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CAPÍTULO 11...
SUBSTITUTO DE DEUS
Uma das práticas mais utilizadas pelas igrejas evangélicas pentecostais
e neopentecostais diz respeito ao “comércio” dos objetos ungidos. Tais objetos
são utensílios que, supostamente, foram “carregados” com uma unção divina,
transmitida ao referido objeto através de um homem de Deus. A palavra
“comércio” foi colocada entre aspas, pelo fato de que os líderes fraudulentos
que os promovem dizem que não vendem tais objetos e por isso, não há
comércio, mas exigem uma oferta voluntária por parte do fiel, que adquire tal
utensílio ungido. O fato é que se cobra algo para a obtenção dos objetos
ungidos, mesmo que seja mediante uma ação voluntária por parte do fiel.
A lista de objetos ungidos é algo quase interminável, de tão extensa:
- Água ungida.
- Sabonete ungido.
- Óleo ungido.
- Caneta ungida.
- Cajado ungido.
- Tijolo ungido.
- Chave ungida.
- Fita ungida.
- Lenço ungido.
- Feijão ungido.
- Meia ungida.
- Rosa ungida.
- Travesseiro ungido.
Além de tudo isso, temos outras formas distorcidas (biblicamente
falando) de (supostamente) termos acesso a “unção” de Deus ou do “homem
de Deus”, tais como:
- Martelo da Justiça.
- Sessão do descarrego (dentro de igreja evangélica).
- Fogueira Santa.
- Manto dos Milagres.
- Toalha com Sudorese.
- Gruta dos Milagres.
- Livro das Conquistas.
- Carnê dos Milagres.
Enfim, a lista só cresce a cada dia que passa. Há “bezerro de ouro” para
todo gosto. O problema desses “objetos ungidos” é que eles se tornam uma
espécie de “substituto” de Deus, pois, as pessoas são condicionadas a
acreditar que podem ter acesso às bênçãos de Deus através de tais objetos,
sem a necessidade de mudança de vida, bastando que o fiel adquira o “objeto
ungido” para ser supostamente abençoado. Isso é uma idolatria descarada.
Como eu disse acima, são variedades de “bezerros de ouro” dentro da igreja
local, que por sua vez, deveria recorrer ao Deus Vivo para serem abençoados,
em vez de buscarem objetos inanimados como forma de conquistarem as
bênçãos de que necessitam.
Como forma de idolatria (sutil e disfarçada), os objetos ungidos estão
sujeitos ao que a Bíblia Sagrada diz no Salmo 115 a respeito das imagens,
com ênfase no versículo oito, que diz:
Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que
neles confiam (Salmo 115:8).
A maldição proferida no Salmo 115:8 aos que fazem e confiam em
imagens (falsos deuses) também se aplica aos objetos ungidos, pois, também
se atribui bênçãos a quem adquirir tais objetos ungidos, da mesma forma que
se promete tais bênçãos para quem adquire imagens de falsos deuses. Em
ambos os casos (objeto ungido e imagens) faz-se uso de coisas inanimadas,
tratando-se assim, de idolatria. O pior de tudo é que se lucra com tal idolatria
no meio evangélico, devido à cobrança de um valor monetário para a obtenção
de tais objetos.
De forma bastante resumida, objeto ungido é:
- Comércio da Fé.
- Exploração Financeira (em nome da fé).
- Idolatria.
- Engano, fundamentado por distorções teológicas.
- Algo que desagrada ao Deus Vivo.
- Algo que atende aos propósitos de Satanás.
- Algo maldito segundo as Escrituras (Salmo 115:8).
Numa certa ocasião, eu ouvi um pastor pregando que a água ungida
purificava quem bebesse dela. Isso é um absurdo, pois, quem nos purifica de
todo pecado é o sangue de Jesus (1 João 1:7) e não uma “água ungida”. Aliás,
isso foi dito por um pastor convidado que pregou numa igreja, a convite de
outro pastor e ambos foram coniventes com tal heresia. Na igreja em que isso
ocorreu, dava-se pouco valor ao estudo da Palavra, enfatizando-se somente a
busca pelo poder. Não é por menos que tamanha distorção bíblica ocorreu em
tal igreja, visto a “demonização” do estudo bíblico. Infelizmente, essa é uma
realidade presente em muitas igrejas evangélicas no Brasil.
