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Capítulo 7
Eletro-hidráulica
mecânica 4
220
Assim como na eletropneumática, a eletro-hidráulica conta com
elementos conversores de sinais, a fim de aproveitar as vantagens
de cada técnica (elétrica e hidráulica) efetuando sua combinação
na solução de problemas de comando. Para que essa combinação seja possível,
faz-se necessária a utilização de elementos de ligação, responsáveis por fazer a
conversão dos sinais de uma técnica para outra.
Os elementos eletro-hidráulicos básicos são os conversores de sinais hidráulicos
em sinais elétricos e os conversores de sinais elétricos em sinais hidráulicos. Toda
simbologia e lógica elétrica, sensores e pressostatos utilizados na eletropneumáti-
ca se aplicam também à eletro-hidráulica.
O pressostato, como já mencionado, é um elemento eletro-hidráulico que con-
verte um sinal de pressão variável em sinal elétrico.
Já as eletroválvulas, que agem segundo um princípio do eletromagnetismo, são
elementos conversores de sinais elétricos para sinais hidráulicos.
Daremos atenção especial para as eletroválvulas usadas na hidráulica, por serem
de construção um pouco mais robustas do que as eletroválvulas pneumáticas.
Nos sistemas eletro-hidráulicos, as eletroválvulas têm papel fundamental, pois
são o elo de ligação entre o processamento de sinais elétricos e os atuadores hi-
dráulicos (cilindros, motores hidráulicos).
Os eletroímãs para as eletroválvulas podem ser para uso em tensão contínua ou
alternada. Existem eletroímãs que funcionam imersos em óleo e outros que fun-
cionam a seco. Em casos especiais, há eletroímãs à prova de explosão. Os mais
usados são os imersos em óleo.
7.1 Válvula solenoide de 4/2 vias
Nesse tipo de válvula, na configuração indicada na figura 7.1, na posição nor-
mal a conexão P (pressão) está aberta para A, e B está aberta para o tanque T
ou retorno. Quando acionada pelo solenoide, a válvula é comutada para a outra
posição. Caso não haja corrente passando pelo solenoide, a válvula pode ser
acionada manualmente.
CAPÍTULO 7
221
7.2 Válvula solenoide de 4/3 vias
Nessa válvula (figura 7.2), na posição normal as conexões A e B estão fechadas,
e P (pressão) para T (tanque) está aberta. Quando acionada pelos solenoides de
acionamento, a válvula é comutada para a outra posição ou para a posição para-
lela. Essa válvula também pode ser acionada manualmente.
Esse tipo de válvula é uma das válvulas de característica direcional mais usadas
nos circuitos.
As eletroválvulas, como na hidráulica, podem ter outros tipos de centro. Veja os
símbolos na figura 7.3.
A B
P T
Figura 7.1
Representação simbólica
de válvula solenoide de
2 posições e 4 vias.
A B
P T
Figura 7.2
Representação simbólica
de válvula solenoide de três
posições e quatro vias.
A B
P T
A B
P T
Figura 7.3
Representação simbólica
de duas válvulas de três
posições e quatro vias
com centro distinto
daquele apresentado na
válvula da figura 7.2.
MECÂNICA 4
222
7.3 Comandos eletro-hidráulicos sequenciais
Qualquer sequência de movimentos é realizada por meio de elementos de traba-
lho hidráulicos que podem receber comandos elétricos. Esses comandos elétricos
fazem a captação de sinal, processando-os e enviando-os às unidades de aciona-
mento, segundo uma ordem preestabelecida.
O esquema para esse comando pode ser construído de duas maneiras: pelo mé-
todo experimental ou intuitivo e pelos métodos sistemáticos de resolução.
7.3.1 Método intuitivo
Para facilitar a compreensão, vamos utilizar um exemplo clássico de esquema de
comando intuitivo.
Exemplo (treinamento Festo)
Seja um dispositivo de levantamento de pacotes como ilustrado na figura 7.4.
Os pacotes que chegam a um dispositivo por uma esteira transportadora de
roletes deverão ser levantados pelo cilindro 2A. Ao chegar à posição superior,
o cilindro 1A deverá empurrar o pacote para uma segunda esteira. Após esse
movimento, o cilindro 2A deverá retornar e somente depois de estar totalmente
recuado é que poderá ocorrer o retorno de 1A.
As peças devem ser deslocadas pela rampa 1, com a seguinte sequência de movi-
mentos: 2A+ 1A+ 2A– 1A–. Elaborar o circuito eletro-hidráulico. Ver a solução
na figura 7.5.
1A
2A
Figura 7.4
Dispositivo de
levantamento de pacotes.
