SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
I. Título do projeto e autor;
MARAKTUS
um filme de curta-metragem documental
de Gilberto Lyra Filho
II. Resumo do documentário
O documentário tem como objetivo mostrar os dois lados em que transita o Maracatu do
Baque Virado nos centros urbanos. Nascido no Brasil, o Maracatu tem origem na cultura
afro-brasileira e mistura-se ao candomblé da cultura negra. Hoje praticado por jovens
de classe média do Recife, que se encantaram com o maracatu, esses grupos se
reúnem semanalmente. A trama do documentário é mostrar essas duas linhas que
atualmente se misturam em um batuque só. Por meio da fusão entre documentário e
ficção, o filme conta a história de um Jack, juntamente com uma criança que se tornará
um Rei do Maracatu. As raízes negras abrangem de forma tão mais profunda e
culturalmente se predominam sobre o Maracatu; por este motivo, cunham a tradição e
a riqueza cultural.
III. Justificativa para o recorte temático do documentário e para a estratégia de
abordagem
A produção de um filme que tenha como tema o Maracatu de Baque Virado ou
Maracatu Nação é uma forma de resgatar a história e a memória da cultura do povo
afro-brasileiro.
O Maracatu Nação também tem origem nas coroações de rainhas e reis negros
denominados Reis do Congo, a raiz dessa história africana é mantida, em especial, pelo
Maracatu, essa manifestação artística de modelo europeu e espírito africano, num
movimento de luta, resistência e preservação das práticas culturais afro-brasileiras.
A batida do Maracatu é algo único, os instrumentos tarol, caixa de guerra,
mineiro, agbê, gonguê e alfaias juntos dão o ritmo a essa manifestação que reúne
música e dança. A música do Maracatu neste documentário é experienciada pelo seu
lado místico.
O Maracatu Nação reúne brincantes de distintas classes sociais e orientações
religiosas, e por mesclar experiências tão diferentes, este documentário também
transitará entre os estilos documental e ficcional.
A narrativa documental como forma de dar visibilidade ao real, que relações esta
manifestação tradicional do estado de Pernambuco propicia, enquanto a narrativa
ficcional é uma possibilidade de dar espaço ao imaginário desse universo lúdico ao qual
o maracatu nos convida adentrar. O elo entre o documentário e a ficção será legitimado
por reflexões filosóficas construídas com alicerces reais e a própria experiência de vida
daqueles que mantem viva a tradição do Maracatu Nação.
IV. Proposta narrativa e estética do documentário
O tema do maracatu será abordado nesta produção cinematográfica a partir de
uma narrativa reflexiva, ou seja, o diálogo dos personagens e do narrador envolve-se
com uma narrativa ora documental ora ficcional. O documental como um momento onde
dar-se voz aos atores do maracatu, enquanto a trama ficcional nos conduz, num texto
narrativo, a olhares que envolvem a relação do maracatu com seus membros no dia a
dia. A ideia é levar ao espectador olhares sobre o mundo em que vivemos, um universo,
em particular em Pernambuco, que traz fortes traços da cultura afro-brasileira.
A cultura do maracatu na cidade do Recife, em especial, permitiu a criação do
que chamo de “maracatu universitário”, grupos nos quais seus integrantes dividem-se
em dois segmentos: aqueles que pertencem a classe média e aqueles de raízes do
candomblé. Por esta característica particular, este documentário pretende mostrar os
dois grupos de brincantes do maracatu, porém acentuando que os membros com
ligação a religiosidade afro-brasileira constituem-se como um grupo mais sólido.
Concordamos com o cineasta e teórico Sílvio Da-Rin (2004) que concebe o
documentário como uma construção, uma ficção, desta maneira, é como qualquer outra
produção. Esta concepção reflete um ponto importante para se pensar o documentário.
O documentário como uma obra construída no interior da sua própria criação,
mergulhando numa dada realidade, mediado por um sistema significante.
Os recursos estéticos, portanto, que fazem parte deste projeto vão além das
entrevistas com atores sociais do maracatu e da filmagem de situações cotidianas a um
grupo desta manifestação popular. Ao propor uma narrativa que mescla o documentário
e a ficção pretende-se transitar entre a tênue linha que separa estes estilos
cinematográficos. Para o teórico Bill Nichols (2005) aponta que todo filme é um
documentário, por mais complexa que seja a ficção, ela é criada a partir de uma cada
cultura, tentando criar um ambiente que a reproduza. E neste pensamento, este
documentário aqui proposto utiliza-se dos recursos da ficção como suporte para mostrar
o cotidiano dos integrantes do maracatu, suas atividades fora no grupo.
A perspectiva em relação ao espectador é permitida pela criação de um filme
que desperta o olhar atento e a curiosidade, fazendo de cada sequência uma porta de
acesso a um universo desconhecido do espectador. Um ingresso a um mundo místico,
