1) Madre Savina Petrilli fundou as Irmãs dos Pobres para ajudar as pessoas necessitadas. 2) A casa onde viviam logo ficou pequena, então mudaram para um prédio maior. 3) Embora faltassem móveis e comida, continuaram confiando na Providência de Deus.

1. Madre Savina Petrilli
Um Amor sem limites
Marisa Patarino
É preciso que haja uma casa...
A família constituída pelas Irmãs dos Pobres e pelas pessoas necessitadas que a Providência coloca em
seu caminho aumenta sempre mais. A casa de Matilde e Celso Petrilli não é mais suficiente para acolher a todos.
Depois de diligentes pesquisas, na Rua Baroncelli foi encontrado um edifício bastante adequado é um edifício de
três pavimentos, dois dos quais estão alugados, ao passo que o terceiro pode se tornar a casa do instituto.
Naquele momento, o dinheiro necessário para a aquisição do imóvel não existe, mas muito rapidamente alguns
benfeitores oferecerão a soma necessária.
Em 7 de setembro de 1874, as Irmãs dos Pobres e as meninas às quais elas se dedicavam transferem-se
para sua nova casa. Os aposentos estão desprovidos de móveis, não há provisões na cozinha. "Irmãs, vamos
rezar!", Savina convida a todas. O Senhor escuta a oração filial e cheia de confiança de suas filhas. Antes da hora
da refeição, uma senhora bate à porta da nova casa e oferece às Irmãs um belo cesto de hortaliças. Muitas vezes,
nos dias e nos meses subsequentes, as Irmãs experimentam a intervenção concreta da Providência. Savina afirma
convicta: "Se houvesse um patrimônio, duvidaria que a obra continuasse apenas enquanto houvesse dinheiro,
mas sendo nosso patrimônio a Divina Providência, nada temo, e isso fará ver que a obra é de Deus"
Uma família que cresce
Na Comunidade nascente reinam oração, trabalho e caridade. As Irmãs são jovens; amam com todo o
coração a Deus e aos irmãos que são chamadas a servir, mas não têm muita experiência, como se pode observar
em algumas ocasiões, cujos acontecimentos poderiam ter resultados muito negativos. Um deles tem como
protagonista involuntária Gianna Baldi, uma menina acolhida no instituto quando tinha apenas vinte meses e cuja
saúde é bastante frágil.
O médico indica para ela um tratamento sem precisar a posologia, e Savina, que aplica a prescrição, é
testemunha de consequências desagradáveis. A jovem Superiora reza com angústia, mas com confiança, e
rapidamente a pequena se recupera. Esse acontecimento ajuda a compreender que para exercer bem a caridade
requerem-se preparação e competência. Savina constata que as necessidades às quais seu instituto poderia dar
uma resposta são muitas, mas compreende que para ampliar seu campo de ação seriam necessárias mais Irmãs.
Para examinar a solidez das vocações e fornecer a preparação necessária, é importante pensar em um período de
noviciado verdadeiramente formativo.
A primeira Irmã encarregada por Madre Savina de exercer o delicado encargo de acompanhar as
aspirantes é Irma Luisa Corradeschi. Infelizmente, poucos meses depois, Irmã Luisa é acometida por uma grave
enfermidade, que a leva à morte prematuramente. O instituto tem de enfrentar também outras dificuldades:
problemas ligados às necessidades sempre crescentes, às quais nem sempre correspondem recursos adequados,
e também formas de invasão e intromissão que, vindas do exterior, colaboram para estragar o clima de
serenidade no qual as Irmãs procuram sempre viver. Com a humildade e a confiança no Senhor que lhe são
próprias, Madre Savina sempre consegue conter essas intervenções pouco construtivas. Algumas Irmãs, por
motivos sérios ou incompreensões, deixam o instituto; outras, porém, as substituem. Entre as "novas recém-
chegadas", em setembro de 1876, esta Fortunata Médici, a amiga querida de Savina, que não havia podido
juntar-se ao primeiro grupo de Irmãs e que agora, livre de compromissos familiares, pode seguir com serenidade
sua vocação. Madre Savina logo a escolhe como sua assistente, e Irmã Fortunata exercerá este encargo com
empenho e dedicação durante nada menos que 17 anos.

