O documento descreve a insuficiência cardíaca, definindo-a como a incapacidade do coração em manter o débito cardíaco adequado às necessidades do organismo. Aborda sua epidemiologia, fisiopatologia, classificações e manifestações clínicas de acordo com o ventrículo afetado.
2. Insuficiência Cardíaca
• Definição:
– Incapacidade do coração em manter débito
adequado às necessidades do sistema.
– Síndrome que torna o coração incapaz de ofertar
oxigênio em taxa adequada aos tecidos, ou o faz à
custa de elevação da sua pressão de enchimento
(pré-carga).
– “Síndrome clínica causada por uma alteração
cardíaca funcional ou estrutural que resulta em
redução do débito cardíaco e/ou aumento das
pressões de enchimento em repouso ou ao
estresse.”
3. Insuficiência Cardíaca
• Epidemiologia:
– Importante problema de saúde pública COM
crescente prevalência e morbimortalidade
– No Brasil:
• Cerca de 300 mil internações
• 1ª causa de internação pelo SUS em pacientes >60ª
• Terceira causa de internação UCO / HAS 8,36%
• Mortalidade intra-hospitalar no Brasil 12,6%
• Taxa de readmissão de 50% em 90 dias
5. Insuficiência Cardíaca
• Epidemiologia:
– Fatores de risco
• Tabagismo e Hipertensão ( 40 – 50 %) dos casos
• IAM – Aumento de risco de 5 a 6x
• DM – Aumento de risco de 2 a 3x
• Doença Valvular – Aumento de risco de 2 a 3x
• Idade (> 65 anos) – Aumento de risco de 5 a 6x
– Doença de Chagas
• 5 a 6 milhões de infectados.
• ¼ com comprometimento cardíaco .
• 3 % com repercussão clínica.
13. Fisiopatologia
– Sistema nervoso adrenérgico
• Hiperatividade simpática
• Aumento do Débito Cardíaco
• Aumento do Inotropismo e cronotropismo
• Hipertrofia Miócítos
• Ativação do sistema SRAA
• Vasoconstrição
• Redistribuição fluxo sanguíneo: Diminuição sanguíneo fluxo renal
• Retenção de sódio
• Aumento da pré e pós-carga
– Ação hormonal vasodilatadora
• Vasodilatação
• Diurese - Natriurese
• Antiarrítima
14. Fisiopatologia - Conceitos
• Pré e pós carga entende-se como a dificuldade de
ejeção do sangue enfrentada pelo ventrículo.
• PRÉ-CARGA:
– Está relacionada com o momento ANTES DA EJEÇÃO
– Pode ser medida com Volume Diastólico Final
• PÓS-CARGA:
– Está relacionada com o momento DURANTE A EJEÇÃO
– Fator de maior interferência é a RVP.
– A PA é o parâmetro para avaliar a resistência oferecida à
pós-carga.
15. Consequências dos Efeitos
Compensatórios:
• Aumento do volume circulante e dilatação
das câmaras cardíacas.
• Extravasamento de líquido para:
– Pulmões: Edema pulmonar.
– Outros órgãos: Hepatomegalia
– Periferia: Edema.
• Sobre estimulação simpática do coração.
Retenção
líquida
Ação
Adrenérgica
17. Insuficiência Cardíaca
Descompensada:
• Lesão 0 seg
• Estimulação simpática: 1 min
• Retenção de Líquido 1 dia
0
3
Débito
Cardíacor
(l/min)
-4 8
0 4
5
Pressão de AD (mmHg)
24
12 16
Retenção de Líquido 2 dia
Retenção de Líquido 4 dia
Retenção de Líquido 7 dia
18. Fisiopatologia
Sistema nervoso adrenérgico Ação hormonal vasodilatadora
Noradrenalina
SRAA – Vasopressina
Citocinas - Endotelina
Prostaglandinas
Calicreina-Cininas
No2 e BNP
19. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
20. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
21. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
22. Insuficiência Cardíaca Unilateral
• Insuficiência Cardíaca Direita.