que questiona frequentemente o espectador acerca da realidade que é revelada, a
própria estrutura temática do filme é colocada em dúvida. Será que o filme consegue
dar todas as respostas que o espectador espera? Estas escolhas estilísticas dão ritmo
ao filme, que atrai o espectador pelo uso de cores fortes e acentuadas, dando a
impressão de vida e fertilidade.
Ao propor trabalhar com a temática do maracatu num documentário de estilo
contemporâneo busca-se dar voz a esses atores culturais de grande expressão em
Pernambuco e na cultura brasileira. A câmera se coloca no lugar do observador e desta
forma conduzirá seu olhar. Durante as cenas documentais, há a preferencia pela
utilização da câmera estática.
O recurso técnico para produção deste documentário conta com captação em
suporte digital de alta definição (HD), com resolução em 1920x1080 pixels, ao utilizar
câmeras com resolução 4k ou HDCAM SR. O áudio e a trilha sonora utilizado no
documentário será mixado em 2.1 estéreo.
V. Estrutura preliminar do roteiro;
MARAKTUS
FILME DE CURTA-METRAGEM DE GILBERTO LYRA FILHO
STORY LINE
Esta é a estória de uma comunidade que está participando do
exercício da música, através do maracatu e que termina em
samba.
PERSONAGENS:
1º BOB, UM JOVEM INTEGRANTE DE UM MARACATU NAÇÃO, ENTRE 5 A 9
ANOS.
2° JACK, UM MESTRE DE UM MARACATU NAÇÃO, ENTRE 45 E 50 ANOS.
3º CARLOS, UM HOMEM COM CERCA DE 30 ANOS.
4º MARILDA, UMA SENHORA COM MAIS DE 65 ANOS, MÃE DE CARLOS.
5º JOSÉ, UM HOMEM COM CERCA DE 25 ANOS.
6º CARMINHA, UMA SENHORA COM CERCA DE 50 ANOS, MÃE DE JOSÉ.
7º BRUNO, UM HOMEM COM CERCA DE 25 ANOS.
8º VALQUÍRIA, UMA MULHER COM CERCA DE 25 ANOS.
9º O GRUPO: RUI, AMANDA, PEDRO E CLARA, TODOS EM TORNO DOS 30
ANOS.
10º JÚLIO, UM HOMEM COM CERCA DE 35 ANOS, DESCENDENTE DE
ESCRAVOS.
11º MURILO, UM SENHOR COM CERCA DE 60 ANOS, UM SÁBIO DO
CANAVIAL.
12º BENJAMIM, UM JOVEM COM CERCA DE 15 ANOS.
13º RAQUEL, UMA GAROTA COM CERCA DE 15 ANOS.
14º JULIANA, UMA MULHER COM CERCA DE 30 ANOS.
15º FLÁVIA, UMA MULHER COM CERCA DE 35 ANOS.
16° O PERSONAGEM, O HOMEM DO ELEVADOR, UM HOMEM COM CERCA DE 40
ANOS.
CAPITULO 1º
CENA 1º
INT. NA RODA DO MARACATU. NOITE
Começa o filme sendo rodado, tomada por cima, filmado no
meio da roda de maracatu.
CENA 2º
EXT. EM UM CANTO A PARTE. NOITE.
BOB
Estava passando por aqui e vi este
som e me encantei com esse batuque.
Tem como o senhor me levar para o
ensaio de vocês, eu queria dar uma
olhada melhor e talvez, quem sabe,
aprender um pouco como é que se
toca isso. Pois há este desejo
muito forte em mim, alguns falam
que eu não devia me envolver com o
batuque do maracatu, eles me
disseram que existe uma força muito
grande nessa estória toda...
JACK
Realmente há esta força, mas a
intensidade quem dá é você, ninguém
poderá mexer em seus limites, só
você. Pois então não há problema
algum, vou te levar sim, mas
primeiro preciso falar com a sua
mãe sobre isso tá?
BOB
Tudo bem, podemos nos encontrar na
terça?
JACK
Oquei, vá com Deus!
CENA 3º (DOCUMENTAL)
JACK explica como se compõe os personagens do Maracatu do Baque
Virado.
CENA 4º
INT. EM CASA. NOITE
CARLOS
Não sei o que foi que deu hoje lá
no maracatu, a zebra foi geral.
Comecei a passar mal, vomitei,
desmaiei; foi o maior sacrifício
que fizeram para eu me levantar.
Puta que o pariu.
MARILDA
Deixe de ser tão exigente com as
coisas que isso tudo passa; a
chatice é a arma do negócio. Mas
não se aborreça mais, tem uma sopa
quente pra você, tome, depois vá
dormir e sem escutar músicas em
alto volume tá? Obrigado!
CENA 5º
INT. EM CASA. NOITE.
JOSÉ
Estava muito bom hoje lá no
maracatu, foi a maior zona
aconteceu de tudo, sei não viu...
CARMINHA
Deixa dessas conversas malucas Zé,
vás arruma o que fazer, se não vou
te dar umas pisa. Dinheiro que é
bom nada. Só vive nessas de
maracatu. VAI TRABALHAR VAGABUNDO!
CENA 6º
EXT. NA CONSTRUÇÃO CIVIL. PÔR DO SOL.
SEGUE UMA NARRAÇÃO: No trabalho, na construção civil, BRUNO
se desentende com o seu patrão e pedi as contas. A CENA É
MOSTRADA DE LONGE.
EM OUTRO INSTANTE.
CENA 7º(DOCUMENTAL)
Um personagem do maracatu, fala sobre a força do Maracatu e
o que ela significa pra ele.
CENA 8°
EXT. CENAS. DIA.
SEGUEM AS CENAS E A NARRATIVA: VALQUÍRIA está viajando para
uma cidade de praia ali próxima no meio da semana. VALQUÍRIA
que também faz parte da banda, se prostitui nos dias de
semana. Mas toca muito bem o maracatu, é uma das melhores do
grupo, ela toca tanto que às vezes nem sabe o que faz.
CAPITULO 2º
CENA 1º
EXT. NA RUA. NOITE.
SEGUE A AÇÃO E NARRATIVA: Voltando pra casa em uma noite de
festa, RUI com AMANDA se encontram com PEDRO e CLARA e tem uma
discussão horrível por causa de CLARA a esposa de PEDRO,que no
dia anterior foi pega aos beijos com RUI. Segue a
sequência.
AMANDA
Sua puta fila de uma égua, vai se
agarrar com o corno do teu marido,
fica me fazendo de corna também.
Você é uma vadia sua puta, sua
rapariga Tapas.
CLARA
Não eu jamais diria isso. Nem pra
você nem pra ninguém.
CENA 2º
EXT. NA RODA DO MARACATU. NOITE.
Cenas do batuque do Maracatu.
