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URBANIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS
                    CAMPOS-CASO PINHEIRINHO

                Luiz Gustavo Forlin1,Prof.ª Sandra Maria Fonseca da Costa2
    1
      Univap/Núcleo de Planejamento Urbano e Regional/ IP&D, Avenida Shishima Hifume, 2911- Urbanova/
                              SJCampos/SP, e-mail: gustavoforlin@hotmail.com
    2
      Univap/Núcleo de Planejamento Urbano e Regional/ IP&D, Avenida Shishima Hifume, 2911- Urbanova/
                                  SJCampos/SP, e-mail: sandra@univap.br

Resumo- A cidade de São José dos Campos, localizada no estado de São Paulo, tem apresentado um intenso
crescimento periférico, o qual tem se dado em duas direções: através da proliferação de loteamentos clandestinos
e através do aumento no número de loteamentos voltados para a classe média/alta. Neste contexto, este
crescimento urbano relativamente rápido, sob a égide do capital e de sua ramificação técnico-industrial, produz
inúmeros movimentos de segregação sócio-espacial que margeia toda uma camada populacional de baixa renda
e, comparativamente, também estabelecem inúmeras zonas de alto padrão. Elucidar estes processos, partindo do
princípio de que a gênese destes espaços segregados está no próprio movimento de expansão capitalista, dentro
do chamado grupo de países “periféricos”, tomando como exemplo mais premente a ocupação da área
conhecida como “Pinheirinho”, localizada na região sul da cidade, configura a meta final desta pesquisa.
Palavras-chave: Segregação sócio-espacial, crescimento urbano, capitalismo, geotecnologias
Área do Conhecimento: Geografia

Introdução                                                 metrópole. Temos, assim, uma situação quase
         Os setores sociais na cidade e no processo        “impositiva”, na qual uma alta densidade populacional
de urbanização brasileira, historicamente, sempre          irá se estabelecer em áreas longínquas dos
foram deixados à margem em detrimento da                   chamados centros ou em locais onde a condição
concentração de capitais investidos nos chamados           natural se mostra extremamente desfavorável
“setores produtivos”. Podemos estabelecer como             (morros e encostas íngremes) levando a estruturação
ponto chave desta postura (dentro da história recente      de uma gama de favelas, loteamentos irregulares e
do país) o governo Juscelino Kubitsheck que, em            clandestinos, desprovidos de bens e serviços
1955, expressa a frase símbolo de seu governo e            coletivos de autoria do poder público (que prioriza
que confirma esta conceituação: “vamos prosperar           seus investimentos de infra-estrutura para áreas
cinqüenta anos em cinco”. A partir daí, toda uma           onde residem segmentos populacionais de maior
concentração de capitais nos setores de infra-             poder aquisitivo). É o ônus de áreas consideradas
estrutura regional, como estradas, hidrelétricas,          menos valorizadas pelo mercado imobiliário regular.
aeroportos, sistemas de comunicação, e também nos
                                                                    Considerando o que foi arrolado, o objetivo
setores produtivos das indústrias de base, como as
                                                           deste trabalho é estudar o processo de segregação
siderúrgicas e os pólos petroquímicos começam a
                                                           sócio-espacial na cidade de São José dos Campos
receber aporte de recursos nunca antes visto no
                                                           dentro do recente processo de urbanização-
país. Era a busca pela rápida industrialização.
                                                           industrialização (como reflexo direto do “novo” nexo
        Os setores sociais e das cidades ficam à           capitalista do Brasil), tomando como exemplo mais
margem neste processo. “Isso porque cabe às                elucidativo a ocupação do “Pinheirinho”, localizado
cidades, e especialmente aos poderes municipais,           na região sul da cidade, estabelecendo o processo
receber o impacto primeiro dos problemas sociais de        de ocupação da área, causas e atores envolvidos,
nosso país, que é já, e cada vez mais,                     avaliando o perfil da população residente no local e
essencialmente urbano (...)” (CAMPOS FILHO, 1992,          as razões que levaram à ocupação, amparando a
p.46). Santos (1994) salienta ainda que, dentro deste      situação fundiária local, de embate entre poder
processo, com diferença de grau e de intensidade,          público, que defende um dos valores mais icônicos
todas as cidades brasileiras são condicionadas a           ao capitalismo, a propriedade privada, e os
uma série de problemáticas, como os problemas de           movimentos de defesa da ocupação, que pressiona à
emprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da       regularização da área.
água, dos esgotos, da educação, da saúde.
         Paralelamente a este quadro (e em
                                                           Materiais e Métodos
decorrência dele), temos o problema da segregação
                                                                 Para a concretização da pesquisa, estão sendo
sócio-espacial, característica marcante das grandes
                                                           utilizados os seguintes materiais e      métodos:
metrópoles dos países subdesenvolvidos, num
processo no qual se verifica que diferentes camadas            -Levantamento bibliográfico: que acompanha
sociais tendem a se concentrar cada vez mais em                todo o desenvolvimento da pesquisa
diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da


