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Sonhar é viver, é respirar, é o que nos motiva
a continuar, é o que nos faz fortes.
Alguns dizem que sonhos nunca se tornam
realidade, que são apenas sonhos...
se tornado realidade, ou será que eu é que
vivo num sonho?
Se sou eu que vivo num sonho, então tenho
que agradecer a Deus por esta oportunidade.
Como por exemplo, ver este livro impresso, onde
outros sonhadores sonharam junto comigo e hoje
posso compsrtilhsr desta realidade com todos.
Quero agradecer a meus pais e irmãs que sempre
me ajudaram a manter meus sonhos vivos dentro
de mim, E, ao meu amado marido, que faz parte
dos meus sonhos.
Agradeço a todos que me incentivaram, ajudando
a viver meus sonhos e participando de todos eles.
Amo vocês.
Dreaming is living and breathing, it is what
motivates us to go on, what makes us strong.
Some say dreams never come true, they are
just dreams...
But I can say that my dreams have come true,
or is it that I am living a dream?
If it is I who am living a dream, then I have to thank
God for this opportunity. Like seeing this book
printed, in which other dreamers have dreamed
together with me, and now I can share this reality
with everybody.
I would like to thank my parents and sisters who
always helped me keep my dreams alive inside me,
and my beloved husband, who is part of
my dreams.
Thanks to everyone who encouraged me, helping
to live my dreams and taking part in all of them.
I love you all.
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“Through the eyes of her girls, my eyes were opened to street art. Then
I felt drawn to learn more about this universe and perpetuate it through an
exquisite work: Nina’s book.”
“Através dos olhos de suas meninas, abri os meus para a arte de rua.
Me veio, então, a inspiração de conhecer este universo e perpetuá-lo por
meio de uma primorosa obra: o livro Nina.”
Eliana Michaelichen
6
8
A obra de Nina é uma festa para os sentidos. É lúdica, sensual, do outro mundo. Ela nos faz
imergir no mundo da artista e escapar da rotina do dia a dia. Adoro aquelas garotas olhudas,
tenho vontade entrar na pintura! Admiro a maneira como ela abraça sem medo todas as formas
de arte, tal como a escultura, e está sempre experimentando novas técnicas.
mudança renovadora.
Que continue assim por muito tempo... Mal posso esperar para ver que cara terá o futuro
segundo Nina, tão bonito quanto o passado – espera-se.
Nina’s work is a joy to the senses, It is playful, sensual and otherworldly, it allows you to
immerse yourself into her world and remove yourself from the grind of the everyday. I love those
big eyed girls, I just want to climb into the painting!
I admire the way she isn’t afraid to embrace other mediums, such as sculpture, and is
constantly experimenting with new techniques..
Long may it continue…..I can’t wait to see what the future according to Nina will look like,
as beautiful as the past one hopes.
Steve Lazarides
10
Marsea Goldberg
New Image Gallery
It has been wonderful to watch the transformation and growth on one of Brazil’s most promi-
nent female artist,NIna Pandolfo.
Nina’s paintings stem from her art studio and the streets of Sao Paulo,Brazil. She painted
amazing murals with a community of Brazilian artists included her future husband Otavio Pandolfo
and his brother Gustavo who make up the painting duo, Osgemeos.
The later work has a deeper connection to the Brazilian murals she painted on the streets while
have matured into true sirens while her compositions have evolved
into more complicated environments for them to exist in.
In Making the artwork not about social issues but rather about stylized females, Nina Pandolfo
succeeds in making a statement about life in a beautiful, sensual fantasy world.
Foi maravilhoso assistir à transformação e ao crescimento de uma das mais proeminentes
artistas do Brasil, Nina Pandolfo.
As pinturas de Nina surgem em seu ateliê e nas ruas de São Paulo, Brasil. Ela pintava murais
impressionantes com uma comunidade de artistas brasileiros, entre os quais seu futuro marido,
Otávio Pandolfo, e seu irmão Gustavo, constituindo a dupla de pintores, Osgêmeos.
complicadas.
Seu trabalho mais recente tem ligação mais profunda com os murais brasileiros que ela pintou
femininas, dotadas de olhos grandes, amadureceram e formaram verdadeiras sereias, enquan-
to suas composições evoluíam para ambientes mais complicados, nos quais elas existem.
Ao criar uma arte que não gira em torno de questões sociais, mas é constituída por mulheres
12
14
Tudo começou com aqueles caderninhos de colorir, cheirando à tinta que dissolve em água.
A pequena Carina Arsenio criava mundos fantásticos, em meio a jardins que, para ela, eram
imensidões, mas, hoje, quando volta à Vila Gustavo, pacato bairro da zona norte de São Paulo,
parecem ter diminuído de tamanho.
Vendo alguns outros desenhos, feitos em cadernos escolares, é interessante perceber que
-
drões ricos em detalhes já se manifesta nas páginas desses relicários da infância e da ado-
daquelas válvulas”, conta ela, com um dos seus gatos no colo, em seu confortável ateliê na
Aclimação. As meias cheias de regulares listras coloridas denunciam algo que restou do espírito
produção de uma poética própria. Aos 34 anos, tendo exposto em diversos países, da Ale-
manha à Índia, da Grécia ao Japão, Nina é atualmente uma das principais artistas brasileiras que
concilia a ágil linguagem da street art
e dos espaços institucionais.
A trajetória artística caminha mais decisivamente quando, cursando comunicação visual na
Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, no Brás (zona central de São Paulo), conhece e
adeptos, Otávio Pandolfo, um dos artistas da dupla agora mundialmente prestigiada osgemeos
e marido de Nina desde 2001. Naqueles anos, principalmente no domingo, a trupe de amigos
faz pintura de rua em variados logradouros de São Paulo. Os espaços que ganham as cores
da ‘galera’ estão em bairros centrais como o Cambuci, algo degradados, e em muros que mar-
geiam as linhas férreas, em muitos pontos da zona leste e oeste. Os artistas também realizam
intervenções em favelas, que vão de áreas comuns dentro das comunidades até fachadas de
barracos (a maioria desses trabalhos não resistiu ao desmanche de tais moradias precárias).