– Efeitos sistêmico do aumento da pressão venosa:
• Hepatomegalia,
• Turgência Jugular
• Edema de membros inferiores
• Insuficiência Cardíaca Esquerda
– Efeitos pulmonares do aumento da pressão venosa:
• Edema pulmonar
• Insuficiência Cardíaca Congestiva
– IVE + IVD
28. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
29. Insuficiência Cardíaca:
de Alto Débito?
• Síndrome de Baixo Débito
– Sinais de má perfusão (pele fria, sudorese) e congestão
– Presença de pulso fino ou alternante.
• Débito Cardíaco Elevado
– Pacientes com Tireotoxicose, Fístula arteriovenosa, Beribéri ou
anemia importante , gravidez, etc..
– Retorno venoso aumentado não permitindo aos tecidos
utilização do débito cardíaco.
– Caracteriza Síndrome de Alto Débito → pode ser reconhecida
pela perfusão aumentada da pele.
30. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
31. Remodelamento Miocárdico
Normal Hipertrófico Dilatado
• Quando a fração de ejeção de VE/VD é comprometida = chamada sistólica
• Sem comprometimento = chamada diastólica (IC com FE preservada)
• IC diastólica = há dificuldade de enchimento do coração ou enchimento com
pressões elevadas.
32. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
36. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
37. Classificação
– Baseado na evolução e progressão da IC
– Reflete o modelo fisiopatológico da IC, que
considera essa síndrome como via final
comum de várias doenças cardíacas em
indivíduos de risco.
– Essa representação com caráter contínuo
possui implicações preventivas,
prognósticase terapêuticas.
38. Estágios (evolução e progressão)
Diabétes
HAS
Alcoolismo
Hipertrofia
Fibrose
Valvulopatia
Dispneia
Sibilos
Hepatomegalia
Falência!
39. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
40. Classificação
• Compensada
– Assintomatico ou pouco sintomático
• Descompensada
– entende-se pelo aparecimento de
sinais/sintomas,
– Determina nova estratégia terapêutica.
• Persistente descompensada
42. Classificação
– Pode ser de acordo com a condição clínica,
hemodinâmica, funcional ou etiologia
• 1. Duração: Aguda < 6m; Crônica >6m.
• 2. Manifestação de VD, VE ou mista
• 3. Débito cardíaco: alto ou baixo débito
• 4. Fração de ejeção de VE ou VD: sistólica ou diastólica
• 5. Classe funcional (NYHA)
• 6. Estágios (evolução e progressão)
• 7. Estabilidade: compensada e descompensada
• 8. Perfil Hemodinâmico: congestão e hipoperfusão
• 9. Distúrbio mecânico: reconhecer se há disfunção de
válvulas
43. Fisiopatologia / Classificação
– Sistema nervoso adrenérgico
• Hiperatividade simpática
• Aumento do Débito Cardíaco
• Aumento do Inotropismo e cronotropismo
• Hipertrofia Miócítos
• Ativação do sistema SRAA
• Vasoconstrição
• Redistribuição fluxo sanguíneo: Diminuição sanguíneo fluxo renal
• Retenção de sódio
• Aumento da pré e pós-carga
– Ação hormonal vasodilatadora
• Vasodilatação
• Diurese - Natriurese
• Antiarrítimica
44. Fisiopatologia / Classificação
– Sistema nervoso adrenérgico
• Hiperatividade simpática
• Aumento do Débito Cardíaco
• Aumento do Inotropismo e cronotropismo
• Hipertrofia Miócítos
• Ativação do sistema SRAA
• Vasoconstrição
• Redistribuição fluxo sanguíneo: Diminuição sanguíneo fluxo renal
• Retenção de sódio
• Aumento da pré e pós-carga
– Ação hormonal vasodilatadora
• Vasodilatação
• Diurese - Natriurese
• Antiarrítmica
48. ORTOPNÉIA
• Dispnéia na posição deitada (2 a 3 min após, ainda
• acordado).
