SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Violência contra o idoso (também chamada abuso contra o idoso), é definida
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "um ato único ou repetido, ou falta de
ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento onde exista uma expectativa
de confiança, que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa".[1]
Por
"relacionamento onde exista uma expectativa de confiança", entende-se a proximidade
do idoso com outras pessoas, como cônjuge, parceiro, filho ou outro familiar, amigo,
vizinho ou cuidador, do qual dependa. A violência contra o idoso muitas vezes acontece
no âmbito da violência doméstica ou familiar
Embora exista uma variedade de circunstâncias consideradas como violência contra o
idoso, não se considera aqui, atos criminosos contra pessoas idosas, tais como assaltos
no domicílio ou na rua, com ou sem uso de violência. A OMS tipifica de várias formas a
violência contra o idoso, como abuso financeiro, físico, psicológico e sexual. Segundo a
organização, em estudos publicados em 2017, pelo menos 15,7% das pessoas com
sessenta anos ou mais são submetidas a algum tipo de violência. Afirma ainda que
esses dados provavelmente são subestimados, pois muitos casos de abuso de idosos
não são relatados e que o número de pessoas afetadas tende a aumentar globalmente,
pois muitos países enfrentam índices de envelhecimento rápido das suas
populações.[1]
Ainda segundo a OMS, um em cada seis idosos é vítima de algum tipo
de violência em todo o mundo.[2]
Embora existam formas comuns de abuso de idosos em todas as nações, também
existem manifestações únicas, baseadas na história, tradição, cultura, poder econômico
e percepções sociais de pessoas idosas, dentro das próprias nações. O denominador
comum básico é o uso de poder e controle por um indivíduo para afetar o bem-estar de
outro, mais idoso. Existem vários tipos de abuso de pessoas mais velhas, que
geralmente são reconhecidas como abuso de idosos.[3]
 Físico: bater, perfurar, queimar, empurrar, chutar, reter, enclausurar, ou dar
medicação de forma errada, ou deixar de dar o tratamento e a medicação.
 Psicológico/emocional: humilhar, coagir. Um tema comum é um perpetrador que
identifica algo que interessa a uma pessoa idosa, usando isso para coagi-la em uma
ação específica. Pode tomar formas verbais, como gritar, ofender, ridicularizar ,
criticar constantemente , acusar, culpar ou formas não verbais, como ignorar,
silenciar, abandonar ou não demonstrar qualquer afetividade.
 Abuso financeiro: também conhecido como exploração financeira, envolvendo a
apropriação indevida de recursos financeiros por membros da família, cuidadores
ou estranhos, ou o uso de meios financeiros para controlar a pessoa ou facilitar
outros tipos de abuso.
 Sexual: forçar uma pessoa idosa a participar de qualquer atividade sexual sem o
seu consentimento, inclusive obrigando-os a participar de conversas de natureza
sexual contra sua vontade; também pode incluir situações em que a pessoa já não
pode dar o seu consentimento (demência).
 Negligência: privar uma pessoa idosa de tratamento médico adequado, alimentos,
conforto, roupas, ou medicamentos essenciais. Privá-la dos serviços necessários,
com o intuito de forçar certos tipos de ações, por exemplo com objetivos financeiros.
A negligência pode incluir deixar a pessoa idosa em risco, por exemplo, risco de
queda, sem vigilância. A privação pode ser intencional (negligência ativa) ou
acontecer por falta de conhecimento ou recursos (negligência passiva).
Sinais de alerta[editar | editar código-fonte]
A chave para a prevenção e intervenção do abuso de idosos é a capacidade de
reconhecer os sinais de alerta de sua ocorrência. Sinais de abuso de idosos diferem
dependendo do tipo de abuso que a vítima está sofrendo. Cada tipo de abuso tem sinais
distintos associados a ele.
 O abuso físico pode ser detectado por sinais visíveis no corpo, incluindo
hematomas, cicatrizes, entorses ou ossos quebrados. Indicações mais sutis de
abuso físico incluem sinais de restrição, como marcas de corda no pulso ou óculos
quebrados.[4]
 O abuso emocional frequentemente acompanha os outros tipos de abuso e
geralmente pode ser detectado por mudanças na personalidade ou comportamento.
O idoso também pode exibir comportamento similar a demência, como balançar ou
murmurar.[4]
 A exploração financeira é uma forma mais sutil de abuso, em comparação com
outros tipos, e pode ser mais difícil de se notar. Sinais de exploração financeira
incluem saques significativos de contas bancárias, pertences ou dinheiro perdido na
casa, contas não pagas e bens ou serviços desnecessários.[4]
 O abuso sexual, como o abuso físico, pode ser detectado por sinais visíveis no
corpo, especialmente em torno dos seios ou área genital. Outros sinais incluem
infecções inexplicáveis, sangramento e roupas rasgadas.[4]
 A negligência é um tipo de abuso na medida em que pode ser infligido pelo cuidador
ou por si mesmo. Os sinais de negligência incluem desnutrição e desidratação, falta
de higiene, descumprimento na ministração de medicamentos e condições de vida
