalmente com obras em andamento
  • 19. 11 • Cria produtos únicos e não seriados → encaminha a um padrão de baixa repetitividade. • Grande variedade de itens de insumos → são envolvidos em torno de 13.000 a 15.000 itens por produto executado. • Responsabilidades muitas vezes dispersas → zonas sem responsáveis explícitos. • Muitos processos artesanais com possibilidades limitadas para automatização. • Interferência e interveniência entre tarefas, operações unitárias em paralelo → equipes de pedreiros, azulejistas, encanadores, eletricistas, marceneiros e outros, etc. • A cadeia de suprimentos não apresenta distribuição física; o cliente final é que vai atrás do produto, e não o produto que é levado a este.
  • 20. 12 7. ESTUDO DE CASO O Metropolitan Garden Shopping é uma obra de 100.291,99 m2 de área construída em 4 pavimentos, possui mais de 352 lojas, 1820 vagas de estacionamento, realizada com estrutura de concreto pré-fabricado, de laje alveolar. Considerado o maior shopping da região metropolitana de Belo Horizonte. Figura 01 - Situação do MGS BR 381- 492 km-Betim/MG Figura 02 – Panorâmica da Obra MGS BR 381-492 Km a Direita.
  • 21. 13 A proposta de um empreendimento como o Metropolitan Garden Shopping, tem como objetivo promover a economia local, desenvolvimento regional, valorização imobiliária, empregabilidade, cultura e lazer. Constitui as forças determinantes da Logística: Negócios, Consumidores, Tecnologia, Comércio e Governo. Quando se inicia a execução de um empreendimento dessa magnitude, deve ser considerado o processo de planejamento, implementação e controle de bens e serviços. É necessária uma verdadeira estratégia de guerra a fim de se alcançar os objetivos proposto deste e de qualquer outro empreendimento. Dessa forma, para a implementação de uma administração logística neste e qualquer outro sistema construtivo, deve-se previamente, ser tomadas medidas mais amplas relacionadas com atividades relevantes às quais compreendem: • Planejamento e gestão da produção; • Planejamento do canteiro de obras; • Provisão de recursos materiais; • Provisão de mão de obra qualificada, e; • Fluxo de informações eficiente associado a uma tecnologia de informação compatível. A logística tem sido uma excelente ferramenta para promover todas as etapas de uma obra. Na realidade todo empreendimento deve conter um processo de planejamento e gestão da produção no início, meio, fim e pós-obra. No início da obra, todas as etapas devem ser contempladas de forma global conhecida como Logística Geral. As documentações, como licenciamento, alvará de obra, carta de início de obra, licenciamentos ambientais, bota fora, as ART’S de cada projeto e principalmente, dos responsáveis pelas execuções.
  • 22. 14 Todo este processo faz parte de uma Logística de Informações, devidamente amarrado ao sistema de gestão de qualidade. O planejamento do canteiro de obra deve ser desenvolvido de tal forma que as instalações o considerem como uma extensão da empresa contratada para executar a obra. Hoje em dia é cada vez mais comum existirem contratos de administrações parciais de obra. Assim dividem o empreendimento em várias partes. Infraestruturas, terraplanagem, supraestrutura, instalações, Climatização e Construção civil. Cada parte da obra foi destinada a uma empresa, onde foi elaborado um consórcio a fim de se dividir os custos com energia elétrica, água e sistema de coleta de resíduos. As instalações das áreas de convivência devem ser dimensionadas conforme a NR 18, segurança do trabalho. Figura 03: Canteiro de Obra.
  • 23. 15 Quando se trata de qualquer atividade que envolva pessoas, devemos mobilizar no mínimo as condições humanas básicas como, água, esgoto e energia. Assim já definidos todo o processo de mobilização da obra, é preciso definir os locais de armazenamento dos insumos para as atividades iniciais, como pátios para estacionamento de maquinários e caminhões, área para estocagem de materiais, como as baias, contêineres, galpões. Providenciar equipamentos como palheteiras ou lanças telescópicas para agilizar a descarga e mobilidade de insumos paletizados, tais como: argamassa, cimento, cal, gesso, cerâmica, blocos, tijolos e outros. Haja vista que todo o material necessário para as atividades iniciais, já se encontram devidamente estocados na obra e próximos às frentes de serviço, mobilizaremos o efetivo. Voltando ao processo de logística da informação, todo empreiteiro deve apresentar a documentação necessária de todo o seu efetivo para integrarem à obra. As atividades poderão ser iniciadas respeitando os projetos executivos, prazos do cronograma e qualidade do serviço. Nesta etapa o processo logístico começa a entrar em um estado de “looping”, Planejamento, Execução e Controle, conforme mostra a figura abaixo (Figura 04).