SEGUE, PAUSA/ CORTA
CENA 3º
EXT. NA MATA DA CANA DE AÇÚCAR. TARDE.
JÚLIO
Preto, esta cana está cada vez mais
dura de cortar, ou será meus ombros
que estão mais duros para
cortá-las.
MURILO
Talvez seja o corte do teu próprio
pudor que estava mais duro e que só
saberás do sucesso quando escutares
os aplausos
CENA 4º
EXT. NA RODA DO MARACATU. TARDE.
Seguem cenas do batuque do maracatu, por um bom tempo.
CENA 5º (DOCUMENTAL)
Um entrevistado fala das origens do maracatu.
CENA 6º
EXT. PRAÇA DA JAQUEIRA. NOITE.
No Parque da Jaqueira um casal de namorados se beijam
sentados nos bancos da praça, depois dos beijos longos sendo
filmados, segue o diálogo na sequência.
BENJAMIM
Olha só aqueles pássaros, amor...
Estão se beijando também, quando eu
era criança, eu tinha muitos
pássaros em casa, cheguei a ter uns
vinte, quase todos de espécies
diferentes, umas das outras...
RAQUEL
Eu criei um cachorro, ou, aliás;
uma cadela. Que de vez em quando me
dava umas carreiras, mas o seu
despojar e a liberdade desses
animais, tipo, como os cachorros me
excita muito sexualmente, as vezes
eu fico imaginado aquela minha
cadela me lambendo toda e eu
gozando, ai ai, sei não...
BENJAMIM
Você diz estas coisas e também me
excita muito, só de imaginar isso
acontecendo com você, me dá vontade
de comer você todinha.
(Gemidos e beijos dos dois)
CENA 7º
INT. NO ESCRITÓRIO. NOITE
No alto de um prédio comercial começa uma discussão de duas
funcionárias de um banco por causa de um paquera comum entre
as duas, segue o monólogo.
JULIANA
Vá bater na puta que o pariu, sua
vagabunda, sua nojenta...
(Socos, mãozadas e confusão em cena)
CENA 8°
EXT. NA RUA. NOITE.
Vêem uma bicicleta chegando a distante, na rua de uma praça
grande em direção ao personagem de BRUNO à CARLOS. Segue o
diálogo.
BRUNO
O que é que tu estás fazendo aqui o
rapa?
CARLOS
Tô de bobeira.
BRUNO
Estás sabendo o que está se
passando lá na comunidade
CARLOS
Não
BRUNO
Tocaram fogo no clube, tá a maior
confusão, vamos lá comigo!
Os dois vão em direção no caminho para o clube na bicicleta
de BRUNO, chegando lá, está tudo em chamas e mais alguns
colegas lá presentes a observar a chama. Segue a cena...
CAPITULO 3º
CENA 1º
EXT. O INCÊNDIO. NOITE.
JULIANA
Que loucura é essa minha gente,
tocaram fogo em tudo...
JÚLIO
Acho que não vai restar nada...
CLARA
A vida e assim mesmo...
CHEGAM OS BOMBEIROS...
Segue a cena sendo filmada lentamente com o tom de
melancolia...
CENA 2º
EXT. O INCÊNDIO. PELA MANHÃ.
De manhã na quadra.
Alguns vão lá ver os destroços.
CENA 3º(DOCUMENTAL)
Um entrevistado fala da disputa que há entre os diversos
Maracatus.
CENA 4º
EXT. NA MATA DA CANA DE AÇUCAR. DIA.
No canavial, inicia-se, um diálogo entre JÚLIO e MURILO.
JÚLIO
Será que tocaram fogo lá no clube
por vingança de; sei lá; por
inveja, Preto Murilo, realmente
seria este o motivo do incêndio?
MURILO
Eu não sei do que você está
falando...
JÚLIO
O incêndio lá na quadra do nosso
maracatu.
MURILO
Ah, é verdade, eu ouvi falando no
jornal sobre isso, mas é por que
faz já algum tempo que eu não vou
lá. Façamos o seguinte, no próximo
domingo; eu estarei lá, vai ser
muito bom, por que também será um
dia, creio, que quase todos os
maraktus estarão lá, maraktus; você
sabe né, são aquelas pessoas que
fazem parte do maracatu, do nosso
maracatu!
JÚLIO
Combinado então, domingo todos lá!
CENA 5º
EXT. NA RODA DO MARACATU. TARDE/NOITE.
Neste domingo, chegaram todos e será mais um grande encontro
de festa e folia.
Seguem as filmagens, todos chegando para tocar nesta noite o
maracatu, JACK, já está lá, e então começa a
festa!
BOB, de longe, fica observando tudo!
Não há diálogos, todos envoltos se divertindo e tocando o
maracatu!
ALGUM TEMPO DEPOIS...
CAPITULO 4º FINAL
CENA 1º
INT/EXT. NO ESCRITÓRIO. NOITE.
Papeis esvoaçados no banco em que JULIANA trabalha, depois
De toda essa confusão com ela.
JULIANA
Ai me Deus que bagunça ficou tudo
isso, gente, desculpa, mas foi
aquela ordinária da Flávia que fez
tudo isso, gente, desculpa...
SEGUE A CENA JULIANA ARRUMANDO SEUS PAPEIS NA SUA MESA.
CENA 2º
Depois ela pega o elevador, é final de expediente, no
elevador encontra um homem, os dois seguem
conversando, descem até o térreo e saem pela calçada
conversando, estão indo em direção ao carro. DE REPENTE,
PINTA O CLIMA, os dois se beijam em plena calçada.
CENA 3º(DOCUMENTAL)
Um entrevistado do Maracatu, fala e mostra as riquezas do
Maracatu.
CENA 4º
EXT. NA RODA DO MARACATU. PÔR DO SOL.
No grupo de Maracatu, entra um novo integrante, que chama a
atenção!
BOB, vem para o seu primeiro dia à participar do grupo de
maracatu, JACK dá as dicas e ele inicia.
JACK
Vamos lá!
CENA 5º
EXT/INT. CASA DO BOB. TARDE.
A câmera pega ele vindo em direção a sua casa, ele vem a
distante, se aproxima, entra na porta dos fundos e senta num
trono. De repente vem uma câmera de fotografia e bate uma
foto dele, neste instante encerram-se as filmagens.
NARRATIVA: BOB TORNA-SE NESTE MOMENTO, O MAIS
NOVO REI DO MARACATU, NO CANDOMBLÉ.
FIM.

