2. COMO O CONHECIMENTO
CIENTÍFICO É PRODUZIDO?
Os conhecimentos científicos são
produzidos a partir de PESQUISA.
A pesquisa, por sua vez, tem que ser
embasada. Não se pode defender uma
tese a partir do “eu acho”.
Existe um rigor na produção desse
conhecimento que deve ser baseado em
dados e informações, as quais muitas
vezes não estão à disposição do público
ou que nunca antes foram coletados.
Também tem que ser realizado em diálogo
com outros cientistas.
3. Metodologia Científica
Noções Básicas
Onde são feitas as pesquisas e com quais
recursos?
Centros universitários
Serviços públicos e privados
CONEP – Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa
Condições adequadas para realização do
projeto.
Condições de atendimento para as eventuais
intercorrências de efeitos colaterais e
adversos.
4. Metodologia Científica
Noções Básicas
Limitações das Pesquisas
Ser realizada dentro dos padrões desejáveis de
ética e qualidade
Estar de acordo com a crenças e valores da
sociedade
Principal preocupação proteção ao paciente
Cronograma e orçamento
Projeto viável
5.
6. EXPERIMENTOS NAZISTAS DURANTE A
2ª GUERRA MUNDIAL
• Milhares de Judeus forçados a participar de experimentos
desumanos.
• Crianças vítimas de queimaduras provocadas para fins
experimentais.
• Fome e desnutrição provocadas em experimentos para estudos
dos sintomas.
• Hipotermia induzida em campos de concentração para estudo da
resistência nos campos gelados de batalha
•Prisioneiros submetidos a baixa pressão até a morte.
7. Injeção de corantes nos olhos;
Transfusão de sangue entre pares;
Sutura entre pares, para criar siameses;
Cirurgias para troca de sexo;
Cirurgias na coluna vertebral (sem anestesia);
(...)
Experimentos com gêmeos
Dr. Josef Mengele – Especialista em Ciência
Eugênica Instituto de Herança Biológica e
Higiene Racial, Universidade de Frankfurt
8. CASOS ABUSIVOS DIVULGADOS NA MÍDIA
• Escola Estadual de Willowbrook: Inoculação de vírus da hepatite
em crianças com retardo de desenvolvimento mental (1957).
•Hospital Judeu de Doenças Crônicas: Injeção de células cancerosas
em pacientes terminais (1963).
•Estudo de Tuskegee: Sífilis em negros do Alabama deixada sem
tratamento (1930 - 1970).
•Estudo de San Antonio: contraceptivos x placebo, para mulheres
pobres, mexican americans (1969 - 70’s)
9. Agosto de 1945 – 1º encontro dos quatro países aliados (Inglaterra,
França, EUA e Rússia), em Londres
Assinatura do acordo que cria Tribunal Militar Internacional;
Estabelece regras para julgamento (Carta de Londres)
Dezembro de 1946 – início do julgamento
23 pessoas (20 médicos) foram acusados de crimes de guerra
contra a humanidade
3 absolvidos, 8 sentenças de longa duração e 12 sentenças de
morte
19/08/1946 – divulgação das sentenças e do documento conhecido como
CÓDIGO DE NUREMBERG
Tribunal Militar Internacional
(09/12/1946)
10. Art. 1º - consentimento voluntário
Art. 2º - garantia de benefícios para a sociedade
Art. 3º - experimentos devem basear-se em resultados prévios
Art. 4º - evitar sofrimento e danos desnecessários
Art. 5º - riscos de morte ou invalidez justificáveis apenas (talvez)
quando o médico/pesquisador for o sujeito da pesquisa
Art. 6º - relação risco x benefício
Art. 7º - medidas de proteção para os sujeitos da pesquisa
Art. 8º - qualificação dos pesquisadores
Art. 9º - liberdade de retirar consentimento
Art 10 – suspensão do experimento pelo pesquisador
Código de Nuremberg (1947)
11. Elaborada pela 18ª Assembléia Geral da Associação Médica
Mundial (Helsinque, Finlândia – junho 1964)
Revisões:
29ª AG AMM (Tóquio, Japão – outubro 1975)
35ª AG AMM (Venesa, Itália – outubro 1983)
41ª AG AMM (Hong Kong, China – setembro 1989
48ª AG AMM (Somerset West, África do Sul – outubro 1996)
52ª AG AMM (Edimburgo, Escócia – outubro 2000)
Declaração de Helsinque (1964)
“Princípios éticos para a pesquisa médica
envolvendo seres humanos”