inseguras.[4]
Além de observar sinais no indivíduo idoso, o abuso também pode ser detectado
monitorando mudanças no comportamento do cuidador. Por exemplo, o cuidador pode
não permitir que eles falem ou recebam visitantes, exibam indiferença ou falta de carinho
para a pessoa idosa, ou se referem ao idoso como "um fardo". Os cuidadores que têm
história de abuso de substâncias químicas ou doenças mentais são mais propensos a
cometer abuso de idosos do que outros indivíduos.[5]
O abuso às vezes pode ser sutil e, portanto, difícil de detectar. Independentemente
disso, as organizações de conscientização e pesquisa aconselham a tomar qualquer
suspeita com seriedade e atender as preocupações de forma adequada e imediata. O
abuso de idosos pelos cuidadores é um problema mundial. Em 2002, a OMS chamou a
atenção internacional para a questão do abuso de idosos.[6]
Ao longo dos anos,
agências governamentais e grupos profissionais de comunidades em todo o mundo,
especificaram o abuso de idosos como um problema social.[7]
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 1.º de outubro, o Dia
Internacional do Idoso.[8]
Consequências para a saúde[editar | editar código-fonte]
As consequências para a saúde do abuso de idosos são graves. O abuso de idosos
pode destruir a qualidade de vida de uma pessoa idosa sob as formas de:[9]
 Diminuição das habilidades funcionais
 Maior dependência
 Aumento da sensação de desamparo
 Maior estresse
 Piora do declínio psicológico
 Mortalidade prematura e morbidade
 Depressão e demência
 Desnutrição
 Escaras
 Morte
Abusadores comuns[editar | editar código-fonte]
O abusador da pessoa idosa pode ser o cônjuge, parceiro, parente, amigo ou vizinho,
trabalhador voluntário, trabalhador remunerado, praticante, advogado ou qualquer outro
indivíduo com a intenção de privar uma pessoa vulnerável de seus recursos. Os
parentes incluem crianças adultas e seus cônjuges ou parceiros, sua prole e outros
membros da família. Crianças e parentes vivos que têm história de abuso de
substâncias químicas ou que tiveram outros problemas são particularmente
preocupantes. Por exemplo, os indivíduos desempregados e dependentes da pessoa
idosa.[10]
Fatores de risco[editar | editar código-fonte]
Existem vários fatores de risco , que aumentam a probabilidade de uma pessoa idosa
tornar-se uma vítima de abuso. Tais fatores de risco incluem idosos que: [16]
 Tem problemas de memória (como demência)
 Tem deficiências físicas
 Tem depressão, solidão ou falta de apoio social.
 Abusa de álcool ou outras substâncias
 É verbal ou fisicamente combativo com o cuidador
 Tem uma situação de vida compartilhada
Existem também vários fatores de risco , que aumentam a probabilidade de um cuidador
participar do abuso de idosos. Tais fatores de risco para abuso de idosos incluem um
cuidador que:[11]
 Sinta-se oprimido ou ressentido
 Tem uma história de abuso de substâncias químicas ou uma história de abuso de
outros
 Depende da pessoa mais velha para habitação, finanças ou outras necessidades
 Tem problemas de saúde mental
 Está desempregado
 Tem um histórico criminal
Os fatores de risco também podem ser categorizados em níveis individuais, relacionais,
comunitários e socioculturais. A nível individual, os idosos com má saúde física e mental
correm maior risco. No nível de relacionamento, uma situação de vida compartilhada é
um grande risco para os idosos. Viver na mesma área com o agressor leva a uma maior
probabilidade de abuso. Em terceiro lugar, a nível comunitário, o isolamento social é
encapsulado pelos cuidadores. Além disso, alguns fatores de risco socioculturais que
podem contribuir para o abuso de idosos são uma representação de uma pessoa idosa
como fraca e dependente, a falta de recursos para pagar o cuidador, filhos que deixam
os pais idosos sozinhos e a deterioração dos vínculos entre as gerações familiares.[12]
Dificuldades para obter estatísticas[editar | editar código-fonte]
Várias condições tornam difícil para os pesquisadores obter estatísticas precisas sobre
abuso de idosos. Os pesquisadores podem ter dificuldade em obter estatísticas de
abuso de idosos pelas seguintes razões:
 O abuso de pessoas idosas é em grande parte um problema oculto e tende a ser
cometido na privacidade do lar da pessoa idosa, principalmente por seus membros
da família.
 As vítimas muitas vezes não estão dispostas a denunciar seu abuso por medo da
descrença, do medo da perda de independência, de serem internadas, de perder
seu único apoio social (especialmente se o perpetrador é um parente) e medo de
estar sujeito a retaliações futuras pelo(s) perpetrador(es).[13][14][15][16]
 O declínio cognitivo das vítimas e a sua saúde podem impedir que denunciem seus
abusos.[17]
 A falta de treinamento adequado de prestadores de serviços, como assistentes
sociais, autoridades, enfermeiros, etc., sobre o abuso de idosos, portanto, o número
de casos relatados tende a ser baixo.[18]
 A natureza subjetiva do abuso de idosos, que depende em grande parte da
interpretação de alguém.[19]
 Outra razão da falta de estatísticas precisas é o debate sobre se deve incluir auto-