Quadros (com muitas cores) de uma exposição
Mario Gioia
Ao vermos essas primeiras pinturas murais, o estilo de Nina é muito ligado ao ideário infantil.
Lagartas e animais dos mais variados, meninas de olhos avantajados (mas de traços simples,
elementos com cores chamativas são pintados, mas ainda longe da elaboração visual feita
atualmente pela artista. Em 1999, contudo, vem a primeira exposição em um espaço impor-
tante da cidade, a Funarte. A coletiva Um Minuto de Silêncio também exibe obras de osgemeos,
TinhoeVitché,entreoutros.Paralelamenteàatividadenasruas,Ninacontinuaproduzindoemcasa,
desenhos e pinturas, fundamentalmente. No ano seguinte, a artista também tem um trabalho
bastante em evidência, quando o MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo) convida
estacionamento do prédio situado no parque Ibirapuera. Em 2000, a exposição especial comem-
orativa dos 50 anos da Fundação Bienal também reserva uma participação de nomes ligados à
arte de rua e, assim, Nina estreia no edifício-emblema da arte contemporânea na cidade.
São Paulo, 1996 São Paulo, 1997 São Paulo, 2001
São Paulo, 2000 São Paulo, 2002
16
No ano de 2002, Nina faz seu début em exposições no exterior, participando com pinturas da
coletiva I Don’t Know
são convidados para pintar diversos muros e fachadas no país (que inclui um projeto em Kassel,
cidade que sedia a importante Documenta), além de França e Grécia. “Havia muita informalidade
cidade, e de lá partíamos para outro lugar”, diz ela, que passou cerca de seis meses fazendo
essas intervenções. O intercâmbio internacional faz com que ela conheça artistas de outros
somente via reproduções.
No ano seguinte, Nina já começa a expor em cidades maiores, como Madri, Barcelona e
Berlim. Na capital alemã, na individual Jujuba & Lollipop, a artista começa a experimentar a tridi-
mensionalidade, mas com acento seu. “Fiz bonequinhas de feltro com olhos de resina”, lembra
de grandes proporções na mostra Regellos, em Heidelberg, já contente com as experiências
com os volumes. Hoje, essa vertente é bastante explorada pela artista, que testa materiais no-
individual na galeria Leme, Aos Nossos Olhos, em 2008. Na mostra, chama a atenção uma de
suas meninas, com tranças avermelhadas que se misturam a um balanço, que é pendurada no
teto do vigoroso bloco de concreto desenhado por Paulo Mendes da Rocha e que constitui o
principal espaço expositivo da galeria do Butantã.
E, de certa forma, a vontade do tridimensional perpassa a carreira da artista. Inspirada também
pelo costurar de roupas como atividade de lazer da mãe, Nina cria pinturas que têm crochês,
objetos que abrigam bolinhas de gude, superfícies pictóricas que ocultam/revelam pontos de
cristal (talvez uma das produções mais famosas e, por extensão, vendidas) e telas nas quais o
suporte é formado por tecidos de padronagens diversas. Esse último agrupamento é dos mais
interessantes feitos pela artista, mas, paradoxalmente, é pouquíssimo conhecido.
Em 2005, a coletiva Sub-Glöb, em Örebro, Suécia, faz com que Nina conheça artistas que
admira, como a equatoriana radicada nos EUA Lady Pink, um medalhão da cena street em
Nova York _tem obras no Whitney e no Metropolitan, entre outros famosos museus, e fez par-
da intrincada rede urbana da capital japonesa.
Bordeaux, França/ France, 2002 Niort , França/ France, 2002 Niort , França/ France, 2002
Boneca de
feltro Expo Jujuba
Lollipop /
Doll made of
felt Expo
Jujube Lollipop
Exposição
“Regellos”
Heidelberg/
Alemanha,
2004
Exhibition
“Regello”
Heidelberg /
Germany,
2004
Trabalhos
feitos
em seda,
2004,
2006/
Works
done
in silk,
2004,
2006
18
para lá, mas seus trabalhos ressoam mais quando ela participa da 9ª Bienal de Havana, em
2006. Muitas das suas pinturas preferidas, em ambientes dos mais variados, são realizadas na
capital do país do Caribe. A paleta vibrante da artista se espalha por lugares insuspeitos, como
uma caixa d´água de uma casa de bairro, e, assim, parece traduzir em termos visuais a recep-
tividade de seus moradores, mesmo que eles vivam longe das condições ideais.
O ano de 2007 tem um projeto-chave na trajetória de Nina. O castelo Kelburn, em Glasgow,
capital da Escócia, ganha uma roupagem inusitada quando a família proprietária encomenda um
osgemeos e Nunca passam mais de um mês entre plataformas, sprays e muitos rompantes
chuvosos do verão britânico para completar o projeto, que é dos mais conhecidos na carreira
veio de lá mesmo. E uma das coisas mais legais é como cada intervenção de um artista dialoga
com a do outro”, explica ela.
a divulgação internacional da obra de Nina. Ela, depois, é convidada para exposições e trabal-
Brasil quando começa a fazer parte do time da Leme. A galeria paulistana conta com artistas
contemporâneos destacados, como o britânico David Batchelor, o alemão Frank Thiel e a pe-
ruana Sandra Gamarra, todos com participações em mostras de peso em âmbito internacional
_as Bienais de Veneza e São Paulo, entre várias outras_, sem contar nomes brasileiros presti-
giados, como o paraense Luiz Braga e os jovens radicados em São Paulo Marcelo Moscheta,
Regina Parra, Felipe Cama e Paulo Almeida, por exemplo.