  • 24. 16 Figura 04: Ciclo Logístico Origem/ Consumo • Ponto de Origem → Fornecedor: é aquele que inicia a execução ou dá continuidade ao processo de produção de bens e serviços. • Ponto de Consumo → Cliente: é aquele que recebe o produto ou serviço em sua condição final ou não. Na manufatura, isto é, dentro do canteiro de obras, existem vários clientes que devem ser atendidos com a mesma eficiência destinada ao cliente externo final, que é o objetivo de todo o esforço. Cada frente de serviço representa um cliente interno que deve ser suprido, tanto de área de trabalho, serviço e mão de obra como de matéria-prima para execução da respectiva tarefa. Estes clientes internos ou, melhor referindo, agentes internos que intervém no processo construtivo com a finalidade de fornecer algum tipo de serviço ou produto no transcurso do desenvolvimento do empreendimento, podem ser integrantes da própria empresa ou fornecedores externos a ela, ou seja, fornecedores terceirizados (outsourcing). No contexto industrial esse ciclo gira constantemente em uma linha de produção. Tendo a obra como um conceito de indústria verificou que cada atividade terá seu ponto de origem e ponto de consumo. PONTO DE ORIGEM CLIENTE PONTO DE CONSUMO FORNECEDOR
  • 25. 17 Uma alvenaria tem seu ponto de origem quando é dada por entregue uma atividade que antecede a ela. Assim a equipe que iniciará a alvenaria recebe o serviço de quem executou a viga baldrame, ou seja, os pedreiros de alvenaria são clientes dos carpinteiros e armadores. A alvenaria será o produto final para quem executará o chapisco e reboco. Figura 05: Ciclo Logístico Origem/ Consumo visão especifica. 8. LOGÍSTICA GERAL A Logística Geral é a logística de toda a obra, passando por etapas e mudanças do início ao fim do empreendimento. O planejamento de toda a logística da obra é desenvolvido de uma forma que o dinamismo venha permitir as modificações de cada etapa. Buscando maior ergonomia, acessibilidade, economia de material, equipamento e maior produtividade. “Modernos métodos construtivos fundamentados em modelos logísticos como pré-industrialização e construção seca (dry construction), ou seja, vigas, pilares, painéis de fachada pré-moldados, paredes ocas (drywall), alvenaria estrutural, lajes treliçadas, etc. vêm sendo utilizados de maneira bastante acentuada. A unitização de materiais e componentes que facilitam a movimentação e a armazenagem também constitui um fator de extrema importância nesse processo que, evidentemente, exige equipamentos compatíveis como empilhadeiras, antes inimagináveis FORNECEDORCLIENTE CLIENTE FORNECEDOR CLIENTE FORNECEDO CLIENTE FORNECEDOR Alvenaria Chapisco Reboco Revestimento ou Pintura Viga Baldrame Ou Estrutura PONTO DE CONSUMO PONTO DE ORIGEM PONTO DE CONSUMO PONTO DE ORIGEM PONTO DE CONSUMO PONTO DE ORIGEM PONTO DE CONSUMO PONTO DE ORIGEM
  • 26. 18 dentro de um canteiro. A mão de obra na construção civil vem se aproximando cada vez mais da mão de obra do processo de industrialização seriada e passa a necessitar de qualificação. O operário da construção, antes sem exigências de qualificação, está passando de um peão de obra e se tornando um montador industrial.” (Hélio Flávio Vieira - Logística Aplicada à Construção Civil/ED.PINI,2006).