negligência ou não. Muitos não têm certeza se devem ser incluídos, uma vez que
não envolve outra pessoa como abusadora. Aqueles que se opõem à inclusão da
auto-negligência afirmam que é uma forma diferente de abuso e, portanto, não deve
ser incluída nas estatísticas. Devido a esta discrepância e aos outros mencionados
acima, é difícil obter dados precisos sobre o abuso de idosos.[20]
Prevenção[editar | editar código-fonte]
Médicos, enfermeiros e outros profissionais podem desempenhar um papel vital na
assistência a vítimas de abuso de idosos. Estudos realizados em 2008 nos Estados
Unidos, mostraram que pessoas idosas, em média, fazem 13,9 visitas por ano a um
médico.[21]
Embora tenha havido um aumento na conscientização sobre o abuso de
idosos ao longo dos anos, os médicos tendem a informar apenas 2% dos casos. As
razões para a falta de relatórios por parte dos médicos incluem a falta de conhecimento
atualizado sobre as leis de abuso de idosos, a preocupação em irritar o agressor e
arruinar o relacionamento com o paciente idoso, possíveis intimações judiciais, falta de
cooperação de pacientes idosos ou famílias, e falta de tempo e honorários.[9]
Legislação, pesquisas e estatísticas[editar | editar código-fonte]
Países lusófonos[editar | editar código-fonte]
Portugal[editar | editar código-fonte]
Entre 2013 e 2016, houve um aumento de 30% nos crimes contra idosos no país,
segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). A maioria das vítimas
eram mulheres, representando 79,5%, sendo 48,9% dos casos dentro de casa. Os
agressores na maioria eram homens, sendo filhos e cônjuges. Dos casos registrados
em 2016, os casos de maus tratos de natureza psicológica foram os mais recorrentes.[22]
Um estudo realizado em 2014 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo
Jorge (INSA), revelou que 12,3% dos casos conhecidos de violência durante aquele ano
foram contra idosos. Nos casos de violência física, o cônjuge ou companheiro foram os
maiores protagonistas, com 49,5% dos casos; em seguida vinham os filhos,
responsáveis por 30% e as filhas, 8,9%. Estimou-se ainda no estudo, que 64,9% do total
de casos de violência contra idosos não chegaram ao conhecimento das autoridades,
muitas vezes por medo, sensação de impotência, vergonha e até sentimento de culpa.
Entre os fatores de risco apontados, destacou-se a importante dependência dos idosos,
no que se refere aos cuidados. No entanto, em alguns casos, a relação de dependência
era inversa em relação aos membros da família, por exemplo no âmbito financeiro,
habitacional e sustento. Também foram apontados fatores sociais, que levavam ao
comportamento violento, tais como desemprego e divórcio. [23]
Brasil[editar | editar código-fonte]
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 230 menciona: "A família, a sociedade
e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação
na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à
vida. A Política Nacional do Idoso (Lei n.º 8842, de 1994),[24]
que criou o Conselho
Nacional do Idoso, estabelece em seu capítulo IV, § 3º, que "todo cidadão tem o dever
de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência ou desrespeito ao
idoso", e no artigo 10, inciso VI, esclarece o papel da Justiça quanto à pessoa idosa:
(a)"promover e defender os direitos da pessoa idosa"; (b)"zelar pela aplicação das
normas sobre o idoso, determinar ações para evitar abusos e lesões a seus direitos".
O Estatuto do Idoso, criado em 1997, foi a mais recente conquista deste grupo da
sociedade, regulando os direitos assegurados às pessoas com sessenta anos ou mais.
Em seu artigo 99, o Estatuto do Idoso menciona as implicações legais aos que
praticarem violência contra a pessoa idosa: "expor a integridade física ou psíquica do
idoso a perigo resulta em pena de reclusão de dois meses a um ano e multa, com
benefício da suspensão condicional. Se a violência relacionar-se a lesão corporal de
natureza grave, então a pena será de reclusão de um a quatro anos, mas se resultar
em morte, a reclusão será de quatro a doze anos sendo que, nesse caso, não há
benefício da suspensão condicional do processo". Em seu artigo 57, determina que o
profissional da área de saúde que não denunciar uma situação de violência identificada,
será também penalizado. Em São Paulo, a Delegacia do Idoso, criada em 1991, a partir
de 2004, intensificou os atendimentos, que se referiam na maior parte a denúncias de
maus tratos, abandono, ameaça ou apropriação indevida de bens materiais. Os
responsáveis pelos abusos eram os familiares próximos em cerca de 90% dos casos
mais graves. O Distrito Federal criou seções especiais para os idosos nas delegacias
que já existiam.[25]
Segundo estudos da Secretaria dos Direitos Humanos do Brasil em 2015, a cada hora
dois idosos sofriam algum tipo de violência no país, tendo naquele ano, aumentado em
16% o número de registros de ocorrências de algum tipo de violência contra
idosos.[26]
Segundo o estudo, a maior parte das denúncias foi de negligência ou
abandono (77,6%), seguido dos registros de violência psicológica (51,7%), abuso
financeiro (38,9%) e violência física (26,5%).[27]

