2. Na última ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu
o Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue (Mt 26,26-29). Por ele,
perpetua pelos séculos, até que volte, o sacrifício da cruz, confiando
destarte à Igreja, sua dileta esposa, o memorial de sua morte e
ressurreição
3. EUCARISTIA: FONTE E ÁPICE DA VIDA CRISTÃ
Os demais sacramentos, assim
como todos os ministérios
eclesiásticos e tarefas
apostólicas, se ligam à sagrada
Eucaristia e a ela se ordenam.
Pois a santíssima Eucaristia
contém todo o bem espiritual da
Igreja, a saber, o próprio Cristo,
nossa Páscoa.
4. COMO SE CHAMA ESTE SACRAMENTO?
“eucharistein” (Lc 22,19; 1 Cor
11,24) e “eulogein” (Mt 26,26;
Mc 14,22) lembram as
bênçãos judaicas que
proclamam sobretudo
durante a refeição as obras
de Deus: a criação, a
redenção e a santificação.
5. A comunhão de vida com
Deus e a unidade do povo de
Deus, pelas quais a Igreja é ela
mesma, a Eucaristia as significa
e as realiza. Nela está o clímax
tanto da ação pela qual, em
Cristo, Deus santifica o mundo,
como do culto que no Espírito
Santo os homens prestam a
Cristo e, por ele, ao Pai.
6. Ceia do Senhor, pois se trata
da ceia que o Senhor fez com
seus discípulos na véspera de
sua paixão, e da antecipação
da ceia das bodas do
Cordeiro na Jerusalém
celeste.
7. Fração do Pão, porque este
rito, próprio da refeição
judaica, foi utilizado por Jesus
quando abençoava e distribuía
o pão como presidente da
mesa, sobretudo por da
ocasião. Ultima Ceia. É por este
gesto que os discípulos o
reconhecerão após a
ressurreição (Lc 24,13-35).
8. Memorial da Paixão e da
Ressurreição do Senhor. Santo
Sacrifício, porque atualiza o único
sacrifício de Cristo Salvador e
inclui a oferenda da Igreja; ou
também santo sacrifício da Missa,
“sacrifício de louvor” (Hb 13,15),
sacrifício espiritual, sacrifício puro
e santo, pois realiza e supera
todos os sacrifícios da Antiga
Aliança.
9. Comunhão, porque é por este
sacramento que nos unimos a
Cristo, que nos toma
participantes de seu Corpo e de
seu Sangue para formarmos um
só corpo. este é o sentido
primeiro da “comunhão dos
santos” de que fala o Símbolo
dos Apóstolos pão dos anjos,
pão do céu, remédio de
imortalidade.
10. OS SINAIS DO PÃO E DO VINHO
Ao se tomarem misteriosamente o Corpo e o
Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho
continuam a significar também a bondade da
criação. Assim, no ofertório damos graças ao
Criador pelo pão e pelo vinho, fruto “do
trabalho do homem”, mas antes “fruto da
terra” e “da videira”, dons do Criador. A Igreja
vê neste gesto de Melquisedec, rei e
sacerdote, que “trouxe pão e vinho” (Gn 14,18),
uma prefiguração de sua própria oferta.
11. INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
Jesus escolheu o tempo da Páscoa
para realizar o que tinha anunciado
em Cafarnaum: dar a seus
discípulos seu Corpo e seu Sangue:
Veio o dia dos ázimos, quando
devia ser imolada a páscoa. Jesus
enviou então Pedro e João, (Lc
22,7-20).
12. Ao celebrar a última Ceia com seus apóstolos durante a refeição pascal, Jesus
deu seu sentido definitivo à páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus a
seu Pai por sua Morte e sua Ressurreição, a Páscoa nova, é antecipada na ceia e
celebrada na Eucaristia que realiza a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da
Igreja na glória do Reino.
13. “FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”
O mandamento de Jesus de repetir
seus gestos e suas palavras “até que
ele volte” não pede somente que se
recorde de Jesus e do que ele fez. Visa
á celebração litúrgica, pelos apóstolos
e seus sucessores, do memorial de
Cristo, de sua vida, de sua Morte, de
sua Ressurreição e de sua intercessão
junto ao Pai.
14. Desde o início, a Igreja foi
fiel ao mandato do Senhor.
Da Igreja de Jerusalém se
diz: Eles eram perseverantes
ao ensinamento dos
Apóstolos, à comunhão
fraterna, à fração do pão e
às orações. (At 2,42.46).
15. Era sobretudo “no primeiro dia da
semana”, isto é, no domingo, o dia da
Ressurreição de Jesus, que os cristãos se
reuniam “para partir o pão” (At 20,7).
