SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
Baixar para ler offline
Quais os reais custos e
benefícios das fontes de
geração elétrica no Brasil?
2
Este material foi apresentado no seminário “Segurança e
sustentabilidade para a matriz elétrica brasileira”, realizado no dia
19 de outubro de 2018, no auditório da Folha de São Paulo, que
teve como objetivo apresentar os resultados finais do estudo.
Ressalta-se que o objetivo não é a criação de uma nova metodologia
de precificação das fontes nos leilões de energia elétrica ou nos leilões
de contratação de lastro para o sistema; e nem uma proposta para o
aperfeiçoamento do planejamento da expansão do parque gerador. No
entanto, as metodologias propostas neste projeto, bem como os seus
resultados, são o ponto de partida para as discussões sobre estes temas.
Disclaimer
3
Mario Veiga
Bernardo Bezerra
Martha Carvalho
Juliana Pontes
Edmundo Grune
Celso Dall’Orto
Felipe Nazaré
Maynara Aredes
Jairo Terra
João Vilela
Guilherme Machado
Amanda Fernandes
Rodrigo Novaes
Equipe
PSR
Jorge Jardim
Paula Pereira
Consultores (HPPA)
 A alimentação ótima não consiste em atender as
necessidades calóricas diárias ao menor custo possível.
 O custo de cada alimento deve levar em conta
dois fatores adicionais ao custo de produção
•	 Uma dieta balanceada envolve encontrar o “mix” de alimentos
com diferentes atributos, que atende às necessidades de
nutrientes (vitaminas, proteínas, etc) a mínimo custo.
•	 o custo de “infraestrutura” (transporte e armazenagem); e
•	 taxas e impostos.
Visão Geral 4
Múltiplos objetivos do suprimento
energético para o ser humano
5
Visão Geral
Múltiplos objetivos do suprimento
de energia elétrica
1
2
3
4
Minimizar as tarifas totais para
o consumidor para remunerar
geração, transporte e distribuição;
Assegurar a confiabilidade
do suprimento;
Assegurar a robustez
do suprimento;
Atender determinações
de política energética, por
exemplo limitar as emissões
de CO2
no setor elétrico.
equivale ao
fornecimento
de calorias
equivale a políticas
públicas, como por
exemplo restrição ao
consumo de açúcar.
equivale aos nutrientes
de uma dieta
6Visão Geral
Limitações do processo atual de
suprimento de energia
Os leilões de contratação consideram quase que
exclusivamente a produção de energia (GWh), em
detrimento dos demais atributos das fontes.
A decisão de simplificar o leilão foi tomada de
maneira consciente pelo governo
•	 País não tinha nenhum “track record” na realização de leilões;
•	 Na época quase 100% da geração era hidrelétrica; isto
fazia com que alguns atributos, como a confiabilidade do
suprimento de ponta, fossem atendidos com facilidade.
7
No entanto, desde então houve uma mudança muito extensa
no “mix” da matriz de geração, com destaque para a geração
termelétrica a gás natural e à entrada maciça de geração eólica.
A não atualização do modelo de contratação trouxe uma ineficiência
para a economia/sociedade e provocou uma discussão polarizada
sobre as fontes ao invés de se discutir o melhor atendimento dos
atributos através de uma “dieta” (mix de geração) balanceada.
Visão Geral
Limitações do processo atual de
suprimento de energia
8Visão Geral
Escopo do estudo idealizado
pelo Instituto Escolhas
Avaliar os reais custos e benefícios de cada fonte de geração,
considerando a contribuição de seus respectivos atributos para o
atendimento dos diversos objetivos do suprimento de eletricidade.
9Metodologia
Custos decompostos em cinco grupos de atributos
Custo de investimento e operação
Serviços
Custos de infraestrutura
Subsídios e isenções
Custos ambientais
para produzir energia
prestados pelo gerador além
da produção de energia
para permitir que geradores
prestem os serviços
que incidem no custo de
investimento e operação
Valoração da emissão de gases
de efeito estufa de cada fonte
1
2
3
4
5
10Metodologia
1. Custo de investimento e operação
Utilização do Levelized Cost of Energy - LCOE
•	 Medida tradicional para comparação de tecnologias
Custo  Anualizado do
Investimento + Custo Fixo
Expectativa de Geração
Custo Variável Unitário
11Metodologia
2. Serviços prestados pelos geradores
Modulação e sazonalização: capacidade do gerador de atender o
perfil horário de demanda ao longo do mês (modulação) e atender
o perfil mensal da demanda ao longo do ano (sazonalização)
Robustez: capacidade do gerador de produzir energia
acima do que seria requerido no despacho econômico
Confiabilidade: capacidade do gerador de injetar
potência no sistema para evitar interrupção no
fornecimento causada por quebras nos geradores.
12Metodologia
3. Custos de infraestrutura
Rede de transmissão: circuitos, subestações etc.
Perdas: perdas ôhmicas na rede de transmissão.
Suporte de reativo: reatores, capacitores etc.
Reserva probabilística de geração: resposta rápida necessária para
absorver as variações não previsíveis da produção renovável
Equilíbrio da frequência (Inércia Sintética): equipamentos