2. Ajudas preciosas
Apenas três anos após o nascimento do instituto, as Irmãs dos Pobres estão já empenhadas em educar,
formar e instruir cerca de 52 meninas. Na casa da Rua Baroncelli funcionam teares que produzem um ótimo
tecido e são ministrados cursos para modistas, costureiras de roupa branca e de bordado, além do ensino
elementar. Uma família tão numerosa exige recursos de certa importância, e Savina já pode contar com o apoio
do marquês Alessandro Bichi Ruspoli. Ele tem oportunidade de estar em audiência com o Papa Leão XIII, que em
1878 sucedeu a Pio IX, e fala-lhe do instituto das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena. Informa-o sobre
como a família das pequenas protegi das se ampliou. Imediatamente o Papa exclama: "Marquês, recomendo-lhe
este instituto!". O marquês, já benfeitor das Irmãs dos Pobres, sente-se estimulado a prosseguir em sua obra, que
continuará até a morte. Além disso, uma vez que Madre Savina preparou o primeiro regulamento do instituto e
deseja a aprovação do Papa, empenha-se para que a jovem Superiora possa ser recebida por Leão XIII. O
marquês, que Madre Savina chama familiarmente "papai Sandro", sustenta o instituto e ajuda-a também a cuidar
da correspondência, além de divulgar a obra a outras pessoas que poderiam contribuir para esse fim, como a
nobre senhora Anna Saracini, sua parenta, que se tornará uma generosa colaboradora das Irmãs.
Um carisma pronto para propagar-se
Corre o ano de 1880 quando o instituto das Irmãs dos Pobres começa a difundir-se em outras partes da
Itália. As primeiras três Irmãs que deixam a casa mãe dirigem-se a Onano, uma região pertencente a Viterbo. São
encarregadas de cuidar da instrução das crianças do lugar, auxiliando a professora diplomada na escola municipal.
As Irmãs são acolhidas com amor e simpatia: os pais estão certos de que os pequenos encontrarão nelas uma boa
guia, e o arcebispo do lugar, Dom Toti, está confiante em poder contar com sua colaboração para difundir e
testemunhar a mensagem de Jesus. Tão logo entram na casa a elas destinada, as Irmãs não conseguem conter um
gesto de desilusão e espanto: na parte interna não existe absolutamente nada! Porém, sem perder o ânimo,
conseguem rapidamente tornar o local habitável, graças também à generosidade dos habitantes do lugar, que
lhes oferecem o que consideram ser útil. Madre Savina acompanhou as três jovens Irmãs até Onano, mas tem de
retornar logo a Sena. Apesar da inevitável dor da separação, parte serena, porque sabe que as primeiras Irmãs
que partiram da casa mãe estão em condições de executar da melhor maneira a obra que lhes foi confiada.
Situação diferente acontece, poucos meses depois, quando algumas Irmãs foram estabelecer-se em
Castelnuovo Berardenga. Nesse lugar, a nobre senhora Ana Saracini desejava, há tempo, fundar uma casa para
meninas carentes e cuidou de tudo com a máxima precaução. Nesta nova casa, o campo de apostolado é vasto: as
Irmãs têm de ocupar-se com mais de cem meninas, ministrar a instrução elementar e ensinar-lhes uma profissão.
As novas fundações do instituto já se sucedem sem cessar: em Celle sul Rigo, Firenze, Montespertoli,
Roma,Bologna, Livorno... as Irmãs dirigem colégios, internatos, asilos, obras paroquiais, iniciativas de assistência
aos enfermos em domicílio, institutos para idosos, hospitais, centros sociais e de recuperação.”