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Violência contra o idoso.docx

04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)
04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)
04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)Ilva Santana
 
violência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptx
violência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptxviolência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptx
violência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptxKarineRibeiro57
 
Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...
Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...
Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...SulenDeArajoNeves
 
ViolêNcia Na Terceira Idade CóPia
ViolêNcia Na Terceira Idade   CóPiaViolêNcia Na Terceira Idade   CóPia
ViolêNcia Na Terceira Idade CóPiasusana12345
 
Aula sobre violência contra crianças
Aula sobre violência contra criançasAula sobre violência contra crianças
Aula sobre violência contra criançasDiego Alvarez
 
Dossier violência familiar
Dossier violência familiarDossier violência familiar
Dossier violência familiarsaramorgana
 
Catarina cruz -_power_point_brutal
Catarina cruz -_power_point_brutalCatarina cruz -_power_point_brutal
Catarina cruz -_power_point_brutalguest4f2f68
 
Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying? Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying? MuriloMorotti
 
Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-la
Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-laViolência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-la
Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-laThiago de Almeida
 
AUTOMUTILAÇÃO.pptx
AUTOMUTILAÇÃO.pptxAUTOMUTILAÇÃO.pptx
AUTOMUTILAÇÃO.pptxjosefaveloso1
 
Violencia intrafamiliar
Violencia intrafamiliarViolencia intrafamiliar
Violencia intrafamiliarjoanaanm
 
Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)juninho-199
 
Violência Doméstica.
Violência Doméstica.Violência Doméstica.
Violência Doméstica.Dandreia
 
Violência Doméstica
Violência DomésticaViolência Doméstica
Violência DomésticaEspaço Emrc
 

Semelhante a Violência contra o idoso.docx (20)

04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)
04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)
04 violencia.intrafamiliar.contra.o.idoso (1)
 
Abuso
AbusoAbuso
Abuso
 
Aula Bullying .pptx
Aula Bullying .pptxAula Bullying .pptx
Aula Bullying .pptx
 
violência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptx
violência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptxviolência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptx
violência e maus tratos contra o idoso karine Ribeiro.pptx
 
Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...
Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...
Slides sobre a Escuta Especializada no Contexto Escolar - SEDUC RO - resumido...
 