“Aqui no Brasil é engraçado, quando eu entrei na galeria um monte de gente me reconheceu
mais. De toda forma, sempre produzi pinturas, desenhos, objetos, esculturas, mas me associa-
vam sempre à rua, essencial na minha formação, mas que não é só a minha única produção.”
Nina ainda faz uma segunda individual na Leme, , em 2010, em que avança
em sua particular poética, utilizando lâmpadas LED em algumas das peças _ na pintura Mais
de Mim e em escultura sem título _, gerando uma interessante fricção entre o tecnológico do
equipamento e o traço algo artesanal que baseia a maioria de suas pinturas. As telas também
seja feito com o pincel) e a escolha de cores pouco silenciosas para uso nas composições.
Seguindo uma Canção, pintura exibida nessa mostra e que ilustra a capa desta publicação,
sintetiza tal fase de Nina e assevera uma maturidade maior da obra. O onírico e o fantástico são
fortes na tela _há nuvens, um caminho que se assemelha a um arco-íris, peixes vivem (ou pas-
-
beira. Contudo, a protagonista exibe um ar algo melancólico, pouco solar e mais dúbio, mesmo
que uma paleta “alegre” povoe a tela. A garota-árvore carrega dados de uma impermanência,
de uma instabilidade, que só fazem bem à produção de Nina Pandolfo.
Galeria Leme, 2010
Galeria Leme, 2010
Exposição “Aos nossos olhos”, Galeria Leme SP, 2008
Exhibition “Aos nossos olhos”, Galeria Leme SP, 2008
Detalhe do castelo
Detail of castle
Mural em Tókio, Japão, 2005
Mural in Tokyo, Japan, 2005
Detalhe da instalação
na 9ª bienal de Havana,
Cuba, 2006
9th Biennial of Havana,
Installation detail
Cuba, 2006
Pintura em Havana, Cuba, 2006
Painting in Havana, Cuba, 2006
Mario Gioia
Graduado pela ECA-USP (Escola de
Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo), foi o curador, em 2011,
de Presenças (Zipper Galeria), inaugu-
rando o projeto Zip Up, destinado a
novos artistas (que teve como segunda
mostra Já Vou, de Alessandra Duarte,
com a mesma curadoria). Em 2010, fez
Incompletudes (galeria Virgilio), Mediações
(galeria Motor) e Espacialidades (galeria
Central), além de ter realizado acompa-
nhamento crítico de Ateliê Fidalga no
Paço das Artes. Em 2009, fez as cura-
dorias de Obra Menor (Ateliê 397)
e Lugar Sim e Não (galeria Eduardo
Fernandes). Foi repórter e redator de
artes e arquitetura no caderno Ilustrada,
no jornal Folha de S.Paulo, de 2005
a 2009, e atualmente colabora para
diversos veículos, como as revistas
Bravo e Trópico e o portal UOL, além
da revista espanhola Dardo. É coautor
de Roberto Mícoli (Bei Editora) e faz parte
do grupo de críticos do Paço das Artes.
20
22
It all started with those coloring books smelling of watered down paint. The young Carina Arsenio
created fantasy worlds amid gardens that looked huge to her at the time, but now they seem
to have shrunk when she revisits Vila Gustavo, a quiet neighborhood in the northern part of
São Paulo.
Looking some of the other drawings in her school notebooks, it is interesting to see that
patterns was already there on the pages of these relics from childhood and adolescence. The girl
is now the artist Nina Pandolfo. Her mother kept her supplied with plenty of paper, while her father
constantly had Carina’s company as he worked at repairing electronic devices.
novel, full of all those valves,” she says, with one of her cats on her lap in her cozy studio in the
Aclimação district, her colorfully striped socks a remnant of the child’s spirit seen in her everyday
clothing. However, when talking about her work there is a self-assurance showing that she is
clearly producing a poetics of her own. Aged 34, having shown work in several countries from
Germany to India, from Greece to Japan, Nina is currently one of the leading Brazilian artists
combining the agile language of street art with more pondered involvement in white-cube spaces
at galleries and institutions.
Her artistic trajectory took a more decisive course while studying visual communication at Carlos
de Campos state technical school in Bras (near downtown São Paulo), where she met and joined
one of the twin artists, now renowned worldwide as Os Gemeos, who married Nina in 2001.
At that time, particularly on Sundays, this group of friends could be found doing street painting
at various public places in São Paulo and coloring somewhat dilapidated inner city districts such
as Cambuci, or walls running alongside rail tracks in many parts of the city’s east and west sides.
Pictures (with many colors) from an exhibition
by Mario Gioia
These artists also intervened in favelas, from the communities’ collective spaces to facades on
shacks (most of these works lasted no longer than the makeshift homes they adorned). “I often
say that my portfolio is the street,” she says.
The impression on seeing these early murals is that Nina’s style was very close to that of a child’s
world. Caterpillars and all sorts of animals with big-eyed girls (but drawn with uncomplicated lines,
at Funarte [Art Foundation), one of São Paulo’s key venues. The group exhibition Um Minuto de
Silêncio [Minute of Silence] also featured works by Os Gemeos, Tinho and Vitché, and others.
Along with her street-art activity, Nina continued to draw and paint at home. The following year,
Ibirapuera Park. In 2000, a special exhibition commemorating the 50th anniversary of the São
I Don’t Know group
to paint several walls and facades in Germany (including a project in Kassel, the host city for the
important Documenta), France, and Greece. “There was a lot of informality in these projects. We
there we moved on to some other place,” she says, and they spent about six months doing
these interventions. International exchange has enabled her to meet artists from other countries,
reproductions.