Na época da Antiga Aliança, praticava-se uma religião (Judaísmo) que
fazia uso de vários utensílios palpáveis e concretos, tais como candelabro,
mesa dos pães da proposição, altar do incensário, bacia de bronze, altar de
sacrifícios, etc. Em Hebreus 10:1 está escrito:
Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem
exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se
oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se achegam (Hb 10:1).
Ou seja, tudo apontava para o Messias que havia de vir. Como o
Messias já veio, então, não há necessidade de ficarmos mais na “sombra dos
bens futuros”, pois, a “imagem exata das coisas” já veio, a saber: Jesus Cristo.
Logo, não se justifica utilizarmos “objetos ungidos” para buscarmos alguma
benção, pois, já temos a Jesus Cristo, que é o Caminho que nos leva a Deus
(João 14:6) e por meio Dele, podemos pedir ao Pai tudo o que necessitamos
(João 14:13), não havendo motivos para fazermos uso de coisas inanimadas
(objetos ungidos).
Em Atos 19:12 está escrito:
De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos
enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam
(Atos 19:12).
Nessa passagem bíblica, temos uma situação isolada, que ocorreu na
época da igreja primitiva. Mas, na época em questão, a igreja estava num
período de transição entre a Antiga e a Nova Aliança, pois, tudo ainda era
muito recente, no que se refere ao nascimento, vida, morte e ressurreição de
Jesus Cristo, o que não acontece no período em que estamos, dois milênios
após a vinda de Cristo. Daí, não se justifica o uso de objetos ungidos em pleno
século 21, pois, o Cristianismo já amadureceu e se desvinculou do Judaísmo,
que fazia uso de objetos palpáveis na ministração de seus cultos ao Deus de
Israel. Outro fator relevante é que na época da Igreja primitiva, o Cristianismo
era uma religião recente, que precisava ser confirmada por meio de sinais e
milagres, para se estabelecer diante dos homens, como a Nova Aliança, entre
Deus e os homens (tanto judeus, quanto gentios). Hoje, os sinais e prodígios
continuam acontecendo, mas temos acesso direito ao Deus Vivo através de
Jesus Cristo, não havendo necessidade de apelarmos para lenços, aventais ou
objetos ungidos. Além de tudo, cabe enfatizar que o apóstolo Paulo nunca
cobrou nenhuma oferta (mesmo que voluntária) pelos milagres que eram
realizados por Deus através dele, o que é algo bem diferente do que ocorre em
nossos dias, nas igrejas que cobram um valor financeiro para a obtenção dos
supostos objetos ungidos.
Em Tiago 5:14-15 está escrito:
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e
orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da
fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados (Tg 5:14-15).
Observem que não é o azeite (óleo utilizado para unção) que surtirá
efeito, mas sim, a oração da fé que salvará o doente. Infelizmente, há um
comércio da fé tão grande em torno do suposto “óleo ungido”, que chega a ser
uma forma de idolatria (“óleolatria”).
Por fim:
Comércio de objetos ungidos, além de exploração da fé alheia, também
é uma forma sutil de idolatria, que o diabo instiga as pessoas utilizarem como
uma espécie de “substituto” de Deus, uma vez que tais objetos ungidos são
associados a bênçãos, que supostamente podem ser adquiridas sem nenhum
compromisso real com Deus (sem mudança de vida).
A meu ver, pelo fato de envolver promessas de resultados (bênçãos)
atreladas a tais objetos ungidos, além do envolvimento de atividade financeira
(ofertas voluntárias) para a obtenção desses objetos, deveria haver uma lei
mais rígida quanto a isso no Brasil. Caso o resultado prometido pelo líder
eclesiástico não se concretize, tal líder poderia ser acionado na Justiça, pois,
atribuir resultados não concretizados (falsas promessas), a algo que teve um
valor financeiro atribuído (mesmo que de forma voluntária), constitui algo que
pode ser tipificado como engodo.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:
Bíblia Sagrada – Harpa Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida –
Edição Revista e Corrigida, 4ª edição. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil,
Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2009. 1920 p.

