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Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004 487
1. Pilates Studio®
, São Paulo, Brasil.
2. Laboratório de Fisiologia do Exercício – Faculdade de Educação Física –
Centro Universitário UniFMU, São Paulo, Brasil.
Recebido em 11/8/04. 2a versão recebida em 2/11/04. Aceito em 3/11/04.
Endereço para correspondência: Prof. Dr. Marcelo Saldanha Aoki, Prédio
20 – Faculdade de Educação Física – UniFMU, Laboratório de Fisiologia do
Exercício, Rua Galvão Bueno, 707 – 01506-000 – São Paulo, SP. E-mail:
saldanha@fmu.br
Avaliação isocinética da musculatura envolvida na
flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates®
Inélia Ester Garcia Garcia Kolyniak1
, Sonia Maria de Barros Cavalcanti1,2
e Marcelo Saldanha Aoki2
ARTIGO ORIGINAL
Palavras-chave: Treinamento. Pilates©
. Músculos. Extensão. Flexão. Tronco.
Palabras-clave: Entrenamiento. Pilates©. Músculos. Extensión. Flexión. Tronco.
RESUMO
O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e fle-
xores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de dis-
túrbios da coluna lombar. O objetivo do presente trabalho foi ava-
liar o efeito do método Pilates® sobre a função de extensores e
flexores do tronco. Para tanto, foram selecionadas 20 pessoas (16
mulheres com idade média de 34,06 ± 7,21; quatro homens com
idade média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os
exercícios do nível intermediário-avançado, que completaram 25
sessões durante 12 semanas. Os voluntários foram submetidos
ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no
início e ao final do período de treinamento. A função dos extenso-
res do tronco apresentou aumento em todos parâmetros analisa-
dos (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabalho total – 28%, p =
0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho –
21%, p = 0,002) em relação ao período pré-treinamento. Com rela-
ção aos músculos flexores, foi detectado discreto aumento para
trabalho total (10%, p = 0,0003) e para quantidade total de traba-
lho (10%, p = 0,002). Analisando a razão flexor:extensor, em todos
os parâmetros, foi detectada redução significativa em relação aos
índices obtidos no pré-treinamento (pico de torque – 24%, p =
0,0001; trabalho total – 23%, p = 0,002; potência – 25%, p = 0,01;
quantidade total de trabalho – 14%, p = 0,04). O método Pilates®
(nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta
para o fortalecimento da musculatura extensora do tronco, atenu-
ando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na
extensão e flexão do tronco.
RESUMEN
Evaluación isocinética de la musculatura comprendida en la
flexion y en la extensión del tronco: efecto del método Pila-
tes®
El desequilibrio entre la función de los músculos extensores y
flexores del tronco es un fuerte indicio para el desarrollo de disturbi-
os de la columna lumbar. El objetivo del presente trabajo fue avalu-
ar el efecto del método Pilates®
sobre la función de los extensores
y flexores del tronco. Por tanto, fueron seleccionadas 20 personas
(16 mujeres con edad media: 34,06 ± 7,21; 4 hombres con edad
media 33,5 ± 6,68) con habilidad para ejecutar los ejercicios de
nivel intermediario-avanzado, que completaran 25 sesiones duran-
te 12 semanas. Los voluntarios fueron sometidos al test isocinéti-
co de evaluación de la flexión y extensión del tronco en el inicio y al
final del período de entrenamiento. La función de los extensores
del tronco presentó aumento en todos los parámetros analizados
(pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabajo total – 28%, p = 0,0002;
potencia – 30%, p = 0,0002; cantidad total de trabajo – 21%, p =
0,002) en relación al período pre-entrenamento. Con relación a los
músculos flexores, fue detectado un discreto aumento para traba-
jo total (10%, p = 0,0003) y para cantidad total de trabajo (10%, p
= 0,002). Analizando la relación flexo-extensor en todos los pará-
metros fue detectado una reducción significativa en relación a los
índices obtenidos en el pre-entrenamiento (pico de torque – 24%,
p = 0,0001; trabajo total – 23%, p = 0,002; potencia – 25%, p =
0,01; cantidad total de trabajo – 14%, p = 0,04). El método Pilates®
(nivel intermediario–avanzado) se mostró como una eficiente he-
rramienta para el fortalecimiento de la musculatura extensora del
tronco, atenuando el desequilibrio entre la función de los múscu-
los comprendidos en la extensión y flexión del tronco.
INTRODUÇÃO
A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo
desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores
do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios
da coluna lombar(1)
. Atualmente, existem evidências que sugerem
a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos mús-
culos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas de
prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar (lom-
balgia)(2,3)
.
