Riquezas - mistérios - encantos de Ilhabela
Instado a falar sobre você e abrir um novo livro, entendo ser
uma missão difícil, pois sua vida é uma aventura cheia de emoções. Seu
primeiro livro, Ilhabela Seus Enigmas, foi o início de uma caminhada
rumo ao sucesso que tem outros títulos, como Descubra São Sebastião
e outros já “no forno”, prontos para nos encantar.
Porém, este livro, Tesouro do Sombrio, me enche de alegria e
alento: alegria, pois narra a saga vivida por Thiry, seu filho Roberto
e eu, além de você, que nos ajudou com os mergulhos que fez para o
velho engenheiro na Ponta de Piraçununga. Em seu nome menciono
todos os outros colaboradores que tivemos ao longo de mais de sessenta
anos de pesquisa. Sim, seis décadas!
Alento, pois o sofrimento, cansaço e incertezas que vivi não
foram em vão. Pelo contrário. Tudo contribuiu para a elaboração
desta obra. Durante esta leitura verá muitos detalhes de nosso árduo
trabalho. A mata ríspida, o terreno indócil, as condições adversas do
mar foram grandes desafios.
Mas nada se comparava à nossa luta interna, diante das
incertezas de que um dia alcançaremos nosso objetivo. Quiseram as
forças que regem o Sombrio que não o alcançássemos. Mas fizemos
nossa parte.
Balizamos a caminhada, para que outros pesquisadores, à luz
de novos cálculos e novas tecnologias, tragam à tona o que o Sombrio
sempre acolheu. Mas produzimos muitas riquezas, presentes nas
histórias que o leitor conhecerá neste precioso livro.
Jeannis, que Deus continue a iluminar seu caminho radiante
na literatura. Sucesso e um grande abraço de seu amigo.
Osmar João Soalheiro
“Se o seu navio não chega, nade até ele”.
3. A história começa em meados do século
XIX, ligando, magicamente, dois países
distantes, a Índia e o Brasil, e chega ao
início do século XXI sem que se saiba se
tudo não é mais que uma lenda ou se há
mesmo uma caverna em Ilhabela, forrada
com baús de ouro e jóias preciosas.
Para os sonhadores, considerando-se o
cenário – afinal a ilha é um cemitério de
navios naufragados e foi paraíso de
piratas que a usaram por séculos.
Em que consiste o “Mistério do Tesouro da Trindade”?
5. Conta-se que em 1852 na Índia, foi encontrado um
mapa e, em 1884, foi descoberto um roteiro no
Paraná. Ambos mencionam o “Tesouro da
Trindade”, composto de grande quantidade de
objetos e moedas de grande valor. E começou a caça
ao tesouro.....
De início a procura foi na Ilha da Trindade, no
litoral do Espírito Santo. Mas nada acharam.
Uma reportagem levou o fato até Bombaim, na
Índia.
6. Um jovem engenheiro belga lendo uma reportagem teve tal
impacto que o faria procurar o tentador tesouro,
obstinadamente, por longos 40 anos, dando origem a uma das
mais intrigantes histórias de Ilhabela: a busca de
Paul Ferdinand Thiry pelo
Tesouro da Trindade.
8. Conhecido pelos ilhéus como o “Tesouro do Sombrio”
Corria o ano de 1949. Thiry retornou à família e à pesquisa da Trindade
para, de uma vez por todas, chegar a uma solução do problema.
Concentrando-se no mapa, fixou-se no trapézio com sua inscrição
G-BAY. Algo lhe dizia que ali ficava a ilha. Baía G seria Baía Grande
ou Baía da Guanabara? Esta não estava fora de cogitação, já que o
roteiro fazia menção a pão de açúcar.
Corveta Caboclo que realizou a expedição ao Saco do Sombrio pela Marinha
9. Forças sobrenaturais se instalam
pela região assim que recomeçam
as pesquisas....
Caro leitor, chamo sua atenção
para o curioso encontro entre um
engenheiro belga, um padre
francês radiestesista e um capitão
da Marinha, num local ermo
como o Sombrio...
Mistérios que acercam a região
10. Ao todo, Paul Thiry descobriu 82 dos 86 marcos, e decifrou um a um,
até concluir seu roteiro. O “marco da estrela” é um deles e ganhou esse
nome para lembrar a simbologia da estrela de Belém, sugerindo o caminho
ao tesouro. Sua função era apontar o último dos sinais, o “marco
do copo” (assim chamado por ser uma ventosa), visto como o “marco
chave” para localizar o tesouro. Na verdade conseguiu, graças aos seus
cálculos matemáticos, teoricamente previstos no mapa e no roteiro, e que a
Marinha do Brasil guarda a sete chaves.
2 dos marcos
encontrados
por Thiry...
11. Em 1959, chega a São Sebastião o advogado Osmar Soalheiro
que fica impressionado com os relatos sobre a tenacidade e
obstinação de Thiry na busca ao tesouro.