com inércia para permitir o equilíbrio entre oferta e
geração dentro da faixa de frequência operativa
13Metodologia
4. Subsídios e incentivos
Custo total pago pelo consumidor e/ou contribuinte
devido a diversos incentivos e isenções que afetam
os custos de investimento e operação
•	Isenções tributárias
•	Financiamento por instituições financeiras públicas
•	Incentivos regulatórios
•	Outros
14Metodologia
5. Custos ambientais
Custo para a sociedade relativo à emissão de gases de efeito
estufa de cada fonte de geração de energia elétrica.
•	 Emissões calculadas ao longo da vida útil
de cada fonte de geração elétrica
15Metodologia
Uma nova decomposição para os custos da geração
LCOE
Ambiental
CAPEX
OPEX
Emissão de CO2
Serviços
de geração
Custos de
infraestrutura
Subsídios e
incentivosModulação/sazonalização
Robustez
Confiabilidade
Rede de transmissão
Suporte de reativo
Reserva probabilística
Equilíbrio de frequência
(Inércia Sintética)
Financeiros
Tributários
Encargos setoriais
16Metodologia
Atributos não considerados neste estudo
Atributos socioambientais (adicionais à emissão de CO2
)
Tempo de construção
Concentração de investimentos em um único projeto
Vida útil dos equipamentos
•	 Geração de emprego;
•	 Desenvolvimento de cadeias produtivas e benefícios associados;
•	 Desenvolvimento e melhora de condições
socioeconômicas de comunidades locais;
•	 Emissão de poluentes locais e regionais;
•	 Uso do solo ou a interações do nexo água-energia-solo.
17Metodologia
Etapas principais
do estudo e
ferramentas
analíticas
Dados operativos
Expansão da geração, da
transmissão e demanda horária
Dados econômicos
Custos de investimento, custo de capital, custos
fixos e custos variáveis, impostos, encargos, etc.
Cálculo dos
atributos
Dados energéticos
Cenários integrados de vazão
e produção de renováveis não
convencionais
Resultados
Geração por usina e custos
marginais de operação por hora
e cenário integrado de vazão/
produção de renováveis
SDDP
NCP
TSL
CORAL
ORGANON
NETPLAN
TARIFF
1
Simulações e cálculos
realizados na nuvem.
PSR Cloud1
18Resultado
GasCCNESazonal:TermelétricaagásnaturalciclocombinadoinflexívelnoNordeste
GasCCSEFlexível:TermelétricaagásnaturalciclocombinadoflexívelnoSudeste
GasCASEFlexível:TermelétricaagásnaturalcicloabertoflexívelnoSudeste
GNLCCSESazonal:GásnaturalliquefeitociclocombinadoinflexívelnoSudeste
UHE–Usinahidrelétrica
EOLNE–UsinaeólicanoNordeste
EOLS–UsinaeólicanoSul
PCHSE–PequenaCentralHidrelétricanoSudeste
BIOSE–BiomassanoSudeste
SOLNE–SolarnoNordeste
SOLSE–SolarnoSudeste
R$/MWh
346
216
412
166
286
195
244
285
168
293
328
1 – Custos de Investimento e
Operação
2 – Serviços prestados pela fonte
além da produção de energia
propriamente dita
3 – Custos de infraestrutura
causados (ou evitados) pelo gerador
4 – Subsídios e isenções
5 – Custos ambientais
(10 US$/tCO2
e)
Impacto da maior penetração de renováveis
Custos marginais de operação – Caso base 2026 x Caso sensibilidade 2035
18
CMO – média mensal (Ano 2026)
CMO horário - Primeira semana de Março
CMO horário - Primeira semana de Outubro
Impacto da maior penetração de renováveis 19
Custos marginais de operação
Caso base 2026 x Caso sensibilidade 2035
Resultados (1/2) 20
O Brasil até 2026 pode aumentar a participação de
renováveis em sua matriz elétrica, sem que isso acarrete
custos significativos para a operação do sistema elétrico.
O Brasil, em 2035, pode aumentar em mais de 30% a
participação de eólica, solar e biomassa em sua matriz
elétrica, sem que isso afete a competitividade e a atratividade
dos MWh dessas fontes para os consumidores.
Metodologia inédita para calcular os reais custos e benefícios das
fontes de geração elétrica, que permite a efetiva valoração dos
seus atributos, propiciando que se discuta o aprimoramento da
alocação dos custos entre os agentes do sistema elétrico brasileiro.
21Resultados (2/2)
O grupo dos subsídios é um componente relevante no custo da energia
que potencialmente causa distorção na precificação das fontes;
Nem todo MWh é economicamente igual e o estudo
mostra o real custo destes MWh para a sociedade;
É essencial que os estudos de planejamento e o setor elétrico
incorpore os custos e benefícios econômicos das fontes de geração
para uma eficiente composição da matriz energética do país;
Com base nos resultados apresentados, os MWh das renováveis
são bastante competitivos e atrativos ao consumidor, mesmo em
cenários de sua maior penetração no sistema, o que indica haver ainda
bastante espaço para estas fontes na matriz energética do país
Outros resultados importantes 22
Existem importantes distorções no sinal locacional da transmissão, mas
que não alteraram a competitividade relativa das fontes analisadas;
Os atributos da inércia e robustez operativa não se
mostraram relevantes no cômputo total dos custos.
www.psr-inc.com
psr@psr-inc.com
+55 21 3906-2100
www.escolhas.org
institucional@escolhas.org
+55 11 4130-9706