São Paulo, 2004São Paulo, SP, 2003 Acrílico sobre papel artesanal, 2005
Acrylic on handcrafted paper, 2005
Havana, Cuba, 2006
24
The following year, Nina started to show work in larger cities such as Madrid, Barcelona and
Berlin. In her individual Jujube & Lollipop, she started experimenting with three-dimensionality, but
retained her own accent. “I made felt dolls with resin eyes,” she recalls, and increasingly went fur-
Regellos exhibi-
tion in Heidelberg and was pleased by her experiments with volumes. She is now doing in-depth
Aos Nossos Olhos
[To our eyes]. One of her girls there was striking for her red braids intertwining with a swing hang-
ing from the ceiling of the vigorous concrete block designed by Paulo Mendes da Rocha for the
main exhibition space at the Butantã gallery.
In some ways, there is a three-dimensional urge throughout her artistic career. Inspired also
by sewing, a pastime of her mother’s, Nina’s paintings include crochet, objects holding marbles,
pictorial surfaces that hide / show glass tips (perhaps one of her best-known works, and there-
fore best sellers) and paintings in which the support is made of different patterned fabrics. This
last grouping is one of her more interesting pieces, but paradoxically is not well known.
In 2005, at the Sub-Glöb group exhibition in Örebro, Sweden, Nina met artists she had ad-
on the New York street scene, with pieces at the Whitney, the Metropolitan, and other renowned
museums, and who has worked with Jenny Holzer. In the same year, she visited Tokyo where
visuality in Tokyo’s intricate urban network.
there with works shown at the 9th Havana Biennial in 2006. Many of her favorite paintings were
done there in a wide range of Caribbean environments. Her vibrant palette spreads over unlikely
places, such as the water tank on a neighborhood dwelling, seemingly translating into visual terms
the warmly welcoming approach of the residents, even if their living conditions are far from ideal.
The year 2007 saw a key project in Nina’s trajectory. The walls of Kelburn Castle near Glasgow,
in Scotland, dating back to the 13th century, took on an unusual appearance when the owner’s
family commissioned an intervention. Nina, Os Gemeos, and Nunca spent over a month on
platforms armed with spray cans soaked by the many cloudbursts of a rainy British summer, to
conclude the project, which is one of the best known in their careers. “There was some initial
planning, but much of what we did actually came up and was decided as went along. One of the
coolest things is how each artist’s intervention dialogues with the others, “she explains.
at, exhibitions in other countries such as the United States and Germany. However, she gained
most visibility in Brazil when she started working with the team at Leme gallery in São Paulo,
which includes outstanding contemporary artists such as David Batchelor from Britain, Frank
- the Venice Biennale and the São Paulo Biennial among several others- not to mention well-
known Brazilian artists such as Luiz Braga from the state of Pará, or Marcelo Moscheta, Regina
Parra, Felipe Cama and Paulo Almeida, young artists from São Paulo.
“Here in Brazil, oddly enough, many people recognized me more when I joined the gallery.
Anyway, I have always done paintings, drawings, objects, sculptures, but always associated
more with street art as a crucial part of my background, but not the only one.” In 2010, Nina
held a second solo exhibition at Leme, [Challenging Dreams], in which she
moves forward with her own particular poetics and deploys LED lights in some pieces - for the
painting Mais de Mim [More of Me] and an untitled sculpture - to create an interesting contrast
between technology and the rather artisan basis of most of her painting. The paintings are also
(although done with a brush) and her choice of rather garish colors in compositions. There is the
Seguindo uma Canção [Following a song], a painting shown in this exhibition and illustrating
the cover of this publication, sums up this phase and points to a more mature stage of Nina’s
work. Oniric and fantasy aspects are strong features - there are clouds, a pathway resembling a
out into the branches of a jaboticaba tree. However, the protagonist displays a somewhat mel-
ancholy air, not very sunny and more dubious, even if a “cheerful” palette populates the canvas.
The girl-tree conveys pointers to an impermanence and instability that can only augur well for
Nina Pandolfo’s work.
Mario Gioia
Graduated from the School of
Communications and Arts at
Universidade de São Paulo (ECA-USP).
In 2011, acted as curator for Presenças
(Zipper Galeria) and inaugurated the
Zip Up project for new artists (followed
by a second exhibition Já Vou, featuring
Alessandra Duarte, with the same
curatorial design). In 2010, he worked
for Incompletudes (at Virgilio gallery),
Mediações (Motor gallery) and
Espacialidades (Central gallery), and
with Ateliê Fidalga at Paço das Artes.
In 2009, he acted as curator for Obra
Menor (Ateliê 397) and Lugar Sim e
Não (Eduardo Fernandes gallery).
Formerly reporter and writer for the
arts and architecture with the Ilustrada
column in the daily Folha de S. Paulo
from 2005 to 2009. Currently
contributing to various vehicles, such
as the reviews Bravo and Trópico
and the UOL web portal, and the
Spanish magazine Dardo. Co-author
of Roberto Mícoli (Bei Editora) and
member of the Paço das Artes group
of art critics.