Violência
ViolênciaViolência
Violência
 
ViolêNcia Na Terceira Idade CóPia
ViolêNcia Na Terceira Idade   CóPiaViolêNcia Na Terceira Idade   CóPia
ViolêNcia Na Terceira Idade CóPia
 
Aula sobre violência contra crianças
Aula sobre violência contra criançasAula sobre violência contra crianças
Aula sobre violência contra crianças
 
Projeto da Prof: Eliane de Moraes
Projeto da Prof: Eliane de MoraesProjeto da Prof: Eliane de Moraes
Projeto da Prof: Eliane de Moraes
 
Dossier violência familiar
Dossier violência familiarDossier violência familiar
Dossier violência familiar
 
Catarina cruz -_power_point_brutal
Catarina cruz -_power_point_brutalCatarina cruz -_power_point_brutal
Catarina cruz -_power_point_brutal
 
Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying? Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying?
 
Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-la
Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-laViolência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-la
Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes: o que é e como combatê-la
 
AUTOMUTILAÇÃO.pptx
AUTOMUTILAÇÃO.pptxAUTOMUTILAÇÃO.pptx
AUTOMUTILAÇÃO.pptx
 
Violencia intrafamiliar
Violencia intrafamiliarViolencia intrafamiliar
Violencia intrafamiliar
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 
Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)
 
Violência Doméstica.
Violência Doméstica.Violência Doméstica.
Violência Doméstica.
 
Violência Doméstica
Violência DomésticaViolência Doméstica
Violência Doméstica
 
ABUSO SEXUAL
ABUSO SEXUALABUSO SEXUAL
ABUSO SEXUAL
 

Último

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdfBlendaLima1
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......suporte24hcamin
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholacleanelima11
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 