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...
Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...
Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...CPFL Energia
 
Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...
Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...
Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...CPFL Energia
 
A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...
A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...
A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...Gilberto De Martino Jannuzzi
 
Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energia
Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de EnergiaContribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energia
Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energiaslides-mci
 
03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt
03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt
03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.pptken.nunes
 
Alexandre Fernandes - ADENE
Alexandre Fernandes - ADENEAlexandre Fernandes - ADENE
Alexandre Fernandes - ADENEken.nunes
 
10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?
10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?
10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?slides-mci
 
A visão do MME para Eficiência Energética
A visão do MME para Eficiência EnergéticaA visão do MME para Eficiência Energética
A visão do MME para Eficiência Energéticaslides-mci
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson FerreiraDesafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson FerreiraFundação Fernando Henrique Cardoso
 
Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...
Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...
Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...CPFL Energia
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?
Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?
Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?slides-mci
 
Agua e energia ppa eip - 16nov2012
Agua e energia   ppa eip - 16nov2012Agua e energia   ppa eip - 16nov2012
Agua e energia ppa eip - 16nov2012Alexandra Serra
 
Micro geração XII Convibra 2015
Micro geração XII Convibra 2015Micro geração XII Convibra 2015
Micro geração XII Convibra 2015Paulo Jose
 
Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...
Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...
Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...slides-mci
 

Mais procurados (20)

Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...
Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...
Workshop EE 2014 - 01. Sérgio Valdir Bajay - O Cenário de Eficiência Energe...
 
Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...
Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...
Workshop EE 2014 - 03. Ruy Bottesi - A Visão da Fiesp Sobre Eficiência Ener...
 
A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...
A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...
A tecnologia fotovoltaica, novos negócios e novos desafios para as concession...
 
Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energia
Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de EnergiaContribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energia
Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energia
 
03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt
03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt
03 APA ICS Alexandre Fernandes ADENE 17 02 09.ppt
 
Alexandre Fernandes - ADENE
Alexandre Fernandes - ADENEAlexandre Fernandes - ADENE
Alexandre Fernandes - ADENE
 
10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?
10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?
10% de ganho em eficiência no setor elétrico até 2030. O que ainda é possível?
 