X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e                                                     1950
VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
-Processo de mapeamento: aqui, por meio do             um espaço urbano extremamente caótico e
    software SPRING, sistema de informação                 desordenado, com uma rede urbana articulada e
    geográfica desenvolvido pelo INPE (Instituto           hierarquizada, refratada num estado de “coisas”
    Nacional de Pesquisa Espacial) e, utilizando           moldadas em âmbito global, num nível macro, com
    fotografias aéreas digitais recentes (do ano de        reflexos díspares numa escala menor, num
    2005), obtidas pela PMSJC, foram digitalizados e       movimento       perpetuador de    “desigualdades
    mapeados toda a área do “Pinheirinho”, assim           combinadas”. Desigualdades descortinadas e
    como outros elementos urbanos, para fazer uma          reveladas por meio da segregação, segregação
    análise geral da segregação sócio-espacial na          sócio-espacial.
    cidade, analisadas, concomitantemente, sob o
                                                                     O movimento de segregação, dentro da ótica
    julgo do crescente crescimento urbano do
                                                           urbana, atuaria sob diversas instancias, sob diversos
    município.
                                                           “equipamentos” sociais. Lojkine (1998) estipula três
    -Levantamento Legislativo: aqui, a questão dos
                                                           tipos de segregação social e espacial: uma primeira
    direitos, da dicotomia entre legalidade e
                                                           segregação ocorreria no nível habitacional, no qual
    ilegalidade do uso da terra.
                                                           uma “lógica operária” se estabeleceria a um
    -Levantamento de dados junto aos órgãos
                                                           determinado          ponto,         opondo-se         ao
    públicos e aos movimentos de defesa da
                                                           “emburguesamento” de um centro urbano renovado
    ocupação Pinheirinho: o levantamento busca
                                                           ou de áreas residenciais “para executivos”, por
    nestes órgãos públicos esclarecer como anda os
                                                           exemplo. Uma segunda segregação ocorreria no
    tramites referentes ao Pinheirinho, em como o
                                                           nível dos equipamentos coletivos, representados por
    aparato institucional lida com esta população
                                                           escolas,     creches,     equipamentos       esportivos,
    segregada, bem como os advogados da
                                                           programas sociais enfim, todo um aparato de
    ocupação vêm lutando/ recorrendo contra
                                                           garantias (muitas de responsabilidade do Estado) a
    inúmeros processos de reintegração de posse e
                                                           uma vida minimamente plena ao cidadão, lógica que
    ou de demolição das moradias do local.
                                                           confirmaria “(...) o subequipamento dos conjuntos
    -Elaboração de questionários e entrevistas no          “operários” opondo-se ao “superequipamento” dos
    Pinheirinho: questionários estão sendo efetuados       conjuntos “burgueses” (LOJKINE, 1998, p.244). Já a
    a fim de conhecer a realidade de um                    terceira segregação ocorreria no nível do transporte
    assentamento, de uma camada populacional               domicílio-trabalho, que produziria disparates abissais
    segregada, do Pinheirinho (onde residem mais           no quesito transporte (público ou privado),
    de 7000 moradores), buscando estruturar nas            reafirmando “(...) que a crise dos transportes
    respostas do questionário à realidade sócio-           coletivos para o operariado contrastaria com os
    político dos moradores; as “peregrinações”             privilégios “burgueses” do uso do automóvel”
    possíveis que estes já sofreram; a falta de infra-     (LOJKINE, 1998, p.245), lembrando que, atrelado a
    estrutura local; o processo de construção das          estes problemas, encontra-se o cenário caótico-
    moradias; a relação com os serviços públicos (se       urbano de países subdesenvolvidos como o Brasil.
    há ou não); o poder aquisitivo da população; o         Nesses, a face quantitativa dos automóveis,
    perfil do trabalhador, se este desenvolve              somadas      às     parcas     (ou    precárias)    vias
    atividades informais ou não; etc.                      comunicacionais e ao defasado e omisso sistema
    -Sistematização e articulação da análise de            público de transporte fazem emergir o quão “morar
    dados: etapa realizada concomitante à pesquisa         longe” eleva o aspecto transtorno na vida de um
                                                           trabalhador segregado espacialmente, bem como o
                                                           próprio “não” transporte público destinado à espaços
Urbanização e Segregação Sócio - Espacial
                                                           muitas vezes considerados também “não lugares”
         A      relação     industrialização-urbanização   (por não existirem, na ótica do “olhar” que o poder
adquire papel de grandiloqüência nesta nova etapa          público afere a estes espaços).
da estrutura capitalista. Campos Filho (1992) ressalta               Um enfoque extremamente importante a ser
os processos completamente distintos em que esta           abordado      para    explicar     estes   movimentos
relação      (industrialização-urbanização)      adquire   segregacionais refere-se ao papel desempenhado
dependendo do lugar de sua aplicabilidade,                 pela especulação imobiliária (e sua relação com o
afirmando que, nos países desenvolvidos, a                 Estado). A especulação imobiliária reserva as
população está, via de regra, integrada com a              melhores áreas, formando extensos vazios nos
economia de mercado; ali, as mudanças (estruturais,        arredores da cidade, impondo um aspecto de
que permearam novos modos de produção, trabalho,           desorganização e de descontinuidade. Mesmo os
serviços...) ocorrem na medida que as inovações            conjuntos habitacionais populares situam-se, quase
tecnológicas “amadurecem”. Já nos países                   sempre, além desses vazios. Há especulação
subdesenvolvidos (ou “em desenvolvimento” como             imobiliária “(...) tanto com a terra rural nas
querem acercar...), como no caso brasileiro, ramos         vizinhanças das cidades na expectativa que se
inteiros de produção são implantados, numa                 tornem urbanas como a especulação imobiliária com
tecnologia “pronta”, de uma só vez, submetendo a           as terras urbanas no interior das cidades, que se
estrutura econômica a choques muito mais                   apresenta com grande intensidade nos países de
profundos, oferecendo pontes mais estreitas ao             capitalismo periférico” (CAMPOS FILHO, 1992, p.46).
escamoteamento da realidade, com a formatação de           A especulação imobiliária consistiria numa forma pela



