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2021
“O curador ferido, O ministério na sociedade contemporânea”
De Henri J. M. Nouwen
Coletânea de excertos do livro realizada pelo Diác. João Miguel Pereira
“Ele é chamado a ser o curador ferido, aquele que deve cuidar das suas próprias feridas, mas estar
simultaneamente preparado para curar as feridas dos outros”.
Durante a leitura do livro, que me foi recomendado pelo meu diretor espiritual, fui sublinhando
alguns pensamentos do autor. Tomei, depois de saborear a leitura, a iniciativa de reunir alguns
desses sublinhados sob tópicos que livremente criei. Espero conseguir ser fiel ao espírito do
autor e aguçar a curiosidade dos leitores para irem ao encontro deste livro enriquecedor.
+ Vivemos porque somos esperados
"Nenhum homem pode continuar a viver se ninguém o espera. Quem regressa de uma longa e
difícil viagem procura alguém que esteja à sua espera na estação ou no aeroporto. Toda a
gente quer contar a sua história e partilhar os seus momentos de dor e de exaltação com
alguém que tenha ficado em casa, à espera do seu regresso".
"Há milhares de pessoas que cometem suicídio porque não têm ninguém à espera delas
amanhã. Não há motivos para viver se não existe ninguém por quem viver".
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menos uma pessoa à sua espera".
"'Eu estarei à sua espera' ultrapassa a morte e é a expressão mais profunda do facto de que a
fé e a esperança podem passar, mas que o amor permanecerá para sempre. 'Eu estarei à sua
espera' é uma expressão de solidariedade que quebra as cadeias da morte".
+ Relação de ajuda
"A tragédia do ministério cristão é que muitas das pessoas profundamente necessitadas de
ajuda, que procuram uns ouvidos atentos, uma palavra de alento, um abraço misericordioso,
uma mão firme, um sorriso terno, ou mesmo uma confissão hesitante da incapacidade de fazer
mais, descobrem nos seus ministros homens distantes que não querem queimar as mãos. São
incapazes ou mostram-se relutantes em exprimir os seus sentimentos de afeto, raiva,
hostilidade ou compreensão amiga. O paradoxo está no facto de que aqueles que querem ser
'para todos' se descobrem muitas vezes como incapazes de se aproximarem seja de quem for".
"Ninguém consegue ajudar alguém sem se envolver, sem entrar com todo o seu ser na
situação dolorosa, sem correr o risco de se ferir, magoar ou até mesmo se destruir nesse
processo. O princípio e o fim de toda a orientação cristã é dar a vida pelos outros".
joaofreigil@hotmai.com
2021
"O verdadeiro martírio significa um testemunho que começa com o desejo de chorar com os
que choram, de rir com os que riem e de pôr à disposição dos outros as próprias experiências
de dor e alegria, como fontes de esclarecimento e compreensão".
"A grande ilusão da orientação é pensar que um homem pode ser conduzido para fora do
deserto por alguém que nunca lá esteve".
“Porque uma compreensão profunda da sua própria dor possibilita-lhe transformar a sua
fraqueza em força e oferecer a sua própria experiência como fonte de cura àqueles que andam
muitas vezes perdidos na escuridão dos seus próprios sofrimentos incompreendidos”.
“Em quase todas as funções sacerdotais, tais como a conversão pastoral, a pregação, o ensino
e a liturgia, o guia espiritual tenta ajudar as pessoas a reconhecerem o trabalho de Deus em si
próprias”.
+ O desejo nunca saciável
“Ignoramos o que já sabemos com um conhecimento intuitivo e profundamente instalado –
que nenhum amor ou amizade, nenhum abraço íntimo ou beijo terno, nenhuma comunidade,
comuna ou coletividade, nenhum homem ou mulher, poderá jamais satisfazer o nosso desejo
de sermos libertos da nossa condição solitária. Esta verdade é de tal modo desconcertante e
penosa que estamos mais rapidamente dispostos a entregarmo-nos às nossas fantasias do que
a encarar a verdade da nossa existência. Assim, continuamos à espera de um dia encontrar o
homem que compreenda realmente as nossas experiências, a mulher que traga paz à nossa
vida insatisfeita, o emprego onde possamos realizar o nosso potencial, o livro que irá explicar
tudo e o lugar onde nos sintamos realmente em casa. Tais falsas esperanças levam-nos a fazer
exigências esgotantes e preparam-nos para a hostilidade amarga e perigosa, quando
começamos a perceber que nada nem ninguém é capaz de satisfazer inteiramente as nossas
expetativas absolutistas”.
