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DOR LOMBAR CRÔNICA E
OSTEOARTRITE NA ACADEMIA:
EVIDÊNCIAS RECENTES
Prof. Thiago T. Guimarães, M.Sc.
Profissional de Educação Física (CREF 018202-G/RJ)
Grupo Viver Mais
Laboratório de Neurociência do Exercício (LaNEx-UFRJ/UGF)
Câmara de Ciência e Tecnologia (CCT/CREF1)
Objetivos
1. Defender os exercícios praticados na academia
voltados para o tratamento da OA e dor lombar
crônica;
2. Discutir estratégias práticas baseadas em informações
científicas, experiência prática e crenças do
praticante;
3. Estabelecer links com a neurociência do exercício;
4. Discutir o assunto sob uma perspectiva diferente da
biomecânica tradicional;
5. Conferir um novo olhar sobre a aptidão física e seus
componentes no contexto da prevenção/recuperação
musculoesqueléticas.
Thiago T. Guimarães
2
Encontros futuros
• Ft. Esp. Leonardo Medeiros
– Análises biomecânicas
– Estratégias utilizadas com equipes olímpicas e
atletas de recreação
• Prof. Ms. Renato Sobral
– Bases teóricas do treinamento funcional
– Prática da Educação Física na clínica de fisioterapia
Thiago T. Guimarães
3
Conteúdo
• Epidemiologia
• Etiologia
• Artigos e discussões
Thiago T. Guimarães
4
Epidemiologia geral
• Todos os adultos já
sofreram ou sofrem
algum tipo de dor
• Dor lombar afeta 30 a
40% dos adultos
• Dor cervical e do ombro:
15 a 20%
• Joelho, disfunção
temporomadibular e dor
difusa crônica: 10 a 15%
Thiago T. Guimarães
5
Epidemiologia geral
• OA joelho: 1/3 pessoas
com mais de 60 anos
• Mulheres são mais
acometidas
• Fatores de risco
– Processos degenerativos
(p. ex. OA)
– Dor prévia
– Fatores psicológicos
(depressão, afeto negativo)
– Fatores genéticos
Thiago T. Guimarães
6
7
Hasan, 2011
Lightman, 2008
Thiago T. Guimarães
Contexto
• Dores nas costas
– Agency for Healthcare Research and Quality U.S.
Department of Health and Human Services (Agência de
Pesquisa e Qualidade na Assistência Médica do
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA),
out2010
• Prevalência: 31% da população
• Baixa produtividade, faltas no trabalho, gastos elevados com
assistência a saúde
• Tratamento medicamentoso convencional é limitado quanto à
efetividade
• Medicina alternativa e complementar: manipulação, acupuntura,
massagem, exercício físico
• Número de ensaios clínicos randomizados aumentou nas últimas
décadas
Thiago T. Guimarães
8
Contexto
• Dores MI (sobretudo em idosos)
– Dor
– Incapacidade funcional
– ↓ AVDs
– Dependência funcional
– Perturbação de aspectos sociais e psicológicos
– ↓ Qualidade de vida
Maraschin et al., 2010. Fisiot. Mov. v23, n4.
Thiago T. Guimarães
9
Etiologia da dor lombar
• Difícil diagnóstico
• Mais de 30 possíveis causas e diferenças quanto à
natureza da causa
• Dor como resultado de:
– Causas mecânicas (dor aumenta com movimento ou
carga física)
– Causas não mecânicas (dor presente no repouso)
• Somente em 15% dos casos de dor lombar
crônica é possível determinar a etiologia da dor
Maraschin et al., 2010. Fisiot. Mov. v23, n4.
Thiago T. Guimarães
10
Etiologia da dor lombar
Maraschin et al., 2010. Fisiot. Mov. v23, n4.
Thiago T. Guimarães
11
Etiologia da OA
• Acomete todos os vertebrados: estudos com fósseis de
dinossauros demonstraram essa alteração articular na era
pré histórica
• Degeneração do tecido cartilaginoso (presente em todas as
articulações)
• Desequilíbrio dos constituintes articulares (por exemplo,
desidratação da cartilagem)
• Artrite e artrose: quadro de reumatismo (*reumatologista)
• Artrite = artrite reumatóide (qualquer idade, acometem
mais as mulheres)
• Osteoartrite (nome correto de artrose): idade mais
avançada (*prevenção em idades jovens)
Thiago T. Guimarães
12
Artigo 1
• O exercício estruturado é mais efetivo no
tratamento da dor lombar do que a terapia de
manipulação? O exercício é mais efetivo do
que a acupuntura? A terapia de manipulação é
mais efetiva do que acupuntura? Qual dos três
apresenta o melhor custo-benefício?
Thiago T. Guimarães
13
Artigo 1
• Todos os três tipos de intervenção possuem
estudos na literatura sobre suas efetividades,
entretanto, a comparação de suas relações custo-
benefício ainda não foi estabelecida
• Resultado principal
– Exercício estruturado apresenta benefícios
semelhantes à manipulação dentro de 8 semanas em
termos de dor e melhora na capacidade funcional
– Evidências insuficientes para comentar a efetividade
da acupuntura com as demais estratégias
– Evidências insuficientes para comparar custos e
benefícios
Thiago T. Guimarães
14
Standaert et al., 2011
Artigo 2
• Pessoas com dor lombar crônica são menos
ativas em relação às assintomáticas?