X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e                                                        1951
VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
qual os proprietários da terra recebem uma renda           dos Alemães, teve início em fevereiro de 2004,
transferida     dos     outras    setores    produtivos,   quando trabalhadores sem-teto ocuparam um terreno
especialmente através de investimentos públicos na         de 1,4 milhões de metros quadrados (57 alqueires),
infra-estrutura e serviços urbanos. O Estado “divide”      de propriedade do megaespeculador Naji Nahas.
o controle de setores estratégico da economia em           Atualmente, moram no Pinheirinho mais de 7 mil
diversas “mãos”, escolhe os beneficiados de sua            pessoas, o correspondente a 1,4 mil famílias. Cerca
política, retirando a confiança do poupador no             de 2,6 mil sem-tetos são crianças de 0 a 10 anos. A
investimento produtivo, fazendo com que o ganho            Justiça já tentou por mais de dez vezes desocupar a
econômico “(...) seja não o resultado do trabalho e        área. Mandados de reintegração de posse foram
risco do investidor, mas o de escolha privilegiada         efetivados pela prefeitura, sendo derrotados pelas
governamental, onde os riscos foram eliminados ou          diversas iniciativas políticas e jurídicas, tanto dos
limitados a alguns casos de flagrante má gerência e        moradores da ocupação quanto dos sindicatos da
incúria dos negócios (...)” (CAMPOS FILHO,                 cidade, em especial do Sindicato dos Metalúrgicos. A
1992,p.48).                                                atitude da prefeitura, desde a ocupação do
         Em consonância com o que foi discutido até        Pinheirinho, tem sido de desmerecer e atacar o
aqui, enquadra-se a cidade de São José dos                 movimento dos sem-teto, chegando a oferecer
Campos. Localizada no Estado de São Paulo, é a             passagens de volta para o local de origem para
cidade mais importante da região do Vale do                aqueles que não são de São José dos Campos.
Paraíba, considerando o processo de industrialização       Outra ação da prefeitura, aprovada em 2004, foi uma
que começou a comandar o crescimento do                    lei municipal, que retirou os benefícios sociais - como
município depois da década de 50, produzindo um            leite e cestas básicas - das famílias carentes que
crescimento sem um controle rigoroso do governo            estão no acampamento (a lei exclui dos programas
local. Este processo acelerou-se depois da década          sociais do município os invasores de áreas públicas
de 50, com a inauguração da rodovia Presidente             ou privadas). De autoria do então presidente da
Dutra,     a    operação     CTA     (Centro    Técnico    Câmara dos Vereadores, ficou conhecida como “lei
Aeroespacial), do INPE (Instituto Nacional de              da fome”. Além disso, a prefeitura vem negando
Pesquisa Espacial), da implantação de indústrias           qualquer tipo de ajuda, como, por exemplo, a
armamentistas, como a AVIBRÁS e a ENGESA e o               proibição da atuação da Defesa civil em casos de
próprio ramo aeronáutico que se vê fortalecido com a       queda de barracos em época de chuvas. Os sem-teto
EMBRAER. Proliferam-se também todo o nicho de              exigem que a prefeitura desaproprie o terreno. A
empresas terceirizadas que prestam serviços a todas        intenção do movimento, é que a legitimação de um
estas indústrias, embasando inúmeras ramificações -        bairro seja feita, com uma infra-estrutura adequada
técnica-industrial - pela cidade.                          aos moradores (hoje, não há qualquer tipo de
         A partir desse momento, houve uma                 pavimento público no local).
reestruturação da área urbana, com a cidade sendo
                                                                     Enfim, o Pinheirinho embasa de forma
um exemplo típico da expansão capitalista num país
                                                           elucidativa todos os processos discutidos neste
subdesenvolvido, com a urbanização alcançando
                                                           projeto, desde o reflexo do desenvolvimento do
uma amplitude quase impossível de ser medida com
                                                           capital (que transforma uma cidade de perfil
exatidão e com amplos disparates sociais (com
                                                           “interiorano” em um pólo técnico-industrial), da
movimento de segregação sócio-habitacional como
                                                           propriedade privada da terra, da terra vista como
reflexo). Este crescimento gerou um aumento das
                                                           “mercadoria”, da especulação imobiliária, do
unidades habitacionais, para suprir a necessidade de
                                                           conseqüente movimento segregacional, do pouco (ou
moradia dos trabalhadores das indústrias e destes
                                                           nenhum) aporte de recursos a estas áreas (que
novos centros tecnológicos. Imóveis e localidades
                                                           podem ser consideradas áreas dos “não lugares”), do
específicas foram se tornando alvos de domínio do
                                                           poder público, que escolhe para seus investimentos
capital e áreas centrais e suas proximidades foram
                                                           em bens e serviços coletivos, os lugares onde estão
valorizando-se e afastando a população de baixa
                                                           os segmentos populacionais de maior poder
renda que, via de regra, agora teria de estabelecer-
                                                           aquisitivo.
se e formar os inúmeros loteamentos e bairros
clandestinos que hoje permeiam a cidade (somados                    A primeira etapa da pesquisa, relacionar o
ainda aos cortiços, favelas...), sem que o olhar           crescimeto urbano da cidade com a espacialização
“público” se volte às necessidades destes                  da segregação por meio do mapeamento da mancha
segregados (na verdade, o poder público esforça-se         urbana da cidade (utilizando o sistema de informação
à “maquiar” o processo).                                   geográfica Spring) foi estruturada, como exemplifica
         Um exemplo de clara evidência deste               a figura 1,2 e 3, bem como a sistematização da
processo na cidade refere-se à ocupação do                 lógica do capital na cidade, as próximas etapas
Pinheirinho, como ficou conhecido o local e, que           consistem em estabelecer uma comparação entre
atualmente, é o objeto que vêm sistematizando a            estas zonas segregadas e as áreas de alto padrão,
presente pesquisa.                                         estruturar um organograma jurídico (dos embates de
                                                           regularização fundiária e ou de demolição das
Resultados Preliminares                                    moradias, entre o poder público municipal e os
         A ocupação urbana do Pinheirinho,                 advogados dos sem-teto) e a atual questão fundiária
localizado na região Sul de São José dos Campos e
próximo ao bairro popular conhecido como Campo


