As memórias de uma casa da infância são evocadas através de fotografias encontradas. Detalhes como o quintal, a escada, a mesa de jantar e brinquedos são lembrados. Embora a casa tenha sido demolida, as memórias permanecem vivas na mente.
1. INFÂNCIA ENCANTADA
Temos uma coisa dentro de nós sem nome e sem
forma.
Essa coisa é o que somos.
Temos bons motivos para acreditar que isso em
mim é saudade.
E parte dela, acredito, que a maioria se desgasta
em lembrança.
A ideia de que um dia teremos saudade do hoje
É perturbadora.
Mais ainda, de que tudo o que vivemos será
esquecido,
Pois é inevitável.
O quintal, o jardim, os muros.
As fotografias, eu as encontrei e mergulhei no
mar de emoções.
A grande e antiga mesa de madeira, a escada
que rangia,
Os artefatos de meu pai, relíquias para ele das
quais se orgulhava.
Lembro-me de cada detalhe de minha antiga
casa,
Do tamanho dos móveis e onde estavam
localizados.
Lembro-me de meus brinquedos
E no canto do quintal onde brincava.
2. Sei que a minha casa está demolida, tento me
conformar,
Porém a saudade é inquebrável, e não senti-la é
impossível.
Rasguei todas as fotos por motivo que ainda
desconheço,
Pois vivendo uma dor passada no presente, será
vivê-la no futuro eternamente.
Não me importa se as fotografias estão rasgadas.
As imagens estão bem claras, vagando em
alguma dimensão do meu cérebro.
Não me importa se a casa foi demolida,
O menino continua lá no seu recanto como
brinquedo semirreal.
LARISSA DIAS E REBECCA SILVA, TURMA 900
LEMBRANÇAS
Lembro-me do banco de madeira,
Das lembranças boas de quando eu estava lá.
Lembro-me do meu primeiro beijo
Com a sobrinha da minha vizinha.
Foi numa festa de Natal em minha casa.
Conversamos e brincamos à noite toda
Até que nos sentamos no banco e ficamos nos
olhando
Sem sair nenhuma palavra, com respiração
ofegante.
3. De tanto brincar, até que ela me perguntou se eu
queria beijá-la.
E eu perguntei por quê?
Para sentir como é beijar alguém.
Éramos inocentes e não tínhamos experiência,
mas foi especial.
Depois desta festa, voltei tarde para casa.
Aquele degrau que pulei era o quinto que rangia.
Deitei em minha cama
E até hoje recordo como se fosse ontem.
ALEX E MADSSON, TURMA 900
SAUDADES DO MEU PASSADO
Memórias da casa onde nasci e vivi.
Entre papéis inúteis em minha gaveta,
Encontrei trinta fotografias guardadas
Que nem mais me lembrava.
4. Minha mãe não dormia até o último filho chegar.
Tantos colóquios amorosos, geralmente
inocentes, no quintal.
A acácia floria todos os anos, lindas flores do
outro lado do muro
Me fazia ler Sonetos de Raul de Leoni.
Na sala de jantar,
a grande mesa antiga rodeada por seis cadeiras.
Ao lado da janela, as sobressalentes,
Que os primos recorriam diretamente.
Rasguei as fotografias para não sofrer por um
passado.
As fotografias rasgadas, atirei tudo pela janela
Como se a rua parada
Parasse meu mundo com ela.
KATRINE E LUCAS ROSADO, TURMA 900
5. MEMÓRIAS NÃO FICAM EM FOTOGRAFIA
Estava recordando a minha antiga casa.
Ela me lembrava das coisas da vida passada.
Peguei as fotografias, eram todas muito lindas.
Lembrei-me de coisas que você nem imagina.
A casa era muito bonita,
Pena que ela foi destruída.
Era muito bom quando ficava no quintal,
Tudo era muito sensacional.
Eu tinha várias fotografias da minha casa,
Mas a memória fica no coração
E as fotografias se vão.
De que vale sofrer
Por um lugar onde foi a casa?
Porque a vida continua e pode ser admirada.
HIGOR E MACIEL CURVELLO, TURMA 900
6. FOTOGRAFIAS ESQUECIDAS
Fotografias perdidas e esquecidas,
Lembrança de vários anos da minha vida.
Fotografias que tirei
Logo antes de minha saída.
Lembrei-me da minha mãe
Quando ela esperava a mim e meus irmãos.
Ela só iria dormir
Quando o último dos filhos chegasse.
Várias fotografias
Do jardim, da escada, da mesa de jantar,
Do escritório do papai e duas da cozinha.
Até fotos de cada quarto ali havia.
Lembranças do quintal.
Cada foto uma saudade
Que com grande tristeza
Meu coração invade.
Mas do que adianta as fotografias
Se a casa foi destruída?
E com elas se vão minhas lembranças de uma
casa
Onde um garoto feliz ali vivia.