Mais conteúdo relacionado

Destaque

MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)
MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)
MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)Benita Horn
 
6 الفصل الخامس
6 الفصل الخامس6 الفصل الخامس
6 الفصل الخامسAmr Gad
 
Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016
Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016
Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016Alejandro Bacot
 
SOFTWARE EDUCATIVO G COMPRIS
SOFTWARE EDUCATIVO G COMPRISSOFTWARE EDUCATIVO G COMPRIS
SOFTWARE EDUCATIVO G COMPRISINFORMATICA UPEL
 
Resume - Adnan Malik
Resume - Adnan MalikResume - Adnan Malik
Resume - Adnan MalikAdnan Malik
 
10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral
10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral
10 habilidades mas valoradas en el mercado laboralAna RM
 
Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...
Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...
Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...Андрей Вишняков
 
Sky Literature
Sky LiteratureSky Literature
Sky LiteratureAlex Munn
 
Lei municipal 1453 1993-estatuto do servidor público
Lei municipal 1453 1993-estatuto do servidor públicoLei municipal 1453 1993-estatuto do servidor público
Lei municipal 1453 1993-estatuto do servidor públicoGustavo Amorim
 
قبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلم
قبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلمقبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلم
قبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلمIbrahim Ghazal
 
Analisis propuesta general Robótica
Analisis propuesta general RobóticaAnalisis propuesta general Robótica
Analisis propuesta general RobóticaAdriana Sanchez
 
Mapa conceptual
Mapa conceptualMapa conceptual
Mapa conceptualcarma0806
 

Destaque (14)

MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)
MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)
MWD Education Program Honored 012016 FINAL (3)
 
aromatherapy cert
aromatherapy certaromatherapy cert
aromatherapy cert
 
6 الفصل الخامس
6 الفصل الخامس6 الفصل الخامس
6 الفصل الخامس
 
Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016
Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016
Instrucciones de regata mensual enero cnp snipe 2016
 
SOFTWARE EDUCATIVO G COMPRIS
SOFTWARE EDUCATIVO G COMPRISSOFTWARE EDUCATIVO G COMPRIS
SOFTWARE EDUCATIVO G COMPRIS
 
Resume - Adnan Malik
Resume - Adnan MalikResume - Adnan Malik
Resume - Adnan Malik
 
10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral
10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral
10 habilidades mas valoradas en el mercado laboral
 
Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...
Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...
Lenari «Оборудование для активных торговых зон: путь к росту продаж и управле...
 