X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e                                                       1952
VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
do local; e o perfilamento do morador do Pinheirinho,   CAMPOS        FILHO,     Candido     Malta.   Cidades
do segregado espacial.                                  brasileiras: seu controle ou o caos. São Paulo: Studio
                                                        Nobel, 1992.

                                                        LOJKINE, Jean. O Estado capitalista e a questão
                                                        urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

                                                        SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São
                                                        Paulo: Hucitec, 1994.

                                                        VILLAÇA, Flávio. O que todo cidadão precisa saber
                                                        sobre habitação. São Paulo: Global, 1986.

                                                        VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São
                                                        Paulo: Studio Nobel: FAPESP:Lincoln Institute, 2001.

                                                        COSTA, Sandra M.F. Detecção e Avaliação das
 Figura 1:Representação gráfica do crescimento de       Mudanças na Estrutura Intra-Urbana da Cidade de
         1953 e 1997. Fonte: Costa (2001)               São José dos Campos, SP, Utilizando Dados e
                                                        Técnicas     de     Sensoriamento     Remoto    e
                                                        Geoprocessamento – Uma Análise Multitemporal.
                                                        Relatório de Pesquisa. São Paulo: FAPESP, 2001.

                                                        Agradecimentos: Os autores agradecem à FAPESP
                                                        (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
                                                        Paulo) pelo financiamento da pesquisa que originou
                                                        este artigo.
 Figura 2: Crescimento da mancha urbana de 1997-
                       2005




          Figura 3: Ocupação 'Pinheirinho'

Conclusão
         Relacionar toda a problemática envolvendo e
segregação urbana e todas as ramificações que ela
engendra       têm   se    mostrado    extremamente
gratificante, vide o melhor amparo para as questões
sociais que a discussão evoca, amparo que deveria
perpassar o rol de pesquisas nas áreas de ciências
sociais, tamanha as injustiças que acometem o
nosso país.
         Vale lembrar, como pode ser visto, que o
trabalho ainda não foi concluído e que muitos
resultados ainda eclodirão mas, que apesar disto,
esta pesquisa já têm como finalidade contribuir,
mesmo que minimamente, para uma melhor equação
destes problemas no que tange ao planejamento
urbano, às reformas urbanas e ao estabelecimento
de melhores políticas públicas na cidade de São José
dos Campos.


Referências




X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e                                                   1953
VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba

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Urbanização e segregação socio-espacial na cidade de São José dos Campos