  • 27. 19 8.1. MOBILIDADE DA OBRA 8.1.1. TRANSPORTES VERTICAIS Um dos maiores problemas logístico de uma obra é o transporte vertical de materiais e pessoas. É preciso definir os pontos de abastecimentos e a tecnologia a ser adotada em função do fluxo de materiais a serem transportados. O uso do elevador de Carga tipo guincho ou cremalheira deve ter sua localização definida de forma a não interferir significativamente nas atividades do início ao fim da obra. A Lança telescópica, conhecida como Manitur, Skytrek ou Gradau. Ela está especificada como equipamento para transporte Horizontal quanto vertical. Porém sua lança é limitada de 12 a 14 m com capacidade de carga de 3200 kg no comprimento mínimo e 800 no comprimento máximo. Guindastes de esteira e patolamento → São equipamentos utilizados em içamentos de grandes cargas até 220 ton., como montagens de pré-moldados. O guindaste de esteira é o único com capacidade de realizar deslocamentos horizontais de curtas distâncias. Plataformas tipo Girafa ou Sanfonada; Capacidade para cargas de no máximo 600 kg na horizontal.
  • 28. 20 a) b) Figura 06: a) Guindaste Esteira capacidade de 220 Ton, b) Plataforma capacidade de 600 kg. Figura 07: Elevador de Carga Capacidade 800 kg. Figura 08: Dumper
  • 29. 21 8.1.2. TRANSPORTES HORIZONTAIS Alguns dos equipamentos citados na categoria de transporte de carga vertical que também possuem mobilidade horizontal, mas não tão eficientes quanto aos Caminhões Truncados que tem capacidade de levar cargas de até 20 ton. ou 18m3 . A solução adotada para transportes de pequenas cargas ao logo de trechos curtos é: carrinho plataforma com capacidade, de aproximadamente, 300 kg; Girica; carrinho de mão e o Dumper. 8.2. SISTEMAS DE DRENAGENS PROVISÓRIOS Toda obra ao ter sua data de início confirmada deve levar em consideração os índices pluviométricos da região naquele período do ano. Assim, determinando o serviço de drenagens provisórias como a principal atividade ou não em execução da obra após a execução da terraplanagem e instalação de canteiro. No caso do MGS (Metropolitam Garden Shopping) as chuvas castigaram muito e comprometeram a produtividade da obra, retardando o avanço das atividades de infraestrutura. O valor muito alto do serviço de Drenagem provisória e a quantidade de rocha encontrada no terreno acabaram inviabilizando a execução de tal drenagem, assim comprometendo todo o cronograma geral da Obra. Acredito que o custo com improvisos, perda de energia, material e desgaste da mão de obra compensava e muito o investimento em um sistema de drenagem provisório na obra. Foram utilizadas equipes de mais de 12 homens e 8 bombas submersas de 5 cv. É como o diz o termo conhecido, “Enxugar gelo”. Pois, logo ao final da tarde ou na manhã seguinte, a chuva voltava. No período de Dez/2011 à Fev/2012 enfrentamos grandes problemas com acesso de carretas e guindaste para a execução das estruturas do de concreto pré-fabricado.
  • 30. 22 Figura 09: Drenagem provisória localizada no Bordo do acesso da obra. 8.3. ESTOQUE DE MATERIAIS Com o aumento da demanda da construção civil, o mercado brasileiro vem enfrentando um grande problema, a falta de material. Alguns insumos já estão apresentando uma dificuldade muito grande de ser produzidos, principalmente em função de sua matéria prima. Muitos fornecedores não conseguem cumprir seus prazos de entrega em função do grande volume de sua produção. Assim sendo, é necessário criar um estoque de Rotatividade, por exemplo: mantendo um volume de 600 sacos de Cimento em obra, com o consumo de 90 sacos por dia e com entregas constantes de 300 sacos a cada 3 dias, teremos uma reserva de 3 dias ,caso a próxima entrega venha a atrasar. Na realidade nem todas as obras são provida de espaço para estocagem de material. “Os profissionais que atuam no almoxarifado são informados sobre as compras efetuadas para monitorar as entregas e se antecipar a eventuais atrasos ou outros problemas. Com essas ações, os espaços para armazenamento dos materiais podem ser determinados
  • 31. 23 previamente.” (Revista téchne, Edição 181, Abril de 2012. Editora Pini Pág. 20.) A obra do Shopping possui muita área para estoque, porém a maior parte é exposta ao tempo. Nesta situação às vezes se torna mais difícil à locação das baias, pois o dinamismo da obra e a quantidade de atividades a serem executadas, precisamos frequentemente mudar os materiais de lugar. Essas manobras permitem manter os acessos de veículos da obra que também sofrem mudanças constantes. Uma solução adotada foi estocar os materias do serviço de alvenaria, bloco e argamassa, ao longo das lajes próximas aos pilares nos apoios com as vigas. Após o início da execução dos pisos, novas áreas para deposito de materiais surgiram. (Ver Figura 10 ) Figura 10 - a Figura 10 - b Figura 10: a e b - Espaço destinado a Estoque de materiais após execução do piso em concreto.