A lombalgia é um dos mais comuns problemas da sociedade
moderna, representando grande parcela de gastos na área de saú-
de pública. Dados epidemiológicos demonstram que, nos Estados
Unidos da América, a lombalgia é a causa mais freqüente de inca-
pacidade física para o trabalho em pessoas com menos de 45
anos(4)
. Estima-se que o gasto anual relacionado a esse problema
(custos médicos e indenizações) ficou em torno de 20 bilhões de
dólares durante a década de 90(5,6)
. A previsão para a próxima déca-
da é de que esses gastos superem 50 bilhões de dólares(5,6)
.
A dificuldade de prevenção e tratamento da lombalgia é devida
a sua etiologia ser multifatorial e também devido ao fato de que
muitas das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Fre-
qüentemente, a lombalgia está associada ao sedentarismo, sendo
considerada uma das mais comuns doenças hipocinéticas(7-10)
. Ape-
sar de evidências teóricas apontarem para a importância da ativi-
dade física na prevenção da lombalgia, não existem recomenda-
ções específicas para a elaboração de programas de treinamento
na prevenção desse problema(11)
.
O método Pilates® desenvolvido por Jopeph Pilates no início da
década de 1920 tem como base um conceito denominado de con-
trologia(12)
. Segundo Pilates(12)
, contrologia é o controle consciente
de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utiliza-
ção e aplicação dos mais importantes princípios das forças que
atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o completo co-
nhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total enten-
dimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada
movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo. Os exercí-
488 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004
cios do método Pilates®
são, na sua maioria, executados na posi-
ção deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de
sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na
coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas muscula-
res, articulares e ligamentares particularmente da região sacrolom-
bar(12,13)
. O sistema básico inclui um programa de exercícios que
fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como
os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo.
Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradual-
mente, exercícios de extensão do tronco, além de outros exercí-
cios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio
agonista-antagonista(12-14)
. Uma vez que o método Pilates®
preco-
niza a melhoria das relações musculares (agonista e antagonista),
o nosso objetivo foi testar o efeito desse método de treinamento
sobre o torque isocinético dos extensores e flexores do tronco
medido a velocidade angular de 120 graus por segundo.
MATERIAL E MÉTODOS
Amostra
Participaram voluntariamente do estudo 20 pessoas (16 mulhe-
res com idade média de 34,06 ± 7,21 anos; 4 homens com idade
média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os exer-
cícios do nível intermediário-avançado, que completaram, durante
12 semanas, 25 sessões ministradas por um instrutor qualificado.
Os indivíduos selecionados para participar da amostra eram exclu-
sivamente praticantes do método Pilates©, portanto, não realizan-
do nenhum outro tipo de treinamento físico. Também foram sele-
cionados para participar do estudo indivíduos que já teriam passado
pelo nível inicial do método Pilates©. Seguindo a resolução especí-
fica do Conselho Nacional de Saúde (no 196/96), todos os partici-
pantes foram informados detalhadamente sobre os procedimen-
tos utilizados e concordaram em participar de maneira voluntária
do estudo, assinando um termo de consentimento informado e
proteção da privacidade.
Descrição do método Pilates®
As sessões de treinamento, com duração média de 45 minutos,
foram dadas em cinco turmas de quatro participantes por vez, em
nível intermediário-avançado, usando-se aparelhos específicos do
método: Reformer, Cadilac, Wunda-chair, Electric-chair, Pedi-pull,
Barrel, Magic circles, bem como, exercícios sem aparelhos (Mat)(13).
A sessão de treinamento iniciou-se no aparelho Reformer, no qual
foram realizados os seguintes exercícios: foot work series, the
hundred, short spine massage, coordination, rowing III-IV-V-VI,
pulling straps I e II, backstroke with reverse, teaser, short box se-
ries, long stretch, down stretch, elephant, stomach massage (round,
hands back, reach up, twist), tendon stretch, semi-circle, chest-
expansion, thigh stretch, arm-circles with variation, corkscrew, leg
circles frog, knee stretch series, running, pelvic lift. Entre o exercí-
cio rowing e o pulling straps, foi realizado o exercício swan no apa-
relho Barrel. Subseqüentemente, foram realizados os exercícios
sem aparelhos (Mat): single leg stretch, double leg stretch, single
straight, double straight, criss cross. Após os exercícios sem apa-
relhos (Mat), foi utilizado o aparelho Wunda-chair com os respecti-
vos exercicícios: pushing down with hands, pull up, balance con-
trol front, the table, teaser. Na seqüência foi utilizado o aparelho
Cadillac com os respectivos exercícios: leg circle, walking, beats,
pull up hanging. A sessão foi finalizada no aparelho Pedi-pull, no
qual foi realizado o exercício chest expansion seguido da série de
Magic circles.