  • 1. URBANIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-CASO PINHEIRINHO Luiz Gustavo Forlin1,Prof.ª Sandra Maria Fonseca da Costa2 1 Univap/Núcleo de Planejamento Urbano e Regional/ IP&D, Avenida Shishima Hifume, 2911- Urbanova/ SJCampos/SP, e-mail: gustavoforlin@hotmail.com 2 Univap/Núcleo de Planejamento Urbano e Regional/ IP&D, Avenida Shishima Hifume, 2911- Urbanova/ SJCampos/SP, e-mail: sandra@univap.br Resumo- A cidade de São José dos Campos, localizada no estado de São Paulo, tem apresentado um intenso crescimento periférico, o qual tem se dado em duas direções: através da proliferação de loteamentos clandestinos e através do aumento no número de loteamentos voltados para a classe média/alta. Neste contexto, este crescimento urbano relativamente rápido, sob a égide do capital e de sua ramificação técnico-industrial, produz inúmeros movimentos de segregação sócio-espacial que margeia toda uma camada populacional de baixa renda e, comparativamente, também estabelecem inúmeras zonas de alto padrão. Elucidar estes processos, partindo do princípio de que a gênese destes espaços segregados está no próprio movimento de expansão capitalista, dentro do chamado grupo de países “periféricos”, tomando como exemplo mais premente a ocupação da área conhecida como “Pinheirinho”, localizada na região sul da cidade, configura a meta final desta pesquisa. Palavras-chave: Segregação sócio-espacial, crescimento urbano, capitalismo, geotecnologias Área do Conhecimento: Geografia Introdução metrópole. Temos, assim, uma situação quase Os setores sociais na cidade e no processo “impositiva”, na qual uma alta densidade populacional de urbanização brasileira, historicamente, sempre irá se estabelecer em áreas longínquas dos foram deixados à margem em detrimento da chamados centros ou em locais onde a condição concentração de capitais investidos nos chamados natural se mostra extremamente desfavorável “setores produtivos”. Podemos estabelecer como (morros e encostas íngremes) levando a estruturação ponto chave desta postura (dentro da história recente de uma gama de favelas, loteamentos irregulares e do país) o governo Juscelino Kubitsheck que, em clandestinos, desprovidos de bens e serviços 1955, expressa a frase símbolo de seu governo e coletivos de autoria do poder público (que prioriza que confirma esta conceituação: “vamos prosperar seus investimentos de infra-estrutura para áreas cinqüenta anos em cinco”. A partir daí, toda uma onde residem segmentos populacionais de maior concentração de capitais nos setores de infra- poder aquisitivo). É o ônus de áreas consideradas estrutura regional, como estradas, hidrelétricas, menos valorizadas pelo mercado imobiliário regular. aeroportos, sistemas de comunicação, e também nos Considerando o que foi arrolado, o objetivo setores produtivos das indústrias de base, como as deste trabalho é estudar o processo de segregação siderúrgicas e os pólos petroquímicos começam a sócio-espacial na cidade de São José dos Campos receber aporte de recursos nunca antes visto no dentro do recente processo de urbanização- país. Era a busca pela rápida industrialização. industrialização (como reflexo direto do “novo” nexo Os setores sociais e das cidades ficam à capitalista do Brasil), tomando como exemplo mais margem neste processo. “Isso porque cabe às elucidativo a ocupação do “Pinheirinho”, localizado cidades, e especialmente aos poderes municipais, na região sul da cidade, estabelecendo o processo receber o impacto primeiro dos problemas sociais de de ocupação da área, causas e atores envolvidos, nosso país, que é já, e cada vez mais, avaliando o perfil da população residente no local e essencialmente urbano (...)” (CAMPOS FILHO, 1992, as razões que levaram à ocupação, amparando a p.46). Santos (1994) salienta ainda que, dentro deste situação fundiária local, de embate entre poder processo, com diferença de grau e de intensidade, público, que defende um dos valores mais icônicos todas as cidades brasileiras são condicionadas a ao capitalismo, a propriedade privada, e os uma série de problemáticas, como os problemas de movimentos de defesa da ocupação, que pressiona à emprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da regularização da área. água, dos esgotos, da educação, da saúde. Paralelamente a este quadro (e em Materiais e Métodos decorrência dele), temos o problema da segregação Para a concretização da pesquisa, estão sendo sócio-espacial, característica marcante das grandes utilizados os seguintes materiais e métodos: metrópoles dos países subdesenvolvidos, num processo no qual se verifica que diferentes camadas -Levantamento bibliográfico: que acompanha sociais tendem a se concentrar cada vez mais em todo o desenvolvimento da pesquisa diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e 1950 VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