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  • 1. CAPÍTULO 11... SUBSTITUTO DE DEUS Uma das práticas mais utilizadas pelas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais diz respeito ao “comércio” dos objetos ungidos. Tais objetos são utensílios que, supostamente, foram “carregados” com uma unção divina, transmitida ao referido objeto através de um homem de Deus. A palavra “comércio” foi colocada entre aspas, pelo fato de que os líderes fraudulentos que os promovem dizem que não vendem tais objetos e por isso, não há comércio, mas exigem uma oferta voluntária por parte do fiel, que adquire tal utensílio ungido. O fato é que se cobra algo para a obtenção dos objetos ungidos, mesmo que seja mediante uma ação voluntária por parte do fiel. A lista de objetos ungidos é algo quase interminável, de tão extensa: - Água ungida. - Sabonete ungido. - Óleo ungido. - Caneta ungida. - Cajado ungido. - Tijolo ungido. - Chave ungida. - Fita ungida. - Lenço ungido. - Feijão ungido. - Meia ungida. - Rosa ungida. - Travesseiro ungido. Além de tudo isso, temos outras formas distorcidas (biblicamente falando) de (supostamente) termos acesso a “unção” de Deus ou do “homem de Deus”, tais como: - Martelo da Justiça. - Sessão do descarrego (dentro de igreja evangélica). - Fogueira Santa. - Manto dos Milagres. - Toalha com Sudorese.
  • 2. - Gruta dos Milagres. - Livro das Conquistas. - Carnê dos Milagres. Enfim, a lista só cresce a cada dia que passa. Há “bezerro de ouro” para todo gosto. O problema desses “objetos ungidos” é que eles se tornam uma espécie de “substituto” de Deus, pois, as pessoas são condicionadas a acreditar que podem ter acesso às bênçãos de Deus através de tais objetos, sem a necessidade de mudança de vida, bastando que o fiel adquira o “objeto ungido” para ser supostamente abençoado. Isso é uma idolatria descarada. Como eu disse acima, são variedades de “bezerros de ouro” dentro da igreja local, que por sua vez, deveria recorrer ao Deus Vivo para serem abençoados, em vez de buscarem objetos inanimados como forma de conquistarem as bênçãos de que necessitam. Como forma de idolatria (sutil e disfarçada), os objetos ungidos estão sujeitos ao que a Bíblia Sagrada diz no Salmo 115 a respeito das imagens, com ênfase no versículo oito, que diz: Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam (Salmo 115:8). A maldição proferida no Salmo 115:8 aos que fazem e confiam em imagens (falsos deuses) também se aplica aos objetos ungidos, pois, também se atribui bênçãos a quem adquirir tais objetos ungidos, da mesma forma que se promete tais bênçãos para quem adquire imagens de falsos deuses. Em ambos os casos (objeto ungido e imagens) faz-se uso de coisas inanimadas, tratando-se assim, de idolatria. O pior de tudo é que se lucra com tal idolatria no meio evangélico, devido à cobrança de um valor monetário para a obtenção de tais objetos. De forma bastante resumida, objeto ungido é: - Comércio da Fé. - Exploração Financeira (em nome da fé). - Idolatria. - Engano, fundamentado por distorções teológicas. - Algo que desagrada ao Deus Vivo. - Algo que atende aos propósitos de Satanás. - Algo maldito segundo as Escrituras (Salmo 115:8). Numa certa ocasião, eu ouvi um pastor pregando que a água ungida purificava quem bebesse dela. Isso é um absurdo, pois, quem nos purifica de todo pecado é o sangue de Jesus (1 João 1:7) e não uma “água ungida”. Aliás, isso foi dito por um pastor convidado que pregou numa igreja, a convite de outro pastor e ambos foram coniventes com tal heresia. Na igreja em que isso