12. Elaborada pela comunidade médica. Amplamente aceita
em todo o mundo:
Recomendada pela legislação de diversos países
Referenciada pelas principais revistas científicas em
suas normas de publicação
Revisões constantes
Declaração de Helsinque (1964)
13. Normas Nacionais de Regulamentação
para Pesquisas em Seres Humanos
1988 – Resolução CNS nº 1/88
1996 – Resolução CNS 196
1997 – Res. CNS 240 (participação usuários)
e 251 (novos fármacos, vacinas e testes diagnósticos)
1999 – Res. CNS 292 (cooperação estrangeira)
2000 – Res. CNS 301(posicionamento Declaração Helsinque),
303 (reprodução humana) e
304 (povos indígenas)
2004 – Res. CNS 340 (genética humana)
2005 – Res. CNS 346 (projetos multicêntricos) e
347 (armazenamento e uso material genético)
14. No Brasil, os aspectos éticos envolvidos
em atividades de pesquisa que envolvam
seres humanos estão regulados pelas
Diretrizes e Normas de Pesquisa em
Seres Humanos, através da Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde
15. Destaques da Resolução 196/96
- Incorporação dos Princípios da Bioética (Autonomia,
Beneficência,Justiça e Não-maleficência);
- Abrangência da pesquisa para todas as áreas
do conhecimento;
- Conceituação de risco;
- Necessidade de Consentimento Livre e Esclarecido;
16. - Análise de riscos e benefícios da
pesquisa;
- A exigência de apresentação do
projeto de pesquisa, por parte do pesquisador
responsável ao Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP);
- A criação da Comissão Nacional de Ética em
pesquisa (CONEP), órgão máximo na área,
vinculado ao Conselho Nacional de Saúde –
Ministério da Saúde.
17. Princípio da Autonomia
Na pesquisa: Consentimento Informado e Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido
Inviolabilidade
18. Princípio da Beneficência
Fazer o melhor do ponto de vista ético e
técnico-assistencial
Na pesquisa: ponderação entre risco e
benefício
21. Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido
Deve ser dado livremente,
conscientemente, sem práticas de coação
física, psíquica, moral ou enganosas
impeditivas de livre manifestação da
vontade pessoal.
22. Linguagem acessível;
Descrição
objetivos/procedimentos/instrumentos;
Descrição possíveis benefícios, riscos e
desconfortos;
Garantia de esclarecimento;
Voluntariedade/Liberdade;
Aprovado por um CEP.
Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido
23. Riscos e Benefícios
Toda pesquisa envolvendo seres humanos
envolve risco mínimo e por isto necessita de:
Elevado potencial de gerar conhecimento aos
sujeitos e/ou outros;
Risco que justifique o benefício;
Benefício maior ou igual a outras alternativas
já estabelecidas;
Responsabilidade do pesquisador, instituição
e fonte financiadora;
Avaliação do CEP
24. Dados secundários
Prontuários e banco de dados
Os pesquisadores devem comprometer-se
oficialmente através de documento ao CEP
referindo a garantia da privacidade destas
informações.
TCLE substituído por Termo de Compromisso
para Uso de Dados
25. Comitê de Ética em Pesquisa
Originado da resolução CNS 196/96
Definição:
Colegiado interdisciplinar (profissionais de
saúde e controle social) e independente, de
caráter consultivo, deliberativo e educativo,
criados para defender os interesses dos
sujeitos da pesquisa em sua integridade e
dignidade, e para contribuir no
desenvolvimento da pesquisa dentro de
padrões eticamente corretos.
26. Comitê de Ética em Pesquisa
Constitui-se em espaço de reflexão e
monitoramento de condutas éticas,
de explicitação de conflitos e de
desenvolvimento da competência
ética da sociedade.
27. Comitê de Ética em Pesquisa
Revisar todos os protocolos de pesquisa,
garantindo e resguardando a integridade e
os direitos dos voluntários participantes.
Emitir parecer consubstanciado, por escrito
(30 dias), em uma das categorias: aprovado,
com pendências, retirado, não aprovado e
aprovado e encaminhado à CONEP.
