O documento descreve a estrutura interna e externa do poema épico "Os Lusíadas", de Luís de Camões. A estrutura externa divide-se em 10 cantos com estrofes em oitava rima. A estrutura interna inclui a proposição, invocação, dedicatória ao rei D. Sebastião pedindo inspiração para cantar feitos heroicos, e termina com uma exortação ao rei.
1. Epopeia
Poema longo que narra as ações e os feitos memoráveis de um
herói fictício ou de um personagem histórico.
Com linguagem rebuscada, a epopeia pode ser escrita em verso ou em
prosa, mas o mais importante é a grandiosidade da sua narrativa
3. Estrutura Externa d'Os Lusíadas
A obra divide-se em dez partes, às quais se chamam cantos. Cada canto tem um número variável de
estrofes (em média de 110). O canto mais longo é o X, com 156 estrofes.
As estrofes são oitavas, portanto constituídas por oito versos. Cada verso é constituído por dez sílabas
métricas; nas sua maioria, os versos são heróicos (acentuados nas sextas e décimas sílabas).
O esquema rimático é o mesmo em todas as estrofes da obra, sendo portanto, rima cruzada nos seis
primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (ABABABCC).
Na contagem de sílabas poéticas esta é sempre a última que vale para o número final
Exemplo
Que/ fa/ço/ com a/ mi/nha/ ca/ra/ de/ ín/dia? (10 sílabas poéticas)
E/ meus/ ca/be/los (4 sílabas poéticas)
E/ mi/nhas/ ru/gas (4 sílabas poéticas)
E/ mi/nha his/tó/ria (4 sílabas poéticas)
E/ meus/ se/gre/dos? (4 sílabas poéticas)
4. Estrutura Interna d'Os Lusíadas
Proposição
Canto I, est. 1-3, em que Camões propõe-se cantar as grandes vitórias e os homens ilustres - “as armas e os
barões assinalados”; as conquistas e navegações no Oriente (reinados de D. Manuel e de D. João III); as
vitórias em África e na Ásia desde D. João a D. Manuel, que dilataram “a fé e o império”; e, por último, todos
aqueles que pelas suas obras valorosas “se vão da lei da morte libertando”, todos aqueles que mereceram e
merecem a “imortalidade” na memória dos homens.
Invocação
Canto I, est. 4-5, o poeta pede ajuda a entidades mitológicas, chamadas musas. Para além das estâncias 4 e
5, onde o poeta se dirige às Tágides, isso acontece várias vezes ao longo do poema, sempre que o autor
precisa de inspiração:
Dedicatória
Canto I, est. 6-18, é a dedicatória do poema a D. Sebastião, que encara toda a esperança do poeta, que quer
ver nele um monarca poderoso, capaz de retomar “a dilatação da fé e do império” e de ultrapassar a crise do
momento.
Termina com uma exortação ao rei para que também se torne digno de ser cantado, prosseguindo as lutas
contra os Mouros.
A dedicatória tem uma estrutura tipicamente clássica:
5. Exórdio (est. 6-8) - início do discurso;
Exposição (est. 9-11) - corpo do discurso;
Confirmação (est. 12-14) - onde são apresentados os exemplos;
Peroração (est. 15-17) - espécie de recapitulação ou remate;
Epílogo (est. 18) - conclusão.