7. ADALBERTO ROCHA E JOÃOPEDRO, TURMA
900
A CASA DOS MEUS SONHOS
Ah! Assim foi a casa dos meus sonhos!
Bem clichê.
Feito contos de fadas.
Com rosas vermelhas por todo o jardim,
Com vista de frente para o mar,
Com um cachorro a me acompanhar
Me sentia livre num lugar só meu.
Pela manhã
ouvia os pássaros cantar
Via o sol raiar
Com sua beleza natural.
Mas me faltava algo para um final feliz.
Um príncipe encantado,
Quem sabe
Então meu conto seria perfeito?
Eu nem sempre vivi em mil maravilhas,
Mas tentei amenizar cada ferida
Que a vida me trouxe
Em cada despertar de um novo dia.
E penso comigo mesma
De que vale sofrer por um passado
8. Que fez parte das minhas feridas?
ELLEM E ANDRÉIA, TURMA 900
RECORDAÇÕES
Oh, como eu sinto saudade
Da minha antiga casa
Onde nela me acalmava
E me fazia pensar na vida!
São tantas memórias vividas,
Tantas emoções sentidas,
Uma infância inesquecível e querida.
No jardim, as flores,
A escada que rangia.
Foi profundamente momentâneo
Recordar em fotografias
Que felizmente restaram
Com belas recordações do passado.
STEPHANNY RODRIGUES E STEFFANNY SANTANA,
TURMA 900
9. SAUDADES
Trinta fotografias tiradas e esquecidas
Jogadas numa gaveta inútil.
Antes de sair, delas me lembrei.
Sabe lá Deus por que as guardei.
Durante anos esquecidas no meio de papéis
inúteis
Como se precisasse dessas fotos guardadas,
Pois não saem da minha memória
Aquilo que a mim é útil.
Fotos do canto do jardim, o banco de madeira,
A antiga mesa da sala de jantar.
Ah, que saudade da minha casa!
Rasgo as fotografias.
Do que vale sofrer por um passado destruído?
Já que as fotografias são momentos eternamente
vividos.
BEATRIZ E RAYANNA, TURMA 900
10. LEMBRANÇA
Rasguei aquelas fotografias,
Pois não adiantava mais olhá-las.
As verdadeiras lembranças ficam no coração.
O tempo que não volta mais.
Eu era feliz e não sabia.
Como não ter responsabilidade era bom!
Eu só brincava e estudava no quarto
Daquela imensa casa.
Quando meus primos vinham pra cá
Era só “Deus na causa”,
Pois uma grande bagunça se formava.
O tempo não volta mais.
Agora estou velho, infeliz, mas responsável.
Eu era feliz e, hoje, nada mais.
NATÁLIA E FÁBIO DA SILVA, TURMA 900
11. LEMBRANÇAS PASSADAS
Passado lembrado em memória
E fotografias.
Lembro-me das flores, do belo quintal
E da bela casa onde fui criado.
Na mudança, olho para a gaveta.
Deparo-me com fotografias do passado
Fazendo com que minha memória
Se lembrasse com mais clareza dos belos
momentos.
Não só momentos, mas sim coisas,
Lugares e como era a casa e o quintal
Que hoje é um apartamento de cinco andares.
Demoliram, sim, a casa, mas não minhas
memórias.
LUÍS HENRIQUE E FABRÍCIO, TURMA 900
12. SAUDADE
Há uma saudade em meu peito
E ao ver as fotografias desperta meu anseio.
Lembranças tenho da minha infância,
Mas não queria relembrá-las.
Nada posso fazer, pois não tinha conhecimento
Do que iria acontecer ao encontrá-las.
Apesar das minhas más lembranças,
Tenho boas esperanças.
De nada valia o meu silêncio,
Pois um dia minha mãe perdia o seu sono
À espera da minha chegada.
Hoje rasgo essas fotografias
Que vieram de uma gaveta cheia de inutilidades.
Porém da minha mente não poderei tirá-las,
Porque em uma casa que foi demolida
Passei os primeiros vinte e quatro anos da minha
vida.
ANNA BEATRIZ, REBECA ANDRADE E
THAMIRES, TURMA 900
13. FOTOGRAFIAS DA INFÂNCIA
Fotografia foi o que restou
Daquela casa que tanto me aconchegou.
Na memória, as lembranças
Das brincadeiras no quintal quando era criança.
Do quinto degrau da escada, vinha um barulho
estranho
Que durante à noite despertava a mamãe de seu
sono.
Já no jardim, lindas flores
Que durante a primavera enfeitava a casa com
suas cores.
Guardar tudo na memória é um desafio
Por me lembrar de tantas coisas
E tanto momentos vividos
Naquela casa de jardim florido.
Quando me deparo com antigas fotografias
Penso se vale mesmo apenas
Sofrer por causa da lembrança do passado
Por não poder voltar ao tempo.
Se a vida me permitisse,
Voltaria a ser criança.
Mas como não é possível,
Fica apenas na lembrança.
MARIANA E SIBELLY, TURMA 900