  • 3. ocorreu, dava-se pouco valor ao estudo da Palavra, enfatizando-se somente a busca pelo poder. Não é por menos que tamanha distorção bíblica ocorreu em tal igreja, visto a “demonização” do estudo bíblico. Infelizmente, essa é uma realidade presente em muitas igrejas evangélicas no Brasil. Na época da Antiga Aliança, praticava-se uma religião (Judaísmo) que fazia uso de vários utensílios palpáveis e concretos, tais como candelabro, mesa dos pães da proposição, altar do incensário, bacia de bronze, altar de sacrifícios, etc. Em Hebreus 10:1 está escrito: Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se achegam (Hb 10:1). Ou seja, tudo apontava para o Messias que havia de vir. Como o Messias já veio, então, não há necessidade de ficarmos mais na “sombra dos bens futuros”, pois, a “imagem exata das coisas” já veio, a saber: Jesus Cristo. Logo, não se justifica utilizarmos “objetos ungidos” para buscarmos alguma benção, pois, já temos a Jesus Cristo, que é o Caminho que nos leva a Deus (João 14:6) e por meio Dele, podemos pedir ao Pai tudo o que necessitamos (João 14:13), não havendo motivos para fazermos uso de coisas inanimadas (objetos ungidos). Em Atos 19:12 está escrito: De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam (Atos 19:12). Nessa passagem bíblica, temos uma situação isolada, que ocorreu na época da igreja primitiva. Mas, na época em questão, a igreja estava num período de transição entre a Antiga e a Nova Aliança, pois, tudo ainda era muito recente, no que se refere ao nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o que não acontece no período em que estamos, dois milênios após a vinda de Cristo. Daí, não se justifica o uso de objetos ungidos em pleno século 21, pois, o Cristianismo já amadureceu e se desvinculou do Judaísmo, que fazia uso de objetos palpáveis na ministração de seus cultos ao Deus de Israel. Outro fator relevante é que na época da Igreja primitiva, o Cristianismo era uma religião recente, que precisava ser confirmada por meio de sinais e milagres, para se estabelecer diante dos homens, como a Nova Aliança, entre Deus e os homens (tanto judeus, quanto gentios). Hoje, os sinais e prodígios continuam acontecendo, mas temos acesso direito ao Deus Vivo através de Jesus Cristo, não havendo necessidade de apelarmos para lenços, aventais ou objetos ungidos. Além de tudo, cabe enfatizar que o apóstolo Paulo nunca cobrou nenhuma oferta (mesmo que voluntária) pelos milagres que eram realizados por Deus através dele, o que é algo bem diferente do que ocorre em nossos dias, nas igrejas que cobram um valor financeiro para a obtenção dos supostos objetos ungidos. Em Tiago 5:14-15 está escrito:
  • 4. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados (Tg 5:14-15). Observem que não é o azeite (óleo utilizado para unção) que surtirá efeito, mas sim, a oração da fé que salvará o doente. Infelizmente, há um comércio da fé tão grande em torno do suposto “óleo ungido”, que chega a ser uma forma de idolatria (“óleolatria”). Por fim: Comércio de objetos ungidos, além de exploração da fé alheia, também é uma forma sutil de idolatria, que o diabo instiga as pessoas utilizarem como uma espécie de “substituto” de Deus, uma vez que tais objetos ungidos são associados a bênçãos, que supostamente podem ser adquiridas sem nenhum compromisso real com Deus (sem mudança de vida). A meu ver, pelo fato de envolver promessas de resultados (bênçãos) atreladas a tais objetos ungidos, além do envolvimento de atividade financeira (ofertas voluntárias) para a obtenção desses objetos, deveria haver uma lei mais rígida quanto a isso no Brasil. Caso o resultado prometido pelo líder eclesiástico não se concretize, tal líder poderia ser acionado na Justiça, pois, atribuir resultados não concretizados (falsas promessas), a algo que teve um valor financeiro atribuído (mesmo que de forma voluntária), constitui algo que pode ser tipificado como engodo. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: Bíblia Sagrada – Harpa Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Corrigida, 4ª edição. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2009. 1920 p.