Violência contra o idoso.docx

  • 1. Violência contra o idoso (também chamada abuso contra o idoso), é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "um ato único ou repetido, ou falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento onde exista uma expectativa de confiança, que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa".[1] Por "relacionamento onde exista uma expectativa de confiança", entende-se a proximidade do idoso com outras pessoas, como cônjuge, parceiro, filho ou outro familiar, amigo, vizinho ou cuidador, do qual dependa. A violência contra o idoso muitas vezes acontece no âmbito da violência doméstica ou familiar Embora exista uma variedade de circunstâncias consideradas como violência contra o idoso, não se considera aqui, atos criminosos contra pessoas idosas, tais como assaltos no domicílio ou na rua, com ou sem uso de violência. A OMS tipifica de várias formas a violência contra o idoso, como abuso financeiro, físico, psicológico e sexual. Segundo a organização, em estudos publicados em 2017, pelo menos 15,7% das pessoas com sessenta anos ou mais são submetidas a algum tipo de violência. Afirma ainda que esses dados provavelmente são subestimados, pois muitos casos de abuso de idosos não são relatados e que o número de pessoas afetadas tende a aumentar globalmente, pois muitos países enfrentam índices de envelhecimento rápido das suas populações.[1] Ainda segundo a OMS, um em cada seis idosos é vítima de algum tipo de violência em todo o mundo.[2] Embora existam formas comuns de abuso de idosos em todas as nações, também existem manifestações únicas, baseadas na história, tradição, cultura, poder econômico e percepções sociais de pessoas idosas, dentro das próprias nações. O denominador comum básico é o uso de poder e controle por um indivíduo para afetar o bem-estar de outro, mais idoso. Existem vários tipos de abuso de pessoas mais velhas, que geralmente são reconhecidas como abuso de idosos.[3]  Físico: bater, perfurar, queimar, empurrar, chutar, reter, enclausurar, ou dar medicação de forma errada, ou deixar de dar o tratamento e a medicação.  Psicológico/emocional: humilhar, coagir. Um tema comum é um perpetrador que identifica algo que interessa a uma pessoa idosa, usando isso para coagi-la em uma ação específica. Pode tomar formas verbais, como gritar, ofender, ridicularizar , criticar constantemente , acusar, culpar ou formas não verbais, como ignorar, silenciar, abandonar ou não demonstrar qualquer afetividade.  Abuso financeiro: também conhecido como exploração financeira, envolvendo a apropriação indevida de recursos financeiros por membros da família, cuidadores ou estranhos, ou o uso de meios financeiros para controlar a pessoa ou facilitar outros tipos de abuso.  Sexual: forçar uma pessoa idosa a participar de qualquer atividade sexual sem o seu consentimento, inclusive obrigando-os a participar de conversas de natureza sexual contra sua vontade; também pode incluir situações em que a pessoa já não pode dar o seu consentimento (demência).  Negligência: privar uma pessoa idosa de tratamento médico adequado, alimentos, conforto, roupas, ou medicamentos essenciais. Privá-la dos serviços necessários, com o intuito de forçar certos tipos de ações, por exemplo com objetivos financeiros. A negligência pode incluir deixar a pessoa idosa em risco, por exemplo, risco de queda, sem vigilância. A privação pode ser intencional (negligência ativa) ou acontecer por falta de conhecimento ou recursos (negligência passiva).
  • 2. Sinais de alerta[editar | editar código-fonte] A chave para a prevenção e intervenção do abuso de idosos é a capacidade de reconhecer os sinais de alerta de sua ocorrência. Sinais de abuso de idosos diferem dependendo do tipo de abuso que a vítima está sofrendo. Cada tipo de abuso tem sinais distintos associados a ele.  O abuso físico pode ser detectado por sinais visíveis no corpo, incluindo hematomas, cicatrizes, entorses ou ossos quebrados. Indicações mais sutis de abuso físico incluem sinais de restrição, como marcas de corda no pulso ou óculos quebrados.[4]  O abuso emocional frequentemente acompanha os outros tipos de abuso e geralmente pode ser detectado por mudanças na personalidade ou comportamento. O idoso também pode exibir comportamento similar a demência, como balançar ou murmurar.[4]  A exploração financeira é uma forma mais sutil de abuso, em comparação com outros tipos, e pode ser mais difícil de se notar. Sinais de exploração financeira incluem saques significativos de contas bancárias, pertences ou dinheiro perdido na casa, contas não pagas e bens ou serviços desnecessários.[4]  O abuso sexual, como o abuso físico, pode ser detectado por sinais visíveis no corpo, especialmente em torno dos seios ou área genital. Outros sinais incluem infecções inexplicáveis, sangramento e roupas rasgadas.[4]  A negligência é um tipo de abuso na medida em que pode ser infligido pelo cuidador ou por si mesmo. Os sinais de negligência incluem desnutrição e desidratação, falta de higiene, descumprimento na ministração de medicamentos e condições de vida inseguras.