Sky Literature
Sky LiteratureSky Literature
Sky Literature
 
Lei municipal 1453 1993-estatuto do servidor público
Lei municipal 1453 1993-estatuto do servidor públicoLei municipal 1453 1993-estatuto do servidor público
Lei municipal 1453 1993-estatuto do servidor público
 
قبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلم
قبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلمقبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلم
قبس من هدي رسول الله صلي الله عليه و سلم
 
Analisis propuesta general Robótica
Analisis propuesta general RobóticaAnalisis propuesta general Robótica
Analisis propuesta general Robótica
 
A história dos desejos
A história dos desejosA história dos desejos
A história dos desejos
 
Mapa conceptual
Mapa conceptualMapa conceptual
Mapa conceptual
 

Semelhante a Maraktus

Cultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptx
Cultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptxCultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptx
Cultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptxEdileneJeronimo1
 
A Carroça dos Sonhos e os Saltimbancos
A Carroça dos Sonhos e os SaltimbancosA Carroça dos Sonhos e os Saltimbancos
A Carroça dos Sonhos e os SaltimbancosJeffie Lopes
 
ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBE
ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS  INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBEANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS  INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBE
ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBEBreados Online
 
A História do Negro no Cinema
A História do Negro no CinemaA História do Negro no Cinema
A História do Negro no CinemaContinenteAfrica
 
O Cangaço no Cinema Brasileiro
O Cangaço no Cinema BrasileiroO Cangaço no Cinema Brasileiro
O Cangaço no Cinema BrasileiroHerlon Chaves
 
Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10
Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10
Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10Bahia Afro Film Festival
 
Piratas de galochas compilação teórica (1)
Piratas de galochas   compilação teórica (1)Piratas de galochas   compilação teórica (1)
Piratas de galochas compilação teórica (1)coletivodegalochas
 
Programação Cultura
Programação CulturaProgramação Cultura
Programação Culturavalmirsouto
 
Medeiros carneiro faustini bate bola
Medeiros carneiro faustini bate bolaMedeiros carneiro faustini bate bola
Medeiros carneiro faustini bate bolaDouglas Evangelista
 
CINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITAR
CINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITARCINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITAR
CINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITARGerts_UFS
 
Quanto valeoue porquilo-
Quanto valeoue porquilo-Quanto valeoue porquilo-
Quanto valeoue porquilo-Juliana Tolêdo
 

Semelhante a Maraktus (20)

Cultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptx
Cultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptxCultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptx
Cultura Negra no documentário _AmarElo _ É tudo Pra Ontem_.pptx
 
Roteiro americano
Roteiro americanoRoteiro americano
Roteiro americano
 
Doc 1
Doc 1Doc 1
Doc 1
 
Mostra au..[1]
Mostra au..[1]Mostra au..[1]
Mostra au..[1]
 
Mostra au..[1]
Mostra au..[1]Mostra au..[1]
Mostra au..[1]
 
A Carroça dos Sonhos e os Saltimbancos
A Carroça dos Sonhos e os SaltimbancosA Carroça dos Sonhos e os Saltimbancos
A Carroça dos Sonhos e os Saltimbancos
 
ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBE
ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS  INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBEANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS  INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBE
ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBE
 
A História do Negro no Cinema
A História do Negro no CinemaA História do Negro no Cinema
A História do Negro no Cinema
 
O Cangaço no Cinema Brasileiro
O Cangaço no Cinema BrasileiroO Cangaço no Cinema Brasileiro
O Cangaço no Cinema Brasileiro
 
Fi
FiFi
Fi
 
Programação iii baff em acupe
Programação iii baff em acupe Programação iii baff em acupe
Programação iii baff em acupe
 
Resultado prodecine 05 2016 1
Resultado prodecine 05 2016 1Resultado prodecine 05 2016 1
Resultado prodecine 05 2016 1
 
Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10
Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10
Baff mostra convidados com sinopses 07.05.10
 
Piratas de galochas compilação teórica (1)
Piratas de galochas   compilação teórica (1)Piratas de galochas   compilação teórica (1)
Piratas de galochas compilação teórica (1)
 
Programação Cultura
Programação CulturaProgramação Cultura
Programação Cultura
 
Medeiros carneiro faustini bate bola
Medeiros carneiro faustini bate bolaMedeiros carneiro faustini bate bola
Medeiros carneiro faustini bate bola
 
CINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITAR
CINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITARCINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITAR
CINEMA, MEMÓRIA E DITADURA CIVIL-MILITAR
 
Centraldobrasil
CentraldobrasilCentraldobrasil
Centraldobrasil
 
Quanto valeoue porquilo-
Quanto valeoue porquilo-Quanto valeoue porquilo-
Quanto valeoue porquilo-
 