Osmar Soalheiro aproveitou, interrompeu-os e indagou se as pesquisas
tinham algo a ver com “vestígios da Atlântida”, já que os mapas
afixados na parede tinham triângulos e outras figuras geométricas.
E Osmar relembra o momento em que ambos perceberam que um se
identificava com o outro: “O engenheiro suspirou e desabafou
dizendo que, finalmente, fora feita uma pergunta condizente com o
caráter da pesquisa. E, embora respondesse que não, falou que, graças ao
retrato da obstinação e do isolamento.
Thiry falava com certeza que os sobreviventes da Atlântida vieram para
a América do Sul”.
12. Dr. Osmar durante trabalhos Dr. Osmar e Roberto ( filho de Thiry)
Pedras dinamitadas durante trabalhos Casa de Thiry e Dr. Osmar
13. “Contar a história. Já contei tantas vezes que já
estou cansado. Além disso, é preciso conhecer muito
bem matemática para entender alguma coisa. Dizem
que sou louco porque não entendem coisa alguma”.
“É difícil entender bem. Mas não é mistério algum: é
só uma questão de saber decifrar os signos”.
São mais de 20 anos de pesquisa que não vou revelar
em 2 ou 3 horas.
Já estamos chegando ao fim: mais um pouco e vou
embora para o Rio, para junto de minha família”.
“Mas o que me importa de fato é reconstituir a
veracidade histórica. O dinheiro é secundário”.
“Estou convencido de que foi uma única pessoa. Era
sem dúvida um cientista, um conhecedor de alta
matemática. Isso tudo está ligado ao tesouro do
Conde de Monte Cristo. Alexandre Dumas não fez
ficção, baseou-se na História” (Referindo-se a quem
fez o roteiro e o mapa)
Thiry por ele mesmo
14. “Como eu sempre estava a bordo do meu navio Hipocampo realizando
mergulhos no naufrágio do Príncipe de Astúrias, e como, às
vezes, Osmar Soalheiro não podia se deslocar para ajudar Thiry, ele
recorria a mim para enviar o que este estivesse precisando, ora mantimentos,
ora outros apetrechos. Independente disso, eu sempre o visitava.
Eu o conheci na década de 70.
Varamos várias e várias madrugadas conversando a respeito
do tesouro, sem que ele deixasse um só momento de responder a minha
enorme curiosidade. Uma noite, Paul Thiry me disse que estava fazendo uma pesqui-
sa numa gruta no Saco Grande. A gruta desembocava no mar e sua
abertura tinha uma parte submersa. Perguntou-me se era possível investigar
vestígios de algum desabamento da costeira ou outra anormalidade
no leito submarino. Atendi prontamente ao pedido. Já na manhã
seguinte, a bordo do Hipocampo, Thiry indicou o lugar. Minha equipe
e eu mergulhamos o dia inteiro, sem, no entanto, encontrar nada de
interessante. Eu o admirava principalmente pela sua persistência. Ajudei-
o em outras expedições ao mar. Dedicou, afinal, uma vida inteira
por um ideal que o levou à morte, sem ter localizado nada de concreto.
Não achou o tesouro e não escreveu o livro sobre as pesquisas, este o
seu segundo e imediato projeto.
Thiry pelo autor
16. “Quando chegamos no casebre onde vivia Paul Thiry, encontramos
um homem de estatura mediana, olhos azuis, cabelo espetado e
barba cerrada, roupa andrajosa. Estava com 56 anos de idade. Minha
preocupação inicial era tentar desmascarar o embusteiro, então me
fixei em seu procedimento, tentando captar algum desvio de comportamento,
qualquer traço psicótico que o denunciasse. Em vão. Quanto
mais conversávamos, mais eu me convencia estar não apenas diante
de alguém perfeitamente sadio, mas também de inteligência e cultura
superiores” (Sobre o primeiro encontro, em 1961).
“Certo dia ele me procurou em casa e disse que ia partir em viagem
ao Rio de Janeiro para tratamento médico. E que receava não retornar.
Pediu então que eu desse continuidade ao seu trabalho, porque
acreditava que o filho Roberto ficaria desesperado se morresse antes de
ter obtido sucesso. Prometi que iria até o fim, mas com uma condição:
que ele voltasse para também nos ajudar – minha crença espírita dizia
ser isso possível. Ele concordou depois de me olhar longamente, mas,
infelizmente até hoje não tive nenhuma manifestação de seu espírito”
(Sobre o último encontro).
Thiry por Osmar Soalheiro
17. Dr. Osmar a frente da casa de Thiry Dr. Osmar e Jeannis com o mapa e os marcos
Jeannis e Ernesto dentro da casa de Thiry Jeannis a frente da casa de Thiry
18. Cachimbo usado por Thiry Móvel e pertences de Thiry Interior da residência
A foto mais antiga da “Pedra Marcada” Objetos pessoais
19. Nesta nova obra do autor, todos os fatos descritos são reais. Foram
informações colhidas com Thiry, Dr. Osmar , relatos de caiçaras.
E a saga continua!
Novos depoimentos de caiçaras e pesquisadores!
Não é uma obra de ficção!