cromoterapia

1. CROMOTERAPIA
A cromoterapia, ou prática de utilização das cores na cura de doenças,
bastante popular nos dias de hoje, permite prevenir e aliviar stress, enxaquecas,
insónias, fadiga crónica, neuroses, doenças respiratórias, gastrointestinais,
cardiovasculares, doenças do aparelho locomotor, dos olhos, das articulações,
disfunções da tiróide e outras doenças. Além disso, a cromoterapia é utilizada na
estética. A cor produz uma acção benéfica sobre o estado geral e a aparência da
pele, possui um efeito imuno-estimulante e ajuda na desintoxicação do organismo.
A cromoterapia explora as propriedades específicas de cada uma das cores.
CROMOFISIOLOGIA
O organismo humano é composto por partículas vibrantes. O estado da célula e
da função do órgão determinam a cor característica do órgão ou do tecido. Segundo os
filósofos da China antiga, o fígado tem a cor verde azulada, o coração é vermelho, os
rins são pretos, os pulmões são brancos, o baço e o pâncreas são amarelos. As
substâncias produzidas pelos órgãos são das mesmas cores que os próprios órgãos: o
sangue é vermelho, a bílis é verde amarelada, a urina pode ser de diversos matizes do
amarelo. Se a célula ou o tecido, que desempenha uma função específica no organismo,
experimenta a falta da sua cor característica, ocorrem alterações na frequência de
vibração com as consequentes alterações no seu funcionamento. Em resultado da
reacção em cadeia, as alterações são reflectidas nas células e nos tecidos adjacentes, o
que leva ao funcionamento deficiente de todo o órgão ou sistema.
Com frequência, a doença é acompanhada com a sensação de escuridão e
depressão. Muitas doenças têm na origem a alteração da harmonia cromática, a mistura
das cores, bem como a falta de uma determinada cor necessária para a actividade dos
órgãos e para a harmonia psíquica. Se o equilíbrio é quebrado, as cores alteram-se e
desenvolve-se uma doença, sendo que os seus indícios também se reflectem no plano
físico: nos processos de estagnação, o sangue torna-se vermelho escuro e bordeaux, e na
anemia, vermelho claro. Dependendo da doença, a cor da bílis pode variar entre o
azeitonado, o castanho escuro e o verde. Todos os órgãos que têm a sua própria
frequência de oscilação necessitam de uma determinada cor, para o funcionamento
normal. Se acrescentar a cor em falta ou eliminar os matizes desnecessários, é possível
restituir o equilíbrio perdido do organismo. As crianças gostam das cores vivas
(vermelho, azul e amarelo) por instinto. Qualquer outra cor que não faz parte deste

2. gama habitual provoca interesse da criança. Com o passar dos anos, as preferências de
cor modificam-se e, dentre as cores monocromáticas, passam a ser preferidas as cores
frias.
Actualmente, considera-se que o organismo tem uma estrutura electromagnética
com a função informativa que é formada com base na interacção coerente da radiação e
das estruturas celulares. A doença é a passagem do sistema para um outro estado meta-
estável, e o tratamento da doença é a correcção da estrutura electromagnética
informativa e a restituição do estado inicial do sistema.
N. Pagnamenta (1998) distribui todas as doenças e disfunções do organismo
humano entre os três diapasões cromáticos seguintes:
— o azul, a cor endócrina neuro-vegetativa: crises nervosas nas mulheres
durante a menstruação ou no início da menopausa, dores de cabeça, insónias,
gastrites, úlceras, dores nas articulações, etc.;
— o amarelo, a cor tóxico-reactiva: todos os processos inflamatórios, e. g.,
bronquites, pneumonias, artrites, etc., todas as complicações que alteram a
linfocirculação (os principais centros do sistema linfático localizam-se na
garganta, na zona dos pulmões e no intestino; este sistema não só tem a
função depuradora, também é importante para a imunidade do organismo);
— o vermelho, a cor degenerativo-rígida: entorpecimento dos músculos,
arteriosclerose, alterações psíquicas, irritabilidade elevada.
A outra variante de classificação de doenças [Weiss J.-M., Shavelli M., 1997]
baseia-se no facto de a cor verde se encontrar no centro do espectro visível. Todas as
doenças são divididas em dois tipos: as provocadas pelo excesso do azul (“ultragreen”,
ou seja, mais alto no espectro do que o verde) e as provocadas pelo excesso do
vermelho (“infragreen”). A análise da água mineral exposta à luz vermelha e à azul
demonstrou grandes alterações do pH, da viscosidade e da presença dos electrões livres.
O carácter universal da bioestimulação com diferentes comprimentos de onda
baseia-se na existência do mecanismo de controlo dos principais processos vitais através
de sinais de natureza física (a radiação do diapasão visível) realizado nas interacção
intercelular. O efeito da exposição à luz não depende da capacidade de distinguir as
cores. Os animais e as plantas também reagem à exposição à luz. A exposição à luz
produz os seus efeitos no homem, nem que este se encontre de olhos vendados. Num
local com a coloração predominante vermelha, o ritmo cardíaco acelera, num local com