  • 2. -Processo de mapeamento: aqui, por meio do um espaço urbano extremamente caótico e software SPRING, sistema de informação desordenado, com uma rede urbana articulada e geográfica desenvolvido pelo INPE (Instituto hierarquizada, refratada num estado de “coisas” Nacional de Pesquisa Espacial) e, utilizando moldadas em âmbito global, num nível macro, com fotografias aéreas digitais recentes (do ano de reflexos díspares numa escala menor, num 2005), obtidas pela PMSJC, foram digitalizados e movimento perpetuador de “desigualdades mapeados toda a área do “Pinheirinho”, assim combinadas”. Desigualdades descortinadas e como outros elementos urbanos, para fazer uma reveladas por meio da segregação, segregação análise geral da segregação sócio-espacial na sócio-espacial. cidade, analisadas, concomitantemente, sob o O movimento de segregação, dentro da ótica julgo do crescente crescimento urbano do urbana, atuaria sob diversas instancias, sob diversos município. “equipamentos” sociais. Lojkine (1998) estipula três -Levantamento Legislativo: aqui, a questão dos tipos de segregação social e espacial: uma primeira direitos, da dicotomia entre legalidade e segregação ocorreria no nível habitacional, no qual ilegalidade do uso da terra. uma “lógica operária” se estabeleceria a um -Levantamento de dados junto aos órgãos determinado ponto, opondo-se ao públicos e aos movimentos de defesa da “emburguesamento” de um centro urbano renovado ocupação Pinheirinho: o levantamento busca ou de áreas residenciais “para executivos”, por nestes órgãos públicos esclarecer como anda os exemplo. Uma segunda segregação ocorreria no tramites referentes ao Pinheirinho, em como o nível dos equipamentos coletivos, representados por aparato institucional lida com esta população escolas, creches, equipamentos esportivos, segregada, bem como os advogados da programas sociais enfim, todo um aparato de ocupação vêm lutando/ recorrendo contra garantias (muitas de responsabilidade do Estado) a inúmeros processos de reintegração de posse e uma vida minimamente plena ao cidadão, lógica que ou de demolição das moradias do local. confirmaria “(...) o subequipamento dos conjuntos -Elaboração de questionários e entrevistas no “operários” opondo-se ao “superequipamento” dos Pinheirinho: questionários estão sendo efetuados conjuntos “burgueses” (LOJKINE, 1998, p.244). Já a a fim de conhecer a realidade de um terceira segregação ocorreria no nível do transporte assentamento, de uma camada populacional domicílio-trabalho, que produziria disparates abissais segregada, do Pinheirinho (onde residem mais no quesito transporte (público ou privado), de 7000 moradores), buscando estruturar nas reafirmando “(...) que a crise dos transportes respostas do questionário à realidade sócio- coletivos para o operariado contrastaria com os político dos moradores; as “peregrinações” privilégios “burgueses” do uso do automóvel” possíveis que estes já sofreram; a falta de infra- (LOJKINE, 1998, p.245), lembrando que, atrelado a estrutura local; o processo de construção das estes problemas, encontra-se o cenário caótico- moradias; a relação com os serviços públicos (se urbano de países subdesenvolvidos como o Brasil. há ou não); o poder aquisitivo da população; o Nesses, a face quantitativa dos automóveis, perfil do trabalhador, se este desenvolve somadas às parcas (ou precárias) vias atividades informais ou não; etc. comunicacionais e ao defasado e omisso sistema -Sistematização e articulação da análise de público de transporte fazem emergir o quão “morar dados: etapa realizada concomitante à pesquisa longe” eleva o aspecto transtorno na vida de um trabalhador segregado espacialmente, bem como o próprio “não” transporte público destinado à espaços Urbanização e Segregação Sócio - Espacial muitas vezes considerados também “não lugares” A relação industrialização-urbanização (por não existirem, na ótica do “olhar” que o poder adquire papel de grandiloqüência nesta nova etapa público afere a estes espaços). da estrutura capitalista. Campos Filho (1992) ressalta Um enfoque extremamente importante a ser os processos completamente distintos em que esta abordado para explicar estes movimentos relação (industrialização-urbanização) adquire segregacionais refere-se ao papel desempenhado dependendo do lugar de sua aplicabilidade, pela especulação imobiliária (e