A visão do MME para Eficiência Energética
A visão do MME para Eficiência EnergéticaA visão do MME para Eficiência Energética
A visão do MME para Eficiência Energética
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson FerreiraDesafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
 
15616 1442-5-30
15616 1442-5-3015616 1442-5-30
15616 1442-5-30
 
Livro bombeamento
Livro bombeamentoLivro bombeamento
Livro bombeamento
 
Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...
Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...
Workshop EE 2014 - 06. Rubens Bruncek - Eficiência Energética em Sistemas E...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
 
Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?
Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?
Lei 13.280/2016. O que muda no Programa de Eficiência Energética?
 
Agua e energia ppa eip - 16nov2012
Agua e energia   ppa eip - 16nov2012Agua e energia   ppa eip - 16nov2012
Agua e energia ppa eip - 16nov2012
 
Micro geração XII Convibra 2015
Micro geração XII Convibra 2015Micro geração XII Convibra 2015
Micro geração XII Convibra 2015
 
A comin
A cominA comin
A comin
 
Alexandre 14 30
Alexandre 14 30Alexandre 14 30
Alexandre 14 30
 
Seb expansao com_inovacao
Seb expansao com_inovacaoSeb expansao com_inovacao
Seb expansao com_inovacao
 
Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...
Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...
Eficiência Energética e Renováveis - Linhas de Financiamento do grupo BID par...
 

Semelhante a Os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil

Apresentação Artigo 1.pptx
Apresentação Artigo 1.pptxApresentação Artigo 1.pptx
Apresentação Artigo 1.pptxValquiroLima
 
Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial
Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial
Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial Conrado Augustus de Melo
 
Os próximos passos da geração distribuída
Os próximos passos da geração distribuídaOs próximos passos da geração distribuída
Os próximos passos da geração distribuídaGabriel Konzen
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
18.ago ametista 14.00_297_cemig-d
18.ago ametista 14.00_297_cemig-d18.ago ametista 14.00_297_cemig-d
18.ago ametista 14.00_297_cemig-ditgfiles
 
A Motivação Que Você Precisa
A Motivação Que Você PrecisaA Motivação Que Você Precisa
A Motivação Que Você PrecisaSuellenAlves31
 
Sessão Temática - Infra-estrutura - Eduardo Carlos Spalding - 2007
Sessão Temática - Infra-estrutura -   Eduardo Carlos Spalding - 2007Sessão Temática - Infra-estrutura -   Eduardo Carlos Spalding - 2007
Sessão Temática - Infra-estrutura - Eduardo Carlos Spalding - 2007Confederação Nacional da Indústria
 
Planejamento portugal 2007_v2
Planejamento portugal 2007_v2Planejamento portugal 2007_v2
Planejamento portugal 2007_v2Jim Naturesa
 
Apresentação credit suisse - v brazil equity ideas conference
Apresentação   credit suisse - v brazil equity ideas conferenceApresentação   credit suisse - v brazil equity ideas conference
Apresentação credit suisse - v brazil equity ideas conferenceAES Tietê
 
Apresentação barclays capital latin america regulated industries conference
Apresentação   barclays capital latin america regulated industries conferenceApresentação   barclays capital latin america regulated industries conference
Apresentação barclays capital latin america regulated industries conferenceAES Tietê
 
Presentation barclays capital latin america regulated industries conference
Presentation   barclays capital latin america regulated industries conferencePresentation   barclays capital latin america regulated industries conference
Presentation barclays capital latin america regulated industries conferenceAES Tietê
 

Semelhante a Os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil (20)

Apresentação Artigo 1.pptx
Apresentação Artigo 1.pptxApresentação Artigo 1.pptx
Apresentação Artigo 1.pptx
 
Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial
Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial
Padrões de Eficiência Energética para Equipamentos Elétricos de uso Residencial
 
Guia gestao energetica
Guia gestao energeticaGuia gestao energetica
Guia gestao energetica
 
Os próximos passos da geração distribuída
Os próximos passos da geração distribuídaOs próximos passos da geração distribuída
Os próximos passos da geração distribuída
 
Artigo cilca jim
Artigo cilca jimArtigo cilca jim
Artigo cilca jim
 
Agrener 08 02
Agrener 08 02Agrener 08 02
Agrener 08 02
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
 