3. as cores do gama azul, o pulso desacelera e o paciente fica sonolento. Os pacientes com
as doenças cardiovasculares podem ser curados com a exposição à luz verde, as doenças
da pele são curadas com a luz amarela, os pacientes nos quartos pintados de azul deixam
de ter dores de cabeça. Os cegos de nascença descrevem as suas sensações tácteis das
cores como quentes ou frias, lisas ou ásperas, húmidas ou secas, etc. Alguns até sentem
o sabor das cores: ácido, doce, amargo, etc. Também se altera o tono muscular, com a
exposição à luz.
Provavelmente, a reestruturação da homeostase electrocinética produzida pela
exposição à luz é a origem dos efeitos biológicos e fisiológicos primários da
cromoterapia.
O esquema do efeito fotoeléctrico da luz pode ser representado de maneira
seguinte:
A luz (a cor) — absorção pelos tecidos → libertação da quantidade
proporcional de fotoelectrões para o espaço intercelular (com a exposição à luz azul ou
ultravioleta, a sua energia é superior do que com a exposição à luz vermelha), aumento
da condutibilidade eléctrica dos tecidos e intensificação dos processos metabólicos,
reacções químicas primárias (os electrões participam nas reacções de
oxidação/desoxidação) → transformações secundárias (escuras) de diversos tipos,
reacções gerais (sistémicas) do organismo.
Resumindo os factos descritos por vários investigadores [Weiss J.-M., Shavelli
M., 1997; Gonikman E. I., 1997; Kryuk A. S. et al., 1986; Pagnamenta N., 1998;
Teterina T. P., 1998], podemos expor os principais efeitos da luz sobre o organismo
(através da visão ou exposição transcutânea) de seguinte maneira.
Os raios vermelhos, laranja e infravermelhos aquecem, transmitem a energia e
relaxam; produzem o efeito directo sobre as reacções químicas no organismo, deslocam
o equilíbrio do pH dos tecidos para a zona alcalina, diminuem a rigidez dos músculos.
Quanto mais é suprimido o metabolismo nos tecidos, tanto mais calor o paciente sente
naquela zona durante a sessão de cromoterapia. Os raios vermelhos e infravermelhos
têm maior eficácia no final da tarde e no Outono.
A luz vermelha produz o efeito estimulador sobre o sistema nervoso, acelera e
melhora os processos metabólicos no organismo e intensifica a actividade da pele e das
glândulas endócrinas. É eficaz no tratamento da presbiopia. Segundo os tratados da
medicina oriental, a energia da luz vermelha tem o efeito estimulador sobre a medula e