Os exercícios para alongamento e fortalecimento dos extenso-
res da coluna, realizados sem hiperextensão do tronco, são short
box (round, flat side to side e tree); stomach massage (round, han-
ds back, reach up, twist). Posteriormente, são introduzidos no sis-
tema avançado os exercícios: rowing III, IV, V e VI. Já os exercícios
introduzidos no sistema intermediário, com hiperextensão do tronco
são: pulling straps I e II e swan on the barrel. E finalmente, os
exercícios de fortalecimento do power house: stomach masage,
short box, teaser, long stretch, realizados no Reformer; série dos
abdominais do Mat (single leg stretch, double leg stretch, single
straight, double straight, criss cross) e na Wunda-chair, os exercí-
cios: pushing down with hands, pull e teaser.
Avaliação isocinética da função de flexão e extensão do
tronco
O método de avaliação isocinética utilizado é objetivo e reprodu-
tível da avaliação muscular(15,16)
. Os indivíduos foram avaliados, antes
e após as sessões de treinamento, através do equipamento Cy-
bex® 6000, módulo TFE (Trunk Flexion Extension), de maneira idên-
tica: com fixação dos mesmos na altura dos membros inferiores,
deixando livre, apenas o movimento de flexão e extensão do tron-
co. O eixo do movimento é fixado na altura da articulação L5-S1,
tendo sido feitas duas repetições isocinéticas concêntricas a 120
graus por segundo em cada avaliação; foi permitido ao indivíduo
fazer todo o movimento de que fosse capaz, dentro dos parâme-
tros mensuráveis do equipamento. A velocidade angular de 120
graus por segundo foi escolhida por ser considerada mais segura
para testes de flexão e extensão de coluna(17). Os parâmetros ava-
liados foram: pico de torque (máximo de torque atingido na veloci-
dade em que o teste foi realizado, dado em newtons por metro),
trabalho total da melhor repetição expresso em joules, potência
(indicador do trabalho na unidade do tempo expressa em watts) e
quantidade total de trabalho e a relação entre os valores encontra-
dos na flexão e extensão do tronco. Os testes isocinéticos foram
realizados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUSP.
TABELA 1
Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência
e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado
a 120 graus de velocidade angular dos extensores do tronco
PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J)
Pré (n = 20) 132,6 ± 36,0* 128,9 ± 39,4* 136,2 ± 36,8* 479,2 ± 147,2*
Pós (n = 20) 166,8 ± 34,4* 166,1 ± 40,9* 177,9 ± 40,1* 580,0 ± 149,0*
P 0,0004 0,0002 0,0002 0,002
* diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P)
estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts.
TABELA 2
Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência
e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado
a 120 graus de velocidade angular dos flexores do tronco
PT (N.m-1
) TT (J) Potência (W) QTT (J)
Pré (n = 20) 169,0 ± 22,6 187,9 ± 29,1* 202,0 ± 40,6* 715,2 ± 022,8*
Pós (n = 20) 171,6 ± 21,3 206,6 ± 25,7* 213,2 ± 25,9* 780,8 ± 106,9*
P 0,1 0,0003 0,2 0,002
* diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P)
estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1
= newtons por metro; J = joules; W = watts.
TABELA 3
Determinação da razão flexor:extensor no pico de torque (PT),
trabalho total (TT), potência e quantidade total de trabalho (QTT)
durante o teste isocinético realizado a 120 graus de velocidade
angular dos extensores do tronco
PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J)
Pré (n = 20) 133,9 ± 40,6* 158,3 ± 48,5* 160,5 ± 54,2* 162,1 ± 50,4*
Pós (n = 20) 107,6 ± 29,4* 128,9 ± 40,0* 128,3 ± 38,0* 142,1 ± 45,0*
P 0,0001 0,002 0,01 0,04
* diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P)
estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts.
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004 489
Análise estatística
Os valores médios dos dados obtidos nas duas avaliações pré-
treinamento e pós-treinamento foram comparados através do tes-
te t de Student para amostras dependentes com nível de signifi-
cância de p < 0,05.
RESULTADOS
A função dos extensores do tronco apresentou aumento em
todos parâmetros analisados (pico de torque – 25%, p = 0,0004;
trabalho total – 29%, p = 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002;
quantidade total de trabalho – 21%, p = 0,002) em relação ao pe-
ríodo pré-treinamento. Com relação aos músculos flexores, foi de-
tectado discreto aumento para trabalho total (10%, p = 0,0003) e
para quantidade total de trabalho (10%, p = 0,002). Analisando a
razão flexor:extensor, em todos os parâmetros foi detectada redu-
ção significativa em relação aos índices obtidos no pré-treinamen-
to (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabalho total – 23%, p =
0,002; potência – 25%, p = 0,01; quantidade total de trabalho –
14%, p = 0,04).
DISCUSSÃO
O funcionamento da coluna lombar de seres humanos é único.