26
28
Vila Mariana, São Paulo, SP, 1995 I Los Angeles, USA 2005 I Vila Nova Conceição, São Paulo, SP 2006 I Sevilla, Espanha/ Spain, 2007 I
Havana, Cuba, 2004 I São Paulo, SP, 2003 I Munique-Alemanha/ Munich, Germany, 2005 I Ao lado / Beside: Havana, Cuba 2004
30
Rua da Consolação, São Paulo, Brasil/ Brazil, 2003
32
Kusthpark, Munique, Alemanha, 2005/ Kusthpark, Munich, Germany, 2005
34
Atenas, Grécia/ Athens / Greece, 2006
36
“OutSide” - Wuppertal, Alemanha/ Germany, 2006
38
MTN Factory - Barcelona / Espanha, Spain, 2007
40
Scotland, 2007
Nina Pandolfo, osgemeos e/and Nunca
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Sonhos que se tornam realidade

  • 1. ! " ! # $ % # ! & ' ( ) '
  • 2. Sonhar é viver, é respirar, é o que nos motiva a continuar, é o que nos faz fortes. Alguns dizem que sonhos nunca se tornam realidade, que são apenas sonhos... se tornado realidade, ou será que eu é que vivo num sonho? Se sou eu que vivo num sonho, então tenho que agradecer a Deus por esta oportunidade. Como por exemplo, ver este livro impresso, onde outros sonhadores sonharam junto comigo e hoje posso compsrtilhsr desta realidade com todos. Quero agradecer a meus pais e irmãs que sempre me ajudaram a manter meus sonhos vivos dentro de mim, E, ao meu amado marido, que faz parte dos meus sonhos. Agradeço a todos que me incentivaram, ajudando a viver meus sonhos e participando de todos eles. Amo vocês. Dreaming is living and breathing, it is what motivates us to go on, what makes us strong. Some say dreams never come true, they are just dreams... But I can say that my dreams have come true, or is it that I am living a dream? If it is I who am living a dream, then I have to thank God for this opportunity. Like seeing this book printed, in which other dreamers have dreamed together with me, and now I can share this reality with everybody. I would like to thank my parents and sisters who always helped me keep my dreams alive inside me, and my beloved husband, who is part of my dreams. Thanks to everyone who encouraged me, helping to live my dreams and taking part in all of them. I love you all. 2
  • 3. 4
  • 4. “Through the eyes of her girls, my eyes were opened to street art. Then I felt drawn to learn more about this universe and perpetuate it through an exquisite work: Nina’s book.” “Através dos olhos de suas meninas, abri os meus para a arte de rua. Me veio, então, a inspiração de conhecer este universo e perpetuá-lo por meio de uma primorosa obra: o livro Nina.” Eliana Michaelichen 6
  • 5. 8
  • 6. A obra de Nina é uma festa para os sentidos. É lúdica, sensual, do outro mundo. Ela nos faz imergir no mundo da artista e escapar da rotina do dia a dia. Adoro aquelas garotas olhudas, tenho vontade entrar na pintura! Admiro a maneira como ela abraça sem medo todas as formas de arte, tal como a escultura, e está sempre experimentando novas técnicas. mudança renovadora. Que continue assim por muito tempo... Mal posso esperar para ver que cara terá o futuro segundo Nina, tão bonito quanto o passado – espera-se. Nina’s work is a joy to the senses, It is playful, sensual and otherworldly, it allows you to immerse yourself into her world and remove yourself from the grind of the everyday. I love those big eyed girls, I just want to climb into the painting! I admire the way she isn’t afraid to embrace other mediums, such as sculpture, and is constantly experimenting with new techniques.. Long may it continue…..I can’t wait to see what the future according to Nina will look like, as beautiful as the past one hopes. Steve Lazarides 10
  • 7. Marsea Goldberg New Image Gallery It has been wonderful to watch the transformation and growth on one of Brazil’s most promi- nent female artist,NIna Pandolfo. Nina’s paintings stem from her art studio and the streets of Sao Paulo,Brazil. She painted amazing murals with a community of Brazilian artists included her future husband Otavio Pandolfo and his brother Gustavo who make up the painting duo, Osgemeos. The later work has a deeper connection to the Brazilian murals she painted on the streets while have matured into true sirens while her compositions have evolved into more complicated environments for them to exist in. In Making the artwork not about social issues but rather about stylized females, Nina Pandolfo succeeds in making a statement about life in a beautiful, sensual fantasy world. Foi maravilhoso assistir à transformação e ao crescimento de uma das mais proeminentes artistas do Brasil, Nina Pandolfo. As pinturas de Nina surgem em seu ateliê e nas ruas de São Paulo, Brasil. Ela pintava murais impressionantes com uma comunidade de artistas brasileiros, entre os quais seu futuro marido, Otávio Pandolfo, e seu irmão Gustavo, constituindo a dupla de pintores, Osgêmeos. complicadas. Seu trabalho mais recente tem ligação mais profunda com os murais brasileiros que ela pintou femininas, dotadas de olhos grandes, amadureceram e formaram verdadeiras sereias, enquan- to suas composições evoluíam para ambientes mais complicados, nos quais elas existem. Ao criar uma arte que não gira em torno de questões sociais, mas é constituída por mulheres 12
  • 8. 14