[4] Além de observar sinais no indivíduo idoso, o abuso também pode ser detectado monitorando mudanças no comportamento do cuidador. Por exemplo, o cuidador pode não permitir que eles falem ou recebam visitantes, exibam indiferença ou falta de carinho para a pessoa idosa, ou se referem ao idoso como "um fardo". Os cuidadores que têm história de abuso de substâncias químicas ou doenças mentais são mais propensos a cometer abuso de idosos do que outros indivíduos.[5] O abuso às vezes pode ser sutil e, portanto, difícil de detectar. Independentemente disso, as organizações de conscientização e pesquisa aconselham a tomar qualquer suspeita com seriedade e atender as preocupações de forma adequada e imediata. O abuso de idosos pelos cuidadores é um problema mundial. Em 2002, a OMS chamou a atenção internacional para a questão do abuso de idosos.[6] Ao longo dos anos, agências governamentais e grupos profissionais de comunidades em todo o mundo, especificaram o abuso de idosos como um problema social.[7] A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 1.º de outubro, o Dia Internacional do Idoso.[8] Consequências para a saúde[editar | editar código-fonte] As consequências para a saúde do abuso de idosos são graves. O abuso de idosos pode destruir a qualidade de vida de uma pessoa idosa sob as formas de:[9]  Diminuição das habilidades funcionais  Maior dependência  Aumento da sensação de desamparo  Maior estresse
  • 3.  Piora do declínio psicológico  Mortalidade prematura e morbidade  Depressão e demência  Desnutrição  Escaras  Morte Abusadores comuns[editar | editar código-fonte] O abusador da pessoa idosa pode ser o cônjuge, parceiro, parente, amigo ou vizinho, trabalhador voluntário, trabalhador remunerado, praticante, advogado ou qualquer outro indivíduo com a intenção de privar uma pessoa vulnerável de seus recursos. Os parentes incluem crianças adultas e seus cônjuges ou parceiros, sua prole e outros membros da família. Crianças e parentes vivos que têm história de abuso de substâncias químicas ou que tiveram outros problemas são particularmente preocupantes. Por exemplo, os indivíduos desempregados e dependentes da pessoa idosa.[10] Fatores de risco[editar | editar código-fonte] Existem vários fatores de risco , que aumentam a probabilidade de uma pessoa idosa tornar-se uma vítima de abuso. Tais fatores de risco incluem idosos que: [16]  Tem problemas de memória (como demência)  Tem deficiências físicas  Tem depressão, solidão ou falta de apoio social.  Abusa de álcool ou outras substâncias  É verbal ou fisicamente combativo com o cuidador  Tem uma situação de vida compartilhada Existem também vários fatores de risco , que aumentam a probabilidade de um cuidador participar do abuso de idosos. Tais fatores de risco para abuso de idosos incluem um cuidador que:[11]  Sinta-se oprimido ou ressentido  Tem uma história de abuso de substâncias químicas ou uma história de abuso de outros  Depende da pessoa mais velha para habitação, finanças ou outras necessidades  Tem problemas de saúde mental  Está desempregado  Tem um histórico criminal Os fatores de risco também podem ser categorizados em níveis individuais, relacionais, comunitários e socioculturais. A nível individual, os idosos com má saúde física e mental correm maior risco. No nível de relacionamento, uma situação de vida compartilhada é um grande risco para os idosos. Viver na mesma área com o agressor leva a uma maior probabilidade de abuso. Em terceiro lugar, a nível comunitário, o isolamento social é encapsulado pelos cuidadores. Além disso, alguns fatores de risco socioculturais que podem contribuir para o abuso de idosos são uma representação de uma pessoa idosa
  • 4. como fraca e dependente, a falta de recursos para pagar o cuidador, filhos que deixam os pais idosos sozinhos e a deterioração dos vínculos entre as gerações familiares.[12] Dificuldades para obter estatísticas[editar | editar código-fonte] Várias condições tornam difícil para os pesquisadores obter estatísticas precisas sobre abuso de idosos. Os pesquisadores podem ter dificuldade em obter estatísticas de abuso de idosos pelas seguintes razões:  O abuso de pessoas idosas é em grande parte um problema oculto e tende a ser cometido na privacidade do lar da pessoa idosa, principalmente por seus membros da família.  As vítimas muitas vezes não estão dispostas a denunciar seu abuso por medo da descrença, do medo da perda de independência, de serem internadas, de perder seu único apoio social (especialmente se o perpetrador é um parente) e medo de estar sujeito a retaliações futuras pelo(s) perpetrador(es).[13][14][15][16]  O declínio cognitivo das vítimas e a sua saúde podem impedir que denunciem seus abusos.[17]  A falta de treinamento adequado de prestadores de serviços, como assistentes sociais, autoridades, enfermeiros, etc., sobre o abuso de idosos, portanto, o número de casos relatados tende a ser baixo.[18]  A natureza subjetiva do abuso de idosos, que depende em grande parte da interpretação de alguém.