Em outros primatas, observa-se postura curvada para frente sem
lordose. A lordose é freqüente em quadrúpedes; entretanto, nes-
ses animais a espinha não funciona sobre força axial, como em
seres humanos, que mantêm a postura ereta. O músculo respon-
sável pela manutenção da postura lordódica nos seres humanos é
o multífido. A função desse músculo está relacionada à extensão
do tronco. Tem sido demonstrado que a função do multífido está
prejudicada em pacientes com lombalgia(18-21)
. Por outro lado, a fun-
ção dos flexores do tronco parece não ser alterada em pacientes
com lombalgia, reforçando a maior importância da realização de
exercícios para a musculatura extensora(22)
. O sedentarismo está
diretamente relacionado ao enfraquecimento da musculatura en-
volvida na extensão do tronco e, conseqüentemente, é considera-
do fator de risco para a etiologia da lombalgia(23,24)
.
Em um recente estudo(25) foi observado que pacientes com lom-
balgia apresentavam 40% de decréscimo na força de extensores
do tronco em relação a indivíduos assintomáticos (grupo controle).
Após o treinamento de força com ênfase nos extensores do tron-
co por oito semanas, os pacientes apresentaram ganho de 100%
na força desses músculos em relação ao início do treinamento. Já
no grupo controle o ganho foi de apenas 10% em relação ao valor
inicial. Ainda nesse estudo foram realizadas imagens de ressonân-
cia magnética na secção transversa do multífido, que demonstra-
ram que em pacientes com lombalgia foi detectada hipertrofia desse
músculo após o treinamento. Uma limitação do presente estudo
foi a falta do grupo controle, porém, de acordo com estudo condu-
zido por Mooney et al.(25), ficou comprovado que em indivíduos
sedentários (grupo controle) o ganho de força foi insignificante em
relação ao marcante aumento observado no grupo treinado. Nos-
sos resultados demonstraram que em todos parâmetros avaliados
(pico de torque, 25%; trabalho total, 30%; potência, 30%; e quan-
tidade de trabalho total, 21%), foi constatado aumento significati-
vo no valor pós-treinamento em relação ao valor pré-treinamento.
Outro estudo, também utilizando treinamento de força para mús-
culos extensores do tronco, acompanhou 400 indivíduos que re-
portavam lombalgia por um ano(26). Após oito semanas de treina-
mento (duas vezes por semana), 80% dos participantes reportaram
atenuação dos sintomas da lombalgia. Após um ano de estudo,
houve apenas 11% de reutilização de serviços médicos devido à
lombalgia.
Em um estudo de caso, Blum(14)
reportou que o método Pilates®
foi eficiente no tratamento de uma paciente com escoliose. Nos-
sos resultados demonstraram que o método Pilates®
foi eficiente
em promover aumento em todos os parâmetros avaliados (pico de
torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total) du-
rante a extensão do tronco em relação ao valor pré-treinamento.
Além disso, também verificamos que esse aumento foi responsá-
vel pela queda na relação flexores:extensores em todos os parâ-
metros avaliados (pico de torque, trabalho total, potência e quanti-
dade de trabalho total), aproximando-a do valor ideal considerado
100 (equilíbrio entre flexores e extensores).
Com relação aos flexores foi detectada melhora discreta no tra-
balho total e na quantidade de trabalho total. No estudo de Greve
et al.(27)
, ao comparar indivíduos sedentários e treinados, foi cons-
tatado que a função dos flexores do tronco (torque, trabalho e po-
tência) era semelhante, indicando que a musculatura flexora do
tronco é menos suscetível à falta de treinamento. Através dos
nossos resultados podemos constatar que a musculatura envolvi-
da na flexão também foi menos responsiva ao estímulo do método
Pilates®
. Apesar de existir uma crença de que o reforço da muscu-
latura flexora do tronco (músculos abdominais) é uma prioridade
nos programas de exercício e reabilitação da coluna lombar, evi-
dências recentes não confirmam essa hipótese(28)
. Acreditava-se
que o aumento da pressão intra-abdominal reduziria a compressão
sobre a espinha e os discos intervertebrais, atenuando dessa for-
ma a lombalgia. Entretanto, em uma recente revisão da literatura
não foi possível comprovar essa relação entre aumento da pres-
são intra-abdominal e atenuação da lombalgia(28). Além disso, a pres-
são intra-abdominal não é aumentada durante a contração dos
músculos abdominais(29)
. Também foi observado que o treinamen-
to de força com ênfase sobre essa musculatura não foi eficiente
em promover aumento da pressão intra-abdominal(29)
.
CONCLUSÃO
Existem evidências convincentes de que a realização de um pro-
grama de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatu-
ra extensora do tronco restaura a função da coluna lombar e pode
prevenir o surgimento da lombalgia. O método Pilates®
(nível inter-
mediário-avançado) mostrou-se eficiente para promover aumento
do pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de traba-
lho total dos músculos relacionados à extensão do tronco. Esses
resultados indicam que esse método de treinamento pode ser uti-
lizado como estratégia para o fortalecimento dessa musculatura,
atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos
na extensão e flexão do tronco.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Prof. José Elias de Proença e ao Instituto de Ortopedia
e Traumatologia do HC-FMUSP o inestimável auxílio para a realização des-
te trabalho.