Filme avatar
Filme avatarFilme avatar
Filme avatar
 

Maraktus

  • 1. I. Título do projeto e autor; MARAKTUS um filme de curta-metragem documental de Gilberto Lyra Filho II. Resumo do documentário O documentário tem como objetivo mostrar os dois lados em que transita o Maracatu do Baque Virado nos centros urbanos. Nascido no Brasil, o Maracatu tem origem na cultura afro-brasileira e mistura-se ao candomblé da cultura negra. Hoje praticado por jovens de classe média do Recife, que se encantaram com o maracatu, esses grupos se reúnem semanalmente. A trama do documentário é mostrar essas duas linhas que atualmente se misturam em um batuque só. Por meio da fusão entre documentário e ficção, o filme conta a história de um Jack, juntamente com uma criança que se tornará um Rei do Maracatu. As raízes negras abrangem de forma tão mais profunda e culturalmente se predominam sobre o Maracatu; por este motivo, cunham a tradição e a riqueza cultural. III. Justificativa para o recorte temático do documentário e para a estratégia de abordagem A produção de um filme que tenha como tema o Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação é uma forma de resgatar a história e a memória da cultura do povo afro-brasileiro. O Maracatu Nação também tem origem nas coroações de rainhas e reis negros denominados Reis do Congo, a raiz dessa história africana é mantida, em especial, pelo Maracatu, essa manifestação artística de modelo europeu e espírito africano, num movimento de luta, resistência e preservação das práticas culturais afro-brasileiras. A batida do Maracatu é algo único, os instrumentos tarol, caixa de guerra, mineiro, agbê, gonguê e alfaias juntos dão o ritmo a essa manifestação que reúne música e dança. A música do Maracatu neste documentário é experienciada pelo seu lado místico.
  • 2. O Maracatu Nação reúne brincantes de distintas classes sociais e orientações religiosas, e por mesclar experiências tão diferentes, este documentário também transitará entre os estilos documental e ficcional. A narrativa documental como forma de dar visibilidade ao real, que relações esta manifestação tradicional do estado de Pernambuco propicia, enquanto a narrativa ficcional é uma possibilidade de dar espaço ao imaginário desse universo lúdico ao qual o maracatu nos convida adentrar. O elo entre o documentário e a ficção será legitimado por reflexões filosóficas construídas com alicerces reais e a própria experiência de vida daqueles que mantem viva a tradição do Maracatu Nação. IV. Proposta narrativa e estética do documentário O tema do maracatu será abordado nesta produção cinematográfica a partir de uma narrativa reflexiva, ou seja, o diálogo dos personagens e do narrador envolve-se com uma narrativa ora documental ora ficcional. O documental como um momento onde dar-se voz aos atores do maracatu, enquanto a trama ficcional nos conduz, num texto narrativo, a olhares que envolvem a relação do maracatu com seus membros no dia a dia. A ideia é levar ao espectador olhares sobre o mundo em que vivemos, um universo, em particular em Pernambuco, que traz fortes traços da cultura afro-brasileira. A cultura do maracatu na cidade do Recife, em especial, permitiu a criação do que chamo de “maracatu universitário”, grupos nos quais seus integrantes dividem-se em dois segmentos: aqueles que pertencem a classe média e aqueles de raízes do candomblé. Por esta característica particular, este documentário pretende mostrar os dois grupos de brincantes do maracatu, porém acentuando que os membros com ligação a religiosidade afro-brasileira constituem-se como um grupo mais sólido. Concordamos com o cineasta e teórico Sílvio Da-Rin (2004) que concebe o documentário como uma construção, uma ficção, desta maneira, é como qualquer outra produção. Esta concepção reflete um ponto importante para se pensar o documentário. O documentário como uma obra construída no interior da sua própria criação, mergulhando numa dada realidade, mediado por um sistema significante. Os recursos estéticos, portanto, que fazem parte deste projeto vão além das entrevistas com atores sociais do maracatu e da filmagem de situações cotidianas a um grupo desta manifestação popular. Ao propor uma narrativa que mescla o documentário e a ficção pretende-se transitar entre a tênue linha que separa estes estilos cinematográficos. Para o teórico Bill Nichols (2005) aponta que todo filme é um documentário, por mais complexa que seja a ficção, ela é criada a partir de uma cada