20140829 cpfl jannuzzi
20140829 cpfl jannuzzi20140829 cpfl jannuzzi
20140829 cpfl jannuzzi
 
18.ago ametista 14.00_297_cemig-d
18.ago ametista 14.00_297_cemig-d18.ago ametista 14.00_297_cemig-d
18.ago ametista 14.00_297_cemig-d
 
Geração Distribuída de Energia Elétrica e Geração Solar - Seminário franco-br...
Geração Distribuída de Energia Elétrica e Geração Solar - Seminário franco-br...Geração Distribuída de Energia Elétrica e Geração Solar - Seminário franco-br...
Geração Distribuída de Energia Elétrica e Geração Solar - Seminário franco-br...
 
WWF Study Brazil
WWF Study BrazilWWF Study Brazil
WWF Study Brazil
 
Prorrogação da Reserva Global de Reversão (RGR) e do Programa de Incentivo...
Prorrogação da Reserva Global de Reversão (RGR) e do Programa de Incentivo...Prorrogação da Reserva Global de Reversão (RGR) e do Programa de Incentivo...
Prorrogação da Reserva Global de Reversão (RGR) e do Programa de Incentivo...
 
A Motivação Que Você Precisa
A Motivação Que Você PrecisaA Motivação Que Você Precisa
A Motivação Que Você Precisa
 
Sessão Temática - Infra-estrutura - Eduardo Carlos Spalding - 2007
Sessão Temática - Infra-estrutura -   Eduardo Carlos Spalding - 2007Sessão Temática - Infra-estrutura -   Eduardo Carlos Spalding - 2007
Sessão Temática - Infra-estrutura - Eduardo Carlos Spalding - 2007
 
Aprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétrico
Aprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétricoAprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétrico
Aprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétrico
 
Planejamento portugal 2007_v2
Planejamento portugal 2007_v2Planejamento portugal 2007_v2
Planejamento portugal 2007_v2
 
Belo monte
Belo monteBelo monte
Belo monte
 
Apresentação credit suisse - v brazil equity ideas conference
Apresentação   credit suisse - v brazil equity ideas conferenceApresentação   credit suisse - v brazil equity ideas conference
Apresentação credit suisse - v brazil equity ideas conference
 
Apresentação barclays capital latin america regulated industries conference
Apresentação   barclays capital latin america regulated industries conferenceApresentação   barclays capital latin america regulated industries conference
Apresentação barclays capital latin america regulated industries conference
 
Presentation barclays capital latin america regulated industries conference
Presentation   barclays capital latin america regulated industries conferencePresentation   barclays capital latin america regulated industries conference
Presentation barclays capital latin america regulated industries conference
 