CAPÍTULO 7
223
Solução:
7.3.2 Método sistemático
Uma vez que a operação foi executada, não há necessidade de que ela se mante-
nha. Com base nessa premissa, o método consiste em desconectar o sinal. Exe-
cutada a operação, é preciso que ocorra a anulação do sinal após cada passo da
operação.
A caixa da figura 7.6 representa uma unidade que indica esquematicamente os
sinais de entrada (E1 até E4) e os sinais de saída (S1 até S4). Essa unidade deve
resolver o problema gerado pelos sinais permanentes da seguinte forma:
a) O número de sinais de entrada é igual ao número de sinais de saída, ou seja,
para cada sinal de entrada existe um sinal de saída.
1Y1 1Y2
A B
P
1S1 1S2
+24 V
0 V
1S2 2S2
2S1
1S1 K1
2Y2
K2 K3 K4
K4
K3
K2
K1
2Y1 2Y2
A B
P
2S1 2S2
1Y1 2Y1 1Y2
Figura 7.5
Circuito eletro-hidráulico.
S1 S2 S3 S4
E1 E2 E3 E4
Figura 7.6
Representação
esquemática dos sinais
de entrada e saída.
mecânica 4
224
b) Os sinais de saída devem ser memorizados, quer dizer, devem permanecer
mesmo que tenha desaparecido o sinal de entrada correspondente.
c) Somente pode ser detectado um único sinal de saída, e deve existir a possibi-
lidade de desconectar esse sinal de forma controlada.
d) Os sinais de entrada devem ter efeito apenas seguindo uma ordem preesta-
belecida.
Ver, como exemplo, o esquema da figura 7.7.
A caixa representada na figura 7.7 e também indicada na figura 7.6 pode ter duas
versões: método de sequência mínima ou método de sequência máxima.
Método de sequência mínima
Nesse método, analisamos o diagrama trajeto passo e fazemos na sequência a
divisão dos movimentos em grupos, não permitindo que seja efetuado, em um
mesmo grupo, um movimento de avanço e de recuo do mesmo cilindro.
Outra maneira de reconhecer a sobreposição de sinais é a representação da se-
quência na forma abreviada:
1A+ 2A+ 2A– 1A–
1Y1 1Y2
A B
P
1S1 1S2
2Y1
1Y1
1S1
2Y2 1Y2
2S1
2S2
1S2
2Y1 2Y2
A B
P
2S1 2S2
+24 V
0 V
Figura 7.7
Circuito.
CAPÍTULO 7
225
Para solucionar esse problema, devemos introduzir uma classificação por grupos:
1A+ 2A+ 2A– 1A–
grupo 1 grupo 2
Os desacionamentos acontecem, então, após o movimento de 2A+ e no final de 1A –.
Através de relés, com circuitos de autorretenção, serão eliminados os sinais inde-
sejados por meio de linhas auxiliares de corrente que serão energizadas e desliga-
das uma a uma por esses relés.
A quantidade de linhas auxiliares necessárias dependerá do número de grupos
encontrados na divisão. Para o exemplo dado, são necessárias duas linhas.
No circuito elétrico aparecem duas linhas auxiliares (figura 7.8).
1Y1 1Y2
A B
P T
1S1 1S2
1S1
2S2
1Y1
K1
1S2
K1 Linha 1 Linha 2
K1 K1
2S1
2Y1 2Y2
A B
P T
2S1 2S2
+24 V
0 V
2Y1 2Y2 1Y2
Figura 7.8
Circuito.
MECÂNICA 4
226
Método de sequência máxima
A fim de atingir a máxima segurança possível, um desligamento é efetuado após
cada passo de sequência. Nesse caso, o número de grupos dependerá exclusiva-
mente do número de passos do diagrama. Ver o próximo exemplo.
Exemplo: furadeira vertical (treinamento Festo)
Uma furadeira vertical (ilustrada na figura 7.9) foi automatizada para proces-
sar blocos metálicos. O bloco é colocado manualmente, posicionado pelo ci-
lindro A. Somente após ter sido posicionado o bloco é que o cilindro B avança,
e em seguida avança o cilindro C, que efetua a furação. Finalizada a operação,
o cilindro C retorna, em seguida retorna o cilindro A, e em seguida o cilindro
B libera o bloco.
Cilindro A
Cilindro C
Cilindro B
Cilindro A
Cilindro A
Cilindro C
Figura 7.9
Furadeira.
CAPÍTULO 7
227
Solução:
O esquema eletro-hidráulico é representado na figura 7.11.
