A escassez de mão de obra qualificada na indústria da construção deve persistir por 5 a 8 anos. Uma pesquisa da CNI mostrou que 74% das empresas do setor têm dificuldade com a falta de especialização profissional. A alta rotatividade de funcionários e a má qualidade da educação básica dificultam os investimentos das empresas em qualificação.
CNI & SINICON - Falta de mão de obra qualificada deve persistir por no mínimo 5 anos
1. Na CNI: "Falta de mão de obra qualificada deve
persistir por no mínimo cinco anos, diz
especialista"
SÃO PAULO - A escassez de mão de obra especializada na indústria da construção deve
perdurar de cinco a oito anos, é o que afirma o diretor da consultoria Capella RH,
Fernando Montero Capella, ao repercutir os dados da Sondagem Especial falta de
trabalhador qualificado, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),
divulgados nesta quinta-feira (8). Segundo a pesquisa, 74% das empresas do setor têm
dificuldade com a falta de especialização profissional.
Temos estimulado os estudantes que estão optando por carreiras profissionais a
buscarem a engenharia, principalmente na área civil ou especializações nesta área,
porque tem sido uma das melhores e mais bem pagas , diz Capella. São profissionais
escassos no mercado. Muitas vezes as empresas buscam no mercado internacional ou
trazem profissionais já aposentados para reingressar no mercado, para atender a
demanda que os jovens não conseguem por falta de qualificação necessária , continua.
A observação de Capela pode ser comprovada pelos números da pesquisa. Das 424
empresas entrevistadas dos setores de obras de infraestrutura, de construção de edifícios
e de serviços especializados, 68% afirmam que realizam a capacitação na própria
empresa, 42% utilizam a terceirização das etapas do processo de construção ou
prestação de serviço e 42% fazem uso do fortalecimento da política de retenção do
trabalhador por meio de salários e benefícios.
De acordo com 61% dos empresários entrevistados, a principal dificuldade para investir
em qualificação dos trabalhadores é a alta rotatividade dos funcionários. Já o baixo
interesse dos trabalhadores na qualificação é o segundo problema mais lembrado pelas
empresas (47%), seguido pela má qualidade da educação básica (44%). Muitas
contratações são para obras específicas, o que demanda contratos temporários de
emprego , diz o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato
Fonseca. Para ele, além disso, a má qualidade da educação básica exige maior esforço
da empresa e do empregado para a qualificação profissional.
Mesmo tendo havido certa recuperação do cursos de engenharia, nos últimos três anos ,
quando os jovens estão voltados à área como uma das primeiras opções de carreiras nas
universidades, esse movimento vai ter repercussão de médio prazo, e essa falha de mão
de obra tendem a permanecer ainda de cinco a oito anos , conclui Capella ao lembrar que
a engenharia está entre as dez carreiras do Brasil que melhor paga seus profissionais.
Fonte: CNI
25/11/2013