4. define a cor da pele. A luz vermelha estimula a circulação sanguínea e a actividade
cardíaca, contribui para a produção dos eritrocitas, normaliza a pressão arterial na
hipotensão, reforça a imunidade, elimina os processos de estagnação nos órgãos, cura
a varíola, o lúpus, a escarlatina. Os raios vermelhos estimulam a resolução dos
osteofitos.
Os raios azuis, indigo são arrefecedores. Deslocam o equilíbrio do pH para a
zona ácida. Fisiologicamente, os raios azuis têm maior eficácia de manhã e na
Primavera. A luz azul produz o efeito inibidor sobre todas as funções do organismo.
Tem o efeito anti-séptico, ajuda nas infecções, purulências, febres. Tem o efeito
anticancerógena. É utilizada no tratamento de várias doenças com base em neuroses,
desacelera o ritmo cardíaco. Constringe as artérias, as veias e os capilares, faz aumentar
a pressão arterial. Produz um efeito benigno sobre os órgãos respiratórios (é eficaz no
tratamento da bronquite, da pneumonia e da asma). Estabiliza a actividade da
glândula tiróide e da epífise, é eficaz no tratamento do bócio. A luz azul desacelera os
processos inflamatórios no apêndice e nas amígdalas, é utilizada nas doenças do
intestino; contribui para a retenção de sangramento, cicatrização rápida de feridas, tem o
efeito analgésico, inclusive, nas dores de cabeça; extingue espasmos. Faz melhorar o
estado dos pacientes com a tendência para a melancolia, a hipocondria, a histeria, a
epilepsia, é eficaz na hiperexcitação de natureza sexual. Tem a eficácia no tratamento
das insónias. Debaixo da luz azul, aumenta o tono muscular. A luz azul é utilizada no
tratamento de doenças dos olhos, inclusive, da catarata e da glaucoma. Tem o efeito
benigno sobre os olhos cansados, especialmente, nas pessoas cuja profissão é
relacionada com a actividade intelectual, ajuda no tratamento da miopia. A actividade
dos olhos tornar-se-á mais eficaz e a produtividade aumentará, se as janelas do local de
trabalho tiverem cortinas azuis e os candeeiros de mesa também forem azuis.
Segundo médicos indianos, os pacientes com alucinações, demência senil,
alterações psíquicas, incluindo psicoses maníacas, quando colocados num quarto
revestido de azul e iluminado com a luz azul, acalmam-se completamente.
A luz verde é um excelente meio para a recuperação e regeneração dos
músculos, dos ossos e de tecidos de todo o organismo. Tem o efeito simultaneamente
refrescante e tranquilizador, em especial, nas doenças crónicas, estabiliza as emoções. A
luz verde é uma espécie de mediador entre os níveis espiritual e físico. Produz os efeitos
anti-séptico e anti-micróbios, reforça os músculos e o tecido conjuntivo, estimula a
hipófise. Normaliza o funcionamento do sistema cardiovascular, diminui a intensidade

5. das contracções cardíacas, cura a arritmia, diminui o tono vascular, dilata os capilares,
faz estabilizar a pressão arterial e as funções do sistema nervoso, em especial, do
simpático. A exposição à luz verde é eficaz nas dores de cabeça, insónias, cansaço, vista
cansada, defeitos da visão. Tem o efeito rejuvenescente e tonificante sobre a actividade
sexual. Faz aumentar o tono muscular. A luz verde pode ser utilizada no tratamento das
constipações.
Na insuficiência da luz verde, pode desenvolver-se a irritabilidade excessiva, o
nervosismo ou a hiperactividade irracional.
A combinação da luz com diferentes comprimentos de onda (de diferentes
cores) produz um efeito terapêutico complementar.
1. A combinação do azul com o verde (verde azulado) tem o efeito
tranquilizante. Previne crises de epilepsia, histeria, estados reactivos.
2. A combinação do vermelho com o verde provoca a excitação, a
hiperactividade dos processos vitais (dos tecidos, dos órgãos, do organismo).
3. A combinação do vermelho com o azul é eficaz no tratamento dos processos
inflamatórios (doenças de factor quente), das constipações, da hipertensão.
Faz aumentar o tono psicofísico.
4. A combinação do infravermelho com o azul normaliza a respiração e o ritmo
cardíaco, é eficaz no tratamento da hipertensão.
Porém, qualquer excesso, também na cromoterapia, é nocivo. Por exemplo, o
excesso da luz azul intensa pode relaxar o organismo em demasia. O excesso do
vermelho pode resultar em neuroses por causa da constante irritação elevada, diminui a
atenção e a capacidade de concentrar-se. A sobredosagem da luz verde pode provocar a
concentração excessiva da bílis e até a formação de cálculos na vesícula biliar. Acontece
frequentemente que uma determinada luz provoca no paciente um desconforto cuja
origem ele próprio não consegue explicar. O desconforto é relacionado com a parte do
corpo em que se desenvolve a doença e surge a dor. Quase sempre as sensações
desagradáveis são provocadas quando o paciente é irradiado com a luz que lhe falta.
As indicações para a cromoterapia: fases agudas e subagudas de diferentes
doenças de génese inflamatória, alterações funcionais do sistema neuro-endócrina,
cansaço, neuroses, insónias, doenças do sistema cardiovascular, dos olhos e da pele,
úlceras tróficas, feridas de longa cicatrização.

6. As contra-indicações: doenças oncológicas, apoplexia hemorrágica, fase
subaguda do enfarte do miocárdio, insuficiência de estagnação da irrigação sanguínea,
anemia expressa, insuficiência renal, gravidez, fotodermatose.
Bibliografia
[Zhukovskiy V. D., 1996]
[Mostovnikov V. A., Khokhlov I. V., 1981; Mostovnikov V. A., Mostovnikova G. R.,
1989].