  • 9. Tudo começou com aqueles caderninhos de colorir, cheirando à tinta que dissolve em água. A pequena Carina Arsenio criava mundos fantásticos, em meio a jardins que, para ela, eram imensidões, mas, hoje, quando volta à Vila Gustavo, pacato bairro da zona norte de São Paulo, parecem ter diminuído de tamanho. Vendo alguns outros desenhos, feitos em cadernos escolares, é interessante perceber que - drões ricos em detalhes já se manifesta nas páginas desses relicários da infância e da ado- daquelas válvulas”, conta ela, com um dos seus gatos no colo, em seu confortável ateliê na Aclimação. As meias cheias de regulares listras coloridas denunciam algo que restou do espírito produção de uma poética própria. Aos 34 anos, tendo exposto em diversos países, da Ale- manha à Índia, da Grécia ao Japão, Nina é atualmente uma das principais artistas brasileiras que concilia a ágil linguagem da street art e dos espaços institucionais. A trajetória artística caminha mais decisivamente quando, cursando comunicação visual na Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, no Brás (zona central de São Paulo), conhece e adeptos, Otávio Pandolfo, um dos artistas da dupla agora mundialmente prestigiada osgemeos e marido de Nina desde 2001. Naqueles anos, principalmente no domingo, a trupe de amigos faz pintura de rua em variados logradouros de São Paulo. Os espaços que ganham as cores da ‘galera’ estão em bairros centrais como o Cambuci, algo degradados, e em muros que mar- geiam as linhas férreas, em muitos pontos da zona leste e oeste. Os artistas também realizam intervenções em favelas, que vão de áreas comuns dentro das comunidades até fachadas de barracos (a maioria desses trabalhos não resistiu ao desmanche de tais moradias precárias). Quadros (com muitas cores) de uma exposição Mario Gioia Ao vermos essas primeiras pinturas murais, o estilo de Nina é muito ligado ao ideário infantil. Lagartas e animais dos mais variados, meninas de olhos avantajados (mas de traços simples, elementos com cores chamativas são pintados, mas ainda longe da elaboração visual feita atualmente pela artista. Em 1999, contudo, vem a primeira exposição em um espaço impor- tante da cidade, a Funarte. A coletiva Um Minuto de Silêncio também exibe obras de osgemeos, TinhoeVitché,entreoutros.Paralelamenteàatividadenasruas,Ninacontinuaproduzindoemcasa, desenhos e pinturas, fundamentalmente. No ano seguinte, a artista também tem um trabalho bastante em evidência, quando o MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo) convida estacionamento do prédio situado no parque Ibirapuera. Em 2000, a exposição especial comem- orativa dos 50 anos da Fundação Bienal também reserva uma participação de nomes ligados à arte de rua e, assim, Nina estreia no edifício-emblema da arte contemporânea na cidade. São Paulo, 1996 São Paulo, 1997 São Paulo, 2001 São Paulo, 2000 São Paulo, 2002 16
  • 10. No ano de 2002, Nina faz seu début em exposições no exterior, participando com pinturas da coletiva I Don’t Know são convidados para pintar diversos muros e fachadas no país (que inclui um projeto em Kassel, cidade que sedia a importante Documenta), além de França e Grécia. “Havia muita informalidade cidade, e de lá partíamos para outro lugar”, diz ela, que passou cerca de seis meses fazendo essas intervenções. O intercâmbio internacional faz com que ela conheça artistas de outros somente via reproduções. No ano seguinte, Nina já começa a expor em cidades maiores, como Madri, Barcelona e Berlim. Na capital alemã, na individual Jujuba & Lollipop, a artista começa a experimentar a tridi- mensionalidade, mas com acento seu. “Fiz bonequinhas de feltro com olhos de resina”, lembra de grandes proporções na mostra Regellos, em Heidelberg, já contente com as experiências com os volumes. Hoje, essa vertente é bastante explorada pela artista, que testa materiais no- individual na galeria Leme, Aos Nossos Olhos, em 2008. Na mostra, chama a atenção uma de suas meninas, com tranças avermelhadas que se misturam a um balanço, que é pendurada no teto do vigoroso bloco de concreto desenhado por Paulo Mendes da Rocha e que constitui o principal espaço expositivo da galeria do Butantã. E, de certa forma, a vontade do tridimensional perpassa a carreira da artista. Inspirada também pelo costurar de roupas como atividade de lazer da mãe, Nina cria pinturas que têm crochês, objetos que abrigam bolinhas de gude, superfícies pictóricas que ocultam/revelam pontos de cristal (talvez uma das produções mais famosas e, por extensão, vendidas) e telas nas quais o suporte é formado por tecidos de padronagens diversas. Esse último agrupamento é dos mais interessantes feitos pela artista, mas, paradoxalmente, é pouquíssimo conhecido. Em 2005, a coletiva Sub-Glöb, em Örebro, Suécia, faz com que Nina conheça artistas que admira, como a equatoriana radicada nos EUA Lady Pink, um medalhão da cena street em Nova York _tem obras no Whitney e no Metropolitan, entre outros famosos museus, e fez par- da intrincada rede urbana da capital japonesa. Bordeaux, França/ France, 2002 Niort , França/ France, 2002 Niort , França/ France, 2002 Boneca de feltro Expo Jujuba Lollipop / Doll made of felt Expo Jujube Lollipop Exposição “Regellos” Heidelberg/ Alemanha, 2004 Exhibition “Regello” Heidelberg / Germany, 2004 Trabalhos feitos em seda, 2004, 2006/ Works done in silk, 2004, 2006 18
  • 11. para lá, mas seus trabalhos ressoam mais quando ela participa da 9ª Bienal de Havana, em 2006. Muitas das suas pinturas preferidas, em ambientes dos mais variados, são realizadas na capital do país do Caribe. A paleta vibrante da artista se espalha por lugares insuspeitos, como uma caixa d´água de uma casa de bairro, e, assim, parece traduzir em termos visuais a recep- tividade de seus moradores, mesmo que eles vivam longe das condições ideais. O ano de 2007 tem um projeto-chave na trajetória de Nina. O castelo Kelburn, em Glasgow, capital da Escócia, ganha uma roupagem inusitada quando a família proprietária encomenda um osgemeos e Nunca passam mais de um mês entre plataformas, sprays e muitos rompantes chuvosos do verão britânico para completar o projeto, que é dos mais conhecidos na carreira veio de lá mesmo. E uma das coisas mais legais é como cada intervenção de um artista dialoga com a do outro”, explica ela. a divulgação internacional da obra de Nina. Ela, depois, é convidada para exposições e trabal- Brasil quando começa a fazer parte do time da Leme. A galeria paulistana conta com artistas contemporâneos destacados, como o britânico David Batchelor, o alemão Frank Thiel e a pe- ruana Sandra Gamarra, todos com participações em mostras de peso em âmbito internacional _as Bienais de Veneza e São Paulo, entre várias outras_, sem contar nomes brasileiros