28. Comitê de Ética em Pesquisa
Manter a guarda confidencial de todos os
dados obtidos, arquivamento do protocolo;
Acompanhar o desenvolvimento dos projetos
através de relatórios anuais;
Fomentar a reflexão em torno da ética na
ciência;
Receber denúncias de abuso ou fatos
adversos que possam alterar o curso do
estudo, decidindo pela continuidade,
modificação ou suspensão da pesquisa,
adequando o TCLE.
29. Comitê de Ética em Pesquisa
Requerer instauração de sindicância em
caso de denúncias
Manter comunicação regular e permanente
com a CONEP
30. Documentos Entregues ao CEP
Carta de apresentação;
Folha de Rosto CONEP;
Duas vias do projeto/protocolo;
Orçamento;
TCLE;
Carta de autorização da chefia do serviço;
Curriculum vitae do pesquisador
responsável e demais.
31. O que é avaliado?
Metodologia Científica;
Riscos e Benefícios;
Termo e processo de consentimento;
Critérios de inclusão e exclusão dos sujeitos
da pesquisa;
Privacidade e Confidencialidade.
32. CONEP
Pesquisador CEP Folder
Explicativo
Preenchimento
da FR pela internet
Folha de rosto Protocolo de
Pesquisa
Comitê de Ética
Relator Reunião do
Comitê
Aprovado
Avaliação
CONEP?
Arquiva e Libera
o inicio do Projeto
Não
Lista de
Checagem
Relator Reunião da
CONEP
Aprovado
Se Novos
Fármacos ou
Dispositivos Arquiva e Libera
o inicio do Projeto
Não
ANVISA
Lista de
Checagem
C
A
A
E S
I
M
Fluxo de Tramitação de Projetos
34. Constantes pressões no cenário
mundial visando à segregação da
espécie humana em diferentes
“categorias”, merecedoras de
abordagens distintas, que se baseiam
em critérios econômicos, mercantis e
de desenvolvimento tecnológico.
Recente (2004) proposta do FDA de retirar a Declaração
de Helsinque de suas exigências para registro de novos
fármacos e derivados biotecnológicos
35. Beecher, 1966
(22 entre 50 artigos sobre experimentos envolvendo
seres humanos, publicados em importantes revistas
científicas, continham irregularidades éticas)
Lurie & Wolf, 1997
(15 ensaios clínicos sobre transmissão vertical do HIV
utilizando grupos-controle tratados com placebo, todos
em países “em desenvolvimento”)
O atual “campo de concentração” para experimentos em
seres humanos
37. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
O que é método científico?
Na ciência existe a necessidade de utilizar-se de uma ferramenta
para aquisição e construção do conhecimento, que se denomina
MÉTODO CIENTÍFICO!
• uma maneira de como se fazer algo;
• Forma de pensar para se chegar à natureza de um
determinado problema, quer seja para estudá-lo ou
explicá-lo;
• Consiste num conjunto de etapas ordenadamente
dispostas a serem executadas que tenham por finalidade
a investigação de fenômenos para a obtenção de
Conhecimentos.
39. Classificação das pesquisas
Item Elemento de
Classificação
Detalhamento
1 Natureza da pesquisa Básica
Aplicada
2 Abordagem Quantitativa
Qualitativa
3 Objetivos Exploratória
Descritiva
Explicativa
4 Métodos
(ou Procedimentos
Técnicos)
Pesquisa Experimental
Survey (Levantamento)
Estudo de Caso
Pesquisa Ação
Pesquisa Participante
Pesquisa Bibliográfica
E outros...
40. Quanto a sua natureza
Pesquisa Básica:
Objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o
avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa Aplicada:
Objetiva gerar conhecimentos para aplicação
prática e dirigidos à solução de problemas
específicos. Envolve verdades e interesses locais.
41. Do ponto de vista da forma
de abordagem do problema
Pesquisa
Quantitativa
Busca a descrição dos
fenômenos baseada
na freqüência com
que aparecem e
estabelece relações
estatísticas
42. Pesquisa Qualitativa
Em geral busca as explicações dos
fenômenos que podem ter sido
analisados quantitativamente. Buscam o
porquê ocorrem os fenômenos descritos
quantitativamente
Do ponto de vista da forma
de abordagem do problema
43. METODOLOGIA DE PESQUISA
Abordagem Método de pesquisa Instrumentos de
coletas de dados
Quantitativa
Experimental Experimentos
Survey Questionários
Qualitativa
Pesquisa participante Observação direta
Pesquisa
ação
Observação e
participação direta
Estudo de caso Entrevistas e outras
fontes
44. Questionário
Série ordenada de perguntas
respondidas por escrito sem a presença
do pesquisador.