• 7 estudos: 2 com idosos (acima de 65 anos) e 1
com adolescentes (menores de 18 anos)
• Idosos com dor menos ativos que controle
• Não há dados conclusivos em função do número
limitado de estudos
Thiago T. Guimarães
15
Thiago T. Guimarães
16
Artigo 3
• Início, progressão e severidade da OA de joelho
tem sido associada à redução da força muscular e
alterações na biomecânica da articulação*
• OA crônica está associada com ansiedade,
depressão e redução de atividade física
• Restrição de eventos sociais e isolamento social
Thiago T. Guimarães
17
Artigo 3
• Exercício de força
– Redução da dor
– Melhora da função física
– Melhora da força muscular e articular
– Redução da degradação cartilaginosa
– Melhora da auto-estima
– Redução da ansiedade e depressão
• Considerar na prescrição o grau de severidade da OA e o nível de
dor*
• Exercício em casa ou na academia
• Considerações primordiais: monitorar a dor durante e após o
exercício, providenciar dias de repouso quando a dor estiver
insuportável, utilizar estratégias que motivem e promovam a
adesão ao programa
Thiago T. Guimarães
18
Vincente e Vincent, 2012
Artigo 4
• Guidelines e meta-análises recomendam o exercício físico como
estratégia não farmacólógica
• Aeróbios, força, aquáticos, tai chi
• Dose ideal ainda está para ser determinada
• Levar em consideração impairment, preferências individuais, co-
morbidades e acessibilidade
• Maximar a adesão é o ponto crucial da terapia
• Exercícios sob supervisão principalmente no inicio do programa
• Poucos estudos investigaram o exercício na progressão da doença
(evidências limitadas)
Thiago T. Guimarães
19
Thiago T. Guimarães
20
Thiago T. Guimarães
21
Thiago T. Guimarães
22
Thiago T. Guimarães
23
Thiago T. Guimarães
24
Objetivos
 Defender os exercícios praticados na academia
voltados para o tratamento da OA e dor lombar
crônica;
 Discutir estratégias práticas baseadas em informações
científicas, experiência prática e crenças do praticante;
 Estabelecer links com a neurociência do exercício;
 Discutir o assunto sob uma perspectiva diferente da
biomecânica tradicional;
 Conferir um novo olhar sobre a aptidão física e seus
componentes no contexto da prevenção/recuperação
musculoesqueléticas.
Thiago T. Guimarães
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DOR LOMBAR CRÔNICA E OSTEOARTRITE NA ACADEMIA: EVIDÊNCIAS RECENTES

  • 1. DOR LOMBAR CRÔNICA E OSTEOARTRITE NA ACADEMIA: EVIDÊNCIAS RECENTES Prof. Thiago T. Guimarães, M.Sc. Profissional de Educação Física (CREF 018202-G/RJ) Grupo Viver Mais Laboratório de Neurociência do Exercício (LaNEx-UFRJ/UGF) Câmara de Ciência e Tecnologia (CCT/CREF1)
  • 2. Objetivos 1. Defender os exercícios praticados na academia voltados para o tratamento da OA e dor lombar crônica; 2. Discutir estratégias práticas baseadas em informações científicas, experiência prática e crenças do praticante; 3. Estabelecer links com a neurociência do exercício; 4. Discutir o assunto sob uma perspectiva diferente da biomecânica tradicional; 5. Conferir um novo olhar sobre a aptidão física e seus componentes no contexto da prevenção/recuperação musculoesqueléticas. Thiago T. Guimarães 2
  • 3. Encontros futuros • Ft. Esp. Leonardo Medeiros – Análises biomecânicas – Estratégias utilizadas com equipes olímpicas e atletas de recreação • Prof. Ms. Renato Sobral – Bases teóricas do treinamento funcional – Prática da Educação Física na clínica de fisioterapia Thiago T. Guimarães 3
  • 4. Conteúdo • Epidemiologia • Etiologia • Artigos e discussões Thiago T. Guimarães 4
  • 5. Epidemiologia geral • Todos os adultos já sofreram ou sofrem algum tipo de dor • Dor lombar afeta 30 a 40% dos adultos • Dor cervical e do ombro: 15 a 20% • Joelho, disfunção temporomadibular e dor difusa crônica: 10 a 15% Thiago T. Guimarães 5
  • 6. Epidemiologia geral • OA joelho: 1/3 pessoas com mais de 60 anos • Mulheres são mais acometidas • Fatores de risco – Processos degenerativos (p. ex. OA) – Dor prévia – Fatores psicológicos (depressão, afeto negativo) – Fatores genéticos Thiago T. Guimarães 6
  • 8. Contexto • Dores nas costas – Agency for Healthcare Research and Quality U.S. Department of Health and Human Services (Agência de Pesquisa e Qualidade na Assistência Médica do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA), out2010 • Prevalência: 31% da população • Baixa produtividade, faltas no trabalho, gastos elevados com assistência a saúde • Tratamento medicamentoso convencional é limitado quanto à efetividade • Medicina alternativa e complementar: manipulação, acupuntura, massagem, exercício físico • Número de ensaios clínicos randomizados aumentou nas últimas décadas Thiago T. Guimarães 8