presti- giados, como o paraense Luiz Braga e os jovens radicados em São Paulo Marcelo Moscheta, Regina Parra, Felipe Cama e Paulo Almeida, por exemplo. “Aqui no Brasil é engraçado, quando eu entrei na galeria um monte de gente me reconheceu mais. De toda forma, sempre produzi pinturas, desenhos, objetos, esculturas, mas me associa- vam sempre à rua, essencial na minha formação, mas que não é só a minha única produção.” Nina ainda faz uma segunda individual na Leme, , em 2010, em que avança em sua particular poética, utilizando lâmpadas LED em algumas das peças _ na pintura Mais de Mim e em escultura sem título _, gerando uma interessante fricção entre o tecnológico do equipamento e o traço algo artesanal que baseia a maioria de suas pinturas. As telas também seja feito com o pincel) e a escolha de cores pouco silenciosas para uso nas composições. Seguindo uma Canção, pintura exibida nessa mostra e que ilustra a capa desta publicação, sintetiza tal fase de Nina e assevera uma maturidade maior da obra. O onírico e o fantástico são fortes na tela _há nuvens, um caminho que se assemelha a um arco-íris, peixes vivem (ou pas- - beira. Contudo, a protagonista exibe um ar algo melancólico, pouco solar e mais dúbio, mesmo que uma paleta “alegre” povoe a tela. A garota-árvore carrega dados de uma impermanência, de uma instabilidade, que só fazem bem à produção de Nina Pandolfo. Galeria Leme, 2010 Galeria Leme, 2010 Exposição “Aos nossos olhos”, Galeria Leme SP, 2008 Exhibition “Aos nossos olhos”, Galeria Leme SP, 2008 Detalhe do castelo Detail of castle Mural em Tókio, Japão, 2005 Mural in Tokyo, Japan, 2005 Detalhe da instalação na 9ª bienal de Havana, Cuba, 2006 9th Biennial of Havana, Installation detail Cuba, 2006 Pintura em Havana, Cuba, 2006 Painting in Havana, Cuba, 2006 Mario Gioia Graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), foi o curador, em 2011, de Presenças (Zipper Galeria), inaugu- rando o projeto Zip Up, destinado a novos artistas (que teve como segunda mostra Já Vou, de Alessandra Duarte, com a mesma curadoria). Em 2010, fez Incompletudes (galeria Virgilio), Mediações (galeria Motor) e Espacialidades (galeria Central), além de ter realizado acompa- nhamento crítico de Ateliê Fidalga no Paço das Artes. Em 2009, fez as cura- dorias de Obra Menor (Ateliê 397) e Lugar Sim e Não (galeria Eduardo Fernandes). Foi repórter e redator de artes e arquitetura no caderno Ilustrada, no jornal Folha de S.Paulo, de 2005 a 2009, e atualmente colabora para diversos veículos, como as revistas Bravo e Trópico e o portal UOL, além da revista espanhola Dardo. É coautor de Roberto Mícoli (Bei Editora) e faz parte do grupo de críticos do Paço das Artes. 20
  • 12. 22
  • 13. It all started with those coloring books smelling of watered down paint. The young Carina Arsenio created fantasy worlds amid gardens that looked huge to her at the time, but now they seem to have shrunk when she revisits Vila Gustavo, a quiet neighborhood in the northern part of São Paulo. Looking some of the other drawings in her school notebooks, it is interesting to see that patterns was already there on the pages of these relics from childhood and adolescence. The girl is now the artist Nina Pandolfo. Her mother kept her supplied with plenty of paper, while her father constantly had Carina’s company as he worked at repairing electronic devices. novel, full of all those valves,” she says, with one of her cats on her lap in her cozy studio in the Aclimação district, her colorfully striped socks a remnant of the child’s spirit seen in her everyday clothing. However, when talking about her work there is a self-assurance showing that she is clearly producing a poetics of her own. Aged 34, having shown work in several countries from Germany to India, from Greece to Japan, Nina is currently one of the leading Brazilian artists combining the agile language of street art with more pondered involvement in white-cube spaces at galleries and institutions. Her artistic trajectory took a more decisive course while studying visual communication at Carlos de Campos state technical school in Bras (near downtown São Paulo), where she met and joined one of the twin artists, now renowned worldwide as Os Gemeos, who married Nina in 2001. At that time, particularly on Sundays, this group of friends could be found doing street painting at various public places in São Paulo and coloring somewhat dilapidated inner city districts such as Cambuci, or walls running alongside rail tracks in many parts of the city’s east and west sides. Pictures (with many colors) from an exhibition by Mario Gioia These artists also intervened in favelas, from the communities’ collective spaces to facades on shacks (most of these works lasted no longer than the makeshift homes they adorned). “I often say that my portfolio is the street,” she says. The impression on seeing these early murals is that Nina’s style was very close to that of a child’s world. Caterpillars and all sorts of animals with big-eyed girls (but drawn with uncomplicated lines, at Funarte [Art Foundation), one of São Paulo’s key venues. The group exhibition Um Minuto de Silêncio [Minute of Silence] also featured works by Os Gemeos, Tinho and Vitché, and others. Along with her street-art activity, Nina continued to draw and paint at home. The following year, Ibirapuera Park. In 2000, a special exhibition commemorating the 50th anniversary of the São I Don’t Know group to paint several walls and facades in Germany (including a project in Kassel, the host city for the important Documenta), France, and Greece. “There was a lot of informality in these projects. We there we moved on to some other place,” she says, and they spent about six months doing these interventions. International exchange has enabled her to meet artists from other countries, reproductions. São Paulo, 2004São Paulo, SP, 2003 Acrílico sobre papel artesanal, 2005 Acrylic on handcrafted paper, 2005 Havana, Cuba, 2006 24