  • 3. cultura, tentando criar um ambiente que a reproduza. E neste pensamento, este documentário aqui proposto utiliza-se dos recursos da ficção como suporte para mostrar o cotidiano dos integrantes do maracatu, suas atividades fora no grupo. A perspectiva em relação ao espectador é permitida pela criação de um filme que desperta o olhar atento e a curiosidade, fazendo de cada sequência uma porta de acesso a um universo desconhecido do espectador. Um ingresso a um mundo místico, que questiona frequentemente o espectador acerca da realidade que é revelada, a própria estrutura temática do filme é colocada em dúvida. Será que o filme consegue dar todas as respostas que o espectador espera? Estas escolhas estilísticas dão ritmo ao filme, que atrai o espectador pelo uso de cores fortes e acentuadas, dando a impressão de vida e fertilidade. Ao propor trabalhar com a temática do maracatu num documentário de estilo contemporâneo busca-se dar voz a esses atores culturais de grande expressão em Pernambuco e na cultura brasileira. A câmera se coloca no lugar do observador e desta forma conduzirá seu olhar. Durante as cenas documentais, há a preferencia pela utilização da câmera estática. O recurso técnico para produção deste documentário conta com captação em suporte digital de alta definição (HD), com resolução em 1920x1080 pixels, ao utilizar câmeras com resolução 4k ou HDCAM SR. O áudio e a trilha sonora utilizado no documentário será mixado em 2.1 estéreo. V. Estrutura preliminar do roteiro; MARAKTUS FILME DE CURTA-METRAGEM DE GILBERTO LYRA FILHO STORY LINE Esta é a estória de uma comunidade que está participando do exercício da música, através do maracatu e que termina em samba. PERSONAGENS: 1º BOB, UM JOVEM INTEGRANTE DE UM MARACATU NAÇÃO, ENTRE 5 A 9 ANOS. 2° JACK, UM MESTRE DE UM MARACATU NAÇÃO, ENTRE 45 E 50 ANOS. 3º CARLOS, UM HOMEM COM CERCA DE 30 ANOS. 4º MARILDA, UMA SENHORA COM MAIS DE 65 ANOS, MÃE DE CARLOS. 5º JOSÉ, UM HOMEM COM CERCA DE 25 ANOS. 6º CARMINHA, UMA SENHORA COM CERCA DE 50 ANOS, MÃE DE JOSÉ. 7º BRUNO, UM HOMEM COM CERCA DE 25 ANOS. 8º VALQUÍRIA, UMA MULHER COM CERCA DE 25 ANOS.
  • 4. 9º O GRUPO: RUI, AMANDA, PEDRO E CLARA, TODOS EM TORNO DOS 30 ANOS. 10º JÚLIO, UM HOMEM COM CERCA DE 35 ANOS, DESCENDENTE DE ESCRAVOS. 11º MURILO, UM SENHOR COM CERCA DE 60 ANOS, UM SÁBIO DO CANAVIAL. 12º BENJAMIM, UM JOVEM COM CERCA DE 15 ANOS. 13º RAQUEL, UMA GAROTA COM CERCA DE 15 ANOS. 14º JULIANA, UMA MULHER COM CERCA DE 30 ANOS. 15º FLÁVIA, UMA MULHER COM CERCA DE 35 ANOS. 16° O PERSONAGEM, O HOMEM DO ELEVADOR, UM HOMEM COM CERCA DE 40 ANOS. CAPITULO 1º CENA 1º INT. NA RODA DO MARACATU. NOITE Começa o filme sendo rodado, tomada por cima, filmado no meio da roda de maracatu. CENA 2º EXT. EM UM CANTO A PARTE. NOITE. BOB Estava passando por aqui e vi este som e me encantei com esse batuque. Tem como o senhor me levar para o ensaio de vocês, eu queria dar uma olhada melhor e talvez, quem sabe, aprender um pouco como é que se toca isso. Pois há este desejo muito forte em mim, alguns falam que eu não devia me envolver com o batuque do maracatu, eles me disseram que existe uma força muito grande nessa estória toda... JACK Realmente há esta força, mas a intensidade quem dá é você, ninguém poderá mexer em seus limites, só você. Pois então não há problema algum, vou te levar sim, mas primeiro preciso falar com a sua mãe sobre isso tá? BOB Tudo bem, podemos nos encontrar na terça? JACK Oquei, vá com Deus! CENA 3º (DOCUMENTAL)
  • 5. JACK explica como se compõe os personagens do Maracatu do Baque Virado. CENA 4º INT. EM CASA. NOITE CARLOS Não sei o que foi que deu hoje lá no maracatu, a zebra foi geral. Comecei a passar mal, vomitei, desmaiei; foi o maior sacrifício que fizeram para eu me levantar. Puta que o pariu. MARILDA Deixe de ser tão exigente com as coisas que isso tudo passa; a chatice é a arma do negócio. Mas não se aborreça mais, tem uma sopa quente pra você, tome, depois vá dormir e sem escutar músicas em alto volume tá? Obrigado! CENA 5º INT. EM CASA. NOITE. JOSÉ Estava muito bom hoje lá no maracatu, foi a maior zona aconteceu de tudo, sei não viu... CARMINHA Deixa dessas conversas malucas Zé, vás arruma o que fazer, se não vou te dar umas pisa. Dinheiro que é bom nada. Só vive nessas de maracatu. VAI TRABALHAR VAGABUNDO! CENA 6º EXT. NA CONSTRUÇÃO CIVIL. PÔR DO SOL. SEGUE UMA NARRAÇÃO: No trabalho, na construção civil, BRUNO se desentende com o seu patrão e pedi as contas. A CENA É MOSTRADA DE LONGE. EM OUTRO INSTANTE. CENA 7º(DOCUMENTAL) Um personagem do maracatu, fala sobre a força do Maracatu e o que ela significa pra ele. CENA 8° EXT. CENAS. DIA. SEGUEM AS CENAS E A NARRATIVA: VALQUÍRIA está viajando para uma cidade de praia ali próxima no meio da semana. VALQUÍRIA
  • 6. que também faz parte da banda, se prostitui nos dias de semana. Mas toca muito bem o maracatu, é uma das melhores do grupo, ela toca tanto que às vezes nem sabe o que faz. CAPITULO 2º CENA 1º EXT. NA RUA. NOITE. SEGUE A AÇÃO E NARRATIVA: Voltando pra casa em uma noite de festa, RUI com AMANDA se encontram com PEDRO e CLARA e tem uma discussão horrível por causa de CLARA a esposa de PEDRO,que no dia anterior foi pega aos beijos com RUI. Segue a sequência. AMANDA Sua puta fila de uma égua, vai se agarrar com o corno do teu marido, fica me fazendo de corna também. Você é uma vadia sua puta, sua rapariga Tapas. CLARA Não eu jamais diria isso. Nem pra você nem pra ninguém. CENA 2º EXT. NA RODA DO MARACATU. NOITE. Cenas do batuque do Maracatu. SEGUE, PAUSA/ CORTA CENA 3º EXT. NA MATA DA CANA DE AÇÚCAR. TARDE. JÚLIO Preto, esta cana está cada vez mais dura de cortar, ou será meus ombros que estão mais duros para cortá-las. MURILO Talvez seja o corte do teu próprio pudor que estava mais duro e que só saberás do sucesso quando escutares os aplausos CENA 4º EXT. NA RODA DO MARACATU. TARDE. Seguem cenas do batuque do maracatu, por um bom tempo. CENA 5º (DOCUMENTAL) Um entrevistado fala das origens do maracatu. CENA 6º
