EY - family business 2014 yearbook - latin america
Mentores, agentes, consultores, assessores, conselheiros - quem é quem e faz o que?
1. MENTORES, AGENTES, CONSULTORES,
ASSESSORES, MEMBROS DO CONSELHO E
TUDO EM TORNO DO EMPREENDIMENTO
Por Shuki Lehavi, 26 de abril de 2014 (artigo traduzido por Gil Porto)
CONHEÇA CADA UM DESSES “PLAYERS”
Este é um tema muito confuso para jovens empresários e
empreendedores, então eu tentarei ajudá-los a entender a diferença
entre mentores, agentes, consultores, assessores da diretoria
(board advisors) e membros do conselho.
Basicamente, explicarei qual é a diferença entre os papéis e como
tratar ou qual o modelo de remuneração a cada um deles.
DEFINIÇÕES
Mentores – tipicamente são os indivíduos que pertencem a um
grupo (como Mentor Night) ou um programa de apoio a novos
empreendedores (como Start Engine) ou uma incubadora (como
Amplify).
Mentores são na sua maioria, empresários bem sucedidos ou
executivos que têm conhecimento de domínio ou interesses
comuns.
Para a empresas investidoras ou incentivadores, os mentores
servirão como um pool de talentos, e eles não são compensados pelo
seu tempo.
A maioria dos mentores atuam sem receber retorno financeiro e, em
alguns casos, recebem alguma participação na aceleradora.
Em contrapartida, os mentores não são solicitados a comprometer-
se em despender tempo com a empresa, a não ser que façam por
interesse acadêmico, apoio ou para entenderem melhor a empresa
para que eles possam, eventualmente, recomendar ou investir nela.
Os agentes e consultores – consultores e agentes são contratados ou mantidos pela empresa, o que é a
primeira diferença entre eles e um mentor.
Os consultores serão contratados por tempo determinado e podem ser solicitados a dedicarem um número
de horas por mês, a disposição da empresa.
Os agentes (brokers) são geralmente envolvidos no contexto de vendas ou projeto de M&A, e representarão
os interesses da empresa, eventualmente recebendo um percentual da receita deste projeto ou venda
(honorário por êxito).
Assessores de Diretoria – são contratados para “aconselhemento” à empresa e seus executivos, ajudando
a orientar o CEO e o corpo de diretores. A maioria destes assessores gastarão muito mais tempo em assuntos
Os novos empreendedores
naturalmente desconhecem
ou confundem as
atribuições e fronteiras de
atuação de cada
personagem que envolve o
processo de orientação e
gestão de seus negócios.
O artigo busca esclarecer
essas dúvidas.
2. da empresa que Mentores e, como tal, eles serão compensados pelo seu tempo com uma participação no PL
(0,25% - 1,5%).
Assessores geralmente ajudam o CEO na preparação do plano de negócios, análises dos documentos
financeiros, discutem estratégias de mercado ou ajudam a definir uma arquitetura técnica. Sua função é a
transferência de conhecimento e experiência às equipes executivas e gerenciais.
Membros do Conselho de Administração – São os componentes que formam o Conselho de
Administração da empresa (CA). O papel do CA é aconselhamento e consentimento (aprovações). A equipe
de executivos relatará o progresso de suas atividades para o CA em reuniões corporativos programados
(assembleias), e trará temas para discussões e soluções para as devidas deliberações. Os membros do CA têm
o dever legal (responsabilidade fiduciária) de analisar e aprovar esses planos e resoluções assegurando que a
equipe de executivos maximizará o valor da empresa, em favor do interesse dos acionistas.
Ao contrário de papéis 1-3 acima, um membro do Conselho de Administração é diretamente responsável e
pode ser processado por outros acionistas por suas ações e decisões. Como tal, eles gastam uma quantidade
considerável de tempo com a empresa e no Conselho, revendo o progresso e ajudando a empresa.
Os membros do conselho geralmente recebem um percentual de participação na companhia (0,5% - 1,5%) e
a empresa cobrirá suas despesas.
Na maioria das jovens empresas, os membros do CA são os investidores e os fundadores, e é raro encontrar
um Mentor/ Conselheiro independente, que seja indicado a uma cadeira no CA. Eu acho que é crucial para
as empresas jovens, que atribuam e indiquem membros independentes nos seus CA´s.
MISTURAR E COMBINAR
A realidade para a maioria das empresas jovens, é que os papéis e personagens acima não são tão claros. Por
exemplo, um CEO pode encontrar uma pessoa em um evento de coaching, e, em seguida, oferecer-lhe um
papel consultivo Conselho! Em seguida, eles identificam um problema na empresa que pode exigir que ele
passe 200 horas com a empresa e ser remunerado por essas horas, em projeto de longo prazo.