  • 32. 24 Figura 11: Estoque de Blocos ao longo do acesso da Obra. Figura 12: Estoque de materiais de grande volume. 8.4. CRONOGRAMAS DE ENTREGAS DE MATERIAIS Um cronograma de material é um documento que informa todas as previsões de datas de entrega e qual o volume do material a ser entregue na obra alinhado com o Cronograma geral de Atividades. Se determinada atividade de alvenaria está programada para iniciar em 20 dias, o cronograma de materiais permitirá que os insumos necessários para iniciar esta atividade estarão na obra em 5 dias, ou seja, 15 dias de antecedência antes do início da atividade. Determinados insumos como cerâmica para revestimentos necessitam de às vezes 6 meses de antecedência para que ele chegue na obra sem problema algum.
  • 33. 25 9. LOGÍSTICA PONTUAL Para cada atividade deve ser planejada a mobilização dos materiais necessários para a execução do serviço. • Alvenaria: Instalação da Betoneira próxima à frente de serviço, escolha do andaime, abastecimento com ponto de água e energia, estoque de materiais consumidos no dia próximo central de massa, transporte vertical de massa pronta e distribuição da massa. • Execução de fachada, reboco externo: verificar quais as alternativas mais viáveis para montagem de andaime fachadeiro ou andaime suspenso (Balancinho), levando em contra a relação custo do equipamento, tempo de montagem e desmontagem, produção e segurança. • Pavimento rígido de concreto: é necessário o preparo da base com a utilização de BGS, nivelamento, execução de forma, armação e concretagem. Deve-se considerar para esta atividade em específico conforme a CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão) quanto a cura do concreto e para dosagem do aditivo retardador de pega. • Execução da obra em turnos excepcionais. Em relação ao último tópico acima “execução da obra em turnos excepcionais” tem-se que a grande maioria das obras trabalha em apenas um único turno. Conforme for a evolução de seu cronograma há a necessidade da criação de um segundo ou terceiro turno de serviços. Um dos grandes problemas encontrados na obra do MGS (Metropolitan Garden Shopping) é a provisão de mão de obra qualificada. A região não oferece a demanda suficiente, sendo assim, necessária a contratação de funcionários de outras regiões do país.
  • 34. 26 As maiorias das empresas não dobram a quantidade de funcionários, apenas estendem o horário de seu efetivo. Funcionários que trabalham mais de 12 horas ao dia tem sua qualidade de serviço e produtividade comprometida. A equipe que forma a comição de obra também é condicionada a acompanhar o efetivo da produção. Assim a probabilidade de aumento dos vícios de obras é muito grande, pois o desgaste físico e mental do trabalhador é revelado em seu serviço, gerando assim reincidências e futuras patologias. A necessidade de se manter no prazo do cronograma é muito grande, mas não se extingue de prezar pela qualidade do serviço. Para tanto, será adotado um Plano de Ação, levando-se em conta: • Contratar uma equipe de fiscalização. • Contratar mais empreiteiro para aumentar a produção. • Executar instalação de Holofotes para melhorar a visibilidade. • Criar um novo horário para abastecimento dos pavimentos. • Em resumo, é necessário contratar a maior parte do efetivo fiscalizador e de apoio, como: Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro fiscal de Obra, operador de Betoneira, Elevador de Carga, operador de Lança Telescópica, Técnico. Em Edificações, tem-se: Bombeiro, Eletricista, Encarregado, Mestre de Obra e outros. • Abastecimento de Água A Obra possui um posso artesiano com vazão de 1,77m3 /h. Sabendo da grande demanda da obra foi necessário elaborar um sistema de abastecimento composto, de caixas d’água de 500L, 5.000L e 10.000L de polietileno, bombas de recalque, bombas submersas, mangueiras de 300psi e conexões.
