O documento discute variações linguísticas em diferentes situações de comunicação, apresentando exemplos de falas regionais em obras audiovisuais e músicas populares brasileiras para analisar marcas linguísticas. Os alunos são convidados a identificar palavras desconhecidas e interpretar como o uso da linguagem regional expressa aspectos culturais.
1. Poá, 27 de julho de 2023.
Pauta: Marcas Linguísticas e de oralidade; Variação
linguística;
Habilidade: Identificar as marcas linguísticas que
evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto;
3. 1- O que vocês sabem sobre esse tema;
2- Registrem no caderno os conhecimentos prévios,
para que sejam retomados ao final da aula;
3- É de suma importância a participação do grupo e das
contribuições que darão, com base no que já sabem
sobre o assunto e no que gostariam de saber.
4. Que língua é essa?
Trailer do filme
“O Auto da Compadecida” (2000)
Chico Bento em
“Na roça é diferente
- Turma da Mônica” (1990)
5. O que já sabemos sobre isso?
1- Em relação à fala dos personagens, o que foi possível
observar nesses vídeos?
2- Há algo em comum entre eles?
3- Vocês sabiam que no Brasil há diferentes falares?
4- Vocês conhecem algum outro exemplo dessas diferenças: a
fala de algum amigo, familiar, ou mesmo de algum outro
personagem da TV, da Internet?
6. Para além da fala
Documento de Matuto *
Luiz Gonzaga
Sol escaldante
A terra seca
E a sede de lascá
Sem ter jeito prá vivê
Com dez fío prá criá
Foi por isso seu moço
Que eu saí em busca
De outro lugar
E com lágrimas nos óio
Eu deixei meu torrão nata
Eu vim procurar trabalho
Não foi riqueza que eu vim
buscar
Peço a Deus vida e saúde
Prá família pudê sustentá
Seu moço o documento
Que eu tenho pra mostrá
São essas mão calejada
E a vontade de trabaiá
7. ATIVIDADES
Selecionar as palavras desconhecidas da letra de música e
escrever de forma como estão registradas no dicionário,
registre essas formas no caderno;
Por que o autor da música preferiu usar as formas que
reproduzem a fala, (quem é o “personagem”, onde ele vive,
qual o seu tipo de trabalho, quais seriam as suas condições
de vida);
8. Um poliglota na própria língua
Leia a frase:
Como brasileiros, devemos ser poliglotas em nossa
própria língua.
A partir da leitura do texto, do conteúdo dos vídeos
e das descobertas que fez junto com sua turma,
como você interpreta essa frase?
Registre em seu caderno a sua resposta.
9. ATIVIDADES
O que você sabe sobre a própria língua;
De onde ela veio;
Por que falamos português;
Que línguas existiam no Brasil antes da chegada dos portugueses;
Que outros povos chegaram no Brasil e ajudaram a povoar o país;
Que línguas eles falavam.
10. Leia o texto para responder à questão.
O HUMOR DE MAU HUMOR
Chico Anysio
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
de Nova York
São Paulo, sexta, 5 de setembro de 1997.
[...]
Folha - Sua mudança para os EUA não teve muito destaque na imprensa brasileira.
Como está sendo essa nova fase de sua vida?
Chico Anysio - O começo, como toda mudança, é um pouco atribulado, mas felizmente tudo está
transcorrendo bem.
Dentro de 15 dias já estarei com meu "social security" (número para contribuição social nos EUA), e o
"green card" (que dá direito ao estrangeiro de viver no país) já está a caminho.
Conseguir o "green card" assim tão rapidamente me deixou muito satisfeito. Vou consegui-lo por ter
habilidades excepcionais. Aqui nos Estados Unidos eles estão me tratando com muita consideração.
Folha - Você não pretende voltar a morar no Brasil?
Anysio - Talvez daqui a dez anos, quando os jornalistas que estão no comando das redações hoje
estiverem com 40 anos de idade e já tiverem sido demitidos. Quem sabe a próxima
geração saiba me dar mais valor.
Folha - Você está falando sério? Acha realmente que foi perseguido pela imprensa brasileira?
Anysio - A imprensa adora destruir. Sofri uma perseguição cruel, desrespeitosa...
[...]
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq050940.htm>. Acesso em: 13 abr. 2023.
Sobre essa entrevista, é correto afirmar:
A) Há muitas marcas de oralidade, evidenciando um texto com transcrição literal.