  • 14. The following year, Nina started to show work in larger cities such as Madrid, Barcelona and Berlin. In her individual Jujube & Lollipop, she started experimenting with three-dimensionality, but retained her own accent. “I made felt dolls with resin eyes,” she recalls, and increasingly went fur- Regellos exhibi- tion in Heidelberg and was pleased by her experiments with volumes. She is now doing in-depth Aos Nossos Olhos [To our eyes]. One of her girls there was striking for her red braids intertwining with a swing hang- ing from the ceiling of the vigorous concrete block designed by Paulo Mendes da Rocha for the main exhibition space at the Butantã gallery. In some ways, there is a three-dimensional urge throughout her artistic career. Inspired also by sewing, a pastime of her mother’s, Nina’s paintings include crochet, objects holding marbles, pictorial surfaces that hide / show glass tips (perhaps one of her best-known works, and there- fore best sellers) and paintings in which the support is made of different patterned fabrics. This last grouping is one of her more interesting pieces, but paradoxically is not well known. In 2005, at the Sub-Glöb group exhibition in Örebro, Sweden, Nina met artists she had ad- on the New York street scene, with pieces at the Whitney, the Metropolitan, and other renowned museums, and who has worked with Jenny Holzer. In the same year, she visited Tokyo where visuality in Tokyo’s intricate urban network. there with works shown at the 9th Havana Biennial in 2006. Many of her favorite paintings were done there in a wide range of Caribbean environments. Her vibrant palette spreads over unlikely places, such as the water tank on a neighborhood dwelling, seemingly translating into visual terms the warmly welcoming approach of the residents, even if their living conditions are far from ideal. The year 2007 saw a key project in Nina’s trajectory. The walls of Kelburn Castle near Glasgow, in Scotland, dating back to the 13th century, took on an unusual appearance when the owner’s family commissioned an intervention. Nina, Os Gemeos, and Nunca spent over a month on platforms armed with spray cans soaked by the many cloudbursts of a rainy British summer, to conclude the project, which is one of the best known in their careers. “There was some initial planning, but much of what we did actually came up and was decided as went along. One of the coolest things is how each artist’s intervention dialogues with the others, “she explains. at, exhibitions in other countries such as the United States and Germany. However, she gained most visibility in Brazil when she started working with the team at Leme gallery in São Paulo, which includes outstanding contemporary artists such as David Batchelor from Britain, Frank - the Venice Biennale and the São Paulo Biennial among several others- not to mention well- known Brazilian artists such as Luiz Braga from the state of Pará, or Marcelo Moscheta, Regina Parra, Felipe Cama and Paulo Almeida, young artists from São Paulo. “Here in Brazil, oddly enough, many people recognized me more when I joined the gallery. Anyway, I have always done paintings, drawings, objects, sculptures, but always associated more with street art as a crucial part of my background, but not the only one.” In 2010, Nina held a second solo exhibition at Leme, [Challenging Dreams], in which she moves forward with her own particular poetics and deploys LED lights in some pieces - for the painting Mais de Mim [More of Me] and an untitled sculpture - to create an interesting contrast between technology and the rather artisan basis of most of her painting. The paintings are also (although done with a brush) and her choice of rather garish colors in compositions. There is the Seguindo uma Canção [Following a song], a painting shown in this exhibition and illustrating the cover of this publication, sums up this phase and points to a more mature stage of Nina’s work. Oniric and fantasy aspects are strong features - there are clouds, a pathway resembling a out into the branches of a jaboticaba tree. However, the protagonist displays a somewhat mel- ancholy air, not very sunny and more dubious, even if a “cheerful” palette populates the canvas. The girl-tree conveys pointers to an impermanence and instability that can only augur well for Nina Pandolfo’s work. Mario Gioia Graduated from the School of Communications and Arts at Universidade de São Paulo (ECA-USP). In 2011, acted as curator for Presenças (Zipper Galeria) and inaugurated the Zip Up project for new artists (followed by a second exhibition Já Vou, featuring Alessandra Duarte, with the same curatorial design). In 2010, he worked for Incompletudes (at Virgilio gallery), Mediações (Motor gallery) and Espacialidades (Central gallery), and with Ateliê Fidalga at Paço das Artes. In 2009, he acted as curator for Obra Menor (Ateliê 397) and Lugar Sim e Não (Eduardo Fernandes gallery). Formerly reporter and writer for the arts and architecture with the Ilustrada column in the daily Folha de S. Paulo from 2005 to 2009. Currently contributing to various vehicles, such as the reviews Bravo and Trópico and the UOL web portal, and the Spanish magazine Dardo. Co-author of Roberto Mícoli (Bei Editora) and member of the Paço das Artes group of art critics. 26
  • 15. 28
  • 16. Vila Mariana, São Paulo, SP, 1995 I Los Angeles, USA 2005 I Vila Nova Conceição, São Paulo, SP 2006 I Sevilla, Espanha/ Spain, 2007 I Havana, Cuba, 2004 I São Paulo, SP, 2003 I Munique-Alemanha/ Munich, Germany, 2005 I Ao lado / Beside: Havana, Cuba 2004 30
  • 17. Rua da Consolação, São Paulo, Brasil/ Brazil, 2003 32
  • 18. Kusthpark, Munique, Alemanha, 2005/ Kusthpark, Munich, Germany, 2005 34
  • 19. Atenas, Grécia/ Athens / Greece, 2006 36
  • 20. “OutSide” - Wuppertal, Alemanha/ Germany, 2006 38
  • 21. MTN Factory - Barcelona / Espanha, Spain, 2007 40
  • 22. Scotland, 2007 Nina Pandolfo, osgemeos e/and Nunca 42