[19]  Outra razão da falta de estatísticas precisas é o debate sobre se deve incluir auto- negligência ou não. Muitos não têm certeza se devem ser incluídos, uma vez que não envolve outra pessoa como abusadora. Aqueles que se opõem à inclusão da auto-negligência afirmam que é uma forma diferente de abuso e, portanto, não deve ser incluída nas estatísticas. Devido a esta discrepância e aos outros mencionados acima, é difícil obter dados precisos sobre o abuso de idosos.[20] Prevenção[editar | editar código-fonte] Médicos, enfermeiros e outros profissionais podem desempenhar um papel vital na assistência a vítimas de abuso de idosos. Estudos realizados em 2008 nos Estados Unidos, mostraram que pessoas idosas, em média, fazem 13,9 visitas por ano a um médico.[21] Embora tenha havido um aumento na conscientização sobre o abuso de idosos ao longo dos anos, os médicos tendem a informar apenas 2% dos casos. As razões para a falta de relatórios por parte dos médicos incluem a falta de conhecimento atualizado sobre as leis de abuso de idosos, a preocupação em irritar o agressor e arruinar o relacionamento com o paciente idoso, possíveis intimações judiciais, falta de cooperação de pacientes idosos ou famílias, e falta de tempo e honorários.[9] Legislação, pesquisas e estatísticas[editar | editar código-fonte] Países lusófonos[editar | editar código-fonte] Portugal[editar | editar código-fonte] Entre 2013 e 2016, houve um aumento de 30% nos crimes contra idosos no país, segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). A maioria das vítimas eram mulheres, representando 79,5%, sendo 48,9% dos casos dentro de casa. Os agressores na maioria eram homens, sendo filhos e cônjuges. Dos casos registrados em 2016, os casos de maus tratos de natureza psicológica foram os mais recorrentes.[22] Um estudo realizado em 2014 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), revelou que 12,3% dos casos conhecidos de violência durante aquele ano foram contra idosos. Nos casos de violência física, o cônjuge ou companheiro foram os
  • 5. maiores protagonistas, com 49,5% dos casos; em seguida vinham os filhos, responsáveis por 30% e as filhas, 8,9%. Estimou-se ainda no estudo, que 64,9% do total de casos de violência contra idosos não chegaram ao conhecimento das autoridades, muitas vezes por medo, sensação de impotência, vergonha e até sentimento de culpa. Entre os fatores de risco apontados, destacou-se a importante dependência dos idosos, no que se refere aos cuidados. No entanto, em alguns casos, a relação de dependência era inversa em relação aos membros da família, por exemplo no âmbito financeiro, habitacional e sustento. Também foram apontados fatores sociais, que levavam ao comportamento violento, tais como desemprego e divórcio. [23] Brasil[editar | editar código-fonte] A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 230 menciona: "A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. A Política Nacional do Idoso (Lei n.º 8842, de 1994),[24] que criou o Conselho Nacional do Idoso, estabelece em seu capítulo IV, § 3º, que "todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência ou desrespeito ao idoso", e no artigo 10, inciso VI, esclarece o papel da Justiça quanto à pessoa idosa: (a)"promover e defender os direitos da pessoa idosa"; (b)"zelar pela aplicação das normas sobre o idoso, determinar ações para evitar abusos e lesões a seus direitos". O Estatuto do Idoso, criado em 1997, foi a mais recente conquista deste grupo da sociedade, regulando os direitos assegurados às pessoas com sessenta anos ou mais. Em seu artigo 99, o Estatuto do Idoso menciona as implicações legais aos que praticarem violência contra a pessoa idosa: "expor a integridade física ou psíquica do idoso a perigo resulta em pena de reclusão de dois meses a um ano e multa, com benefício da suspensão condicional. Se a violência relacionar-se a lesão corporal de natureza grave, então a pena será de reclusão de um a quatro anos, mas se resultar em morte, a reclusão será de quatro a doze anos sendo que, nesse caso, não há benefício da suspensão condicional do processo". Em seu artigo 57, determina que o profissional da área de saúde que não denunciar uma situação de violência identificada, será também penalizado. Em São Paulo, a Delegacia do Idoso, criada em 1991, a partir de 2004, intensificou os atendimentos, que se referiam na maior parte a denúncias de maus tratos, abandono, ameaça ou apropriação indevida de bens materiais. Os responsáveis pelos abusos eram os familiares próximos em cerca de 90% dos casos mais graves. O Distrito Federal criou seções especiais para os idosos nas delegacias que já existiam.[25] Segundo estudos da Secretaria dos Direitos Humanos do Brasil em 2015, a cada hora dois idosos sofriam algum tipo de violência no país, tendo naquele ano, aumentado em 16% o número de registros de ocorrências de algum tipo de violência contra idosos.[26] Segundo o estudo, a maior parte das denúncias foi de negligência ou abandono (77,6%), seguido dos registros de violência psicológica (51,7%), abuso financeiro (38,9%) e violência física (26,5%).[27]