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito
de interesses referente a este artigo.
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Efeito do método Pilates na força muscular do tronco

  • 1. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004 487 1. Pilates Studio® , São Paulo, Brasil. 2. Laboratório de Fisiologia do Exercício – Faculdade de Educação Física – Centro Universitário UniFMU, São Paulo, Brasil. Recebido em 11/8/04. 2a versão recebida em 2/11/04. Aceito em 3/11/04. Endereço para correspondência: Prof. Dr. Marcelo Saldanha Aoki, Prédio 20 – Faculdade de Educação Física – UniFMU, Laboratório de Fisiologia do Exercício, Rua Galvão Bueno, 707 – 01506-000 – São Paulo, SP. E-mail: saldanha@fmu.br Avaliação isocinética da musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates® Inélia Ester Garcia Garcia Kolyniak1 , Sonia Maria de Barros Cavalcanti1,2 e Marcelo Saldanha Aoki2 ARTIGO ORIGINAL Palavras-chave: Treinamento. Pilates© . Músculos. Extensão. Flexão. Tronco. Palabras-clave: Entrenamiento. Pilates©. Músculos. Extensión. Flexión. Tronco. RESUMO O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e fle- xores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de dis- túrbios da coluna lombar. O objetivo do presente trabalho foi ava- liar o efeito do método Pilates® sobre a função de extensores e flexores do tronco. Para tanto, foram selecionadas 20 pessoas (16 mulheres com idade média de 34,06 ± 7,21; quatro homens com idade média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os exercícios do nível intermediário-avançado, que completaram 25 sessões durante 12 semanas. Os voluntários foram submetidos ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no início e ao final do período de treinamento. A função dos extenso- res do tronco apresentou aumento em todos parâmetros analisa- dos (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabalho total – 28%, p = 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho – 21%, p = 0,002) em relação ao período pré-treinamento. Com rela- ção aos músculos flexores, foi detectado discreto aumento para trabalho total (10%, p = 0,0003) e para quantidade total de traba- lho (10%, p = 0,002). Analisando a razão flexor:extensor, em todos os parâmetros, foi detectada redução significativa em relação aos índices obtidos no pré-treinamento (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabalho total – 23%, p = 0,002; potência – 25%, p = 0,01; quantidade total de trabalho – 14%, p = 0,04). O método Pilates® (nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta para o fortalecimento da musculatura extensora do tronco, atenu- ando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco. RESUMEN Evaluación isocinética de la musculatura comprendida en la flexion y en la extensión del tronco: efecto del método Pila- tes® El desequilibrio entre la función de los músculos extensores y flexores del tronco es un fuerte indicio para el desarrollo de disturbi- os de la columna lumbar. El objetivo del presente trabajo fue avalu- ar el efecto del método Pilates® sobre la función de los extensores y flexores del tronco. Por tanto, fueron seleccionadas 20 personas (16 mujeres con edad media: 34,06 ± 7,21; 4 hombres con edad media 33,5 ± 6,68) con habilidad para ejecutar los ejercicios de nivel intermediario-avanzado, que completaran 25 sesiones duran- te 12 semanas. Los voluntarios fueron sometidos al test isocinéti- co de evaluación de la flexión y extensión del tronco en el inicio y al final del período de entrenamiento. La función de los extensores del tronco presentó aumento en todos los parámetros analizados (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabajo total – 28%, p = 0,0002; potencia – 30%, p = 0,0002; cantidad total de trabajo – 21%, p = 0,002) en relación al período pre-entrenamento. Con relación a los músculos flexores, fue detectado un discreto aumento para traba- jo total (10%, p = 0,0003) y para cantidad total de trabajo (10%, p = 0,002). Analizando la relación flexo-extensor en todos los pará- metros fue detectado una reducción significativa en relación a los índices obtenidos en el pre-entrenamiento (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabajo total – 23%, p = 0,002; potencia – 25%, p = 0,01; cantidad total de trabajo – 14%, p = 0,04). El método Pilates® (nivel intermediario–avanzado) se mostró como una eficiente he- rramienta para el fortalecimiento de la musculatura extensora del tronco, atenuando el desequilibrio entre la función de los múscu- los comprendidos en la extensión y flexión del tronco. INTRODUÇÃO A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar(1) . Atualmente, existem evidências que sugerem a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos mús- culos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas de prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar (lom- balgia)(2,3) . A lombalgia é um dos mais comuns problemas da sociedade moderna, representando grande parcela de gastos na área de saú- de pública. Dados epidemiológicos demonstram que, nos Estados Unidos da América, a lombalgia é a