• Alívio sentado na beira da cama com pés
pendentes (diferente da DPN)
• Atenção à mudança no padrão habitual do
indivíduo
• Decúbito dorsal → aumento do retorno venoso e
deslocamento do fluxo extratorácico para torácico
leva a ↑ pressões capilares e venosas pulmonares
→ edema intersticial leva a ↓ complacência
pulmonar , ↑ resistência de vias aéreas e dispnéia.
49. DISPNÉIA PAROXÍSTICA NOTURNA
• A noite, quando o paciente está dormindo
• Início súbito, com sensação de sufocamento ou asfixia,
com intensa ansiedade
• Palidez e sudorese fria
• “Asma cardíaca” → DPN + sibilos (broncoespasmo
induzido pela congestão da mucosa brônquica e
edema pulmonar intersticial)
• Porque a noite? Não exclarecido.
– Maior lentidão na reabsorção de líquidos,
– Expansão do vol. sanguineo intratorácico
– Elevação do diafragma
– Redução do suporte adrenérgico do sono.
50. TREPOPNÉIA
• Dispnéia nos decúbitos laterais
• Rara na forma de um lado específico (distorções de
grandes vasos de um lado?)
TOSSE
• Sintoma mais prevalente na IC
• Causa: congestão pulmonar
• Ocorre nas mesmas situações da dispnéia
• Nos idosos = tosse não produtiva seria um
equivalente da dispnéia e tosse noturna seria um
equivalente da ortopnéia
51. Respiração de Cheyne-Stokes
• Hiperpnéia alternada com fase de apnéia
• Devido sensibilidade diminuída do centro
respiratório à pCO2 arterial.
• Mais freqüente em idosos, aterosclerose cerebral e
outras lesões cerebrais prévias.
• Tende a aparecer na IC avançada
52. EDEMA PERIFÉRICO
• Inicia-se nas porções pendentes.
– Acamados – região lombossacra
– Edema facial – raro, mais comum em crianças
• Com progredir da disfunção ventricular, edema
tende a ascender pode chegar a anasarca e
derrames cavitários
• Frio, mole, inelástico, liso e brilhante,
frequentemente associado a cianose.
• Com o tempo pode evoluir com pigmentação da
pele e endurecimento.
53. FADIGA E FRAQUEZA
• Muito comuns
• Sensação de peso nas pernas
• Consequente do déficit de perfusão da
musculatura esquelética.
• Baixa sensibilidade e especificidade.
54. SINTOMAS URINÁRIOS
• Nictúria: inversão do ritmo urinário
– Sinal relativamente precoce.
– Decorre de melhor redistribuição do fluxo
sanguíneo a noite e maior perfusão renal.
• Oligúria:
– Sinal tardio de IC avançado,
– Ocorre devido grave ↓ do DC, perfusão renal
inadequada e insuficiência renal..
55. SINTOMAS CEREBRAIS
• Mais comuns nos idosos
• Devido perfusão cerebral inadequada
– Confusão mental,
– Dificuldade de concentração,
– Déficit de memória,
– Cefaléia,
– Ansiedade,
– Insônia,
– Pesadelos,
– Alterações do comportamento são raras.
56. SINTOMAS GASTROINTESTINAIS
• Anorexia e náusea
• Dor abdominal
• Sensação de plenitude gástrica
• Caquexia cardíaca:
– anorexia,
– perda de peso e desnutrição
57. EXAME CLÍNICO
• Taquicardia sustentada
• Ictus desviado = cardiomegalia
• Ritmo de galope (B3)
• Presença de (B4)
• Sopros sistólicos
• Hiperfonese de B2
• Pulso fino ou alternante
• Crepitações pulmonares
• Hepatomegalia
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58. Diagnóstico
8 – 12 Pontos
5 – 7 Pontos
0 – 4 Pontos
ICC
Possível
Inprovável
62. BIBLIOGRAFIA
• Benseñor, I.M. et al, Semiologia Clínica
• Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca
Crônica e Aguda / SBC 2018
• 2016 ESC Guidelines for the diagnosis and
treatment of acute and chronic heart failure
• Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca -
BREATHE