7=1
1
S2
S1
S2
S1
S4
S3
S6
S5
S4
S6
S5
1
0
Cilindro A
Cilindro B
Cilindro C
1
0
1
0
2 3 4 5 6
Figura 7.10
Diagrama trajeto passo.
+24 V
K1
K1 K1’ K2 K2’ K2 K3’ K4 K4’ K4 K4
K1’
K6 2Y1 3Y1 3Y2 1Y2 2Y2
1Y1
K5’
K1 K2 K2 2S2 K3 K3 K4 K5 K5 K6 K1 K2 K3 K4 K5 K6
1S1
K4
3S3 3S1
1S2
1Y1
P T
A B
1y2 2Y1
P T
A B
2Y2 3Y1
P I
A B
3y2
K5
K3 K4
K2
K1
K6
K2
0 V
2S1
REARME
K6
K6’
K5’
K4’
K3’
1S1 1S2 2S1 2S2 3S1 3S2
Figura 7.11
mecânica 4
228
Método de sequência máxima – cadeia estacionária de comando
cíclico
É uma alternativa usada para facilitar a execução do esquema de sequência má-
xima. São utilizadas válvulas simples solenoides para comando dos cilindros.
Naturalmente, o sinal deverá ser retido e só liberado quando houver o retorno
do cilindro.
Os relés são energizados e só desarmados quando houver entrada do próximo
relé.
Veja como fica o esquema eletro-hidráulico do exemplo “Furadeira vertical” exe-
cutado dessa forma, pela análise da figura 7.12.
1Y1
1S1
P T
A B
1A
+24 V
K1
K6
2S1
K1
K1
0 V
K2
1S2
2Y1
2S1
P T
A B
2A
2S2
3Y1
3S1
P T
A B
3A
3S2
K2
1S2
K2
K3
K3
2S2
K3
K4
K4
3S2
K4
K5
K5
3S1
K5 K5 K4
K6 1Y1 1Y1 3Y1
K1 K2
1S1 K3
Figura 7.12
Circuito eletro-hidráulico
para furadeira vertical.
CAPÍTULO 7
229
7.3.3  Simbologia elétrica básica (ver figura 7.13)
0 V +24 V
Conexão el... Conexão el... Lâmpada de...
Alarme sonoro
Contato NA
Botão com t...
Botão de ac...
Sensor indu... Relé contador Pressostato Solenoide d...
Botão de ac...
A1 R1
A2
5
R2
Botão de ac... Relé com re...
Botão com t... Botão com t... Relé com re...
Contato NF Relé
Comutador
Figura 7.13
Eletro hidraulica

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  • 2. mecânica 4 220 Assim como na eletropneumática, a eletro-hidráulica conta com elementos conversores de sinais, a fim de aproveitar as vantagens de cada técnica (elétrica e hidráulica) efetuando sua combinação na solução de problemas de comando. Para que essa combinação seja possível, faz-se necessária a utilização de elementos de ligação, responsáveis por fazer a conversão dos sinais de uma técnica para outra. Os elementos eletro-hidráulicos básicos são os conversores de sinais hidráulicos em sinais elétricos e os conversores de sinais elétricos em sinais hidráulicos. Toda simbologia e lógica elétrica, sensores e pressostatos utilizados na eletropneumáti- ca se aplicam também à eletro-hidráulica. O pressostato, como já mencionado, é um elemento eletro-hidráulico que con- verte um sinal de pressão variável em sinal elétrico. Já as eletroválvulas, que agem segundo um princípio do eletromagnetismo, são elementos conversores de sinais elétricos para sinais hidráulicos. Daremos atenção especial para as eletroválvulas usadas na hidráulica, por serem de construção um pouco mais robustas do que as eletroválvulas pneumáticas. Nos sistemas eletro-hidráulicos, as eletroválvulas têm papel fundamental, pois são o elo de ligação entre o processamento de sinais elétricos e os atuadores hi- dráulicos (cilindros, motores hidráulicos). Os eletroímãs para as eletroválvulas podem ser para uso em tensão contínua ou alternada. Existem eletroímãs que funcionam imersos em óleo e outros que fun- cionam a seco. Em casos especiais, há eletroímãs à prova de explosão. Os mais usados são os imersos em óleo. 7.1 Válvula solenoide de 4/2 vias Nesse tipo de válvula, na configuração indicada na figura 7.1, na posição nor- mal a conexão P (pressão) está aberta para A, e B está aberta para o tanque T ou retorno. Quando acionada pelo solenoide, a válvula é comutada para a outra posição. Caso não haja corrente passando pelo solenoide, a válvula pode ser acionada manualmente.