Desde aqueles tempos até os nossos
dias, a celebração da Eucaristia
perpetuou-se, de sorte que hoje a
encontramos em toda parte na Igreja,
com a mesma estrutura fundamental.
Ela continua sendo o centro da vida da
Igreja.
16. A MISSA PARTE POR PARTE
“No dia 'do Sol', como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os
habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Lêem-se, na medida em que
o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos
Profetas. Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para
aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos. A seguir,
pomo-nos todos de pé e elevamos nossas preces por nós mesmos (...) e por
todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos de fato justos por
nossa vida e por nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos
a salvação eterna.
17. Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros
com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos
irmãos pão e um cálice de água e de vinho misturados. Ele os
toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome
do Filho e do Espírito Santo e rende graças longamente pelo
fato de termos sido julgados dignos destes dons. Terminadas
as orações e as ações de graças, todo o povo presente
prorrompe numa aclamação dizendo: Amém.
18. Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter
respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem
a todos os que estão presentes pão, vinho e água
'eucaristizados' e levam (também) aos ausentes”.
19. IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE DA
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
A celebração da missa, como
ação de cristo e do povo de
deus hierarquicamente
ordenado, é o centro de toda a
vida cristã, tanto para a igreja
universal como local, e também
para cada um dos fiéis
20. A missa consta de duas partes: LITURGIA DA PALAVRA e LITURGIA
EUCARÍSTICA – intimamente unidas entre si que constituem um só
ato de culto. Na missa, se prepara tanto a mesa da palavra de deus
como a do corpo de cristo, para ensinar e alimentar os fiéis.
21. RITOS INICIAIS
Motivação inicial
Procissão de entrada (Canto de entrada)
Beijo do Altar
Em nome do Pai
Saudação Trinitária
Ato Penitencial
Glória (domingos e solenidades)
Oração da Coleta
22. LITURGIA DA PALAVRA
1ª Leitura
Salmo
2ª Leitura (domingos e solenidades)
Aclamação ao Evangelho
Evangelho
Homilia
Credo (domingos e solenidades)
Oração dos fiéis
23. LITURGIA EUCARÍSTICA
Ofertório
Prefácio
Santo
Oração Eucarística
Pai nosso
Oração pela Paz
Abração da paz (facultativo)
Fração do Pão – Cordeiro de Deus
Comunhão
25. MEMORIAL SACRIFICAL DE CRISTO E DE SEU CORPO,
A IGREJA
A Eucaristia é o memorial da
Páscoa de Cristo, a atualização e
a oferta sacramental de seu
único sacrifício na liturgia da
Igreja, que é o corpo dele. Em
todas as orações eucarísticas
encontramos, depois das
palavras da instituição, uma
oração chamada anamnese ou
memorial.
26. O memorial recebe um sentido novo
no Novo Testamento. Quando a
Igreja celebra a Eucaristia, rememora
a páscoa de Cristo, e esta se toma
presente: o sacrifício que Cristo
ofereceu uma vez por todas na cruz
torna-se sempre atual: “Todas as
vezes que se celebra no altar o
sacrifício da cruz, pelo qual Cristo
nessa páscoa foi imolado, efetua-se
a obra de nossa redenção.”
27. A vida dos fiéis, seu louvor,
seu sofrimento, sua oração,
seu trabalho são unidos aos
de Cristo e à sua oferenda
total, e adquirem assim um
valor novo. O sacrifício de
Cristo, presente sobre o altar,
dá a todas as gerações de
cristãos a possibilidade de
estarem unidos à sua oferta.
28. À oferenda de Cristo unem-se
não somente os membros que
estão ainda na terra, mas
também os que já estão na
glória do céu. O Sacrifício
Eucarístico é também oferecido
pelos fiéis defuntos “que
morreram em Cristo e não estão
ainda plenamente purificados”,
para que possam entrar na luz e
na paz de Cristo.
29. OS FRUTOS DA COMUNHÃO
A comunhão aumenta a nossa
união com Cristo. Receber a
Eucaristia na comunhão traz
como fruto principal a união
intima o com Cristo Jesus. (Jo
6,56-57).
30. A comunhão da Carne de Cristo
ressuscitado, “vivificado pelo
Espírito Santo e vivificante”,
conserva, aumenta e renova a
vida da graça recebida no
Batismo. Este crescimento da
vida cristã precisa ser
alimentado pela Comunhão
Eucarística, pão da nossa
peregrinação, até o momento
da morte.
31. A comunhão separa-nos do
pecado. Por isso a Eucaristia
não pode unir-nos a Cristo
sem purificar-nos ao mesmo
tempo dos pecados
cometidos e sem preservar-
nos dos pecados futuros.