+ O sacerdócio, lembrete da nossa finitude
“Um ministro não é um médico cuja função primordial é tirar a dor. Pelo contrário, ele
aprofunda a dor a um nível em que possa ser partilhada. Quando alguém se dirige a um
ministro com a sua solidão, apenas pode esperar que essa solidão seja compreendida e
sentida, de modo a que não precise mais de fugir dela, mas a possa aceitar como expressão
essencial da sua condição humana”.
“Muitas pessoas sofrem por causa da falsa suposição em que baseiam as suas vidas. Essa
suposição é de que não deveria haver nem medo nem solidão, nem confusão ou dúvida. Mas
só se pode lidar criativamente com estes sofrimentos quando eles são compreendidos como
feridas inerentes à nossa condição humana. Por conseguinte, o sacerdócio é um serviço de
grande confronto. Não permite que as pessoas vivam com ilusões de imortalidade e
totalidade. Relembra continuamente aos outros que são mortais e fracos, mas também que a
joaofreigil@hotmai.com
2021
libertação começa com o reconhecimento dessa condição”.
“Uma comunidade cristã é, por conseguinte, uma comunidade curativa, não apenas porque as
feridas são saradas e os sofrimentos aliviados, mas porque as feridas e os sofrimentos se
tornam em janelas e ocasiões para ver com novos olhos”.
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“A triste ironia é que o ministro, que deseja tocar o âmago da vida dos homens, se encontra
ele próprio na periferia, muitas vezes implorando para ser admitido”. “[…] não somos levados
muito a sério quando está bom tempo”.
+ À procura da ovelha perdida
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encontro de um deles. A observação ´ele preocupa-se realmente connosco` é frequentes vezes
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O ministério na sociedade como cura e lembrete da finitude humana

  • 1. joaofreigil@hotmai.com 2021 “O curador ferido, O ministério na sociedade contemporânea” De Henri J. M. Nouwen Coletânea de excertos do livro realizada pelo Diác. João Miguel Pereira “Ele é chamado a ser o curador ferido, aquele que deve cuidar das suas próprias feridas, mas estar simultaneamente preparado para curar as feridas dos outros”. Durante a leitura do livro, que me foi recomendado pelo meu diretor espiritual, fui sublinhando alguns pensamentos do autor. Tomei, depois de saborear a leitura, a iniciativa de reunir alguns desses sublinhados sob tópicos que livremente criei. Espero conseguir ser fiel ao espírito do autor e aguçar a curiosidade dos leitores para irem ao encontro deste livro enriquecedor. + Vivemos porque somos esperados "Nenhum homem pode continuar a viver se ninguém o espera. Quem regressa de uma longa e difícil viagem procura alguém que esteja à sua espera na estação ou no aeroporto. Toda a gente quer contar a sua história e partilhar os seus momentos de dor e de exaltação com alguém que tenha ficado em casa, à espera do seu regresso". "Há milhares de pessoas que cometem suicídio porque não têm ninguém à espera delas amanhã. Não há motivos para viver se não existe ninguém por quem viver". "O homem consegue manter a sua sanidade mental e manter-se vivo desde que haja pelo menos uma pessoa à sua espera". "'Eu estarei à sua espera' ultrapassa a morte e é a expressão mais profunda do facto de que a fé e a esperança podem passar, mas que o amor permanecerá para sempre. 'Eu estarei à sua espera' é uma expressão de solidariedade que quebra as cadeias da morte". + Relação de ajuda "A tragédia do ministério cristão é que muitas das pessoas profundamente necessitadas de ajuda, que procuram uns ouvidos atentos, uma palavra de alento, um abraço misericordioso, uma mão firme, um sorriso terno, ou mesmo uma confissão hesitante da incapacidade de fazer mais, descobrem nos seus ministros homens distantes que não querem queimar as mãos. São incapazes ou mostram-se relutantes em exprimir os seus sentimentos de afeto, raiva, hostilidade ou compreensão amiga. O paradoxo está no facto de que aqueles que querem ser 'para todos' se descobrem muitas vezes como incapazes de se aproximarem seja de quem for". "Ninguém consegue ajudar alguém sem se envolver, sem entrar com todo o seu ser na situação dolorosa, sem correr o risco de se ferir, magoar ou até mesmo se destruir nesse processo. O princípio e o fim de toda a orientação cristã é dar a vida pelos outros".