“Quando você estabelece antecipadamente a fronteira do seu vínculo,
ela ajuda criar uma relação positiva entre a empresa e você.”
Com isso, os jovens CEOs (e seus conselhos) ficam desconfiados e apreensivos. Eles não se sentem à vontade
com esses papéis mistos, e às vezes com o conflito de interesses que surge com a criação de mais de uma
função, na estrutura da organização.
No exemplo acima, o CEO pode pensar que as tais 200 horas seriam cobertas como parte da participação
fornecida ao mentor. Sem fronteiras e definições claras, são hoje uma causa de preocupação e confusão.
Então, deixo minhas dicas:
1) "Como um mentor, o meu limite é de X horas..." - Eu decidi que, como um mentor, eu não gastarei mais
do que X horas com uma empresa por mês, e faço-o com o interesse de ajudar a empresa (e não por interesse
de investir na empresa, que pode criar um conflito para os mentores). No meu caso particular, informo aos
CEOs que esse X é, cerca de 3 horas e quando passar por cima X+1, educadamente lembrarei a empresa sobre
o estabelecimento de uma relação mais formal, para esse fim.
Quando você estabelece antecipadamente a fronteira do seu vínculo, ela ajuda criar uma relação positiva
entre a empresa e você.
3. 2) "Como um mentor, eu não faço X, pois nesse caso você vai me manter como um agente ou consultor..." –
com 1.500 pessoas em minha rede do LinkedIn, eu sempre gosto de fazer apresentações, sem pedir algo em
troca. No entanto, em algum momento, a empresa está pedindo mais do que uma indicação. Em alguns casos,
a empresa precisa para fechar um negócio estratégico ou mesmo para vender a empresa e, nesses grandes
projetos, que me obrigará a comprometer grande parte do meu tempo, eu gostaria de ser devidamente
recompensado.
Como tal, deixo claro para a empresa que para negociações estratégicas ou projetos de M&A, eu gostaria de
obter um contrato separado com a empresa e atuação como um agente. Ao assumir tais projetos, pratico as
taxas padrão de mercado. Por exemplo, se eu operar como um banqueiro de investimento e ajudar a empresa
a ser adquirida, solicitarei a formalização de um acordo comigo, específico para esse objetivo (honorários e
X% success fee).
Mudar de uma relação informal e sem grande comprometimento (como um mentor) para uma relação formal
e comercial (como consultor) nunca é fácil e especialmente para os jovens CEOs.
O sentimento de "a brincadeira acabou, e agora terei que pagar a conta dele” é dura. No entanto, vendo os
dois lados da mesa eu peço cautela aos CEOs e explico que, na maioria dos casos, o mentor agora passa a ser
um agente que está assumindo um risco maior que a empresa. Se a transação estratégica é concluída com sua
ajuda todos ganharão e você que assinará o cheque.
Esta regra é igualmente aplicável para os conselheiros (board Advisors). Indicações são gratuitas e você pode
pedir algumas, mas saiba como e quando traçar um limite, compensando-os pelo tempo dedicado, ou pelo
risco assumido no projeto. Pense desta forma: se você contratou um representante de vendas e eles fecha um
bom negócio, você normalmente pagará o comissionamento!
3) "Você está pronto para um membro independente no seu CA?" - Tendo apenas os investidores e fundadores
compondo seu CA, este poderá ter uma visão distorcida da empresa. Investidores estão focando
exclusivamente para o melhor retorno do seu investimento (ROI) e, muitas vezes representam uma (recente)
classe de acionistas. Mas o CA deve representar o melhor para todos as classes de acionistas e, para isso, a
participação de uma voz independente é muito importante.
Além disso, um membro independente do CA pode ser fundamental em alguns comitês, como por exemplo
no Comitê de Remuneração, onde servirão como mediadores nas decisões (fiéis da balança).
Por isso que eu não misturo meus investimentos e assentos nos conselhos, pois seria muito seletivo ao tomar
decisões como conselheiro. Eu prefiro manter a minha reputação como moderador imparcial nestas
discussões.
A relação e papéis de membro de CA é diferente que servir como um mentor, pois estaria mais comprometido.
Se, como um mentor que você está interessado na empresa na missão de orientador, e como consultor ou
agente está interessado em uma oportunidade específica para você e a empresa, como um membro do CA
você estará imerso na atividade da empresa e seu contexto de mercado. Você estará constantemente pensando
em maneiras de melhorar o desempenho da empresa, com o intuito de ajudá-la a crescer e expandir.
Espero que o artigo dê alguma luz sobre este tema confuso - por favor, compartilhe e comente.
Postado em 17-1-2013 por Shuki Lehavi em: http://www.linkedin.com/today/post/article/20140426230007-1891115-mentors-
agents-consultants-board-advisors-board-members-and-everything-in-between?trk=mp-reader-card.