  • 35. 27 O posso possui uma bomba, submersa de 1/4cv que lança até 80mca, que abastece o reservatório de duas caixas de 5.000L. Existem duas bombas de 3cv 80mca, uma delas abastece os canteiros e outra abastece a obra. Hoje a demanda do canteiro é de 12.000L/dia e a da obra é de 14.000L/dia. No total de 26.000L/dia. Conforme o efetivo aumenta, as demandas por água também aumentam, assim como o consumo de água para a cura dos capeamentos das lajes pré- moldadas. Verificamos a necessidade de aumentar o reservatório de 5.000L para 50.000L. Assim permitindo que a bomba do poço trabalhe 20 horas e pare por 4 horas, criando um espaço para descanso e evitando o desgaste prematuro do equipamento. Posteriormente a execução do reservatório inferior do Shopping foi antecipada para utilizarmos no abastecimento da obra.
  • 36. 28 10. LOGÍSTICA ORIENTADA PARA RECURSO A logística orientada para recursos é o gerenciamento de diferentes recursos (capital, materiais e pessoas) necessário para a fabricação de produtos a serem entregues aos clientes finais. A logística está atrelada ao planejamento pelos processos do sistema de qualidade. Devem-se levar em conta os itens abaixo: • Capital: A disponibilidade do recurso financeiro que move o empreendimento geralmente é criada em função de cronogramas físicos financeiros. Assim evitando a descapitalização monetária de tal recurso. • Materiais: As validações do fornecedor serão realizadas pelos compradores (Suprimentos) coletando informações da própria obra. A qualidade do insumo, os prazos de entrega, a integridade física e química, devem estar de acordo com as necessidades planejadas em projeto atendendo as NBR’s e com o cronograma de entrega de materiais. • Pessoas: É necessário que entremos na área da administração, onde o capital humano tem como foco principal a administração de conflitos.
  • 37. 29 11. LOGÍSTICA ORIENTADA PARA A INFORMAÇÃO Refere-se à gestão de informações como fonte de vantagem competitiva. Mas, apenas o fluxo de produtos. O sistema logístico está diretamente envolvido com o fluxo de informações (e.g., disponibilidade de produtos, prazo de entrega, necessidades dos clientes). Envolve o processo de Compras da empresa desde a requisição de material até mesmo a entrega do Insumo na obra pelo fornecedor. A existência de um software de gerenciamento permite uma mobilidade de informações muito grande. As requisições feitas pelos encarregados e mestres de obra, são geradas através de recibos em duas vias, uma fica com o requerente e a outra no Almoxarifado. O Almoxarife passa para o Assistente de suprimentos que coleta assinatura do Supervisor de Obra. Após a pré-aprovação é aberta uma solicitação de Compra. O Comprador no Escritório central Coleta os orçamentos com os fornecedores buscando montar um Mapa de Orçamento. Este mapa é enviado para o Diretor da empresa liberar a aprovação. Sendo Liberada esta solicitação é enviada para o fornecedor em forma de Ordem de Compra. Porém, a maioria dos insumos solicitados sofrem estrangulamentos em várias partes do processo, gerando assim, uma morosidade na entrega de material na obra. Primeiramente, não existe uma cooperação mutua entre os colaboradores, pois muitos não conhecem o processo e não fazem a requisição de material de forma correta, solicitando assim, verbalmente, os materiais necessários. Quando a requisição é feita e chega a ser aberta uma solicitação, o pedido fica parado com o comprador em função de não saber a prioridade daquele material na obra. Assim, deixando para segundo plano aquele insumo que poderá ser de grande importância na obra.
  • 38. 30 Quando o Mapa de orçamento chega até a mão do diretor, o mesmo em muitas das situações não tem tempo para analisar as propostas e ainda não autoriza em função de julgamento prematuro da real necessidade de tal material em obra. Todos estes processos poderiam estar funcionando com uma veiculação de informações mais dinâmicas e eficientes. Em média os processos duram de 10 a 15 dias corridos para o insumo chegar à obra. 11.1. PLANO DE AÇÃO Todo semana é criada uma lista de prioridade dos materiais que já foram solicitados. Então é feito um monitoramento daquele insumo no prazo de 7 dias para verificar em qual das etapas do fluxograma o processo está. Existem três personagens fundamentais que fazem parte do processo de Compras de uma Obra. • Engenheiro de Projetos: Engenheiros de projeto estabeleciam as especificações para novos itens, muitas vezes em conjunto com o pessoal do fornecedor. • Planejador de materiais: Os planejadores de materiais mantinham os estoques das fábricas em níveis apropriados, primeiramente indicado aos compradores quando ordens de reposição seriam necessárias. Planejadores de materiais tralham próximo aos planejadores de produção. • Comprador: Compradores corporativos localizavam itens solicitados pelos engenheiros de projeto, colocavam as primeiras ordens para novos itens e faziam compras únicas de itens tais como bens de capital ou computadores. Toda atividade deve ser programada e alinhada com um Cronograma de Entrega de Materiais da obra.