Ex.: Avaliação FAG.
25% de devolução;
Deve-se dizer a natureza da pesquisa,
sua importância, tentar despertar o
interesse do recebedor.
45. OBRIGATORIEDADE E SIGILO DAS
INFORMAÇÕES – a legislação vigente, de
acordo com o Decreto Federal n° 73177 de 20
de novembro de 1973 e a Lei n° 5534 de 14
de novembro de 1968, modificada pela Lei n°
5878 de 11 de maio de 1978, dispõe sobre a
obrigatoriedade e sigilo das informações
coletadas pelo IBGE, as quais se destinam,
exclusivamente, a fins estatísticos e não
poderão ser objeto de certidão e nem terão
eficácia jurídica como meio de prova.
46. Vantagens
Economiza tempo, grande número de dados;
Atinge muitas pessoas simultaneamente.
Abrange área geográfica ampla.
Economiza pessoal
Repostas rápidas e precisas
Maior liberdade – anonimato – mais
segurança
Menos risco de distorção – pesquisador não
influencia.
Mais tempo para responder;
Uniformidade na avaliação
47. Desvantagens
Poucos voltam / devolução tardia;
Perguntas sem respostas;
Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas;
Impossibilidade em ajudar – perguntas mal
compreendidas;
A dificuldade de compreensão leva a
uniformidade aparente;
Uma questão pode influenciar a outra
Desconhecimento das circunstâncias em que
foi preenchido;
Quem realmente preencheu??
48. Elaboração do questionário
Deve-se conhecer bem o assunto;
Deve ter texto de apresentação, indicando
também quanto tempo leva o
preenchimento;
Não pode ser longo nem curto: ou cansa o
recebedor ou obtém-se poucas
informações.
Deve ter instruções claras; ser legível; ter
espaço suficiente para respostas; ser de
fácil manipulação; escrito em apenas um
lado do papel.
49. Deve-se fazer um pré-teste ou piloto
para “testar” o questionário;
Verificar se há perguntas complexas
demais ou ambíguas, se a linguagem é
adequada e acessível, quais perguntas
ficaram sem respostas, observar a
ordem das perguntas, se ficou curto ou
longo demais etc.
50. Questionários - Tipos de
perguntas
Abertas
Qual é a sua opinião....
Dificulta a resposta, o processo de
tabulação, não permite tratamento
estatístico. Análise difícil, complexa,
cansativa e demorada.
Fechadas
Múltipla escolha
51. Aberta
Qual seria sua preferência sobre um
código de conduta compulsório para
jornalistas? Você acredita que este
ajudaria a melhorar o padrão de
reportagens sobre corrupção ?
……………………………………………………
……………………………………………………
……………………………………………………
……………………………………………………
……………………………………………………
52. Fechada/tricotômica
Em seu país, a televisão é autorizada
a filmar julgamentos de corrupção?
Sim (…)
Não (…)
Não sei (…)
53. As pergunta fechadas demonstraram-se praticamente inúteis para a pesquisa.
Questionou se as pessoas queriam mais ou menos amigos, fãs e etc.
Se são indiferentes, então o número de amigos, fãs e etc. para elas não é importante
54. Múltipla Escolha
Número de anos que trabalha como
jornalista (assinale uma opção)
(1) 0-4 (…)
(2) 5-9 (…)
(3) 10-14 (…)
(4) 15-19 (…)
(5) +20 (…)
55. Formulário
O que difere do questionário é o contato
face a face;
O preenchimento é feito pelo
pesquisador, na hora.
Vantagens
Utilizado em quase todo o segmento da
população;
Pesquisador pode explicar, reformular
perguntas, instiga a responder;
Uniformidade no preenchimento.
56. Desvantagens
Menos liberdade nas respostas /
insegurança quanto anonimato;
Risco de distorções por causa da presença
do pesquisador;
Menos prazo para responder;
Mais demorado – uma pessoa de cada vez;
Inacessível a pessoas de localidades
distantes.
57. Ex.: IBGE - Censo
No dia 1º de agosto de 2010, inicia-se a coleta de dados
para o Censo 2010. [...]
Serão visitados todos os domicílios do país e qualquer
morador capaz de fornecer as respostas às perguntas do
questionário pode responder ao recenseador por todos os
demais moradores daquele domicílio.
Os recenseadores, identificados com colete, crachá e
computador de mão, irão coletar as informações através
de entrevista direta com perguntas listadas sob a forma
de questionário a ser preenchido no computador de mão.
Como em Censos anteriores, serão utilizados dois
questionários: o da amostra, a ser aplicado em uma
fração dos domicílios ocupados, e o questionário
simplificado nos restantes.
58. Métodos Qualitativos
Estudo de Caso
. Documenta e analisa, muito bem detalhado, a atividade de
uma organização ou de um pequeno grupo dentro dela.
Pesquisa Ação
. Observação “ativa” de um fenômeno, com intervenções ao
longo do trabalho.
Pesquisa Participante
. Observação “passiva” de um fenômeno, sem nenhuma
intervenção sobre ele.
59. Do ponto de vista de seus
objetivos
Pesquisa Exploratória
Visa proporcionar maior familiaridade com o problema e
ajuda a identificar os fatos relevantes que devem ser
investigados (pesquisa bibliográfica, estudo de casos).
Pesquisa Descritiva
Visa descrever as características de determinada
população e estabelecer relações entre variáveis
(levantamentos, observação).
Pesquisa Explicativa (ou explanatória)
Visa identificar os fatores que explicam por que
acontecem os fenômenos observados.
60. Do ponto de vista dos
procedimentos técnicos
Pesquisa Bibliográfica / Pesquisa Documental;
Pesquisa de Campo
Pesquisa Experimental;
Levantamento;
Estudo de caso;
Pesquisa- Ação e Participante
61. Pesq. bibliográfica: fornece
modelo teórico de referência,
auxilia a elaborar plano geral da
pesquisa;
Pensar nas técnicas e em como
os dados levantados serão
analisados posteriormente.
62. Pesquisa bibliográfica:
indispensável. Presente em
todos os tipos de pesquisa;
1º passo!
Só ela ‘resolve’? Não, muitas
vezes é preciso ir a campo!
Documentação direta –
pesquisa de campo ou de
laboratório.
63. Pesquisa de campo
: levantar informações sobre um
problema;
Consiste na observação de fatos /
fenômenos tal como ocorrem
espontaneamente;
Exige controle adequado e objetivos
preestabelecidos.
65. EIXOS CLASSIFICATÓRIOS DOS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Eixo de comparabilidade
• Eixo de experimentação
• Eixo de unidade de pesquisa
• Eixo de temporalidade
• Eixo de amostragem
• Eixo de observação do desfecho
• Eixo da estratégia de observação
66. EIXOS CLASSIFICATÓRIOS DOS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Eixo de comparabilidade
Estudos comparados são aqueles em que existe grupo
de comparação (controle)
• Eixo de experimentação
O investigador tem controle sobre a seleção do fator de
exposição?
Sim
• estudo experimental
Não
• observacional
67. EIXOS CLASSIFICATÓRIOS DOS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Eixo de temporalidade
Prospectivo (contemporâneo)
Retrospectivo (históricos ou não concorrentes)
• Eixo de unidade da pesquisa
Indivíduo
Unidade agregada (grupo de indivíduos)
68. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Exemplos clássicos:
Estudo de Casos/Série de Casos
relato de um caso ou mais com
detalhes de características clínicas e
laboratoriais. O exemplo original -
descrição de série de casos de AIDS
em homens jovens homossexuais e
Sarcoma de Kaposi.
69. EIXOS CLASSIFICATÓRIOS DOS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Eixo de amostragem
A população base é aquela de onde os indivíduos do
estudo estão sendo selecionados:
Seleção completa
Seleção incompleta
• Eixo de observação do desfecho
Casos prevalentes
Casos incidentes
70. Validade de uma investigação - grau de
correção das conclusões alcançadas
validade interna - conclusões são corretas
para a amostra investigada
validade externa - pode extrapolar para a
população de onde veio a amostra ou para
outras populações
71. Viés Metodológico - sinônimo de erro
sistemático, vício, tendenciosidade,
Viés de seleção - erros referentes à escolha da
população/pessoas.
Viés de aferição - erros na coleta, nos
formulários, nas perguntas, despreparo dos
entrevistadores.
Viés de confundimento - interações entre
variáveis, outras associações, análise
estatística inadequada.
72. EIXOS CLASSIFICATÓRIOS DOS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Eixo da estratégia de observação
Transversal:
As observações nos indivíduos são feitas em um único
ponto no tempo.
Longitudinal:
Pelo menos dois conjuntos de observações são feitos
nos indivíduos, em diferentes momentos, ou a população é
monitorada continuamente, ao longo de um período de
tempo.
76. ESTUDO TRANSVERSAL
• Estudo de prevalência, no qual a condição de
exposição e doença são determinados
simultaneamente entre os indivíduos de uma
população bem definida.
•Assim, um inquérito fornece informação sobre a
freqüência e as características da doença através de
uma fotografia da experiência de saúde de uma
população em um momento específico.
80. Observação
Técnica de coleta de dados que utiliza os
sentidos na obtenção de determinados
aspectos da realidade. Não consiste só em
ver e ouvir, mas em EXAMINAR;
Proporciona contato mais direto com a
realidade;
Posso confiar nos meus sentidos?
84. Isto é um espiral, certo?
Não, são vários círculos independentes...
85. A observação torna-se
científica quando...
Convém a um plano de pesquisa;
É planejada;
É registrada sistematicamente (não é
um registro de curiosidades);
Está sujeita a verificações e controles
sobre a validade e segurança.
86. Vantagens da observação
Possibilita meios diretos e satisfatórios
para estudar uma ampla variedade de
fenômenos;
Exige menos do observador;
Permite a coleta de dados sobre um
conjunto de atitudes típicas;
Depende menos da reflexão;
Permite a evidência de dados não
constantes no roteiro da
entrevista/questionário.
87. Desvantagens/limitações da
observação
Não é algo totalmente natural;
Ocorrência espontânea não pode ser
prevista;
Fatores imprevistos podem interferir;
A duração dos acontecimentos é
variável e simultânea;
Vários aspectos da vida cotidiana são
inacessíveis;
89. Observação não estruturada
Espontânea, informal, livre, acidental;
Recolher e registrar fatos sem perguntas
diretas ou meios especiais;
Êxito depende do pesquisador – habilidade /
envolvimento emocional;
A observação nunca é livre...
90. Observação estruturada;
Utiliza instrumentos – é mais controlada;
Realiza-se em condições controladas, para
responder a propósitos pre-estabelecidos;
O observador sabe o que procura;
Instrumentos: quadros, anotações,
escalas...
91. Observação não-participante
Pesquisador permanece de fora;
Espectador passivo;
Vantagem – menos envolvimento;
Desvantagem – pesquisados não se sentem
à vontade em meio a um “estranho”;
92. Observação participante
Participação real do pesquisador com a
comunidade ou grupo; ele se incorpora ao
grupo, confunde-se com ele.
Dificuldade: objetividade;
Vantagem: ganhar a confiança do grupo
Mas há casos em que o anonimato é
melhor.
Ex.: “Olá. Vim aqui observar se vocês
favorecem o político X”. Os jornalistas
mudarão o comportamento!
93. Observação individual – a
personalidade do pesquisador
se projeta nos observados;
difícil manter a objetividade;
Observação em equipe – mais
aconselhável, permite
observar vários ângulos, mais
próxima da objetividade.
94. ESTUDO DE COORTE (ou de seguimento)
Coorte
Exposição
suspeita
Desfecho:
Óbito
Doença
Recorrência
Recuperação
Tempo
95. COORTE
Do latim, cohors
Batalhão de 300-600
soldados romanos, todos
de um determinado tipo,
por exemplo da cavalaria
10 coortes formavam
uma legião
“Um grupo de indivíduos com uma característica
em comum que avançam em conjunto.”
Edward Panacek, http://www.saem.org/download/panacek2.pdf
97. Exemplo- Cadelas com incontinência
urinária fisiológica
FATOR DE RISCO: CASTRAÇÃO
Animais doentes Animais não
doentes
Total
Fatores hipotéticos de
risco presente
a b a+b
Fatores hipotéticos de
risco ausente
c d c+d
Total a+c b+d a+b+c+d=
n
Castrada
s
Expostas
Inteiras
Não Expostas
Monitorar cada uma delas para desenvolvimento de PUI
101. ESTUDO DE COORTE (ou de seguimento)
• Os indivíduos são selecionados com base na presença ou
ausência da exposição a um potencial fator de risco para
determinada doença.
• Todos os indivíduos no início do estudo estão livre do
desfecho
• Acompanhamento por um longo período de tempo para
deteminar a ocorrência do desfecho
• Pode ser retrospectivo (histórico) ou prospectivo
102. ESTUDO DE COORTE (ou de seguimento)
Desvantagens
• Pouco eficiente para avaliar doenças raras
• Quando prospectivo, podem ser bastante caros e de
longa duração
• Quando retrospectivo, requerem uma avaliação
adequada das informações disponíveis
• Sua validade pode ser afetada por perdas de
seguimento
103. ESTUDO CASO-CONTROLE
• A seleção dos indivíduos é efetuada com base na presença
ou ausência do desfecho em estudo
• Caso-controle de base populacional
• Caso-controle de base hospitalar
Vantagens
• Relativamente fáceis e pouco dispendiosos
• Adequado para doenças com período de latência longo
• Ótimo para doenças raras
• Permite avaliar múltiplos fatores de uma única doença
104. Desvantagens
• Pouco eficiente para exposição raras
• Em algumas situações pode ser difícil estabelecer a
relação de temporalidade entre exposição e doença
• São particularmente sujeitos a viés, em comparação com
outros desenhos analíticos
ESTUDO CASO-CONTROLE
107. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Caso-controle: Associação toxoplasmose e debilidade mental em
crianças
_______________________________________________________
Sorologia Deficiência mental
para Toxo Sim (casos) Não (controles)
Sim 45 15
Não 255 285
Total 300 300
______________________________________________
OR = (45x285)/(15x255)=3,35 Fonte: Pereira, 1995
108. Vantagens dos estudos de coorte sobre os estudos
caso-controle
1. Relação temporal entre a exposição e a doença
2. Em estudos caso-controle utilizamos os casos
existentes e não sabemos com certeza a
cronologia da exposição em relação à ocorrência
do desfecho
109. ESTUDOS EXPERIMENTAIS
• O principal aspecto que distingue esse tipo de desenho de
um observacional de coorte é o fato de que a condição de
exposição de cada indivíduo é determinada pelo
pesquisador
Vantagens
• Desenho de escolha quando o objetivo é avaliar a
efetividade de um tratamento ou procedimento
• Pode fornecer as evidências mais fortes da relação
causal
111. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
6. Estudos Experimentais - ensaios clínicos
randomizados
parte da “causa” para o “efeito”, os participantes são
colocados aleatoriamente nos grupos - de estudo e
de controle;
realiza-se a intervenção em apenas 1 dos grupos
(vacina, medicamentos, dietas, etc..- o outro grupo
recebe placebo);
OBS: São estudo de intervenção - os participantes são
submetidos à condições mais controladas
112. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Estrutura dos Estudos clínicos randomizados:
Participantes
Expostos
Não-expostos
Grupos por
randomização
113. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Ensaio clínico randomizado: eficácia de vacina e placebo
_______________________________________________________
Grupos Casos de Doenças
Sim Não Total Taxa
Incidência
Vacinados 20 980 1.000 2
Não-vacinados 100 900 1.000 10
Total 120 1.880 2.000 6
______________________________________________
RR= 2/10=0,2 Fonte:Pereira, 1995
Vacinados = vacina - fator de proteção
114.
115. “Por serem mais precisos do que as
palavras, os números são
particularmente mais adequados
para transmitir as conclusões
científicas.”
(PAGANO e GAUVRE 2004 )
No entanto tal como se pode
mentir com palavras, pode-se fazer
o mesmo com números.
116. De um modo geral, não existe certeza
sobre a correção das conclusões
científicas;
no entanto, os métodos estatísticos
permitem determinar a margem de erro
associada às conclusões, com base no
conhecimento da variabilidade observada
nos resultados.
117. Para o desenvolvimento de uma pesquisa
científica com qualidade é necessário:
um bom planejamento;
obtenção dos dados com precisão;
correta exploração dos resultados.
Em experimentos com seres humanos
essa preocupação é
ainda MAIOR !
118. HIPÓTESES
HIPÓTESE NULA – H0 – SEM DIFERENÇAS
HIPÓTESE ALTERNATIVA – Ha – COM DIFERENÇAS
ERRO TIPO 1 – REJEITAR A H0, SENDO
VERDADEIRA ( DIZER QUE HÁ DIFERENÇA ONDE
NÃO EXISTE)
ERRO TIPO 2 – REJEITAR Ha, SENDO VERDADEIRA
( DIZER QUE NÃO HÁ DIFERENÇA ONDE EXISTE)
119. TIPOS DE DADOS
NORMAL – A MÉDIA REPRESENTA BEM A POPULAÇÃO –
TESTES PARAMÉTRICOS ( TESTE T, QUI-QUADRADO,
FISCHER)
NÃO NORMAL – A MÉDIA NÃO REPRESENTA BEM A
POPULAÇÃO – TESTES NÃO PARAMETRICOS ( WILCOXON,
MANN-WHITNEY, FRIEDMAN, KRUSKAL-WALLIS)
120. EXPRESSÃO DE RESULTADOS
MÉDIA ARITIMÉTICA – SOMA DOS VALORES OBSERVADOS,
DIVIDIDA PELO NÚMERO DE OBSERVAÇÕES
DESVIO PADRÃO – DISPERSÃO DOS DADOS AO REDOR DA
MÉDIA
123. VALOR DE P
PROBABILIDADE ( 0 A 1 ) DE ENCONTRAR NA PESQUISA
UMA DIFERENÇA IGUAL OU MAIOR QUE A OBSERVADA
EM SAÚDE O VALOR DE P = 0,05
95% DE CERTEZA SOBRE QUE SE OBSERVA
ESTATISTICAMENTE
124. Tabela 2 – Médias e Desvio-Padrão das resinas – Microdureza Knoop
IMEDIATO TERMOCICLAGEM
TERMOCICLAGEM +
CHX
ALIKE 15,05 (3,64) a,A 12,14 (1,64) b,A 11,81 (1,78) b,A
DURALAY 15,97 (2,37) a,A 12,40 (0,71) b,A 12,19 (0,61) b,A
LUXATEMP 21,67 (0,86) a,B 19,18 (1,32) b,B 19,00 (1,15) b,B
STRUCTUR 16,60 (2,38) a,A 13,67 (1,15) a,A 13,48 (1,04) a,A
*Letras Minúsculas (Linhas) e maiúsculas (Colunas) distintas entre si diferem com nível de significância
de 5% - teste t de Student
125. Tabela 2 – Médias e Desvio-Padrão das resinas – Microdureza Knoop
IMEDIATO TERMOCICLAGEM
TERMOCICLAGEM +
CHX
ALIKE 15,05 (3,64) a,A 12,14 (1,64) b,A 11,81 (1,78) b,A
DURALAY 15,97 (2,37) a,A 12,40 (0,71) b,A 12,19 (0,61) b,A
LUXATEMP 21,67 (0,86) a,B 19,18 (1,32) b,B 19,00 (1,15) b,B
STRUCTUR 16,60 (2,38) a,A 13,67 (1,15) a,A 13,48 (1,04) a,A
*Letras Minúsculas (Linhas) e maiúsculas (Colunas) distintas entre si diferem com nível de significância
de 5% - teste t de Student
126. Tabela 2 – Médias e Desvio-Padrão das resinas – Microdureza Knoop
IMEDIATO TERMOCICLAGEM
TERMOCICLAGEM +
CHX
ALIKE 15,05 (3,64) a,A 12,14 (1,64) b,A 11,81 (1,78) b,A
DURALAY 15,97 (2,37) a,A 12,40 (0,71) b,A 12,19 (0,61) b,A
LUXATEMP 21,67 (0,86) a,B 19,18 (1,32) b,B 19,00 (1,15) b,B
STRUCTUR 16,60 (2,38) a,A 13,67 (1,15) a,A 13,48 (1,04) a,A
*Letras Minúsculas (Linhas) e maiúsculas (Colunas) distintas entre si diferem com nível de significância
de 5% - teste t de Student