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A elitização do saber e a exclusão da maioria
1. Curso- 607 Pedagogia
Componente- 607231 - PROCESSOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO
A Elitização do Saber e a Exclusão da Maioria
A relação entre a escola e a sociedade, ao longo de sua história, passou por
algumas transformações, das sociedades antigas, onde o saber era transmitido
a maior parte da população através da vida cotidiana, pelos pais e adultos;
nesta fase a escola destinava-se a poucos: apenas aqueles que
desempenhavam funções prestigiadas socialmente.
O tema da escola e da exclusão não é dos mais simples quando evitamos
facilidades como a de nos restringir à indignação moral ou à longa descrição
das dificuldades encontradas pelos alunos excluídos da escola ou originários
de meios já “excluídos”.
O tema, de fato, remete a toda uma série de problemas que é importante
distinguirem se quisermos ver a questão de um modo um pouco mais claro e
não ceder à moda que busca explicar a exclusão por meio das idéias mais
consolidadas sobre a desigualdade das oportunidades escolares.
A seletividade escolar encaminha os alunos mais fracos para as trajetórias
menos qualificadas, o que, por sua vez, aumenta suas “chances” de
desemprego e de precariedade. No outro extremo, os diplomas nos níveis mais
elevados oferecem uma proteção relativa diante do desemprego. Na medida
em que a reprodução não é uma fotocópia exata das desigualdades sociais, é
possível ver bem como a escola desempenha um papel autônomo na formação
dos mecanismos de exclusão, uma vez que o aluno de meio favorecido que
fracassa na escola é ameaçado de exclusão, enquanto o bom aluno de meio
desfavorecido vê aumentar suas chances de inserção profissional.
A análise do papel da escola nos mecanismos da exclusão escolar implica.
No final das contas, os alunos mais favorecidos socialmente, que dispõem de
maiores recursos para o sucesso, são também privilegiados por um conjunto
de mecanismos sutis, próprio do funcionamento da escola, que beneficia os
mais beneficiados.
Essas estratégias escolares aprofundam as desigualdades e acentuam a
exclusão escolar na medida em que mobiliza, junto aos pais, algo que não é só
o capital cultural, este entendido como um conjunto de disposições e de
capacidades, especialmente lingüísticas.
2. Para abordar com serenidade as relações entre educação e exclusão importa
primeiro distinguir o que depende da exclusão social e de seus efeitos na
escola, da exclusão escolar propriamente dita. A situação atual é, sem dúvida,
definida pelo reforço dos processos sociais de exclusão com o aumento das
desigualdades e do desemprego. Entretanto, o fenômeno mais marcante e
mais paradoxal é o desenvolvimento da exclusão escolar propriamente dita,
como conseqüência de uma vontade de interrogação inigualada. Quanto mais
a escola intensifica o seu raio de ação, mais ela exclui, apesar das políticas
que visam a atenuar esse fenômeno.
Nesse contexto, a exclusão não é apenas uma categoria do sistema e dos
processos globais, é também uma das dimensões da experiência escolar dos
alunos.
A Importância do estudo da História da Educação
Antes de definir a importância do estudo da história da educação, se faz
necessário definir os termos: História e Educação.
História: Termo amplo que geralmente é usamos para definir o passado, mas a
que passado nos referimos? O passado é sempre uma instância inatingível, a
ele temos acesso somente de forma parcial, por isso toda história se constitui
em discursos.
Educação: De um modo um tanto simplista podemos definir educação como
sendo toda a cultura, todo conhecimento sistemático ou não que é passado de
uma geração a outra. “ É a educação, portanto, que matem viva a memória de
um povo e dá condições para a sua sobrevivência . Por isso dissemos que a
educação é uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade entre
indivíduo e sociedade”.
A importância do estudo da história da educação se fundamenta na
necessidade de sermos críticos em relação ao sistema educacional do qual
fazemos parte e a melhor maneira disso ocorrer é investigando o processo
educacional em suas múltiplas manifestações ao longo de toda história,
percebendo como este processo era visto pelas diversas sociedades e de que
maneira a educação as servia.