sua relação com o afirmando que, nos países desenvolvidos, a Estado). A especulação imobiliária reserva as população está, via de regra, integrada com a melhores áreas, formando extensos vazios nos economia de mercado; ali, as mudanças (estruturais, arredores da cidade, impondo um aspecto de que permearam novos modos de produção, trabalho, desorganização e de descontinuidade. Mesmo os serviços...) ocorrem na medida que as inovações conjuntos habitacionais populares situam-se, quase tecnológicas “amadurecem”. Já nos países sempre, além desses vazios. Há especulação subdesenvolvidos (ou “em desenvolvimento” como imobiliária “(...) tanto com a terra rural nas querem acercar...), como no caso brasileiro, ramos vizinhanças das cidades na expectativa que se inteiros de produção são implantados, numa tornem urbanas como a especulação imobiliária com tecnologia “pronta”, de uma só vez, submetendo a as terras urbanas no interior das cidades, que se estrutura econômica a choques muito mais apresenta com grande intensidade nos países de profundos, oferecendo pontes mais estreitas ao capitalismo periférico” (CAMPOS FILHO, 1992, p.46). escamoteamento da realidade, com a formatação de A especulação imobiliária consistiria numa forma pela X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e 1951 VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
  • 3. qual os proprietários da terra recebem uma renda dos Alemães, teve início em fevereiro de 2004, transferida dos outras setores produtivos, quando trabalhadores sem-teto ocuparam um terreno especialmente através de investimentos públicos na de 1,4 milhões de metros quadrados (57 alqueires), infra-estrutura e serviços urbanos. O Estado “divide” de propriedade do megaespeculador Naji Nahas. o controle de setores estratégico da economia em Atualmente, moram no Pinheirinho mais de 7 mil diversas “mãos”, escolhe os beneficiados de sua pessoas, o correspondente a 1,4 mil famílias. Cerca política, retirando a confiança do poupador no de 2,6 mil sem-tetos são crianças de 0 a 10 anos. A investimento produtivo, fazendo com que o ganho Justiça já tentou por mais de dez vezes desocupar a econômico “(...) seja não o resultado do trabalho e área. Mandados de reintegração de posse foram risco do investidor, mas o de escolha privilegiada efetivados pela prefeitura, sendo derrotados pelas governamental, onde os riscos foram eliminados ou diversas iniciativas políticas e jurídicas, tanto dos limitados a alguns casos de flagrante má gerência e moradores da ocupação quanto dos sindicatos da incúria dos negócios (...)” (CAMPOS FILHO, cidade, em especial do Sindicato dos Metalúrgicos. A 1992,p.48). atitude da prefeitura, desde a ocupação do Em consonância com o que foi discutido até Pinheirinho, tem sido de desmerecer e atacar o aqui, enquadra-se a cidade de São José dos movimento dos sem-teto, chegando a oferecer Campos. Localizada no Estado de São Paulo, é a passagens de volta para o local de origem para cidade mais importante da região do Vale do aqueles que não são de São José dos Campos. Paraíba, considerando o processo de industrialização Outra ação da prefeitura, aprovada em 2004, foi uma que começou a comandar o crescimento do lei municipal, que retirou os benefícios sociais - como município depois da década de 50, produzindo um leite e cestas básicas - das famílias carentes que crescimento sem um controle rigoroso do governo estão no acampamento (a lei exclui dos programas local. Este processo acelerou-se depois da década sociais do município os invasores de áreas públicas de 50, com a inauguração da rodovia Presidente ou privadas). De autoria do então presidente da Dutra, a operação CTA (Centro Técnico Câmara dos Vereadores, ficou conhecida como “lei Aeroespacial), do INPE (Instituto Nacional de da fome”. Além disso, a prefeitura vem negando Pesquisa Espacial), da implantação de indústrias qualquer tipo de ajuda, como, por exemplo, a armamentistas, como a AVIBRÁS e a ENGESA e o proibição da atuação da Defesa civil em casos de próprio ramo aeronáutico que se vê fortalecido com a queda de barracos em época de chuvas. Os sem-teto EMBRAER. Proliferam-se também todo o nicho de exigem que a prefeitura desaproprie o terreno. A empresas terceirizadas que prestam serviços a todas intenção do movimento, é que a legitimação de um estas indústrias, embasando inúmeras ramificações - bairro seja feita, com uma infra-estrutura adequada técnica-industrial - pela cidade. aos moradores (hoje, não há qualquer tipo de A partir desse momento, houve uma pavimento público no local). reestruturação da área urbana, com a cidade sendo