  • 3. CAPÍTULO 7 221 7.2 Válvula solenoide de 4/3 vias Nessa válvula (figura 7.2), na posição normal as conexões A e B estão fechadas, e P (pressão) para T (tanque) está aberta. Quando acionada pelos solenoides de acionamento, a válvula é comutada para a outra posição ou para a posição para- lela. Essa válvula também pode ser acionada manualmente. Esse tipo de válvula é uma das válvulas de característica direcional mais usadas nos circuitos. As eletroválvulas, como na hidráulica, podem ter outros tipos de centro. Veja os símbolos na figura 7.3. A B P T Figura 7.1 Representação simbólica de válvula solenoide de 2 posições e 4 vias. A B P T Figura 7.2 Representação simbólica de válvula solenoide de três posições e quatro vias. A B P T A B P T Figura 7.3 Representação simbólica de duas válvulas de três posições e quatro vias com centro distinto daquele apresentado na válvula da figura 7.2.
  • 4. MECÂNICA 4 222 7.3 Comandos eletro-hidráulicos sequenciais Qualquer sequência de movimentos é realizada por meio de elementos de traba- lho hidráulicos que podem receber comandos elétricos. Esses comandos elétricos fazem a captação de sinal, processando-os e enviando-os às unidades de aciona- mento, segundo uma ordem preestabelecida. O esquema para esse comando pode ser construído de duas maneiras: pelo mé- todo experimental ou intuitivo e pelos métodos sistemáticos de resolução. 7.3.1 Método intuitivo Para facilitar a compreensão, vamos utilizar um exemplo clássico de esquema de comando intuitivo. Exemplo (treinamento Festo) Seja um dispositivo de levantamento de pacotes como ilustrado na figura 7.4. Os pacotes que chegam a um dispositivo por uma esteira transportadora de roletes deverão ser levantados pelo cilindro 2A. Ao chegar à posição superior, o cilindro 1A deverá empurrar o pacote para uma segunda esteira. Após esse movimento, o cilindro 2A deverá retornar e somente depois de estar totalmente recuado é que poderá ocorrer o retorno de 1A. As peças devem ser deslocadas pela rampa 1, com a seguinte sequência de movi- mentos: 2A+ 1A+ 2A– 1A–. Elaborar o circuito eletro-hidráulico. Ver a solução na figura 7.5. 1A 2A Figura 7.4 Dispositivo de levantamento de pacotes.
  • 5. CAPÍTULO 7 223 Solução: 7.3.2 Método sistemático Uma vez que a operação foi executada, não há necessidade de que ela se mante- nha. Com base nessa premissa, o método consiste em desconectar o sinal. Exe- cutada a operação, é preciso que ocorra a anulação do sinal após cada passo da operação. A caixa da figura 7.6 representa uma unidade que indica esquematicamente os sinais de entrada (E1 até E4) e os sinais de saída (S1 até S4). Essa unidade deve resolver o problema gerado pelos sinais permanentes da seguinte forma: a) O número de sinais de entrada é igual ao número de sinais de saída, ou seja, para cada sinal de entrada existe um sinal de saída. 1Y1 1Y2 A B P 1S1 1S2 +24 V 0 V 1S2 2S2 2S1 1S1 K1 2Y2 K2 K3 K4 K4 K3 K2 K1 2Y1 2Y2 A B P 2S1 2S2 1Y1 2Y1 1Y2 Figura 7.5 Circuito eletro-hidráulico. S1 S2 S3 S4 E1 E2 E3 E4 Figura 7.6 Representação esquemática dos sinais de entrada e saída.
  • 6. mecânica 4 224 b) Os sinais de saída devem ser memorizados, quer dizer, devem permanecer mesmo que tenha desaparecido o sinal de entrada correspondente. c) Somente pode ser detectado um único sinal de saída, e deve existir a possibi- lidade de desconectar esse sinal de forma controlada. d) Os sinais de entrada devem ter efeito apenas seguindo uma ordem preesta- belecida. Ver, como exemplo, o esquema da figura 7.7. A caixa representada na figura 7.7 e também indicada na figura 7.6 pode ter duas versões: método de sequência mínima ou método de sequência máxima. Método de sequência mínima Nesse método, analisamos o diagrama trajeto passo e fazemos na sequência a divisão dos movimentos em grupos, não permitindo que seja efetuado, em um mesmo grupo, um movimento de avanço e de recuo do mesmo cilindro. Outra maneira de reconhecer a sobreposição de sinais é a representação da se- quência na forma abreviada: 1A+ 2A+ 2A– 1A– 1Y1 1Y2 A B P 1S1 1S2 2Y1 1Y1 1S1 2Y2 1Y2 2S1 2S2 1S2 2Y1 2Y2 A B P 2S1 2S2 +24 V 0 V Figura 7.7 Circuito.