causa mais freqüente de inca- pacidade física para o trabalho em pessoas com menos de 45 anos(4) . Estima-se que o gasto anual relacionado a esse problema (custos médicos e indenizações) ficou em torno de 20 bilhões de dólares durante a década de 90(5,6) . A previsão para a próxima déca- da é de que esses gastos superem 50 bilhões de dólares(5,6) . A dificuldade de prevenção e tratamento da lombalgia é devida a sua etiologia ser multifatorial e também devido ao fato de que muitas das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Fre- qüentemente, a lombalgia está associada ao sedentarismo, sendo considerada uma das mais comuns doenças hipocinéticas(7-10) . Ape- sar de evidências teóricas apontarem para a importância da ativi- dade física na prevenção da lombalgia, não existem recomenda- ções específicas para a elaboração de programas de treinamento na prevenção desse problema(11) . O método Pilates® desenvolvido por Jopeph Pilates no início da década de 1920 tem como base um conceito denominado de con- trologia(12) . Segundo Pilates(12) , contrologia é o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utiliza- ção e aplicação dos mais importantes princípios das forças que atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o completo co- nhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total enten- dimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo. Os exercí-
  • 2. 488 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004 cios do método Pilates® são, na sua maioria, executados na posi- ção deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas muscula- res, articulares e ligamentares particularmente da região sacrolom- bar(12,13) . O sistema básico inclui um programa de exercícios que fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradual- mente, exercícios de extensão do tronco, além de outros exercí- cios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista(12-14) . Uma vez que o método Pilates® preco- niza a melhoria das relações musculares (agonista e antagonista), o nosso objetivo foi testar o efeito desse método de treinamento sobre o torque isocinético dos extensores e flexores do tronco medido a velocidade angular de 120 graus por segundo. MATERIAL E MÉTODOS Amostra Participaram voluntariamente do estudo 20 pessoas (16 mulhe- res com idade média de 34,06 ± 7,21 anos; 4 homens com idade média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os exer- cícios do nível intermediário-avançado, que completaram, durante 12 semanas, 25 sessões ministradas por um instrutor qualificado. Os indivíduos selecionados para participar da amostra eram exclu- sivamente praticantes do método Pilates©, portanto, não realizan- do nenhum outro tipo de treinamento físico. Também foram sele- cionados para participar do estudo indivíduos que já teriam passado pelo nível inicial do método Pilates©. Seguindo a resolução especí- fica do Conselho Nacional de Saúde (no 196/96), todos os partici- pantes foram informados detalhadamente sobre os procedimen- tos utilizados e concordaram em participar de maneira voluntária do estudo, assinando um termo de consentimento informado e proteção da privacidade. Descrição do método Pilates® As sessões de treinamento, com duração média de 45 minutos, foram dadas em cinco turmas de quatro participantes por vez, em nível intermediário-avançado, usando-se aparelhos específicos do método: Reformer, Cadilac, Wunda-chair, Electric-chair, Pedi-pull, Barrel, Magic circles, bem como, exercícios sem aparelhos (Mat)(13). A sessão de treinamento iniciou-se no aparelho Reformer, no qual foram realizados os seguintes exercícios: foot work series, the hundred, short spine massage, coordination, rowing III-IV-V-VI, pulling straps I e II, backstroke with reverse, teaser, short box se- ries, long stretch, down stretch, elephant, stomach massage (round, hands back, reach up, twist), tendon stretch, semi-circle, chest- expansion, thigh stretch, arm-circles with variation, corkscrew, leg circles frog, knee stretch series, running, pelvic lift. Entre o exercí- cio rowing e o pulling straps, foi realizado o exercício swan no apa- relho Barrel. Subseqüentemente, foram realizados os exercícios sem aparelhos (Mat): single leg stretch, double leg stretch, single straight, double straight, criss cross. Após os exercícios sem apa- relhos (Mat), foi utilizado o aparelho Wunda-chair com os respecti- vos exercicícios: pushing down with hands, pull up, balance con- trol front, the table, teaser. Na seqüência foi utilizado o aparelho Cadillac com os respectivos exercícios: leg circle, walking, beats, pull up hanging. A sessão foi finalizada no aparelho Pedi-pull, no qual foi realizado o exercício chest expansion seguido da série de Magic circles. Os exercícios para alongamento e fortalecimento dos extenso- res da coluna, realizados sem hiperextensão do tronco, são short box (round, flat side to side e tree); stomach massage (round, han- ds back, reach up, twist). Posteriormente, são introduzidos no sis- tema avançado os exercícios: rowing III, IV, V e VI. Já os exercícios introduzidos no sistema intermediário, com