  • 39. 31 A Maior problemática encontrada no dia a dia da obra não é o atraso da chegada do material na obra, mas sim a morosidade na reposição dos insumos que estão em constante consumo nas atividades já iniciadas. Onerando assim, o custo da atividade com a perda de Hora/homem e máquinas parados na obra. Segue abaixo o Fluxograma de Suprimentos: Figura 13: Fluxograma de suprimentos Obra Aprovação Validação Diretor Fornecedor Supervisor de Obra Ordem de Compra Mapa de Orçamento Comprador Solicitação de compras Assistende de Compras Almoxarife Requisição de Material
  • 40. 32 12. LOGÍSTICA REVERSA “Logística Reversa é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente (Inclusive em custos) de Matérias-primas, materiais em processo, produtos acabados e informações relacionadas do ponto de consumo para o ponto de origem para atender às necessidades de recuperação de valor e/ou obter o descarte correto/controlado.” (PUCCI, RICARDO BASILE Logística de resíduos da construção civil atendendo à resolução CONAMA 307/R.B) 12.1. TRATAMENTO DE ENTULHO E RESÍDUOS O setor da construção civil produz em média 20% do entulho, onde 90% têm condições de voltarem para a cadeia produtiva em forma de insumos reciclados. Assim começa a integrar as discussões a respeito do controle e da responsabilidade pela destinação de seus resíduos sólidos. A Resolução n.º 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), da Lei Federal 12305 e da Lei Estadual 18031, que instituíu a política de resíduos sólidos. A geração de entulho está ligada diretamente com a falta de planejamento e com o mau dimensionamento do volume de material a ser utilizado. As atividades que mais apresentam esse desperdício em uma obra são: as de alvenaria, revestimentos cerâmicos e Produção de argamassa e concreto. Hoje já é possível encontrar usinas de recondicionamento de alguns materiais. Porém, ainda não conseguem atender a demanda produzida na região metropolitana de Belo Horizonte.
  • 41. 33 A obra do MGS (Metropolitam Garden Shopping) possui algumas atitudes baseadas em uma Logística Reversa que permitem um controle eficiente de Matérias-primas e materiais em utilização. Resíduos como plástico, embalagens de papelão cartonado (sacos de argamassa e cimento), são passiveis de reciclagem, mas para isso é preciso uma orientação quanto à prática dessa atitude. Disponibilizamos uma equipe que fica responsável pelo recolhimento destes materiais. Cada encarregado assume uma postura como colaborador e controla as baias destes resíduos. Resíduos como retalhos de madeira e aço também recebem o mesmo tratamento dos anteriores, porém foi criado um processo de premiação para a equipe de reciclagem. O plástico, aço e a madeira, são vendidos e o dinheiro é distribuído entre 8 colaboradores, afim de motivá-los a uma melhor motivação de suas atividades. O entulho proveniente de execução de alvenaria e restos de argamassas, concreto e gesso, tem as caçambas como destinação devida. Figura 14:Local destinado as Caçambas. Todas as empresas de caçamba devem estar devidamente regulamentadas conforme o Decreto Municipal 14060 de 06 de agosto de 2010 – que regula a lei 8.616, no que se refere ao licenciamento das empresas que do setor.