  • 7. EXT. PRAÇA DA JAQUEIRA. NOITE. No Parque da Jaqueira um casal de namorados se beijam sentados nos bancos da praça, depois dos beijos longos sendo filmados, segue o diálogo na sequência. BENJAMIM Olha só aqueles pássaros, amor... Estão se beijando também, quando eu era criança, eu tinha muitos pássaros em casa, cheguei a ter uns vinte, quase todos de espécies diferentes, umas das outras... RAQUEL Eu criei um cachorro, ou, aliás; uma cadela. Que de vez em quando me dava umas carreiras, mas o seu despojar e a liberdade desses animais, tipo, como os cachorros me excita muito sexualmente, as vezes eu fico imaginado aquela minha cadela me lambendo toda e eu gozando, ai ai, sei não... BENJAMIM Você diz estas coisas e também me excita muito, só de imaginar isso acontecendo com você, me dá vontade de comer você todinha. (Gemidos e beijos dos dois) CENA 7º INT. NO ESCRITÓRIO. NOITE No alto de um prédio comercial começa uma discussão de duas funcionárias de um banco por causa de um paquera comum entre as duas, segue o monólogo. JULIANA Vá bater na puta que o pariu, sua vagabunda, sua nojenta... (Socos, mãozadas e confusão em cena) CENA 8° EXT. NA RUA. NOITE. Vêem uma bicicleta chegando a distante, na rua de uma praça grande em direção ao personagem de BRUNO à CARLOS. Segue o diálogo. BRUNO O que é que tu estás fazendo aqui o rapa? CARLOS Tô de bobeira.
  • 8. BRUNO Estás sabendo o que está se passando lá na comunidade CARLOS Não BRUNO Tocaram fogo no clube, tá a maior confusão, vamos lá comigo! Os dois vão em direção no caminho para o clube na bicicleta de BRUNO, chegando lá, está tudo em chamas e mais alguns colegas lá presentes a observar a chama. Segue a cena... CAPITULO 3º CENA 1º EXT. O INCÊNDIO. NOITE. JULIANA Que loucura é essa minha gente, tocaram fogo em tudo... JÚLIO Acho que não vai restar nada... CLARA A vida e assim mesmo... CHEGAM OS BOMBEIROS... Segue a cena sendo filmada lentamente com o tom de melancolia... CENA 2º EXT. O INCÊNDIO. PELA MANHÃ. De manhã na quadra. Alguns vão lá ver os destroços. CENA 3º(DOCUMENTAL) Um entrevistado fala da disputa que há entre os diversos Maracatus. CENA 4º EXT. NA MATA DA CANA DE AÇUCAR. DIA. No canavial, inicia-se, um diálogo entre JÚLIO e MURILO. JÚLIO Será que tocaram fogo lá no clube por vingança de; sei lá; por inveja, Preto Murilo, realmente seria este o motivo do incêndio? MURILO
  • 9. Eu não sei do que você está falando... JÚLIO O incêndio lá na quadra do nosso maracatu. MURILO Ah, é verdade, eu ouvi falando no jornal sobre isso, mas é por que faz já algum tempo que eu não vou lá. Façamos o seguinte, no próximo domingo; eu estarei lá, vai ser muito bom, por que também será um dia, creio, que quase todos os maraktus estarão lá, maraktus; você sabe né, são aquelas pessoas que fazem parte do maracatu, do nosso maracatu! JÚLIO Combinado então, domingo todos lá! CENA 5º EXT. NA RODA DO MARACATU. TARDE/NOITE. Neste domingo, chegaram todos e será mais um grande encontro de festa e folia. Seguem as filmagens, todos chegando para tocar nesta noite o maracatu, JACK, já está lá, e então começa a festa! BOB, de longe, fica observando tudo! Não há diálogos, todos envoltos se divertindo e tocando o maracatu! ALGUM TEMPO DEPOIS... CAPITULO 4º FINAL CENA 1º INT/EXT. NO ESCRITÓRIO. NOITE. Papeis esvoaçados no banco em que JULIANA trabalha, depois De toda essa confusão com ela. JULIANA Ai me Deus que bagunça ficou tudo isso, gente, desculpa, mas foi aquela ordinária da Flávia que fez tudo isso, gente, desculpa... SEGUE A CENA JULIANA ARRUMANDO SEUS PAPEIS NA SUA MESA. CENA 2º Depois ela pega o elevador, é final de expediente, no elevador encontra um homem, os dois seguem conversando, descem até o térreo e saem pela calçada
  • 10. conversando, estão indo em direção ao carro. DE REPENTE, PINTA O CLIMA, os dois se beijam em plena calçada. CENA 3º(DOCUMENTAL) Um entrevistado do Maracatu, fala e mostra as riquezas do Maracatu. CENA 4º EXT. NA RODA DO MARACATU. PÔR DO SOL. No grupo de Maracatu, entra um novo integrante, que chama a atenção! BOB, vem para o seu primeiro dia à participar do grupo de maracatu, JACK dá as dicas e ele inicia. JACK Vamos lá! CENA 5º EXT/INT. CASA DO BOB. TARDE. A câmera pega ele vindo em direção a sua casa, ele vem a distante, se aproxima, entra na porta dos fundos e senta num trono. De repente vem uma câmera de fotografia e bate uma foto dele, neste instante encerram-se as filmagens. NARRATIVA: BOB TORNA-SE NESTE MOMENTO, O MAIS NOVO REI DO MARACATU, NO CANDOMBLÉ. FIM.