hiperextensão do tronco são: pulling straps I e II e swan on the barrel. E finalmente, os exercícios de fortalecimento do power house: stomach masage, short box, teaser, long stretch, realizados no Reformer; série dos abdominais do Mat (single leg stretch, double leg stretch, single straight, double straight, criss cross) e na Wunda-chair, os exercí- cios: pushing down with hands, pull e teaser. Avaliação isocinética da função de flexão e extensão do tronco O método de avaliação isocinética utilizado é objetivo e reprodu- tível da avaliação muscular(15,16) . Os indivíduos foram avaliados, antes e após as sessões de treinamento, através do equipamento Cy- bex® 6000, módulo TFE (Trunk Flexion Extension), de maneira idên- tica: com fixação dos mesmos na altura dos membros inferiores, deixando livre, apenas o movimento de flexão e extensão do tron- co. O eixo do movimento é fixado na altura da articulação L5-S1, tendo sido feitas duas repetições isocinéticas concêntricas a 120 graus por segundo em cada avaliação; foi permitido ao indivíduo fazer todo o movimento de que fosse capaz, dentro dos parâme- tros mensuráveis do equipamento. A velocidade angular de 120 graus por segundo foi escolhida por ser considerada mais segura para testes de flexão e extensão de coluna(17). Os parâmetros ava- liados foram: pico de torque (máximo de torque atingido na veloci- dade em que o teste foi realizado, dado em newtons por metro), trabalho total da melhor repetição expresso em joules, potência (indicador do trabalho na unidade do tempo expressa em watts) e quantidade total de trabalho e a relação entre os valores encontra- dos na flexão e extensão do tronco. Os testes isocinéticos foram realizados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUSP. TABELA 1 Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado a 120 graus de velocidade angular dos extensores do tronco PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J) Pré (n = 20) 132,6 ± 36,0* 128,9 ± 39,4* 136,2 ± 36,8* 479,2 ± 147,2* Pós (n = 20) 166,8 ± 34,4* 166,1 ± 40,9* 177,9 ± 40,1* 580,0 ± 149,0* P 0,0004 0,0002 0,0002 0,002 * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P) estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts. TABELA 2 Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado a 120 graus de velocidade angular dos flexores do tronco PT (N.m-1 ) TT (J) Potência (W) QTT (J) Pré (n = 20) 169,0 ± 22,6 187,9 ± 29,1* 202,0 ± 40,6* 715,2 ± 022,8* Pós (n = 20) 171,6 ± 21,3 206,6 ± 25,7* 213,2 ± 25,9* 780,8 ± 106,9* P 0,1 0,0003 0,2 0,002 * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P) estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts. TABELA 3 Determinação da razão flexor:extensor no pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência e quantidade total de trabalho (QTT) durante o teste isocinético realizado a 120 graus de velocidade angular dos extensores do tronco PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J) Pré (n = 20) 133,9 ± 40,6* 158,3 ± 48,5* 160,5 ± 54,2* 162,1 ± 50,4* Pós (n = 20) 107,6 ± 29,4* 128,9 ± 40,0* 128,3 ± 38,0* 142,1 ± 45,0* P 0,0001 0,002 0,01 0,04 * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P) estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts.
  • 3. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004 489 Análise estatística Os valores médios dos dados obtidos nas duas avaliações pré- treinamento e pós-treinamento foram comparados através do tes- te t de Student para amostras dependentes com nível de signifi- cância de p < 0,05. RESULTADOS A função dos extensores do tronco apresentou aumento em todos parâmetros analisados (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabalho total – 29%, p = 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho – 21%, p = 0,002) em relação ao pe- ríodo pré-treinamento. Com relação aos músculos flexores, foi de- tectado discreto aumento para trabalho total (10%, p = 0,0003) e para quantidade total de trabalho (10%, p = 0,002). Analisando a razão flexor:extensor, em todos os parâmetros foi detectada redu- ção significativa em relação aos índices obtidos no pré-treinamen- to (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabalho total – 23%, p = 0,002; potência – 25%, p = 0,01; quantidade total de trabalho – 14%, p = 0,04). DISCUSSÃO O funcionamento da coluna lombar de seres humanos é único. Em outros primatas, observa-se postura curvada para frente sem lordose. A lordose é freqüente em quadrúpedes; entretanto, nes- ses animais a espinha não funciona sobre força axial, como em seres humanos, que mantêm a postura ereta. O músculo respon- sável pela manutenção da postura lordódica nos seres humanos é o multífido. A função desse músculo está relacionada à extensão do tronco. Tem sido demonstrado que a função do multífido está prejudicada em pacientes com lombalgia(18-21) . Por outro lado, a fun- ção dos flexores do tronco parece não ser alterada em pacientes com lombalgia, reforçando a maior importância da realização de exercícios para a musculatura extensora(22) . O sedentarismo está diretamente relacionado ao enfraquecimento da musculatura en- volvida