2. Manezinho 10° Capitulo
Sua Vida e sua luta
Adaptação
2° Fase Tema: Fraternidade
Era o Totonio, que tinha ido bem cedo a cidade, para levar
leite para as crianças da "Casa da Mãe Boa", e lá encontrara
um reboliço, por causa do fato de terem encontrado dual
criancinhas recém-nascidas, embrulhadas em roupas
velhas, dormindo no degrau da porta da frente.
"Que belezinhas, Dona Eduarda", dizia Totonio, eu os vi
quando Anastácia lhes deu a mamadeira, com a ajuda de
outra companheira. Coitadinhos!... Estavam chorando
feitos bezerros desmamados!
As noticias trazidas pelo Totonio produziram um certo
alvoroço em todos que os ouviam. 0 Sr. Jose mostrou-se
vivamente impressionado, pois parecia a ele que esta
noticia já estava sendo esperada...
Dona Eduarda, um tanto mais calma, perguntou pelas
providencias que as companheiras haviam tornado quanto
a alimentação, higiene e cuidados médicos para com os
novos filhinhos da Casa da Mae Boa e tranquilizou-se
diante das respostas do Totonio.
Ninoca ficou toda curiosa para ver os nenezinhos.
Manezinho saiu com o Clemente e foram conversar lá para
as bandas do curral, onde se encontravam os bezerrinhos.
La chegando, puseram-se a relembrar os fatos da noite
anterior, a aparição de Venâncio e os sonhos que tiveram,
cada um se lembrando partes diferentes desses sonhos.
Por exemplo: Manezinho lembrava-se muito da chegada
da Ninoca, com roupas luminosas, na varanda da
“Esperança Nova” enquanto que Clemente se lembrava,
perfeitamente, da figura de Venâncio, mostrando os
vários ofícios e profissões que aguardavam os meninos e
meninas residentes na "Casa da Mãe Boa". Ambos
sentiam as impressões vivas e o crescimento em cada um
deles, do desejo de ajudar e de estudar, para exercer
uma profissão que diminuísse os sofrimentos da
Humanidade. Foi quando Manezinho exclamou:
3. Olha, Clemente, eu vou ser medico, se Deus quiser!
Então, eu vou ser enfermeiro, disse o Clemente.
E depois de traçarem seus pianos quanto aos estudos que
iriam enfrentar, foram dar a noticia ao Sr. Jose e Dona
Eduarda, lá na varanda.
- Muito bem! Disse Dona Eduarda.
- Estou satisfeito com vocês. Não só os dois, mas todas as
crianças da "Casa da Mae Boa“ que quiserem estudar
poderão faze-lo, pois o rendimento da fazenda garantira
seus estudos, disse o Sr. Jose.
Entusiasmados pelos projetos para o futuro, os dois amigos
foram atrelar o cavalo a charrete para irem a cidade cuidar
de suas obrigações e levar recados de Dona Eduarda, sobre
cuidados com os bebes.
Ao entrarem na cidade, avistaram o velho leiteiro,
embaraçado com a roda da carroça, que havia saído do
eixo. Saltaram, rápido e foram ajudar "Seu Felismino" a
encaixar a roda no lugar.
La na esquina da farmácia, encontraram Crispim com uma
cara muito triste.
- Olá, o que aconteceu?
-Perdi todo o dinheiro ganho ontem.
E lá desceram os rapazes para consolar o Crispim.
- Onde você guardou o dinheiro? Perguntou o Manezinho.
- Amarrei bem apertado num lento, mas não acho.
E o Manezinho, olhando bem para o Crispim, deu uma
risadinha, abriu a portinhola da caixa de engraxate, enfiou
a mão lá no fundo e retirou o lenço amarradinho.
O Crispim arregalou os olhos! ! !
Diante da expressão de Crispim, Manezinho e Clemente
deram uma gostosa gargalhada. Ate o Crispim achou
engraçado.
- Como você sabia que estava lá? Perguntou o engraxate.
- Ora, Crispim quantas vezes você já "perdeu" seu
dinheiro? Cada hora o esconde num lugar! !
- Manezinho! - chamou o Clemente.
0 que será que ele queria?