Os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil

  • 1. Quais os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil?
  • 2. 2 Este material foi apresentado no seminário “Segurança e sustentabilidade para a matriz elétrica brasileira”, realizado no dia 19 de outubro de 2018, no auditório da Folha de São Paulo, que teve como objetivo apresentar os resultados finais do estudo. Ressalta-se que o objetivo não é a criação de uma nova metodologia de precificação das fontes nos leilões de energia elétrica ou nos leilões de contratação de lastro para o sistema; e nem uma proposta para o aperfeiçoamento do planejamento da expansão do parque gerador. No entanto, as metodologias propostas neste projeto, bem como os seus resultados, são o ponto de partida para as discussões sobre estes temas. Disclaimer
  • 3. 3 Mario Veiga Bernardo Bezerra Martha Carvalho Juliana Pontes Edmundo Grune Celso Dall’Orto Felipe Nazaré Maynara Aredes Jairo Terra João Vilela Guilherme Machado Amanda Fernandes Rodrigo Novaes Equipe PSR Jorge Jardim Paula Pereira Consultores (HPPA)
  • 4.  A alimentação ótima não consiste em atender as necessidades calóricas diárias ao menor custo possível.  O custo de cada alimento deve levar em conta dois fatores adicionais ao custo de produção • Uma dieta balanceada envolve encontrar o “mix” de alimentos com diferentes atributos, que atende às necessidades de nutrientes (vitaminas, proteínas, etc) a mínimo custo. • o custo de “infraestrutura” (transporte e armazenagem); e • taxas e impostos. Visão Geral 4 Múltiplos objetivos do suprimento energético para o ser humano
  • 5. 5 Visão Geral Múltiplos objetivos do suprimento de energia elétrica 1 2 3 4 Minimizar as tarifas totais para o consumidor para remunerar geração, transporte e distribuição; Assegurar a confiabilidade do suprimento; Assegurar a robustez do suprimento; Atender determinações de política energética, por exemplo limitar as emissões de CO2 no setor elétrico. equivale ao fornecimento de calorias equivale a políticas públicas, como por exemplo restrição ao consumo de açúcar. equivale aos nutrientes de uma dieta
  • 6. 6Visão Geral Limitações do processo atual de suprimento de energia Os leilões de contratação consideram quase que exclusivamente a produção de energia (GWh), em detrimento dos demais atributos das fontes. A decisão de simplificar o leilão foi tomada de maneira consciente pelo governo • País não tinha nenhum “track record” na realização de leilões; • Na época quase 100% da geração era hidrelétrica; isto fazia com que alguns atributos, como a confiabilidade do suprimento de ponta, fossem atendidos com facilidade.
  • 7. 7 No entanto, desde então houve uma mudança muito extensa no “mix” da matriz de geração, com destaque para a geração termelétrica a gás natural e à entrada maciça de geração eólica. A não atualização do modelo de contratação trouxe uma ineficiência para a economia/sociedade e provocou uma discussão polarizada sobre as fontes ao invés de se discutir o melhor atendimento dos atributos através de uma “dieta” (mix de geração) balanceada. Visão Geral Limitações do processo atual de suprimento de energia
  • 8. 8Visão Geral Escopo do estudo idealizado pelo Instituto Escolhas Avaliar os reais custos e benefícios de cada fonte de geração, considerando a contribuição de seus respectivos atributos para o atendimento dos diversos objetivos do suprimento de eletricidade.
  • 9. 9Metodologia Custos decompostos em cinco grupos de atributos Custo de investimento e operação Serviços Custos de infraestrutura Subsídios e isenções Custos ambientais para produzir energia prestados pelo gerador além da produção de energia para permitir que geradores prestem os serviços que incidem no custo de investimento e operação Valoração da emissão de gases de efeito estufa de cada fonte 1 2 3 4 5
  • 10. 10Metodologia 1. Custo de investimento e operação Utilização do Levelized Cost of Energy - LCOE • Medida tradicional para comparação de tecnologias Custo Anualizado do Investimento + Custo Fixo Expectativa de Geração Custo Variável Unitário
  • 11. 11Metodologia 2. Serviços prestados pelos geradores Modulação e sazonalização: capacidade do gerador de atender o perfil horário de demanda ao longo do mês (modulação) e atender o perfil mensal da demanda ao longo do ano (sazonalização) Robustez: capacidade do gerador de produzir energia acima do que seria requerido no despacho econômico Confiabilidade: capacidade do gerador de injetar potência no sistema para evitar interrupção no fornecimento causada por quebras nos geradores.
  • 12. 12Metodologia 3. Custos de infraestrutura Rede de transmissão: circuitos, subestações etc. Perdas: perdas ôhmicas na rede de transmissão. Suporte de reativo: reatores, capacitores etc. Reserva probabilística de geração: resposta rápida necessária para absorver as variações não previsíveis da produção renovável Equilíbrio da frequência (Inércia Sintética): equipamentos com inércia para permitir o equilíbrio entre oferta e geração dentro da faixa de frequência operativa
