Comunicação, cultura livre e cópia na era da Inteligência Artificial: material utilizado na aula inaugural do PPGCOM da UFRGS, ministrada em 22 de março de 2023 em Porto Alegre.
13. _ Estes sistemas (IA generativas) funcionam principalmente com novas
apresentações de ideias que já foram geradas (e registradas em computadores);
potencial tendencialmente infinito de criação de obras;
_ Como poderemos falar de cópia e original num mundo cada vez mais dominado
por múltiplas cópias reproduzidas ad infinitum por sistemas algorítmicos
“inteligentes”?
_ Seria o triunfo do plágio, como diz Chomsky, (“A falsa promessa do ChatGPT*”)?
_ Os grandes modelos de linguagem podem ajudar os humanos na criação
artística, acadêmica e científica?
14.
15. Questões
_ Por um lado favorece os usuários (novas “ocupações”, design/engenheiro de
prompt), de outro é um enorme problema concorrencial para os criadores
intelectuais;
_ Concentrações de mercado: existindo um investimento inicial alto, mas um
custo de manutenção baixo para continuar produzindo obras e aumentando a
oferta, sem ser acompanhado por um aumento proporcional de demanda;
_ A“apropriação” do espaço comum/domínio público das ideias. Um número
muito grande de obras produzidas pode exaurir a quantidade de expressões
possíveis de uma certa ideia em um certo meio - música, por exemplo; já há casos
de IAs, como a do Google Assistente, que reconhece os samplers de uma música,
trechos de até menos de 1s; Rentismo; Copyright Trolls;
_ Vieses, alucinações; e as fontes, cadê a transparência?
16. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade algorítmica: força
negativa da automação é menos a perda da “aura” (Benjamin) e
mais a perda do “risco individual” e da “participação comunal” (Hal
Foster, O que vem depois da Farsa, 2021)
Algum tipo de regulação; potencializar projetos de código aberto
que mantém uma base de dados aberta e comum “cuidada” pela
comunidade; manutenção do “fair use”;
Como trabalhar no paradigma da abundância, e não da escassez?