  • 2. joaofreigil@hotmai.com 2021 "O verdadeiro martírio significa um testemunho que começa com o desejo de chorar com os que choram, de rir com os que riem e de pôr à disposição dos outros as próprias experiências de dor e alegria, como fontes de esclarecimento e compreensão". "A grande ilusão da orientação é pensar que um homem pode ser conduzido para fora do deserto por alguém que nunca lá esteve". “Porque uma compreensão profunda da sua própria dor possibilita-lhe transformar a sua fraqueza em força e oferecer a sua própria experiência como fonte de cura àqueles que andam muitas vezes perdidos na escuridão dos seus próprios sofrimentos incompreendidos”. “Em quase todas as funções sacerdotais, tais como a conversão pastoral, a pregação, o ensino e a liturgia, o guia espiritual tenta ajudar as pessoas a reconhecerem o trabalho de Deus em si próprias”. + O desejo nunca saciável “Ignoramos o que já sabemos com um conhecimento intuitivo e profundamente instalado – que nenhum amor ou amizade, nenhum abraço íntimo ou beijo terno, nenhuma comunidade, comuna ou coletividade, nenhum homem ou mulher, poderá jamais satisfazer o nosso desejo de sermos libertos da nossa condição solitária. Esta verdade é de tal modo desconcertante e penosa que estamos mais rapidamente dispostos a entregarmo-nos às nossas fantasias do que a encarar a verdade da nossa existência. Assim, continuamos à espera de um dia encontrar o homem que compreenda realmente as nossas experiências, a mulher que traga paz à nossa vida insatisfeita, o emprego onde possamos realizar o nosso potencial, o livro que irá explicar tudo e o lugar onde nos sintamos realmente em casa. Tais falsas esperanças levam-nos a fazer exigências esgotantes e preparam-nos para a hostilidade amarga e perigosa, quando começamos a perceber que nada nem ninguém é capaz de satisfazer inteiramente as nossas expetativas absolutistas”. + O sacerdócio, lembrete da nossa finitude “Um ministro não é um médico cuja função primordial é tirar a dor. Pelo contrário, ele aprofunda a dor a um nível em que possa ser partilhada. Quando alguém se dirige a um ministro com a sua solidão, apenas pode esperar que essa solidão seja compreendida e sentida, de modo a que não precise mais de fugir dela, mas a possa aceitar como expressão essencial da sua condição humana”. “Muitas pessoas sofrem por causa da falsa suposição em que baseiam as suas vidas. Essa suposição é de que não deveria haver nem medo nem solidão, nem confusão ou dúvida. Mas só se pode lidar criativamente com estes sofrimentos quando eles são compreendidos como feridas inerentes à nossa condição humana. Por conseguinte, o sacerdócio é um serviço de grande confronto. Não permite que as pessoas vivam com ilusões de imortalidade e totalidade. Relembra continuamente aos outros que são mortais e fracos, mas também que a
  • 3. joaofreigil@hotmai.com 2021 libertação começa com o reconhecimento dessa condição”. “Uma comunidade cristã é, por conseguinte, uma comunidade curativa, não apenas porque as feridas são saradas e os sofrimentos aliviados, mas porque as feridas e os sofrimentos se tornam em janelas e ocasiões para ver com novos olhos”. “A ferida, que agora nos provoca sofrimento, nos será mais tarde revelada como o local onde Deus deu a conhecer a sua nova criação”. “É exatamente nas demandas comuns e nos riscos partilhados que nascem ideias novas, que as novas visões se revelam e que os novos caminhos se tornam visíveis”. “A triste ironia é que o ministro, que deseja tocar o âmago da vida dos homens, se encontra ele próprio na periferia, muitas vezes implorando para ser admitido”. “[…] não somos levados muito a sério quando está bom tempo”. + À procura da ovelha perdida “Muitos depositarão a sua confiança naquele que percorreu todo o caminho apenas para ir ao encontro de um deles. A observação ´ele preocupa-se realmente connosco` é frequentes vezes ilustrada por histórias que demonstram que esquecer muitos por um só é um sinal de verdadeira orientação”. “Poucas pessoas escutam um sermão intencionalmente dirigido a todos, mas a maioria escuta com muita atenção as palavras que brotam da preocupação com uns poucos”. “O vazio do passado e do futuro nunca podem ser preenchidos com palavras, mas apenas com a presença de uma pessoa”.