Enfim, o Pinheirinho embasa de forma um exemplo típico da expansão capitalista num país elucidativa todos os processos discutidos neste subdesenvolvido, com a urbanização alcançando projeto, desde o reflexo do desenvolvimento do uma amplitude quase impossível de ser medida com capital (que transforma uma cidade de perfil exatidão e com amplos disparates sociais (com “interiorano” em um pólo técnico-industrial), da movimento de segregação sócio-habitacional como propriedade privada da terra, da terra vista como reflexo). Este crescimento gerou um aumento das “mercadoria”, da especulação imobiliária, do unidades habitacionais, para suprir a necessidade de conseqüente movimento segregacional, do pouco (ou moradia dos trabalhadores das indústrias e destes nenhum) aporte de recursos a estas áreas (que novos centros tecnológicos. Imóveis e localidades podem ser consideradas áreas dos “não lugares”), do específicas foram se tornando alvos de domínio do poder público, que escolhe para seus investimentos capital e áreas centrais e suas proximidades foram em bens e serviços coletivos, os lugares onde estão valorizando-se e afastando a população de baixa os segmentos populacionais de maior poder renda que, via de regra, agora teria de estabelecer- aquisitivo. se e formar os inúmeros loteamentos e bairros clandestinos que hoje permeiam a cidade (somados A primeira etapa da pesquisa, relacionar o ainda aos cortiços, favelas...), sem que o olhar crescimeto urbano da cidade com a espacialização “público” se volte às necessidades destes da segregação por meio do mapeamento da mancha segregados (na verdade, o poder público esforça-se urbana da cidade (utilizando o sistema de informação à “maquiar” o processo). geográfica Spring) foi estruturada, como exemplifica Um exemplo de clara evidência deste a figura 1,2 e 3, bem como a sistematização da processo na cidade refere-se à ocupação do lógica do capital na cidade, as próximas etapas Pinheirinho, como ficou conhecido o local e, que consistem em estabelecer uma comparação entre atualmente, é o objeto que vêm sistematizando a estas zonas segregadas e as áreas de alto padrão, presente pesquisa. estruturar um organograma jurídico (dos embates de regularização fundiária e ou de demolição das Resultados Preliminares moradias, entre o poder público municipal e os A ocupação urbana do Pinheirinho, advogados dos sem-teto) e a atual questão fundiária localizado na região Sul de São José dos Campos e próximo ao bairro popular conhecido como Campo X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e 1952 VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
  • 4. do local; e o perfilamento do morador do Pinheirinho, CAMPOS FILHO, Candido Malta. Cidades do segregado espacial. brasileiras: seu controle ou o caos. São Paulo: Studio Nobel, 1992. LOJKINE, Jean. O Estado capitalista e a questão urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1997. SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1994. VILLAÇA, Flávio. O que todo cidadão precisa saber sobre habitação. São Paulo: Global, 1986. VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP:Lincoln Institute, 2001. COSTA, Sandra M.F. Detecção e Avaliação das Figura 1:Representação gráfica do crescimento de Mudanças na Estrutura Intra-Urbana da Cidade de 1953 e 1997. Fonte: Costa (2001) São José dos Campos, SP, Utilizando Dados e Técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento – Uma Análise Multitemporal. Relatório de Pesquisa. São Paulo: FAPESP, 2001. Agradecimentos: Os autores agradecem à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo financiamento da pesquisa que originou este artigo. Figura 2: Crescimento da mancha urbana de 1997- 2005 Figura 3: Ocupação 'Pinheirinho' Conclusão Relacionar toda a problemática envolvendo e segregação urbana e todas as ramificações que ela engendra têm se mostrado extremamente gratificante, vide o melhor amparo para as questões sociais que a discussão evoca, amparo que deveria perpassar o rol de pesquisas nas áreas de ciências sociais, tamanha as injustiças que acometem o nosso país. Vale lembrar, como pode ser visto, que o trabalho ainda não foi concluído e que muitos resultados ainda eclodirão mas, que apesar disto, esta pesquisa já têm como finalidade contribuir, mesmo que minimamente, para uma melhor equação destes problemas no que tange ao planejamento urbano, às reformas urbanas e ao estabelecimento de melhores políticas públicas na cidade de São José dos Campos. Referências X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e 1953 VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba