3. Ele se encontra numa carta particular que a senhora Esperanza
Payker enviou de Zurique (Suíça), no dia 7 de dezembro de 1916, a
uma de suas amigas, e se refere à morte, na guerra, de um irmão da
mulher em questão. Eis o trecho essencial do relato:
“Você me pede notícias de Richard. Ele sucumbiu, o pobrezinho,
num confronto contra os russos! Justo ele, o cosmopolita, que queria
ver em todo homem um irmão!... No momento de seu falecimento
ocorreu um fato que não pode deixar de lhe interessar. você se
recorda de Kacui (o cão de Richard)? Muito bem, às 19 horas do
último dia 13 de agosto, ele estava como que adormecido sob meus
pés. Num piscar de olhos, ele se levantou, correu até a porta
balançando o rabo, ladrando alegremente e saltando, como se
estivesse recebendo uma pessoa conhecida; aí, de súbito, ele se
retirou assustado, gritou lamentosamente, gemeu, tremeu e voltou a
se deitar aos meus pés, sem parar de se queixar durante toda a
noite. No dia seguinte, ele deixou a casa; nunca mais o vimos.
4. Ora, a estranha manifestação do cachorro coincidiu exatamente
com a hora em que Richard caiu gravemente ferido; o
desaparecimento do cão foi na mesma hora de sua morte...”
Também neste caso a reação expressiva do animal tende a
demonstrar o caráter verídico da telepatia, levando em conta que,
primeiramente, ele se comportou alegremente, como se assistisse
à volta de um parente, para, em seguida, mudar drasticamente de
atitude, dando sinais de susto, como se tivesse dado conta da
natureza fantasmagórica do que ele percebia.