  • 7. CAPÍTULO 7 225 Para solucionar esse problema, devemos introduzir uma classificação por grupos: 1A+ 2A+ 2A– 1A– grupo 1 grupo 2 Os desacionamentos acontecem, então, após o movimento de 2A+ e no final de 1A –. Através de relés, com circuitos de autorretenção, serão eliminados os sinais inde- sejados por meio de linhas auxiliares de corrente que serão energizadas e desliga- das uma a uma por esses relés. A quantidade de linhas auxiliares necessárias dependerá do número de grupos encontrados na divisão. Para o exemplo dado, são necessárias duas linhas. No circuito elétrico aparecem duas linhas auxiliares (figura 7.8). 1Y1 1Y2 A B P T 1S1 1S2 1S1 2S2 1Y1 K1 1S2 K1 Linha 1 Linha 2 K1 K1 2S1 2Y1 2Y2 A B P T 2S1 2S2 +24 V 0 V 2Y1 2Y2 1Y2 Figura 7.8 Circuito.
  • 8. MECÂNICA 4 226 Método de sequência máxima A fim de atingir a máxima segurança possível, um desligamento é efetuado após cada passo de sequência. Nesse caso, o número de grupos dependerá exclusiva- mente do número de passos do diagrama. Ver o próximo exemplo. Exemplo: furadeira vertical (treinamento Festo) Uma furadeira vertical (ilustrada na figura 7.9) foi automatizada para proces- sar blocos metálicos. O bloco é colocado manualmente, posicionado pelo ci- lindro A. Somente após ter sido posicionado o bloco é que o cilindro B avança, e em seguida avança o cilindro C, que efetua a furação. Finalizada a operação, o cilindro C retorna, em seguida retorna o cilindro A, e em seguida o cilindro B libera o bloco. Cilindro A Cilindro C Cilindro B Cilindro A Cilindro A Cilindro C Figura 7.9 Furadeira.
  • 9. CAPÍTULO 7 227 Solução: O esquema eletro-hidráulico é representado na figura 7.11. 7=1 1 S2 S1 S2 S1 S4 S3 S6 S5 S4 S6 S5 1 0 Cilindro A Cilindro B Cilindro C 1 0 1 0 2 3 4 5 6 Figura 7.10 Diagrama trajeto passo. +24 V K1 K1 K1’ K2 K2’ K2 K3’ K4 K4’ K4 K4 K1’ K6 2Y1 3Y1 3Y2 1Y2 2Y2 1Y1 K5’ K1 K2 K2 2S2 K3 K3 K4 K5 K5 K6 K1 K2 K3 K4 K5 K6 1S1 K4 3S3 3S1 1S2 1Y1 P T A B 1y2 2Y1 P T A B 2Y2 3Y1 P I A B 3y2 K5 K3 K4 K2 K1 K6 K2 0 V 2S1 REARME K6 K6’ K5’ K4’ K3’ 1S1 1S2 2S1 2S2 3S1 3S2 Figura 7.11
  • 10. mecânica 4 228 Método de sequência máxima – cadeia estacionária de comando cíclico É uma alternativa usada para facilitar a execução do esquema de sequência má- xima. São utilizadas válvulas simples solenoides para comando dos cilindros. Naturalmente, o sinal deverá ser retido e só liberado quando houver o retorno do cilindro. Os relés são energizados e só desarmados quando houver entrada do próximo relé. Veja como fica o esquema eletro-hidráulico do exemplo “Furadeira vertical” exe- cutado dessa forma, pela análise da figura 7.12. 1Y1 1S1 P T A B 1A +24 V K1 K6 2S1 K1 K1 0 V K2 1S2 2Y1 2S1 P T A B 2A 2S2 3Y1 3S1 P T A B 3A 3S2 K2 1S2 K2 K3 K3 2S2 K3 K4 K4 3S2 K4 K5 K5 3S1 K5 K5 K4 K6 1Y1 1Y1 3Y1 K1 K2 1S1 K3 Figura 7.12 Circuito eletro-hidráulico para furadeira vertical.
  • 11. CAPÍTULO 7 229 7.3.3  Simbologia elétrica básica (ver figura 7.13) 0 V +24 V Conexão el... Conexão el... Lâmpada de... Alarme sonoro Contato NA Botão com t... Botão de ac... Sensor indu... Relé contador Pressostato Solenoide d... Botão de ac... A1 R1 A2 5 R2 Botão de ac... Relé com re... Botão com t... Botão com t... Relé com re... Contato NF Relé Comutador Figura 7.13