na extensão do tronco e, conseqüentemente, é considera- do fator de risco para a etiologia da lombalgia(23,24) . Em um recente estudo(25) foi observado que pacientes com lom- balgia apresentavam 40% de decréscimo na força de extensores do tronco em relação a indivíduos assintomáticos (grupo controle). Após o treinamento de força com ênfase nos extensores do tron- co por oito semanas, os pacientes apresentaram ganho de 100% na força desses músculos em relação ao início do treinamento. Já no grupo controle o ganho foi de apenas 10% em relação ao valor inicial. Ainda nesse estudo foram realizadas imagens de ressonân- cia magnética na secção transversa do multífido, que demonstra- ram que em pacientes com lombalgia foi detectada hipertrofia desse músculo após o treinamento. Uma limitação do presente estudo foi a falta do grupo controle, porém, de acordo com estudo condu- zido por Mooney et al.(25), ficou comprovado que em indivíduos sedentários (grupo controle) o ganho de força foi insignificante em relação ao marcante aumento observado no grupo treinado. Nos- sos resultados demonstraram que em todos parâmetros avaliados (pico de torque, 25%; trabalho total, 30%; potência, 30%; e quan- tidade de trabalho total, 21%), foi constatado aumento significati- vo no valor pós-treinamento em relação ao valor pré-treinamento. Outro estudo, também utilizando treinamento de força para mús- culos extensores do tronco, acompanhou 400 indivíduos que re- portavam lombalgia por um ano(26). Após oito semanas de treina- mento (duas vezes por semana), 80% dos participantes reportaram atenuação dos sintomas da lombalgia. Após um ano de estudo, houve apenas 11% de reutilização de serviços médicos devido à lombalgia. Em um estudo de caso, Blum(14) reportou que o método Pilates® foi eficiente no tratamento de uma paciente com escoliose. Nos- sos resultados demonstraram que o método Pilates® foi eficiente em promover aumento em todos os parâmetros avaliados (pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total) du- rante a extensão do tronco em relação ao valor pré-treinamento. Além disso, também verificamos que esse aumento foi responsá- vel pela queda na relação flexores:extensores em todos os parâ- metros avaliados (pico de torque, trabalho total, potência e quanti- dade de trabalho total), aproximando-a do valor ideal considerado 100 (equilíbrio entre flexores e extensores). Com relação aos flexores foi detectada melhora discreta no tra- balho total e na quantidade de trabalho total. No estudo de Greve et al.(27) , ao comparar indivíduos sedentários e treinados, foi cons- tatado que a função dos flexores do tronco (torque, trabalho e po- tência) era semelhante, indicando que a musculatura flexora do tronco é menos suscetível à falta de treinamento. Através dos nossos resultados podemos constatar que a musculatura envolvi- da na flexão também foi menos responsiva ao estímulo do método Pilates® . Apesar de existir uma crença de que o reforço da muscu- latura flexora do tronco (músculos abdominais) é uma prioridade nos programas de exercício e reabilitação da coluna lombar, evi- dências recentes não confirmam essa hipótese(28) . Acreditava-se que o aumento da pressão intra-abdominal reduziria a compressão sobre a espinha e os discos intervertebrais, atenuando dessa for- ma a lombalgia. Entretanto, em uma recente revisão da literatura não foi possível comprovar essa relação entre aumento da pres- são intra-abdominal e atenuação da lombalgia(28). Além disso, a pres- são intra-abdominal não é aumentada durante a contração dos músculos abdominais(29) . Também foi observado que o treinamen- to de força com ênfase sobre essa musculatura não foi eficiente em promover aumento da pressão intra-abdominal(29) . CONCLUSÃO Existem evidências convincentes de que a realização de um pro- grama de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatu- ra extensora do tronco restaura a função da coluna lombar e pode prevenir o surgimento da lombalgia. O método Pilates® (nível inter- mediário-avançado) mostrou-se eficiente para promover aumento do pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de traba- lho total dos músculos relacionados à extensão do tronco. Esses resultados indicam que esse método de treinamento pode ser uti- lizado como estratégia para o fortalecimento dessa musculatura, atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Prof. José Elias de Proença e ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUSP o inestimável auxílio para a realização des- te trabalho. Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo. REFERÊNCIAS 1. Lee J-H, Hoshino Y, Nakamura K, Kariya Y, Saita K, Ito K. Trunk muscles weak- ness as a risk factor for low back pain: a 5-year prospective study. Spine 1999; 24:54-7. 2. Rissanen A, Kalimo H, Alaranta H. Effect of intensive training on the isokinetic strength and structure of lumbar muscles in patients with chronic low back pain. Spine 1995;20:333-40. 3. Flory PD, Rivenburgh DW, Stinson JT. Isokinetic back testing in the athlete. Clin Sports Med 1993;12:529-46. 4. 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