  • 42. 34 Reaproveitamento do material extraído do solo, matacões provenientes de desmonte de rocha por detonação são selecionados e levados para o britador. Este material é utilizado para estabilização do terreno como base para pavimentação. Figura 15– Britadeira produzindo rachão. Figura 16 – Escavadeira removendo matacões. 12.2. CONTRIBUIÇÃO DA LOGÍSTICA NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS A logística procura solucionar entre outros problemas o de descontinuidade de produção e de estoques desnecessários, fatos que repercutem diretamente na produtividade e nos custos. Uma supervisão e um controle mais contundente entre atividades intervenientes irão minimizar problemas relacionados à descontinuidade como a falta de materiais e mão de obra. Por outro lado, irá também prevenir problemas de interferências entre tarefas, fazendo com que a tarefa executada anteriormente se constitua na área de trabalho adequada para a tarefa posterior, impedindo retrabalhos e perdas de tempo. Outro aspecto que pode contribuir significativamente para minimização dos problemas é a escolha de técnicas construtivas e relacionamentos com fornecedores baseados em inovações tecnológicas. Sendo assim, são necessárias e imprescindíveis medidas prévias para encaminhar uma
  • 43. 35 construção a bom termo através de um planejamento criterioso que envolva fatores importantes e fundamentais, como: • Projetos construtivos das diversas disciplinas perfeitamente compatibilizados e detalhados, especialmente entre as interfaces; • Projetos construtivos com definição clara da previsão dos prazos de execução das tarefas; • Controle logístico rigoroso e contínuo de todas as atividades dentro do canteiro, de maneira que o fluxo dessas atividades ocorra com o mínimo de interferências; • Conhecer índices de produtividade das equipes e a qualidade dos serviços para o dimensionamento correto das mesmas; • Escolha adequada de técnicas construtivas, compatíveis com os aspectos logístico-estruturais e especialmente com os prazos de execução; • Formação de parcerias estratégicas com os fornecedores, baseadas na confiança mútua; • Adoção de sistemas e tecnologias de informação que promovam o fluxo dessa informação de maneira ágil e eficiente, tanto interna como externamente. Resumindo e direcionando a logística aplicada à construção civil, diz-se que é o processo de planejar, implementar, integrar e controlar, de forma eficiente e eficaz, o fluxo de recursos materiais e humanos, de serviços, de armazenagens e de informações associadas, a partir dos fornecedores até o cliente final, objetivando, com isso, o atendimento às necessidades desse cliente. Deve-se destacar que entre os extremos "fornecedores" e "cliente final" existe uma gama muito grande de "clientes intermediários" dentro da cadeia de suprimentos, que devem ser atendidos coordenados e integrados com o
  • 44. 36 mesmo interesse, pois somente assim os objetivos pretendidos serão alcançados.
  • 45. 37 13. CONCLUSÃO As atividades de suprimento e armazenagem de materiais, transporte e movimentação e circulação no canteiro de obras, segundo FARAH (1992), são consideradas pontos de estrangulamento importantes na atividade da construção civil. Por outro lado, LAUFER (1985) afirma que, apesar de os materiais terem maior participação no custo final da obra, é a mão de obra que faz movimentar os materiais e impulsiona a manufatura, residindo aí o maior potencial de redução de custos e aumento da eficiência, sob o controle do gerente da obra e sendo dele que depende a eficácia do objetivo a ser atingido. Entende-se que ambas as considerações são extremamente fundamentadas e é onde reside efetivamente o ponto merecedor de todas as atenções e de uma forma contundente. Deve-se considerar, por outro lado, que para possibilitar essa tomada de ação são necessários um grande controle, coordenação e integração de todos os agentes envolvidos no processo, tanto os internos como os externos. E é essa exatamente a finalidade de um processo logístico, que embasado em sua metodologia operacional e, com certeza, numa tecnologia de informação eficaz, pode tornar possível alcançar o objetivo pretendido. Mas para isso é necessária à conscientização dos problemas existentes, das ferramentas que possam solucioná-los e, principalmente, da determinação em atingir os objetivos propostos. (Flávio Vieira)
  • 46. 38 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA PUCCI, RICARDO BASILE Logística de resíduos da construção civil atendendo à resolução CONAMA 307/R.B.Pucci. – Ed.rev.—São Paulo,2006 137p. LOGÍSTICA E OPERAÇÕES GLOBAIS: Texto e casos/ Philippe-Pierre Dornier ... [et al.] – São Paulo: Atlas,2000. VIEIRA, HÉLIO FLAVIO Logística aplicada à construção civil : como melhorar o fluxo de produção nas obras / Hélio Flavio Vieira. — São Paulo : Editora Pini, 2006. FARAH, M. F. S. Tecnologia, processo de trabalho e construção habitacional. São Paulo: Tese de Doutorado. Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, 1992, 296 p. LAUFER, A. On site performance improvements programs. Journal of the Construction Engineering and Management, ASCE, vol. 111, n° 1, mar. 1985.