  • 9. Contexto • Dores MI (sobretudo em idosos) – Dor – Incapacidade funcional – ↓ AVDs – Dependência funcional – Perturbação de aspectos sociais e psicológicos – ↓ Qualidade de vida Maraschin et al., 2010. Fisiot. Mov. v23, n4. Thiago T. Guimarães 9
  • 10. Etiologia da dor lombar • Difícil diagnóstico • Mais de 30 possíveis causas e diferenças quanto à natureza da causa • Dor como resultado de: – Causas mecânicas (dor aumenta com movimento ou carga física) – Causas não mecânicas (dor presente no repouso) • Somente em 15% dos casos de dor lombar crônica é possível determinar a etiologia da dor Maraschin et al., 2010. Fisiot. Mov. v23, n4. Thiago T. Guimarães 10
  • 11. Etiologia da dor lombar Maraschin et al., 2010. Fisiot. Mov. v23, n4. Thiago T. Guimarães 11
  • 12. Etiologia da OA • Acomete todos os vertebrados: estudos com fósseis de dinossauros demonstraram essa alteração articular na era pré histórica • Degeneração do tecido cartilaginoso (presente em todas as articulações) • Desequilíbrio dos constituintes articulares (por exemplo, desidratação da cartilagem) • Artrite e artrose: quadro de reumatismo (*reumatologista) • Artrite = artrite reumatóide (qualquer idade, acometem mais as mulheres) • Osteoartrite (nome correto de artrose): idade mais avançada (*prevenção em idades jovens) Thiago T. Guimarães 12
  • 13. Artigo 1 • O exercício estruturado é mais efetivo no tratamento da dor lombar do que a terapia de manipulação? O exercício é mais efetivo do que a acupuntura? A terapia de manipulação é mais efetiva do que acupuntura? Qual dos três apresenta o melhor custo-benefício? Thiago T. Guimarães 13
  • 14. Artigo 1 • Todos os três tipos de intervenção possuem estudos na literatura sobre suas efetividades, entretanto, a comparação de suas relações custo- benefício ainda não foi estabelecida • Resultado principal – Exercício estruturado apresenta benefícios semelhantes à manipulação dentro de 8 semanas em termos de dor e melhora na capacidade funcional – Evidências insuficientes para comentar a efetividade da acupuntura com as demais estratégias – Evidências insuficientes para comparar custos e benefícios Thiago T. Guimarães 14 Standaert et al., 2011
  • 15. Artigo 2 • Pessoas com dor lombar crônica são menos ativas em relação às assintomáticas? • 7 estudos: 2 com idosos (acima de 65 anos) e 1 com adolescentes (menores de 18 anos) • Idosos com dor menos ativos que controle • Não há dados conclusivos em função do número limitado de estudos Thiago T. Guimarães 15
  • 17. Artigo 3 • Início, progressão e severidade da OA de joelho tem sido associada à redução da força muscular e alterações na biomecânica da articulação* • OA crônica está associada com ansiedade, depressão e redução de atividade física • Restrição de eventos sociais e isolamento social Thiago T. Guimarães 17
  • 18. Artigo 3 • Exercício de força – Redução da dor – Melhora da função física – Melhora da força muscular e articular – Redução da degradação cartilaginosa – Melhora da auto-estima – Redução da ansiedade e depressão • Considerar na prescrição o grau de severidade da OA e o nível de dor* • Exercício em casa ou na academia • Considerações primordiais: monitorar a dor durante e após o exercício, providenciar dias de repouso quando a dor estiver insuportável, utilizar estratégias que motivem e promovam a adesão ao programa Thiago T. Guimarães 18 Vincente e Vincent, 2012
  • 19. Artigo 4 • Guidelines e meta-análises recomendam o exercício físico como estratégia não farmacólógica • Aeróbios, força, aquáticos, tai chi • Dose ideal ainda está para ser determinada • Levar em consideração impairment, preferências individuais, co- morbidades e acessibilidade • Maximar a adesão é o ponto crucial da terapia • Exercícios sob supervisão principalmente no inicio do programa • Poucos estudos investigaram o exercício na progressão da doença (evidências limitadas) Thiago T. Guimarães 19
  • 25. Objetivos  Defender os exercícios praticados na academia voltados para o tratamento da OA e dor lombar crônica;  Discutir estratégias práticas baseadas em informações científicas, experiência prática e crenças do praticante;  Estabelecer links com a neurociência do exercício;  Discutir o assunto sob uma perspectiva diferente da biomecânica tradicional;  Conferir um novo olhar sobre a aptidão física e seus componentes no contexto da prevenção/recuperação musculoesqueléticas. Thiago T. Guimarães 25