B) A transcrição não apresenta marcas de oralidade, portanto, aproxima-se mais da adaptação.
C) As repetições estão presentes ao longo do texto, evidenciando uma transcrição literal.
D) O uso dos parênteses para explicar termos anteriores reforça a hipótese de transcrição literal.
E) As emissões do entrevistado foram preservadas, mantiveram as repetições e excluíram as marcas de oralidade
Notas do Editor
<title> Tema da aula </title>
Tempo sugerido: 2 minutos
Orientações:
1- Apresente o título da aula e pergunte aos alunos o que eles sabem sobre esse tema;
2- Faça um levantamento dos conhecimentos prévios e registre tópicos que considerar importantes, para que sejam retomados ao final da aula;
3- Oriente-os sobre a importância da participação do grupo e das contribuições que darão, com base no que já sabem sobre o assunto e no que gostariam de saber.
<title> Introdução </title>
Tempo sugerido: 8 minutos
Orientações:
1- Reproduza os dois vídeos para a turma e peça que eles observem o modo de falar dos personagens. Essa atividade pode suscitar o desejo de assistir ao filme completo, o que não é necessário neste primeiro momento;
Auto da Compadecida - http://globofilmes.globo.com/filme/oautodacompadecida/Na Roça é Diferente - https://www.youtube.com/watch?v=Bfx_E3zvnjc
<title> Desenvolvimento </title>
Tempo sugerido: 30 minutos
Orientações:
1- Pergunte aos alunos sobre o que observaram, levante conhecimentos prévios sobre os diferentes falares do Brasil, observados pelos alunos em seu dia a dia, naquilo que acessam na internet, que assistem na TV, que conseguem identificar entre seus próprios familiares etc.;
2- Anote alguns exemplos trazidos pelos alunos no quadro, para recuperar depois no fechamento da aula.
<title> Desenvolvimento </title>
Orientações:
Promova a leitura compartilhada da letra de música “Documento de Matuto”, de Luiz Gonzaga (essa letra apresenta uma variedade regional mais próxima da modalidade oral da língua, objeto foco da habilidade em questão); a letra pode ser encontrada em https://www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/1561254
Reproduza o áudio, para acompanhamento dos alunos (cada um deve receber uma cópia da letra da música);
Leve os alunos a selecionar as palavras desconhecidas pelo grupo. Enquanto eles identificam, registre no quadro os resultados;
Aproveite para destacar o uso das palavras “lascá”, “vivê”, “fío”, “criá”, ‘óio”, “pudê”, “sustentá”, “mostrá”, “essas mão”, “trabaiá”, que são reproduções escritas de formas usadas na oralidade;
Retome o texto e, por meio da Inferência, estimule os alunos a reconhecer os significados das palavras selecionadas a partir do contexto (atividade oral, desenvolvida coletivamente);
Pergunte aos alunos como essas palavras estão registradas no dicionário e registre essas formas no quadro;
Pergunte por que o autor da música preferiu usar as formas que reproduzem a fala, explore os elementos do texto (quem é o “personagem”, onde ele vive, qual o seu tipo de trabalho, quais seriam as suas condições de vida, etc);
Promova uma reflexão sobre os usos desse tipo de variedade (em que situação ela aparece, em que região é mais comum, é utilizada por qual público, com que finalidade..)
<title> Fechamento </title>
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
Reproduza no quadro a frase a ser analisada e o enunciado da atividade, ou prepare cópias para todos os alunos ( o que pode ser mais produtivo em relação ao tempo disponível);
Apresente o conceito de “poliglota” (se for possível, use um dicionário);
Depois que todos tiverem respondido, leve-os a socializar os resultados com a turma e valorize as contribuições de cada um;
Ao final, contribua com sua resposta, procurando aproveitar as colocações dos próprios alunos.
Possíveis respostas:
O Brasil é um grande país, com diferentes características regionais, portanto, há também diferenças nos modos de falar de seus habitantes.
Devemos conhecer e valorizar as diferenças linguísticas que existem em nosso país, para compreender e usar a variedade mais adequada a cada situação.
Ainda que haja variação nos modos de falar e no vocabulário de algumas regiões do Brasil, todos nós brasileiros falamos a mesma língua, portanto, devemos respeitar e valorizar essas diferenças, que só nos enriquecem.
Materiais complementares: Dicionários.