  • 13. 13Metodologia 4. Subsídios e incentivos Custo total pago pelo consumidor e/ou contribuinte devido a diversos incentivos e isenções que afetam os custos de investimento e operação • Isenções tributárias • Financiamento por instituições financeiras públicas • Incentivos regulatórios • Outros
  • 14. 14Metodologia 5. Custos ambientais Custo para a sociedade relativo à emissão de gases de efeito estufa de cada fonte de geração de energia elétrica. • Emissões calculadas ao longo da vida útil de cada fonte de geração elétrica
  • 15. 15Metodologia Uma nova decomposição para os custos da geração LCOE Ambiental CAPEX OPEX Emissão de CO2 Serviços de geração Custos de infraestrutura Subsídios e incentivosModulação/sazonalização Robustez Confiabilidade Rede de transmissão Suporte de reativo Reserva probabilística Equilíbrio de frequência (Inércia Sintética) Financeiros Tributários Encargos setoriais
  • 16. 16Metodologia Atributos não considerados neste estudo Atributos socioambientais (adicionais à emissão de CO2 ) Tempo de construção Concentração de investimentos em um único projeto Vida útil dos equipamentos • Geração de emprego; • Desenvolvimento de cadeias produtivas e benefícios associados; • Desenvolvimento e melhora de condições socioeconômicas de comunidades locais; • Emissão de poluentes locais e regionais; • Uso do solo ou a interações do nexo água-energia-solo.
  • 17. 17Metodologia Etapas principais do estudo e ferramentas analíticas Dados operativos Expansão da geração, da transmissão e demanda horária Dados econômicos Custos de investimento, custo de capital, custos fixos e custos variáveis, impostos, encargos, etc. Cálculo dos atributos Dados energéticos Cenários integrados de vazão e produção de renováveis não convencionais Resultados Geração por usina e custos marginais de operação por hora e cenário integrado de vazão/ produção de renováveis SDDP NCP TSL CORAL ORGANON NETPLAN TARIFF 1 Simulações e cálculos realizados na nuvem. PSR Cloud1
  • 18. 18Resultado GasCCNESazonal:TermelétricaagásnaturalciclocombinadoinflexívelnoNordeste GasCCSEFlexível:TermelétricaagásnaturalciclocombinadoflexívelnoSudeste GasCASEFlexível:TermelétricaagásnaturalcicloabertoflexívelnoSudeste GNLCCSESazonal:GásnaturalliquefeitociclocombinadoinflexívelnoSudeste UHE–Usinahidrelétrica EOLNE–UsinaeólicanoNordeste EOLS–UsinaeólicanoSul PCHSE–PequenaCentralHidrelétricanoSudeste BIOSE–BiomassanoSudeste SOLNE–SolarnoNordeste SOLSE–SolarnoSudeste R$/MWh 346 216 412 166 286 195 244 285 168 293 328 1 – Custos de Investimento e Operação 2 – Serviços prestados pela fonte além da produção de energia propriamente dita 3 – Custos de infraestrutura causados (ou evitados) pelo gerador 4 – Subsídios e isenções 5 – Custos ambientais (10 US$/tCO2 e)
  • 19. Impacto da maior penetração de renováveis Custos marginais de operação – Caso base 2026 x Caso sensibilidade 2035 18 CMO – média mensal (Ano 2026) CMO horário - Primeira semana de Março CMO horário - Primeira semana de Outubro Impacto da maior penetração de renováveis 19 Custos marginais de operação Caso base 2026 x Caso sensibilidade 2035
  • 20. Resultados (1/2) 20 O Brasil até 2026 pode aumentar a participação de renováveis em sua matriz elétrica, sem que isso acarrete custos significativos para a operação do sistema elétrico. O Brasil, em 2035, pode aumentar em mais de 30% a participação de eólica, solar e biomassa em sua matriz elétrica, sem que isso afete a competitividade e a atratividade dos MWh dessas fontes para os consumidores. Metodologia inédita para calcular os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica, que permite a efetiva valoração dos seus atributos, propiciando que se discuta o aprimoramento da alocação dos custos entre os agentes do sistema elétrico brasileiro.
  • 21. 21Resultados (2/2) O grupo dos subsídios é um componente relevante no custo da energia que potencialmente causa distorção na precificação das fontes; Nem todo MWh é economicamente igual e o estudo mostra o real custo destes MWh para a sociedade; É essencial que os estudos de planejamento e o setor elétrico incorpore os custos e benefícios econômicos das fontes de geração para uma eficiente composição da matriz energética do país; Com base nos resultados apresentados, os MWh das renováveis são bastante competitivos e atrativos ao consumidor, mesmo em cenários de sua maior penetração no sistema, o que indica haver ainda bastante espaço para estas fontes na matriz energética do país
  • 22. Outros resultados importantes 22 Existem importantes distorções no sinal locacional da transmissão, mas que não alteraram a competitividade relativa das fontes analisadas; Os atributos da inércia e robustez operativa não se mostraram relevantes no cômputo total dos custos.